Cinquenta e oito casos de agressões físicas contra jornalistas brasileiros. Esse é um dos dados que estará presente no Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Expressão – 2016, que será apresentado pela diretoria da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) na quinta-feira, 12, no Rio de Janeiro. O número em questão é maior do que o registrado em 2015, quando 49 profissionais da área foram agredidos fisicamente.
Segundo a entidade responsável pelo levantamento, que foi organizado juntamente com os sindicatos do setor espelhados pelo país, a agressão física foi por mais um ano o tipo de violência mais comum contra os jornalistas. Outra informação já revelada pela Fenaj é de que “mais uma vez grande parte das agressões físicas foi registrada em manifestações de rua” – situações em que os profissionais de imprensa normalmente ficam entre policiais e manifestantes.
Além dos 58 registros de agressões físicas, o relatório da Fenaj garante que 26 casos de agressões verbais contra jornalistas aconteceram ao decorrer de 2016. Com isso, o indicador aparece na segunda colocação do material, superando histórias de ameaças/intimidações (24), cerceamentos à liberdade de expressão por meio de ações judiciais (18), impedimentos ao exercício profissional (13), prisões/detenções/cárcere privado (10), atentados (5), censura (3) e violência contra a organização sindical (2).
O material a ser divulgado de modo oficial apresenta, ainda, dois casos em que jornalistas brasileiros foram assassinados ao longo dos últimos 12 meses em decorrência do exercício da profissão. O relatório aponta que além dos dois homicídios, outros cinco comunicadores foram assassinados no país no ano passado: dois blogueiros, dois radialistas e um comunicador popular. Citados para termos de registro, esses casos “não são somados aos números totais de casos de violência contra jornalistas”, informa a entidade.
No geral, foram 161 casos de violência contra jornalistas – 24 a mais do que em 2015 -, com 222 profissionais atingidos de alguma forma. Sobre os números apurados, a direção da Fenaj ressalta que, novamente, eles “revelam que a categoria tornou-se alvo de diversos tipos de agressões”. Apesar do resultado, a instituição pontua, contudo, que parte dos relatos se deram no âmbito da Justiça Eleitoral, até porque foi ano de eleições municipais.