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Brasil: Índice de violência contra jornalistas não diminuiu em 2013

Em seu relatório anual sobre crimes contra a liberdade de imprensa, a organização Repórteres Sem Fronteira (RSF) registra o assassinato de cinco jornalistas no Brasil, o mesmo número de 2012. Entre os principais cenários onde os jornalistas foram mortos, Brasil e México saíram da lista dos cinco piores, sendo substituídos por Índia e Filipinas, somadas à Síria, Somália e Paquistão. De acordo com o estudo, o número de casos de sequestro de jornalistas subiu 129% com relação ao ano anterior, tendo sido contabilizados 87 episódios.

A situação da liberdade de imprensa na América Latina em 2013 foi “estável” no quadro geral, porém “grave” no Brasil, no México e em Honduras, onde foi registrada a maior parte dos 12 assassinatos do ano na região, segundo o balanço anual da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) publicado na última quarta-feira (18). Ao longo do ano, foram assassinados cinco jornalistas no Brasil (o mesmo número que em 2012), três em Honduras (um a mais), dois no México (quatro a menos), um na Colômbia e outro no Paraguai.

Em 2013, o Brasil viveu uma explosão de agressões contra profissionais ligados à cobertura dos protestos pelo aumento das passagens de transporte público e o superfaturamento das obras da Copa do Mundo de 2014. O país liderou a lista do continente quanto à repressão policial, com mais de uma centena de agressões contra jornalistas. Apesar de ter deixado a lista dos cinco piores países do mundo para o exercício da profissão de jornalista, não houve melhora nos índices de violência. Para a RFS, a situação estável diz respeito ao aumento das agressões em outros países, como Índia, Filipinas, Síria, Somália e Paquistão.

Menos assassinatos, mais sequestros

O número de jornalistas assassinados em 2013 diminuiu, mas registou-se um aumento de profissionais sequestrados nesse período, sendo a Síria o principal cenário, indicou o estudo. A organização defensora da liberdade de imprensa contabilizou 71 assassinatos de jornalistas, o que representa uma queda em relação aos 88 do ano anterior, número classificado pela RSF de “hecatombe” para a profissão.

Apesar da diminuição, a organização considerou muito elevado o número de mortos e comparou-o com os 67 de 2011 e os 58 do ano anterior. Além disso, a RSF salientou que a queda dos assassinatos coincide com um aumento dos sequestros e das agressões, ligadas a situações muito específicas, como os protestos no Brasil, no Egito e na Turquia, além dos mais recentes, na Ucrânia.

Em 2013, o número de sequestros aumentou 129% até chegar a 87, em relação aos 38 de 2012. Destes, 49 foram sequestrados na Síria, onde 18 repórteres internacionais e 22 locais são reféns. Além dos sequestrados, 178 jornalistas estão presos no mundo inteiro, em países como China, Eritreia, Turquia, Irão e, de novo, Síria. Pequim mantém 30 jornalistas atrás das grades, sem contar os que estão nas chamadas “prisões negras”, cujo número é desconhecido, mas que contribuem para a política de controle da informação do regime destinada a promover a autocensura.

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A RSF reiterou o seu pedido de que sejam considerados crimes de guerra os ataques deliberados contra jornalistas, para evitar que esse tipo de ataques aconteça com impunidade, principal inimigo da liberdade de imprensa, já que leva à autocensura. A organização afirmou que o assédio aos colaboradores de comunicação permaneceram. O relatório contabilizou o assassinato de 39 dissidentes que praticavam jornalismo através da rede e de 127 cidadãos por terem divulgado informações pela internet. Informações do site Diário Digital.

Controvérsia

Outra organização internacional, o Comitê para a Proteção de Jornalistas (CJP, na sigla em inglês), com sede em Nova York, aponta dados diferentes da RSF. O CPJ afirma que o Brasil é o 5º país com o maior número de número de morte de jornalistas, com três casos confirmados: o fotógrafo Walgney Assis Carvalho, o jornalista Rodrigo Neto e o radialista Mafaldo Bezerra Goes. O País segue atrás de Síria (21), Egito (6), Paquistão (5) e Somália (4).

Em 2013, o CPJ registrou 52 casos de assassinatos de jornalistas por motivos confirmados e 26 por motivos desconhecidos, além de dois casos de morte de dois profissionais de apoio (um distribuidor e um técnico de rádio e TV). Entre os crimes de motivação confirmada, 58% foram em decorrência de coberturas na área de política, 54% na área de Direitos Humanos e 48% durante conflitos armados.

O Comitê destaca que houve uma queda de 232 jornalistas presos em 2012 para 211 em 2013. Antes do ano passado, o número mais alto no censo anual do CPJ foi de 185 prisões em 1996. Para a organização, a Turquia, Irã e China foram os piores carcereiros de jornalistas do mundo, nessa ordem, com um total de 107 detenções.

Com informações da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e do Instituto Palavra Aberta

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