ABI BAHIANA

Instituições baianas articulam efeméride do centenário de falecimento de Ruy Barbosa

Uma reunião marcou oficialmente, na manhã desta sexta-feira (23), o início da articulação do centenário de falecimento de Ruy Barbosa, que ocorrerá no dia 1° de março de 2023. Para homenagear o jurista baiano, instituições da área da cultura, do direito e representantes do legislativo planejam comemorar a data com uma agenda de eventos que será proposta pelo colegiado das entidades.

A Associação Bahiana de Imprensa (ABI), proponente da reunião, é uma das instituições guardiãs da memória de Ruy Barbosa, através do Museu Casa de Ruy Barbosa, inaugurado em 1949, além de ter promovido a edição de diversas publicações sobre Ruy e realizado, ao longo dos anos, nos seus espaços culturais e de terceiros, dezenas de eventos, como conferências, seminários e exposições de seu acervo.

Através da programação para a data, as instituições pretendem ampliar e disseminar o legado de Ruy na sociedade baiana. “A dimensão de Ruy Barbosa está esmaecendo. Parece que estamos esquecendo quem ele foi. Que essa efeméride do centenário sirva para todos nós como um desafio para recordar a grandeza dessa figura”, afirma o jornalista Ernesto Marques, presidente da ABI. 

O dirigente também mencionou a petição junto a órgãos públicos para poder viabilizar a reforma da Rua Ruy Barbosa, no Centro Histórico da capital baiana. De acordo com Marques, os órgãos estaduais e municipais estão avançando em entendimentos com a ABI para revitalizar a Rua Ruy Barbosa, com um grupo de trabalho específico, criado pela Sedur(Ba), que agora vai incorporar órgãos da Prefeitura sob a coordenação da Fundação Gregório de Mattos.

Walter Pinheiro, presidente da Assembleia Geral da ABI, reitera que esta articulação faz parte do papel da Associação como guardiã da memória de Ruy e outros ícones da história da imprensa. “Além da sucessão de gerações, nós temos um tsunami de notícias que encurtam nossa memória em relação a fatos importantes. Daí a preocupação da ABI em estar sempre revitalizando a memória de figuras importantes como Ruy”, observou. 

Com o tempo como aliado, a Associação se prepara para  captar recursos dos setores público e privado para a programação. O diretor de cultura da ABI, Nelson Cadena, foi o responsável pela apresentação sobre os vínculos da trajetória de Ruy com todas as entidades e instituições convidadas para a reunião. Ele explica que a efeméride também terá caráter de pesquisa, ao buscar e divulgar novos elementos biográficos sobre Ruy Barbosa, e perfil agregador, atraindo jovens estudantes através do uso de novas plataformas de mídia. “Ruy foi um personagem multifacetado, atuou como jornalista, advogado, jurista, diplomata, político, filólogo, o que justifica a união das instituições em torno das celebrações da efeméride”, ressalta o pesquisador.

Para  o advogado e representante da seccional baiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/BA), Sylvio Garcez, cabe à sociedade recordar o legado do jurista. “Preservar a memória de Ruy Barbosa é um dever especialmente dos baianos, mas não somente. Ruy merece. Suas lições são atualíssimas”, completa. 

Além de membros da diretoria executiva da ABI, como o 1º vice-presidente Luís Guilherme Pontes Tavares e Jorge Ramos, diretor da Casa de Ruy Barbosa, participaram da reunião os desembargadores Regina Helena Ramos e Lidivaldo Britto, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA); Zulu Araújo, presidente da Fundação Pedro Calmon e representante da Secretaria de Cultura da Bahia (Secult); Luciano Chaves, pelo Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE/BA); o professor José Nilton Pereira, do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB); Ordep Serra, presidente da Academia de Letras da Bahia (ALB); Dina Cezar, da Santa Casa de Misericórdia; Carla Lucena, assessora da vereadora Maria Marighella, como representação da Câmara Municipal de Salvador; e Demóstenes Teixeira, representando o Tribunal de Contas dos Municípios.

Os representantes concordaram em designar dentro de suas instituições comissões responsáveis por participar da organização do centenário, a exemplo do TJBA, que já colocou à disposição a sua Comissão de Memória. Como forma de unir as programações das diversas instituições, poderá ser criado um selo comemorativo para a efeméride. No final de agosto, um novo encontro será promovido, com o objetivo de compor a coordenação executiva e apresentação das propostas de programação de cada entidade.

*Larissa Costa é estagiária da ABI, sob a supervisão de Joseanne Guedes.

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