Com a participação de representantes de órgãos do poder público e da Diretoria Executiva da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), a manhã desta terça-feira (15) foi dedicada a um pedacinho especial do Centro Histórico de Salvador: a Rua Ruy Barbosa. Famoso por abrigar o imóvel onde o jurista baiano nasceu, o logradouro vai ser repaginado em breve. Essa é a intenção do colegiado de entidades envolvido na programação do Centenário de falecimento de Ruy, que transcorrerá em 1º de março de 2023.
A requalificação da Rua Ruy Barbosa faz parte dos planos de reabertura do Museu Casa de Ruy Barbosa (MCRB), equipamento cultural pertencente à ABI e que está localizado naquela via. No encontro de hoje estiveram presentes o presidente da ABI, Ernesto Marques; o 1º vice-presidente da ABI, Luís Guilherme Pontes Tavares; o diretor do MCRB, Jorge Ramos; e representantes do grupo Neonergia Coelba, da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador) e dos órgãos do estado, a Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (CONDER) e a Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Estado (Sedur/BA). O grupo contou com a presença do professor e arquiteto Paulo Ormindo.
Faz parte dos objetivos da reforma da Rua Ruy Barbosa atrair atenção para o entorno do lugar, que conta com sebos e antiquários, além de integrar o MCRB na rota de museus do Centro Histórico e que podem ser atrativos aos turistas. “Fizemos essa provocação à Prefeitura e ao Governo do Estado com base na constatação de que, mesmo que fizéssemos uma reforma na Casa de Ruy Barbosa, que fizéssemos um museu lindo, se o entorno continuasse degradado como está, em pouco tempo a degradação entraria no Museu”, afirma Ernesto Marques.
- Leia mais: Instituições baianas articulam efeméride do centenário de falecimento de Ruy Barbosa
- Programação do centenário de Ruy Barbosa começa a ser construída
Para tanto, há algumas precauções que devem ser tomadas e que fazem parte dos projetos da ABI. Há a ideia de aterrar o cabeamento elétrico da rua, a fim de que se resolva o problema da poluição visual dos fios, de instalar o piso compartilhado, que tornaria possível fechar a rua para eventos culturais, e mudar o posteamento do local. O local já recebe atenção da CONDER e, de acordo com os representantes do órgão, o primeiro trecho já teve a readequação da rua e da sarjeta e a colocação de concreto e cimento lavável.
“Essa foi a quarta reunião, já houve duas visitas à rua. A nossa expectativa é a melhor possível, no sentido de compatibilizar os projetos e as ações de competência de cada órgão público, tanto da Prefeitura, quanto do Governo do Estado, para que a gente consiga dar um novo padrão urbanístico à Rua Ruy Barbosa, compatível com o histórico que ela tem e com essa nova utilidade que pretendemos dar com um novo museu, ativo, interessante. Certamente vai despertar a atenção de muita gente, junto com a ocupação cultural que pretendemos fazer”, completa o presidente da ABI.
O encontro definiu que a Coelba deverá realizar uma análise técnica das condições do local, para entender quais alternativas se mostram viáveis para o ordenamento da fiação. Além da estrutura da rua, existe o desafio de promover a coordenação entre as ações a serem executadas pelos diferentes entes públicos. Pelo tamanho do projeto, a intenção é envolver outras entidades relacionadas com o patrimônio público. Um novo encontro está programado para o dia 7 de março.
Dependendo da atuação dos envolvidos, em 2023 a Casa de Ruy Barbosa reabrirá suas portas. A arquiteta representante da CONDER, Karina Novoa, destacou a articulação entre os presentes para encontrar soluções. “É muito interessante esse esforço entre vários entes e essa articulação é fundamental para as coisas acontecerem. Envolvem muitas soluções técnicas e disciplinas diferentes”, avalia.
Para Daniel Andrade, da equipe técnica da Coelba, há ainda o peso do nome de Ruy, que merece o esforço coletivo em prol da preservação de sua memória. “O nome Ruy Barbosa é um dos mais importantes da Bahia, do Brasil. Promover a restauração do Museu dedicado à memória dele, requalificar a rua que leva o seu nome aqui na cidade, é importantíssimo, inclusive para o nosso turismo”, ressalta.