ABI BAHIANA

100 anos: ABI celebra legado do professor Cid Teixeira

O legado do professor Cid Teixeira foi celebrado, na manhã desta segunda (11), durante uma roda de conversa promovida pela Associação Bahiana de Imprensa, em comemoração ao seu centenário de nascimento. O evento intitulado “O comunicador Cid Teixeira” reuniu colegas e amigos do intelectual baiano que nos deixou em 2021, aos 97 anos. O bate-papo foi mediado pelo jornalista Luis Guilherme Pontes Tavares, 1º vice-presidente da ABI, e recebeu o jornalista e escritor Clarindo Silva, Antonio Walter Pinheiro, presidente da Assembleia Geral da ABI, e Fernando Oberlaender, fundador da Editora Caramurê.

Cid Teixeira nasceu em Salvador, no dia 11 de novembro de 1924. Aproximou-se da matéria de História – para a qual dedicaria grande parte de sua vida. Foi copista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, professor de História na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFBA, lecionou também na Universidade Católica de Salvador. Dirigiu a Fundação Gregório de Mattos e ocupou a cadeira de número 19 da Academia de Letras da Bahia.

Cid, jornalista e radialista – Mas foi através da comunicação que Cid popularizou seu conhecimento. Em sua atuação como jornalista, acumulou passagens pelas redações do Diário da Bahia, do jornal A Tarde, foi editorialista do Jornal da Bahia e redator-chefe do Tribuna da Bahia. Implantou o serviço de Rádio Educação da Rádio Educativa da Bahia. Estreou nas rádios e na TV, narrando eventos da história da Bahia. Publicou vários livros, entre eles “História da Armação”, “Bahia em Tempo de Província”, “História do Petróleo na Bahia”, “História da Energia Elétrica na Bahia” e um livro de memórias, “Histórias Minhas e Alheias”. Em 1992, foi agraciado com a Medalha Tomé de Souza. Já em 2013, teve a Comenda 2 de Julho concedida pela Assembleia Legislativa da Bahia.

O presidente da ABI, Ernesto Marques, abriu o evento com um breve agradecimento aos presentes e passou a condução para o 1º vice-presidente da ABI, Luis Guilherme Tavares. Na mediação, o jornalista ressaltou a grandiosidade de Cid Teixeira, justificando a sua iniciativa de propor a homenagem.

A roda de conversa evidenciou as muitas facetas de Cid Teixeira. Logo no início, Antônio Walter Pinheiro, presidente do jornal Tribuna da Bahia, falou da relevante atuação de Cid na rádio baiana, com o programa “Pergunte ao José”, e do período em que o pesquisador foi editor do veículo, em 1975. 

“Como comunicador, ele conseguia traduzir todo o seu potencial de historiador para a comunidade. Ele foi o primeiro Google da nossa terra, porque qualquer dúvida que se tivesse, ligada para a rádio, fazia a pergunta e respondia”, brincou. “Sua contribuição foi muita rica, uma figura impressionante e que merece todas as homenagens”, completou Pinheiro.

Amigo de Cid Teixeira e editor de algumas de suas obras, o artista plástico Fernando Oberlaender detalhou a personalidade do historiador. Segundo ele, Cid era uma pessoa simples, acolhedora, sempre disposta a transmitir sua vasta sabedoria em tantas áreas. “Se houvesse uma palavra para defini-lo, seria ‘generosidade’”, afirmou, revelando episódios em que a amizade e o apoio de Cid foram fundamentais.

“Essa Bahia, que é ingrata, deveria estar fazendo milhões de homenagens. Ele era um comunicador, usava o rádio, o microfone, para fazer história, além de ser um grande pesquisador. Sou muito grato por estar aqui hoje”, disse o empresário, que também esteve na homenagem promovida pelo IGHB, no turno da tarde.

Bem-humorado, o empresário e jornalista Clarindo Silva citou alguns dizeres populares que o professor Cid explicava em detalhes. “Um dia eu fiquei encucado e perguntei a ele sobre a expressão ‘sopa no mel’, porque, para mim, não fazia sentido colocar algo salgado dentro do mel. E ele respondeu que se tratava de uma corruptela e que o certo seria ‘açúcar no mel’, pois adoçaria algo que já era doce”, relembrou. Clarindo se mostrou indignado com a falta de valorização de figuras como Cid.

“Ele me ajudava muito e apoiava a luta pela preservação do Centro Histórico. Ele desejava ver este lugar revitalizado. Sigo na resistência, porque este país tem uma dívida enorme com a saúde, educação, história e cultura”, ressaltou.

Acervo – O encontro teve as participações de historiadores, pesquisadores e representantes de entidades ligadas à área cultural, todos preocupados com a valorização e preservação do acervo deixado pelo professor, cuja biblioteca, com mais de 18 mil obras, está sendo vendida por R$100 mil. Apesar de algumas instituições terem demonstrado interesse em adquirir o acervo, as negociações não avançaram. A família deseja que as obras sejam compradas de forma unificada e permaneçam na Bahia.

Estiveram presentes, entre outros profissionais, a diretora do Instituto ACM, Claudia Vaz; os historiadores Francisco Senna e Antonietta Nunes, membros do IGHB; o fotojornalista Valter Lessa e o advogado Antonio Calmon Teixeira, membros da ABI; e as jornalistas Simone Ribeiro e Amália Casal, diretoras da instituição. 

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Orquestra de Violões da UFBA lança novo disco e livros na Série Lunar

A Série Lunar chega à sua penúltima edição na temporada 2024, com o retorno de uma das formações mais queridas da história do projeto: a Orquestra de Violões da UFBA. O evento gratuito, fruto de parceria entre a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) e a Escola de Música da UFBA (Emus), ocorre na próxima quarta-feira (13/11), às 19h. A apresentação tem o apoio da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF) e das empresas Bracell e Suzano.

Dessa vez, a Orquestra vai fazer o pré-lançamento de mais um CD com suas interpretações de obras importantes da música clássica e de 3 livros com partituras para aqueles que desejem acompanhar os músicos. Esse disco inclui obras de compositores como Francisco Mignone, Tedesco e Piazzolla, que serão apresentadas na Série Lunar. Entre os convidados da noite estão os solistas Pedro Robatto (Clarineta), Janaína Carvalho (canto), Vanda Otero (canto), Polane Brandão (canto), Igor Garcia (canto), Vinicius Abreu (canto), Saulo Gama (acordeon) e a Camerata de violões do Neojiba. 

“A ideia para esta apresentação é intercalar alguns movimentos dos concertos que estão no CD com obras populares, fazendo uma mistura de erudito com popular. Com isso, vamos pegar uma série de composições que vem do barroco a compositores brasileiros como Guinga, Radamés Gnattali, Paulo César Pinheiro e Sérgio Santos”, explicou o professor Ricardo Camponogara, coordenador da Orquestra.

A Orquestra de Violões da UFBA foi fundada em 2010 pelo professor Ricardo Camponogara, e envolve em torno de 17 integrantes, entre professores, funcionários do corpo técnico-administrativo, alunos do curso de Violão e egressos. O grupo já se apresentou na Série Lunar nas temporadas de 2019, 2022 e 2023 com grande sucesso, sempre se destacando pela excelência dos seus integrantes, todos eles concertistas.

Apoio

Em meio às dificuldades financeiras da ABI, a Série Lunar esteve sob risco de ser cancelada em 2024. Hoje, o projeto se aproxima do final da temporada graças ao envolvimento do seu público cativo, que mobilizou o apoio de empresas e instituições comprometidas com cultura e educação na Bahia para manter essa ideia de pé. Nesta edição de novembro, agradecemos o apoio destes parceiros:

ABAF: A Associação Baiana das Empresas de Base Florestal representa o segmento da indústria de manejo florestal com foco na sustentabilidade, mantendo representações em mais de 40 conselhos e entidades estaduais e federais e dialogando com a sociedade civil organizada, academia e governos. Saiba mais: https://www.abaf.org.br/

Bracell: A Bracell é empresa brasileira que se coloca como uma das maiores produtoras de celulose solúvel e celulose especial do mundo, com operações industriais em Camaçari (BA) e Lençóis Paulista (SP), além de áreas florestais no interior dos dois estados. Saiba mais: https://www.bracell.com/

Suzano: Com 100 anos de história, é a maior produtora mundial de celulose, uma das maiores produtoras de papéis da América Latina, líder no segmento de papel higiênico no Brasil e referência no desenvolvimento de soluções sustentáveis e inovadoras a partir de matéria-prima de fonte renovável. Seus produtos impactam a vida de mais de 2 bilhões de pessoas. Saiba mais: https://www.suzano.com.br/

SERVIÇO

Orquestra de Violões da UFBA – Série Lunar 2024
Dia: 13 de novembro (quarta-feira) | 19h
Local: Auditório Samuel Celestino – 8° andar do Edifício Ranulfo Oliveira, Rua Guedes de Brito, 1 – Praça da Sé, Centro Histórico de Salvador
Entrada gratuita

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Roda de conversa celebra o legado de Cid Teixeira no jornalismo baiano

Na próxima segunda-feira (11/11), às 10h, a Associação Bahiana de Imprensa reunirá colegas, amigos e alunos do professor Cid Teixeira para celebrar em diálogo a memória desse intelectual baiano que nos deixou em 2021, aos 97 anos. Intitulada “O comunicador Cid Teixeira”, a roda de conversa traz ao auditório da ABI o jornalista e escritor Clarindo Silva, Walter Pinheiro, presidente da Assembleia Geral da ABI, e Fernando Oberlaender, editor de muitos dos seus livros.

O evento acontece no centenário de nascimento do historiador e intelectual. Cid Teixeira nasceu em Salvador, no dia 11 de novembro de 1924. Aproximou-se da matéria de História – para a qual dedicaria grande parte de sua vida. Foi copista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, professor de História na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFBA, lecionou também na Universidade Católica de Salvador. Dirigiu a Fundação Gregório de Mattos e ocupou a cadeira de número 19 da Academia de Letras da Bahia.

Mas foi através da comunicação que Cid popularizou seu conhecimento. Em sua atuação como jornalista, acumulou passagens pelas redações do Diário da Bahia, do jornal A Tarde, foi editorialista do Jornal da Bahia e redator-chefe do Tribuna da Bahia. Implantou o serviço de Rádio Educação da Rádio Educativa da Bahia. Estreou nas rádios e na TV, narrando eventos da história da Bahia. Publicou vários livros, entre eles “História da Armação”, “Bahia em Tempo de Província”, “História do Petróleo na Bahia”, “História da Energia Elétrica na Bahia” e um livro de memórias, “Histórias Minhas e Alheias”. Em 1992, foi agraciado com a Medalha Tomé de Souza. Já em 2013, teve a Comenda 2 de Julho concedida pela Assembleia Legislativa da Bahia.

O 1º vice-presidente da ABI, Luis Guilherme Tavares, explica que o intuito dessa mesa é celebrar apenas uma das muitas facetas de Cid Teixeira, sem buscar resumir o seu legado diverso em outras áreas, como a história. “O que a ABI fará é uma homenagem ao Cid Teixeira jornalista e radialista, a essa faceta de um homem que foi relevante na rádio baiana pelo programa ‘Pergunte ao José’ e que foi editor da Tribuna da Bahia. Essa homenagem a ABI presta sem fazer nenhum exagero, porque ele é um personagem da nossa área”, destaca o pesquisador, que fará a mediação da roda de conversa.

Sobre os convidados

Clarindo Silva  – Jornalista, escritor, poeta, empresário, compositor e agitador cultural. Atuou como repórter policial nos jornais A Tarde, Jornal da Bahia e Tribuna da Bahia. Com o tempo, migrou da reportagem para a literatura, não deixando de usar a pena para a defesa intransigente do Centro Histórico de Salvador, região que tem em sua Cantina da Lua um bastião de resistência. É autor de Memórias da Cantina da Lua, que está em sua sexta edição, Conversa de Buzu e teve a sua biografia escrita por Vander Prata para a Coleção Gente da Bahia, com edição da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia.

Fernando Oberlaender – Sócio-editor da Caramurê Publicações, diretor do Museu da Cidade (1991-1993), editor do Jornal Soterópolis (1998-2003) – Artista Plástico com exposições coletivas e individuais em Salvador/Ba, Rio de Janeiro/RJ, Aracajú/SE, São Paulo/SP e Feira de Santana/BA. Ilustrador em várias publicações, co-autor no livro História do Petróleo na Bahia junto com Cid Teixeira e Daniel Rebouças, editor em livros como a Coleção Salvador uma viagem fotográfica de Cid Teixeira e 50 anos de Arte na Bahia, de Matilde Matos.

Walter Pinheiro – Natural de Salvador, Walter Pinheiro diplomou-se em Ciências Contábeis e Economia pela UCSal, em 1968, dedicando-se à carreira bancária de 1961 até 1974. Presidiu o Sindicato das Indústrias de Bebidas da Bahia e foi diretor-financeiro da Fieba em 1972/3. Ingressou no jornalismo em 1978, assumindo a direção da Tribuna da Bahia. Tornou-se conselheiro da ABI em 1986. Atuou como presidente da instituição de 13 de junho de 2011 até 10 de setembro de 2020, quando foi eleito para a Assembleia Geral da ABI. Casado com Gel Pinheiro, tem dois filhos: a médica Mariângela Guimarães e o engenheiro Walter Pinheiro Filho. É membro da Academia Rotária de Letras.

SERVIÇO

Roda de conversa “O comunicador Cid Teixeira”
Quando: 11 de novembro, às 10h
Onde: Auditório Samuel Celestino (Rua Guedes de Brito, 1 – Praça da Sé | Edifício Ranulfo Oliveira, 8º andar)
Quanto: Gratuito e aberto ao público

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Notícias

No Dia Nacional da Cultura, IGHB lembra os 175 anos do nascimento de Ruy Barbosa

Os 175 anos do nascimento do jurista, político, jornalista, advogado e diplomata Ruy Barbosa serão lembrados na próxima terça (5) de novembro de 2024, das 16h às 18h, na sede do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia. O encontro terá as participações do jornalista Luis Guilherme Pontes Tavares e do professor Marcos Roberto de Santana.   

Instituição cultural mais antiga em funcionamento no Estado, a Casa da Bahia presta serviços educacionais e culturais, preenchendo lacunas no âmbito da pesquisa histórica e na formação da cidadania plena mediante a continuada difusão de valores cívicos. Por isso, a Biblioteca Ruy Barbosa do IGHB tem se constituído verdadeira referência no atendimento ao público, disponibilizando a consulta diária ao importante e valioso acervo bibliográfico e, sobretudo, os periódicos que circularam na capital baiana a partir do século XIX. 

Considerado em seu tempo “O Maior dos Brasileiros” Ruy Barbosa nasceu em 5 de novembro de 1849, na Rua dos Capitães (atual Ruy Barbosa) em Salvador. Desde cedo revelou imenso talento e após estudar em Recife e em São Paulo – onde foi colega do poeta Castro Alves, com quem participou da campanha contra a escravidão. Formou-se em Direito e voltou à Bahia iniciando a vida profissional de advogado e se elegendo deputado estadual. Em seguida, no Rio de Janeiro, teve merecido destaque durante o Império como jornalista e advogado. Com a Proclamação da República foi nomeado Ministro da Fazenda no governo de Deodoro da Fonseca. 

No governo seguinte, de Floriano Peixoto, por defender presos políticos e criticar duramente pela imprensa a primeira ditadura no Brasil, foi obrigado a ir para o exílio. Na volta foi eleito Senador pela Bahia, mandato renovado várias vezes. Foi candidato a Presidente da República quatro vezes, enfrentando o poderio militar e as oligarquias regionais. Na Holanda participou representando o Brasil na Conferência de Paz, quando defendeu a igualdade das nações, ganhando notoriedade universal. Morreu em 1923, aos 74 anos, consagrado mundialmente como um dos maiores juristas do seu tempo. 

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