A pesquisa que a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), em parceria com a Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), está desenvolvendo sobre a saúde mental de jornalistas já está em andamento. A fase atual é de coleta de informações e cada profissional pode ajudar, respondendo a uma pesquisa. É muito simples, fácil e rápido. É garantida a confidencialidade das respostas, com tratamento estatístico dos dados coletados. Clique aquie participe.
O objetivo do estudo é identificar variáveis associadas ao sofrimento mental no exercício da profissão, visando desenvolver políticas que protejam esses profissionais. O projeto foi lançado em abril deste ano e é coordenado pelo Professor Marcelo Kimati Dias, do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Paraná.
Com esse projeto, a Fenaj e os 31 sindicatos filiados, entre os quais o Sinjorba, querem identificar impactos do trabalho sobre a saúde mental da categoria. O resultado auxiliará pesquisas paralelas que já ocorrem no campo da saúde mental e do trabalho, além de formular novas leis, políticas sindicais e negociações com as entidades patronais, visando à melhoria das condições gerais e subjetivas do nosso ambiente e rotina laboral.
Nos dias 15,16,17 e 22,23,24 de novembro, o Gabinete Português de Leitura, de Salvador, vai ser palco da primeira edição do Hunhu eXPONENTIAL (unú ekspónenxial), que vai abordar os temas de Inovação, Sustentabilidade e Cultura. O evento tem a participação do presidente da ABI, Ernesto Marques, e da diretora de Defesa do Direito à Informação e Direitos Humanos da entidade.
O Hunhu eXPONENTIAL lança um desafio ambicioso a todos os participantes e parceiros: não começou na sessão de abertura, não vai terminar na sessão de encerramento. O evento tem como objetivo dar início a diversos processos de transformação, olhando para o pioneirismo de Salvador, primeira capital do Brasil e berço de fenômenos culturais e empresariais, como inspiração para o futuro.
A transformação começa com o desafio de transformar o entorno do Gabinete Português de Leitura, local emblemático da cidade, povoado por instituições que fazem parte da História de Salvador. Representantes de instituições nacionais e internacionais vão poder partilhar conhecimento e experiências com outr@s speakers e com o público presente no Gabinete Português de Leitura e aquele que acompanha online.
Denise Schacht, professora da Pan-African University, vai abordar o tema O Papel da Reprogramação Mental no Desenvolvimento do Capital Humano, trazendo um case study dos países descolonizados mentalmente VS países não descolonizados mentalmente, falando também sobre síndrome da mentalidade de escravo e o seu impacto no desenvolvimento profissional.
João Rito, presidente da BlueBio Alliance, traz a sua visão sobre sustentabilidade e os oceanos: Economia azul e sustentabilidade ambiental, social e financeira das regiões e fala também sobre a sua experiência enquanto CEO da SEAentia, com o tema Economia colaborativa, inovação aberta e benefícios para a comunidade.
Catarina Canelas, jornalista da CNN Portugal e autora do documentário Plástico, O Novo Continente aborda os temas Sabemos que poluímos, mas não paramos de poluir: case do plástico e ainda Greenwashing e o papel da comunicação social para uma consciência social de sustentabilidade.
Daniela Tafner, professora e pesquisadora do Observatório de Direitos Humanos nos Países de Língua Portuguesa (POSCOHR) e do Afro-Latin American Research Institute da Universidade de Harvard (ALARI) vai partilhar a sua visão sobre Desigualdade Racial e Acesso à Saúde.
Lorene Pinto, primeira mulher diretora da primeira faculdade de medicina do Brasil, a secular Faculdade de Medicina da UFBA, será responsável pelo tema Universidade e a promoção do direito à educação e do direito à saúde, relatando a sua experiência como gestora e professora.
Philipp Teles Von Hauenschild, Cônsul Honorário do Reino dos Países Baixos (BA e SE) também confirmou a sua presença, liderando a conversa sobre Cooperação internacional como caminho para efetivar os Direitos Humanos. Posteriormente vai falar sobre Sustentabilidade e Incentivos, apresentando o Case DeTrash, projeto do qual é fundador e CEO.
O evento terá ainda uma diversidade de temas apresentados por speakers com experiência e conhecimento em Empreendedorismo de Alto Impacto (Alana Elias, Zazá Sousa e Clarissa Hirs), de Inteligência Artificial (Mônica Aguiar, Marco Aurélio Castro Jr, Daniel Bento e Filipe Lopes Sousa), Inovação, Ecossistemas e Empreendedorismo (Angela Rocha, Marcelo Santana Silva, Mateus Couto, Simone Jordão, Péricles Magalhães Jr, Fabiana Carvalho, Yuri Dias, Barbara Carole), Sustentabilidade (Julio Rocha e Lourrani Baas), Saúde, Sustentabilidade e Inovação (Luis Adan, Humberto Castro Lima Filho, João Paulo Simplicio), Comunicação e História (Alicia Lose, Jorge Cruz, Ernesto Marques e Mara Santana), Games, Tecnologia e Inovação (Daniel Cossi* e Raiza Tourinho).
O evento é uma realização da FAQtor-e, com o apoio do Gabinete Português de Leitura e Liga Empreendedora da UFBA, e conta com o apoio institucional da Blue Bio Alliance, Associação de Jovens Empreendedores (BA), Instituto Socioambiental Brasileiro, Cátedra Sérgio Vieira de Mello (ACNUR-UFBA), Vale do Ipitanga, Centro Integrado de Direitos Humanos (UFBA), Grupo de Pesquisa Historicidade do Estado, Direito e Direitos Humanos.
Hunhu eXPERIENCE 2025 – 2027
O Hunhu eXPERIENCE escolheu Salvador para acolher a sua primeira edição. A primeira capital brasileira é um cenário perfeito de multiculturalidade e um ecossistema com um potencial enorme que ainda está por desenvolver.
O evento irá percorrer outras cidades no triénio 2025-2027, sempre desenvolvendo inciativas ao longo do ano em Salvador, juntando parceiros ao longo da jornada, sempre com o propósito de transformar e melhorar a sociedade através da partilha de conhecimento. Para a edição soteropolitana de 2025, a FAQtor-e já convocou perto de 80 cidades, espalhadas pelo mundo, para marcarem presença em Salvador, abrindo a porta para missões com foco em Inovação, Sustentabilidade e Cultura, que serão anunciadas ao longo do ano.
Sobre a FAQtor-e
A FAQtor-e (pronunciada como a palavra inglesa “factory”: /ˈfæk.tər.i/) tem como objetivo responder às perguntas mais comuns (FAQs), apostando em 3 vertentes: eventos, empreendedorismo e educação. Através da marca Hunhu, desenvolve eventos baseados na filosofia Ubuntu/Hunhu, que assenta no conceito de comunidade, de multiplicidade de singularidades, para alcançar a democracia. A igualdade é o princípio fundamental e condicional para a existência do outro.
Mais informações sobre o evento, programação e speakers no site
Na noite desta quarta-feira (13/11), o auditório da Associação Bahiana de Imprensa esteve lotado não apenas do público que chega a disputar cadeiras no 8º andar do Ed. Ranulfo Oliveira, mas também de um número surpreendente de violões, em sintonia com solistas – do canto ao acordeon. Foi o pré-lançamento do novo CD e livros de música da Orquestra de Violões da UFBA, que, somada também aos violões do Neojiba, trouxe uma mistura do erudito com o popular à Série Lunar deste mês de novembro. Esta foi a quarta apresentação do grupo no auditório da ABI, e a penúltima Série Lunar deste ano.
A coordenadora da Série Lunar, Amália Casal, comemorou a oportunidade de usar essa parceria com a Escola de Música da UFBA para trazer agitação cultural ao Pelourinho, além de aproximar o público da chamada música erudita, em apresentações íntimas e educativas como a de ontem. “Não é uma didática densa, não é uma didática austera nem cansativa, pelo contrário, os maestros e outras pessoas que vão se apresentando aqui falam das músicas e as pessoas interagem, perguntam, e isso é uma coisa muito saudável e educativa”, comentou ela.
Conversas musicais
A dinâmica foi mesmo nesses moldes. O fundador e maestro da Orquestra, Ricardo Camponogara, explicou por exemplo qual é o significado do termo “concerto”. “A palavra remete a três sentidos. O primeiro, de uma apresentação; segundo, no sentido vinculado a ter sempre solistas rivalizando com uma orquestra, e, por fim, ela está relacionada com a forma. A forma concerto se estabelece com Vivaldi no período do barroco e é sempre um movimento rápido, um movimento lento e um movimento rápido”, resumiu, antes de voltar ao diálogo musical com o acordeon de Saulo Gama.
Assim se seguiram as conversas: com os violões ao fundo, entraram também os cantores Janaína Carvalho, Vanda Otero, Polane Brandão, Igor Garcia e Vinicius Abreu, além do clarinetista Pedro Robatto. Nesse esquema, eles transitaram por séculos, continentes e tradições diversas da música, incluindo obras de Francisco Mignone, Guinga, Tedesco e Piazzolla.
Sempre, é claro, voltando às explicações acessíveis. Pedro Robatto também esclareceu como todas aquelas obras complexas puderam caber no modesto auditório da ABI: através de um processo cauteloso de transcrição de obras pensadas para orquestras maiores, e com mais instrumentos. “Essa obra é original para clarineta e orquestra sinfônica, e, por exemplo, seria impossível tocá-la num espaço como esse aqui. Uma orquestra sinfônica tem mais de 70 músicos. Então essa é uma das vantagens de poder ter essa transcrição, trazer uma música bastante complexa a lugares onde não seria possível levar”, disse ele
A próxima Série Lunar está marcada para o dia 4 de dezembro.
“Eu achei muito massa. É legal essa integração, essa comunhão do Neojiba com a Ufba, os solos foram maravilhosos. O acordeon, meu Deus! Piazzola ficou muito bem interpretado, e Ricardo toca muito bem. Conseguiu passar essa emoção pra gente.”
Rebeca Lorenzi, violonista e cantora, aluna da UFBA
“Muito encantador. É aquela coisa de você ouvir e viajar para os céus, sabe? De relaxar, de tranquilidade, de serenidade. Traz aquelas sensações muito gostosas. Foi a minha primeira vez aqui na Série Lunar, achei muito bom.”
Ana Paula, farmacêutica
“Sou lá de São Paulo, vim para cá porque eu estava em um congresso e achei muito bacana. Muito legal o repertório do Mignone, gosto muito do Piazzolla também. E essa vista linda, né? Ver [o Pelourinho] todos pela linha de cima, todas as igrejas.”
Na manhã desta quarta-feira (13), a Associação Bahiana de Imprensa realizou a reunião mensal da Diretoria Executiva, e recebeu o cineasta e pesquisador baiano Antonio Olavo, em mais uma edição do ciclo “Temas Diversos”. O autor do documentário “1798 – Revolta dos Búzios” abordou o processo criativo e os desafios para a produção do longa, que estreou em maio e está prestes a completar 25 semanas em exibição nas salas brasileiras, contrariando a preocupação tão comum no cinema independente.
“Eu fico muito feliz com o sucesso do filme. As dificuldades foram muitas. Tudo foi atrasado pela falta de recursos. Foram 13 anos de dedicação e ele foi produzido com 300 mil reais de um edital que participei em 2014”, contou.
Segundo Olavo, a obra seria a primeira de uma sequência que retrataria também a Revolta dos Malês (1835) e a Sabinada (1837-1838), mas ele vê esse sonho longe de ser concretizado e o maior empecilho é justamente a falta de financiamento.
Olavo questionou os critérios dos editais públicos. “Em um dos editais que participei, os contemplados eram pessoas que nunca fizeram pelo menos um curta. Eu já fiz 19 filmes, fora a luta pelo audiovisual baiano”, lamentou.
Produzido pela Portfolium Laboratório de Imagens e distribuído pela Abará Filmes, a obra faz parte do projeto do pesquisador de registrar os movimentos de insurgência negra na filmografia nacional. O cineasta tem se dedicado ao tema desde 2006 e vê nessa empreitada uma forma de fortalecer a identidade do povo negro.
Durante sua participação, ele falou da admiração pelo professor e historiador Luis Henrique Dias Tavares, falecido em junho de 2020, destacando sua contribuição no processo de pesquisa. O gesto foi acolhido pelo filho de Dias Tavares, o jornalista Luis Guilherme Pontes Tavares, 1º vice-presidente da ABI.
A 1ª secretária da ABI, Amália Casal, cinéfila declarada, foi a duas sessões de Revolta dos Búzios. “Esse filme precisa alcançar os jovens nas escolas e universidades. É de uma grande riqueza e sensibilidade, além da pesquisa impressionante feita por ele”, opinou. A palestra também contou com os diretores Valter Xéu, Pedro Daltro e Nelson José de Carvalho.
História silenciada e resistência
O presidente da ABI, Ernesto Marques, parabenizou o cineasta pelo êxito de bilheteria e por conseguir estar em cartaz por tantas semanas. O dirigente esteve na “II Caminhada de Retorno dos Mártires da Revolta dos Búzios”, ato público realizado na Praça da Piedade, no dia 8 de novembro.
Olavo traçou um paralelo entre a Revolta dos Búzios e a Inconfidência Mineira, de 1789. “A Revolta dos Búzios tem o diferencial que é a luta pelo fim da escravidão, o que não vemos em outros movimentos”, explica. “A história que aprendi na escola foi a da escravidão, uma história de humilhação e vergonha. Minha autoestima mudou quando eu conheci a história de resistência e de orgulho. Eu busquei fazer um filme que contasse essa história pela qual me encantei ainda na adolescência”, disse o diretor.
Em 12 de agosto de 1798, surgiram em pontos de grande movimento de Salvador papéis manuscritos que anunciavam uma revolução e a implantação de uma república democrática e independente, e o fim da escravidão. No dia 8 de novembro de 1799, quatro jovens negros foram enforcados na Praça da Piedade, sob acusação de conspirar contra a Coroa Portuguesa, ao lutar por liberdade e indepedência. O movimento, também conhecido como Revolução dos Alfaiates e Conjuração Baiana, tinha como principal objetivo derrubar o governo colonial, proclamando a independência política.
Efeméride
Para o pesquisador, o mais importante é que a população conheça as conquistas alcançadas pelo povo negro ao longo dos séculos. “Estar no circuito comercial em 12 capitais do Brasil, sem dúvida é muito importante”, reflete. “O Brasil, que tem uma população majoritariamente negra, precisa conhecer essas histórias”, afirma.
“Espero que conquistemos o Dia Nacional em Memória do Mártires da Revolta dos Búzios. Não precisa ser um feriado, assim como o Dia da Consciência Negra não era quando foi instituído”, ensejou Antonio Olavo.