Notícias

ONG registra 127 jornalistas mortos pelo novo coronavírus. 14 só no Brasil

A ONG suíça Press Emblem Campaign (PEC), com sede em Genebra,  informou em seu site (leia em inglês) que entre 1º de março e 31 de maio morreram pelo menos 127 jornalistas em 31 países por causa da pandemia de Covid-19, sendo 14 apenas no Brasil. A entidade aponta que a causa da infecção dos profissionais de imprensa reside no front do combate, como os hospitais, centros médicos, laboratórios, cemitérios e outros locais onde reportam suas matérias. A organização adverte que o número de mortos pelo novo coronavírus pode ser bem maior, devido às falhas de notificação e à baixa testagem.

Por regiões, o número de jornalistas mortos pela Covid-19  foi maior na América Latina, com 62 casos, seguidos pela Europa com 23,  Ásia 17, EUA/Canadá 13 e África 12. No site da Press Emblem Campaign consta o nome da maior parte das vítimas e pequeno obituário.

A principal atividade da PEC é defender a liberdade de imprensa e monitorar mundialmente as atividades do setor. Entre suas tarefas constam ações de divulgação do conhecimento e práticas jornalísticas, produção de estatísticas abrangendo a indústria jornalística, assim como os serviços conexos como o de comunicação empresarial e relações públicas. A ONG tem sido um braço informal da ONU e suas principais fontes são as associações nacionais do trade. Na pandemia, a entidade apura os óbitos de jornalistas e comunicadores.

Segue abaixo a lista dos 14 jornalistas brasileiros que faleceram pela pandemia e foram registrados no levantamento da PEC:

  1. Alexandre Rangel, Ceará
  2. Alfredo Menezes, 72 anos, Maranhão
  3. Emery Jussuer Costa, 74 anos, Rio Grande do Norte
  4. Fernando Sandoval, 78 anos, S. Paulo
  5. Jesus Chediak, 78 anos, Rio de Janeiro
  6. José Augusto Nascimento Silva, 57 anos, Rio de Janeiro
  7. Lauro Freitas Filho, 61 anos, Rio de Janeiro
  8. Manuel Gomes Silva, Paraíba
  9. Marcelo Bittencourt. 68 anos, S. Paulo
  10. Mário Garçone, Rio de Janeiro
  11. Renan Antunes, 71 anos, Santa Catarina
  12. Roberto Augusto dos Santos, Amazonas
  13. Roberto Fernandes, 61 anos,  Maranhão
  14. Uliana Mota, 33 anos, Pará

*Informações do Portal IMPRENSA

publicidade
publicidade
Notícias

Crescimento de casos de Covid-19 nos veículos de comunicação preocupa Sinjorba

Oito profissionais testaram positivo na Rede Bahia, entre as equipes da TV Bahia e TV Santa Cruz, sendo um jornalista. Um motorista do jornal A Tarde apresentou a doença, um jornalista da Record TV Itapoan testou positivo, enquanto outro está sob suspeita. Os casos foram divulgados pelo Sinjorba – Sindicato dos Jornalistas do Estado da Bahia. O avanço do novo coronavírus sobre os jornalistas e demais profissionais da comunicação na Bahia tem preocupado a entidade, que desde o início da pandemia cobra medidas para garantir a segurança da categoria.

Em matéria divulgada neste domingo (24), o Sinjorba lembra que, antes mesmo da confirmação desses casos, já havia solicitado à Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) a inclusão dos jornalistas e demais profissionais de imprensa nos grupos de testagem para Covid-19 (aqui). Em 16 de março, início da quarentena, a entidade enviou documentos a todos os veículos de comunicação, com procedimentos e orientações que poderiam ser adotadas pelos profissionais e pelas empresas para evitar a exposição à doença (aqui). No dia 25 de março, a entidade endereçou ao secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas Boas, ofício solicitando vacinação de jornalistas contra o vírus Influenza.

O Sindicato também chegou a enviar, no dia 2 de abril, ofício ao governador Rui Costa, em que ressalta a gravidade da crise de saúde pública e pede para que “os profissionais de imprensa sejam incluídos entre os grupos que receberão as vacinas contra influenza, em campanha já iniciada pelas prefeituras baianas”. A comunicação destacou o decreto federal 10.288, de 22 de março de 2020, define os serviços relacionados à imprensa como essenciais e que os profissionais devem receber medidas para evitar adoecimento. Em novo ofício enviado à Sesab no último dia 13, o Sinjorba insistiu na inclusão de jornalistas e radialistas no grupo para teste da covid-19.

“Como as autoridades nem sequer respondem, vamos ao Ministério Público. Pedi ao advogado hoje para providenciar isso”, revelou Moacy Neves, presidente do Sinjorba. O dirigente considera a vacinação e a testagem ações essenciais para o cumprimento do inciso 3º, artigo 4º do decreto 10.288. Para ele, é necessário que as empresas ajam com transparência ao tratar dos cuidados preventivos que estão tomando, já que diz respeito à saúde dos trabalhadores. “Queremos que os veículos se responsabilizem pela testagem dos jornalistas. Além disso, é necessário mais cuidados com os profissionais que precisam ir às ruas, não enviando o trabalhador para uma pauta em transporte comunitário, por exemplo, bem como somente em situações extremas, evitando coberturas desnecessárias, além de fornecer EPIs regularmente”, reivindica.

“O jornalismo foi considerado serviço essencial, mas não foi incluído nas medidas para evitar o contágio da covid-19 e nem nas campanhas de vacinação contra a gripe”, reclama Fernanda Gama, vice-presidente da entidade. Ela destaca que poucas prefeituras atenderam ao pedido do Sindicado pela inclusão dos profissionais de imprensa na campanha de vacinação contra o H1N1. “Diante da falta de coerência das autoridades, que decretam a essencialidade do serviço mas não criam condições para isso, cabe às empresas tomar providências e cuidados para preservar a saúde dos profissionais”, completa Fernanda.

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) enviou em março ofício ao Ministério da Saúde, solicitando a inclusão dos jornalistas no grupo prioritário de vacinação da gripe (Influenza A (H1N1), Influenza B e Influenza A (H3N2). Isso para garantir que os municípios recebam mais doses da vacina. No entanto, de acordo com calendário divulgado pelo MS, a Campanha Nacional de Vacinação entrou na terceira e última fase (será encerrada no dia 5 de junho), sendo que até agora as entidades não obtiveram resposta positiva sobre a imunização da categoria.

publicidade
publicidade
Notícias

Rede CoVida promove webinar com lançamento de manual sobre a cobertura da pandemia

A Rede CoVida – Ciência, Informação e Solidariedade realizará nesta terça-feira (12), às 20h, o webinar “Como cobrir a pandemia de Covid-19 no Brasil?”. O evento online marca o lançamento de um material de apoio para os profissionais de comunicação. A produção inclui um manual com orientações para jornalistas, um glossário de termos e a newsletter “Ferramentas Covid-19”. Convidados discutirão temas relacionados à cobertura jornalística do novo coronavírus. As inscrições para participar através do Zoom podem ser feitas neste link e o público poderá interagir com a discussão. O webinar será transmitido pelo canal do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) no Youtube.

A CoVida foi criada há dois meses, pouco depois de a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar a pandemia de coronavírus. A iniciativa é do Cidacs/Fiocruz Bahia, em conjunto com a Universidade Federal da Bahia (UFBA). O projeto conta com o apoio de colaboradores de outras instituições de pesquisa nacionais e internacionais. Entre os objetivos da rede está a síntese, produção e divulgação científica, visando informar a sociedade e orientar gestores. A Rede também é responsável por um painel de monitoramento do coronavírus no Brasil, atualizado em tempo real. A plataforma permite que o usuário visualize a evolução dos casos, os óbitos, a concentração da doença e a previsão da situação nos próximos dias em todos os estados no Brasil. 

No evento mediado amanhã por Raíza Tourinho, jornalista e coordenadora da Comunicação da Rede CoVida, o presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Marcelo Träsel, falará sobre o uso de dados na cobertura da Covid-19; a jornalista de Ciência do Jornal O Globo, Ana Lucia Azevedo, abordará a rotina jornalística na cobertura da pandemia; e a coordenadora de Comunicação e Jornalismo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Raquel Aguiar, que tratará da disseminação de informações no contexto do novo coronavírus.  A jornalista Luciellen Lima, pesquisadora de comunicação da Rede CoVida, apresentará o material produzido pela frente de  comunicadores e cientistas, criada há dois meses para enfrentar a pandemia do coronavírus através de pesquisas e divulgações.

O material preparado pela Rede CoVida reúne indicações para a cobertura no contexto brasileiro, apontando o que se deve evitar, quando ter cautela, quais os melhores caminhos a seguir e os cuidados ao analisar números e fazer comparações entre dados de países e regiões diferentes. O material  especial destinado a jornalistas abarca ainda orientações de prevenção no trabalho da imprensa dentro e fora das redações. Essas informações estão presentes nas Orientações e na newsletter Ferramentas Covid-19. Além disso, o Glossário inclui mais de 70 verbetes amplamente utilizados no contexto da pandemia. A produção pode ser consultada na seção “imprensa” do site da Rede CoVida.

Comunicação como estratégia

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a comunicação voltada para o engajamento das populações no combate à pandemia está entre as ações mais eficazes para o controle do novo coronavírus. “Ajudar a atenuar um pouco os impactos da pandemia, ao levar informações confiáveis para as pessoas, é meu dever enquanto cidadã e jornalista”, destaca a coordenadora do Grupo de Comunicação da Rede CoVida e do Núcleo de Comunicação do Cidacs, Raíza Tourinho. Na Rede, ela é responsável pela gestão das necessidades de comunicação e das atividades da equipe de voluntários de comunicação, pelo atendimento à imprensa, pelo relacionamento entre a gestão e pesquisadores, pela interlocução com parceiros, organização dos webinários e auxilia na elaboração de estratégias de disseminação de conteúdo.

Em meio à enxurrada de conteúdos que estão sendo produzidos e divulgados no momento, Luciellen Souza Lima, doutoranda no Programa de Pós-graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da Universidade Federal da Bahia – PósCom/UFBA e integrante da equipe de comunicadores do projeto, ressalta a importância desse trabalho. “A gente utiliza a comunicação como estratégia, como ferramenta para combater a desinformação e as fake news e salvar vidas”, afirma. Luciellen integra o Grupo de Pesquisa em Jornalismo On-Line da Faculdade de Comunicação da UFBA (GJOL/Facom). Na CoVida, ela atua principalmente na produção de conteúdo jornalístico escrito e audiovisual, e na assessoria de imprensa.

Rotina 

“Os pesquisadores  se dividem em grupos por temas, alguns pesquisam sobre diagnóstico e outros sobre possíveis vacinas, por exemplo. Eles coletam artigos divulgados diariamente e, a partir disso, produzem notas técnicas, boletins, quinzenários, pareceres, etc. A equipe de comunicação pega esse material e cria estratégias para divulgar para os diversos públicos”, explica Luciellen Souza. Além do público alcançado por publicações no site e nas redes sociais, como Instagram, Facebook, Twitter, YouTube e WhatsApp, o grupo desenvolve estratégias específicas que direcionam conteúdos para jornalistas – orientações, releases e sugestões de pautas. 

Os colaboradores também produzem materiais didáticos direcionados a gestores de saúde, hospitais, prefeituras e secretarias de saúde, visando os auxiliar nas tomadas de decisão. “Temos reuniões diárias com a equipe da comunicação, grupos de whatsapp segmentados para facilitar a comunicação rápida sobre os mais diversos temas em pauta, e fico disponível para a equipe o máximo que posso”, diz a pesquisadora, que ressalta o desafio de conciliar a atuação na rede com outros trabalhos e atividades domésticas. “Tenho que conciliar com as reuniões com os grupos de pesquisa, com os artigos que eu estou produzindo para publicar em revistas e minhas obrigações de casa mesmo”, conclui.

Para Raíza Tourinho, “os estudantes de graduação são essenciais para manter as atividades funcionando, visto que, em geral, têm mais tempo disponível para execução das tarefas”, salienta. Os voluntários têm a oportunidade de atuar com o acompanhamento de profissionais experientes e aumentar o portfólio, além de contribuir com um projeto relevante para o combate à pandemia. Todo o projeto vem sendo desenvolvido remotamente, em perspectiva de home office. Dificuldades como falta de equipamentos e estrutura são realidade. Raíza destaca que a maior parte da equipe não se conhecia previamente, então, foi preciso aprender a trabalhar em conjunto, lidando com agendas, competências e habilidades. 

* Com informações da Rede CoVida e do Facom Informa.

*Rayssa Pio é estagiária da ABI, sob a supervisão de Joseanne Guedes.

publicidade
publicidade
Notícias

Manual de comunicação orienta jornalistas na cobertura do coronavírus

O Voces del Sur, projeto de monitoramento da liberdade de expressão e de imprensa na América Latina, lançou um guia que orienta como cobrir e elaborar reportagens sobre a pandemia do novo coronavírus. A entidade reúne organizações da sociedade civil em dez países: Argentina, Bolívia, Equador, Honduras, Peru, Uruguai, Venezuela, Nicarágua, Guatemala e Brasil, representado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).

O guia aponta que “o trabalho da mídia afeta a geração de confiança na população. Mas, também não se comunicar adequadamente produz desconfiança e medo”. Intitulado “Jornalismo em tempos de #Covid-19: guia de cobertura latino-americana”, o manual alerta sobre como a imprensa tem papel fundamental no gerenciamento de crises de saúde e alertas globais.

Além de informações sobre os cuidados necessários para cobertura de uma crise sanitária, o manual também reúne informações sobre o primeiro contágio ocorrido Brasil, no dia 26 de fevereiro. O documento publicado em língua espanhola está disponível para download (baixar) gratuito no site do Voces del Sur e traz dicas para o trabalho em home office ou nas redações.

*Informações do Portal Comunique-se

publicidade
publicidade