DEU NO PORTAL IMPRENSA – O grupo extremista Estado Islâmico (EI) divulgou na última terça-feira (7/10) 11 “regras” para os jornalistas que acompanham os territórios dominados por eles na Síria, no Iraque e em cidades curdas da Turquia, onde tenta ampliar seu poder. De acordo com a ONG de notícias especializada no conflito Syria Deeply, houve uma reunião entre repórteres e funcionários da assessoria de imprensa do grupo radical, que esclareceram a maneira como cobertura deve ser realizada.
Para permanecer no território, os jornalistas devem respeitar 11 regras, como relata o Huffington Post:
1 – Os correspondentes devem jurar lealdade ao califa Abu Bakr al-Baghdadi e serem súditos do EI;
2 – Os trabalhos dos jornalistas estarão sob supervisão exclusiva da assessoria de imprensa do EI;
3 – Os jornalistas podem trabalhar diretamente com agências de notícias internacionais (como Reuters, AFP e AP), mas devem evitar todos os canais locais e internacionais de televisãopor satélite. Eles também estão proibidos de fornecer qualquer material exclusivo (som ou imagem) a essas agências;
4 – Os jornalistas estão proibidos de trabalhar aos veículos inscritos “na lista negra de emissoras que lutam contra países islâmicos” (como Al-Arabiya e Al Jazeera) criada pelo EI. Os infratores serão responsabilizados;
5 – Os jornalistas estão autorizados a cobrir eventos da região governada com textos e imagens sem precisar da autorização da assessoria de imprensa do EI. Contudo, todos os materiais publicados devem levar os nomes do jornalista e do fotógrafo responsáveis;
6 – Os jornalistas não estão autorizados a publicar qualquer reportagem (impressa ou transmitida) sem antes entrar em contato com a assessoria de imprensa do EI;
7 – Os jornalistas podem ter contas próprias nas redes sociais e blogs para divulgar notícias e fotos. No entanto, a assessoria de imprensa do EI deve ter os endereços dessas contas e páginas;
8 – Os jornalistas devem respeitar os regulamentos ao fotografar dentro dos territórios controlados pelo EI e evitar filmar locais onde fotografias são proibidas;
9 – A assessoria de imprensa do EI irá acompanhar o trabalho dos jornalistas no território controlado pelo grupo e nos veículos de comunicação estatais. Qualquer violação das regras em vigor levará à suspensão do jornalista e ele será responsabilizado;
10 – As regras estão sujeitas a alterações a qualquer momento, dependendo das circunstâncias e do grau de cooperação e compromisso dos jornalistas;
11 – Os jornalistas recebem uma licença para trabalhar depois de apresentar um pedido de autorização na assessoria de imprensa do EI.
A violência do EI contra a imprensa ganhou força em agosto deste ano, quando o grupo divulgou um vídeo com a decapitação do jornalista James Foley, que prestava serviços para o site Global Post e para AFP. Duas semanas depois, outro registro mostrava a execução do repórter freelancer Steven Sotloff. Ambos estavam reféns do EI na Síria desde 2012. Os atos ocorreram em represália aos ataques aéreos dos Estados Unidos contra forças jihadistas.
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