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Audiência Pública na ABI discute violência contra a imprensa

Durante a sessão, ABI e Sinjorba pretendem oficializar uso de manual de autoproteção para a categoria

A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia (Sinjorba) promovem, na terça-feira (31/01), uma Audiência Pública para tratar da crescente violência contra a categoria. A reunião acontece às 10h, na sede da ABI, na Praça da Sé (Centro Histórico de Salvador). 

Além de apresentar a autoridades da área da segurança pública uma proposta de protocolo que visa proteger os trabalhadores do segmento, ABI e Sinjorba pretendem oficializar o uso de um manual de autoproteção, para profissionais e veículos de comunicação enfrentarem situações de violência.

De acordo com o relatório da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), divulgado nesta semana, foram registrados 376 episódios de violência no Brasil, sendo 77 apenas de ameaças/hostilização/intimidações, tipificação que somou um crescimento de 133,33%. No cenário baiano, o número de casos de violações dobrou, passando para 14 em 2022. 

Já neste início de 2023, dois registros em Salvador chamaram a atenção de entidades representativas dos profissionais da imprensa. No dia 11 de janeiro, uma equipe da TV Aratu foi hostilizada durante cobertura de manifestações de extrema direita, na Barra. A jornalista Priscilla Pires e o cinegrafista Davi Melo foram abordados por um homem, que passou a ameaçá-los. Menos de uma semana depois, no dia 16, a jornalista Tarsilla Alvarindo, o cinegrafista George Luiz e o auxiliar Marcos Oliveira, da RecordTV Itapoan, cobriam um acidente de trânsito, na Avenida Orlando Gomes, quando foram atacados e impedidos de continuar a reportagem.

A ABI e o Sinjorba divulgaram notas de repúdio às agressões. No entanto, as entidades acreditam que essa abordagem não tem sido suficiente. “Considerando o absurdo clima de ódio disseminado contra a imprensa, materializado em ameaças e agressões contra profissionais da comunicação, a nossa determinação é de irmos além das habituais notas”, afirma o presidente Ernesto Marques, em ofício-convite enviado a autoridades, no início da semana. 

Para a audiência pública foram convidados o secretário da Segurança Pública do Estado da Bahia, Marcelo Werner; o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Felipe Freitas; a procuradora-geral de Justiça do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), Norma Cavalcanti; o defensor-geral do Estado da Bahia, Rafson Ximenes; o comandante-geral da Polícia Militar da Bahia, Paulo Coutinho e a delegada geral da Polícia Militar da Bahia, Heloísa Campos de Brito. 

Moacy Neves, presidente do Sinjorba, ressalta a importância da adesão dos colegas e dos órgãos de segurança pública, para fortalecer o debate e viabilizar a adoção de medidas mais eficazes. 

No dia 17 de janeiro, o Ministério da Justiça anunciou a criação do Observatório Nacional da Violência contra Jornalistas, para monitorar casos de ataques à categoria. A demanda histórica da Fenaj foi acolhida pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, após reunião com representantes dos jornalistas, em Brasília.

SERVIÇO:
Audiência Pública – Violência contra a imprensa
31/01, terça-feira
10h
Na Sede da ABI (2º andar do Edifício Ranulfo Oliveira, Rua Guedes de Brito, 1 – Praça da Sé, Centro Histórico de Salvador

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