A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) ficará em recesso nos próximos dias. Com o feriado de Corpus Christi na quinta-feira (19) e o São João na terça-feira (24), as atividades permanecerão suspensas até a quarta-feira 25, quando os colaboradores retornarão normalmente. Com respeito e amor à tradição do Nordeste, a ABI deseja a todos um período junino de muita paz, alegria, e arrasta-pé.
Para identificar variáveis associadas ao sofrimento mental no exercício da profissão de jornalista, visando desenvolver políticas que protejam esses profissionais, está em andamento um estudo sobre saúde mental na categoria. O estudo, em âmbito nacional, apesar de lançado em abril de 2024, carece ainda de maior adesão dos profissionais para produzir uma amostragem o mais representativa possível.
Participar é bem simples, basta responder a um questionário padronizado que envolve perguntas relacionadas ao trabalho. O preenchimento é online e pode ser feito através deste link. O tratamento dos dados é estatístico e as respostas não serão identificáveis. O conteúdo específico das respostas tem caráter totalmente sigiloso.
A iniciativa é fruto de uma parceria entre a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), os sindicatos de jornalistas filiados e a Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), ligada ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O estudo é coordenado pelo professor Marcelo Kimati Dias, do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Paraná.
Saúde é um direito
A saúde mental no ambiente de trabalho precisa ganhar mais atenção por parte dos jornalistas. Especialmente neste momento, face ao crescente adoecimento dos trabalhadores, cujos direitos históricos e mecanismos de proteção social vêm sendo sistematicamente retirados.
A precarização dos contratos de trabalho, com a crescente a pejotização geram muita insegurança no exercício profissional. Além disso, as novas tecnologias de informação aceleraram de tal forma a produção de notícias que está instalado um ambiente de ansiedade permanente na categoria, levando ao adoecimento.
O responsável pelo desenvolvimento da pesquisa é o Professor Marcelo Kimati Dias, do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Paraná, atuando por cessão de vínculo na Fundacentro-MTE. A coordenação do projeto é da Secretaria de Saúde e Segurança da FENAJ, juntamente com os departamentos de Saúde dos sindicatos filiados.
“O Sinjorba tem divulgado com frequência essa iniciativa e está empenhado para que se possa colher a maior amostragem possível, visando um bom diagnóstico dos problemas que afligem hoje nossa categoria”, afirma o presidente do Sindicato, Moacy Neves. “Participem da pesquisa. Saúde mental é um direito humano que interessa a todos”, finaliza o presidente.
A jornalista Suely Temporal, referência na assessoria de comunicação na Bahia, esteve na Faculdade de Comunicação da UFBA, nesta segunda-feira, 16, para um encontro com os estudantes da disciplina Gestão de Prática e Processos Jornalísticos, ministrada pelo professor Alexandro Mota. Na aula-entrevista, Suely revisitou momentos marcantes de sua carreira, da redação do Jornal da Bahia e dos bastidores da TV Itapoan à fundação da sua própria agência, a ATcom, uma das mais respeitadas do estado.
Entre gargalhadas, relatos emocionantes e conselhos valiosos, a convidada cativou os estudantes com sua narrativa viva e repleta de aprendizados práticos sobre o mercado de comunicação. “Eu sempre fui comunicativa. Conversava com todo mundo. Eu já nasci jornalista”, afirmou a 2ª vice-presidente da Associação Bahiana de Imprensa, ao contar sobre seu envolvimento com o jornal mural da escola e os primeiros passos na imprensa baiana.
A conversa foi permeada por reflexões sobre o papel do assessor de imprensa e a ética na profissão. “Assessoria de imprensa não é só escrever release. É escutar o tempo, ler contextos e costurar narrativas com empatia e estratégia. O assessor é um estrategista da comunicação”, definiu. Essa experiência ela garante que adquiriu no cotidiando da reportagem. “Eu era repórter geral, cobria de tudo, inclusive a editoria de Polícia”, contou.
Nessa época, ela colecionou alguns casos marcantes na imprensa baiana, como o incidente no Motel Mustang, ocorrido no Subúrbio de Salvador, em 1989. Suely aproveitou para fazer alertas importantes sobre o cuidado na forma de noticiar casos sensíveis e falou do Protocolo Antifeminicídio, publicação lançada pela ABI com o intuito de orientar a cobertura jornalística sobre esse tipo de crime.
Era ATcom
Suely também abordou os desafios de empreender na comunicação, sobretudo sendo mulher, num mercado historicamente masculino. Ao lado da sócia Cinthya Medeiros, ela fez história ao fundar em 1997 a então Agência de Textos Comunicação Corporativa. “Quando fundei a ATcom, éramos chamadas de ‘a assessoria das meninas’, como se fosse um negócio de brincadeira. Hoje, somos referência. Mas foi preciso muita gana, muita manha e muito sonho”, disse, citando versos de Gonzaguinha.
Atualmente a empresa é um dos maiores cases de sucesso do mercado baiano de comunicação, reunindo uma equipe de profissionais com amplo conhecimento e experiência em diversas áreas da comunicação corporativa, capazes de atuar em um mercado cada vez mais competitivo, de forma integrada.
Essência empreendedora
Com seu estilo bem-humorado e direto, Suely provocou risos e reflexões ao lembrar da época em que decidiu empreender após passar por experiências frustrantes no jornalismo e até mesmo com venda de produtos como Herbalife: “Se eu ia vender Herbalife, ia ser a melhor vendedora. E fui. Aprendi sobre gestão lendo livros, aplicando no dia a dia. Hoje, ensino isso para a minha equipe.”
“Sou assessora de imprensa e sou empresária, mas, antes de tudo, sou jornalista. Eu sempre fui jornalista”
Suely Temporal
A aula trouxe ainda momentos de emoção, como quando ela lembrou das entrevistas com figuras como Irmã Dulce e das amizades que construiu ao longo da vida. “É preciso ter fé na vida, manter a chama acesa, mesmo nas horas mais difíceis”, afirmou, emocionando os alunos ao falar de sua mãe, dona Nancy, de 91 anos, e da trajetória marcada por coragem e reinvenção.
Ao final, Suely foi aplaudida de pé pelos estudantes, que tiveram não apenas uma aula sobre jornalismo e empreendedorismo, mas uma verdadeira imersão em como ética, sensibilidade e ousadia podem caminhar juntas na construção de uma carreira sólida. “Ninguém ensina isso na faculdade: como fazer da sua paixão um negócio. Mas é possível. E vale a pena”, concluiu.
No aconchego do Auditório Samuel Celestino, no terraço da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), a música se vestiu de afeto e atravessou a noite como um sussurro apaixonado, nesta quarta (11), véspera do Dia dos Namorados. A Série Lunar, projeto da ABI em parceria com a Escola de Música da UFBA (EMUS), apresentou o concerto especial “Noite do Amor”, reunindo casais de músicos em duetos que emocionaram o público presente, pela sintonia e afeto demonstrados em cada ato.
Quem acompanhou o evento, testemunhou uma verdadeira celebração ao amor e à música, com os casais presenteando a plateia com suas interpretações do amor, explorando diversos estilos e gêneros musicais. E, claro, compartilhando suas histórias e experiências.
No palco, apresentações de renomados artistas vinculados à Emus, como a flautista Gabriela Machado e o trompista Celso Benedito; o violinista Alexandre Casado e a pianista Larissa Martins; a soprano Lília Falcão e o pianista Paulo Novais; o flautista Leandro Tigrão e a contrabaixista Jéssica Albuquerque, além de uma performance surpresa de Tota Portela e Teca Gondim, vice-diretora da Emus.
Em cada olhar trocado no palco, em cada nota ecoada, havia mais que técnica: havia história, cumplicidade e um amor traduzido em melodia. “Nossa escola, nos seus 70 anos de existência, tem sido testemunha de grandes amores e grandes paixões. A música é parceira do amor e é essa união cúmplice que celebramos hoje, com esses casais de artistas que estão juntos no amor, na música e na vida”, destacou Teca Gondim.
Em família
Um dos momentos mais marcantes da noite ocorreu quando o pequeno flautista Murilo, carinhosamente apelidado de “Tigrinho”, subiu ao palco para uma participação especial ao lado de seus pais, Jéssica Albuquerque e Leandro Tigrão. A família apresentou um medley intitulado “Brasileirinho”, interpretando clássicos da música popular brasileira com uma harmonia contagiante que encantou a plateia.
A interação carinhosa entre os casais e a sintonia evidente em suas performances criaram uma atmosfera acolhedora e romântica, transportando o público para um universo de emoções compartilhadas. Cada ato foi aplaudido com entusiasmo, refletindo o apreço do público pela música de qualidade e pela celebração do amor em suas diversas formas.
A coordenadora da Série Lunar, Amália Casal, destacou a importância do evento como uma oportunidade para refletir sobre o amor em um mundo que, muitas vezes, carece de compaixão. “Tratar o Dia dos Namorados não só como um dia em que se dá presentes, mas como um símbolo. E é interessante que a gente reproduza isso em música”, afirmou.
O concerto “Noite do Amor” não apenas celebrou o amor romântico, mas também evidenciou a força da música como linguagem universal capaz de unir pessoas. “Com uma plateia cativa e uma noite repleta de belas apresentações, o evento reafirmou o compromisso da Série Lunar em promover cultura e educação por meio da música”, completou Ernesto Marques, presidente da ABI.
A próxima Série Lunar está prevista para o dia 09 de julho, prometendo mais momentos inesquecíveis para o público amante da boa música.