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Caso Geovane: Em reunião na SSP, ABI e Sinjorba cobram investigações das ameaças sofridas por jornalistas

A Associação Bahiana de Imprensa (ABI), o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia (Sinjorba) e o Sindicato dos trabalhadores em Rádio, Tv e Publicidade (Sinterp) se reuniram, na tarde de ontem (28), com órgãos de segurança, para discutir casos de ameaças a jornalistas, com destaque para as intimidações ocorridas a partir da cobertura do caso Geovane, jovem encontrado morto depois de uma abordagem policial. Na sede da Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP), os órgãos de imprensa foram recebidos pelo secretário Maurício Barbosa, que esteve acompanhado pela secretária de Comunicação Social, Marlupe Caldas, e pelo comandante-geral da Polícia Militar, coronel Alfredo Castro.

Na última quarta-feira (27), a ABI enviou ao governador Jaques Wagner um documento em repúdio à intimidação dos profissionais, em que a entidade cobra providências imediatas sobre o episódio e exorta o Governo do Estado a cumprir o seu papel na garantia da liberdade de informação. Segundo informações do jornal Correio*, no encontro desta quinta, o presidente da ABI, Walter Pinheiro, pediu ações mais enérgicas do comando contra os maus profissionais, além de recordar casos de abuso policial contra jornalistas durante as manifestações na Copa das Confederações.

A denúncia sobre as ameaças sofridas pelos jornalistas que cobriram o caso Geovane veio à tona no último dia 18, através de nota oficial do Sinjorba, onde a entidade relata as intimidações. De acordo com o documento, durante entrevista coletiva concedida pelas autoridades policiais, no dia 15 de agosto, um dos jornalistas recebeu solicitação para que se identificasse e foi surpreendido com a declaração de que “é muito bom saber quem escreve sobre a gente”. Na sequência, foram feitas graves ameaças, por telefone, a repórteres dos jornaisA Tarde e Correio*, jornal que publicou a primeira matéria sobre o caso. Nas ligações, duas pessoas que se identificaram como policiais militares fizeram o alerta: “tomem cuidado, porque a tropa está com o sangue no olho!”.

Segundo o jornal Correio*, durante a reunião, a presidente do Sinjorba, Marjorie Moura, afirmou que há esforços por parte do comando-geral da Polícia Militar para melhorar o relacionamento entre jornalistas e policiais, no entanto, a dirigente relata a existência de PMs que, de forma intimidadora, tentam impedir o trabalho dos repórteres. “É preciso averiguar não apenas esse fato, mas tantas outras ameaças feitas de forma anônima e no dia a dia nas ruas”.

Após os relatos dos representantes dos jornalistas, o secretário Maurício Barbosa, alegou que a falta de denúncia formal dificulta a aplicação de penalidades mais severas a policiais que dificultam a atuação dos jornalistas. “Para adotarmos medidas mais efetivas contra este tipo de conduta é preciso que as vítimas formalizem as denúncias”. De acordo com ele, depoimentos e a colaboração para busca de provas são indispensáveis para o encaminhamento de um inquérito policial coeso à Justiça.

No entanto, o diretor da ABI, Agostinho Muniz, alerta que, independentemente da formalização de denúncias, o Governo precisa proteger os profissionais. “Cobramos a intensificação das investigações e a garantia de proteção aos jornalistas, porque não se sabe se a ausência de denúncia é porque eles não têm interesse ou se estão com medo de represálias, já que, ao que parece, um grupo de policiais está envolvido no caso. Inclusive, suspeitamos que os profissionais tenham sido orientados pelas empresas a não prestarem queixa. Nosso temor é o agravamento da situação, que já é muito séria”, revelou o dirigente.

Com informações do Correio*

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