ABI BAHIANA

Nova diretoria da ABI toma posse em cerimônia histórica

A cena parecia saída de um livro de memórias. Uma menina de nove anos, vestida de esperança, sobe ao palco do Auditório Samuel Celestino. Seu nome é Tainá Alencar e sua voz entoa uma canção que atravessa o tempo: a mesma “Ária de Narizinho”, interpretada pela pequena Suely Temporal em 1972, quando ainda era aluna da Hora da Criança. O passado se refaz em presente e se projeta em futuro. Era a forma mais doce e simbólica de anunciar o que todos aguardavam: a posse da primeira mulher a presidir a Associação Bahiana de Imprensa em seus 95 anos de existência.

Foto: Marina Silva

Diante do auditório lotado, repleto de jornalistas, autoridades, amigos e familiares, a jornalista e empresária assumiu, na noite desta quarta-feira (10), o comando da entidade, em um clima de emoção e simbolismo. A própria Suely havia se apresentado pouco antes, na abertura da Cerimônia de Posse (assista no Youtube), junto ao Grupo Vocal Pentágono.

Foto: Marina Silva

A solenidade foi conduzida pelos jornalistas Camila Marinho, da Rede Bahia, e Luís Filipe Veloso, do Grupo Bandeirantes, – emissoras apoiadoras da cerimônia de posse -, e contou com momentos de memória e homenagem à trajetória da ABI.

Foto: Marina Silva

Coube ao jornalista Antônio Walter Pinheiro, presidente da Assembleia Geral da instituição, realizar a leitura do termo de posse e oficializar o início do novo ciclo, depois de um dia intenso de votação em regime híbrido.  Ele deixou uma mensagem de boa sorte para a presidente que chega. “É bem-aventurada aquela que pode, sorrindo e cantando, assumir pesados e novos desafios, que é a nossa nova presidente Suely Temporal.”

Foto: Marina Silva

Legado

“Eu tinha 32 anos quando José Jorge Randam me empurrou para a Diretoria, sob as desconfianças de Jorge Calmon, que temia me ver formar uma dupla de terroristas, com Agostinho Muniz”, brincou o ex-presidente Ernesto Marques, em seu discurso de despedida.

Emocionado, ele ressaltou a permanência da ABI como referência da memória e da luta pela liberdade de imprensa. “Ao completar 95 anos, a ABI diz que fica. Fica para reverenciar permanentemente a própria memória e assim colaborar na defesa da memória, da história e da cultura de Salvador e da Bahia.”

Foto: Marina Silva

Marques destacou a renovação e a relevância da entidade em um cenário de transformações sociais. “O que fica é uma entidade inteira, renovada e mais viva do que nunca. Uma ABI conectada com a vida dos jornalistas e capaz de se fortalecer na contramão do obscurantismo, pregando respeito e empatia como condições para o pleno exercício das liberdades democráticas”, disse.

“Nesta noite especial e inédita, também por questões de gênero, me alegra muito, como presidente da Associação Bahiana de Imprensa, agradecer à minha amada professora Cybele Amado pela sua presença efetiva, não apenas figurando como ‘primeira-dama’, mas colaborando decisivamente em muitas das nossas atividades”, reconheceu.

Foto: Marina Silva

Ernesto Marques preferiu não fazer do discurso um balanço, mas lembrou feitos como a celebrada Revista Memória da Imprensa, falou dos desafios que aguardam a nova gestão, a exemplo da situação financeira da entidade, e agradeceu nominalmente ao corpo de funcionários pela lealdade e compromisso nos tempos difíceis.

“Trabalhei muito para que a minha sucessora não fosse exigida nos limites aos quais eu fui submetido, e acho que a ABI que fica dispensa estes sacrifícios. Isso não significa desconhecer ou minimizar as dificuldades, muito pelo contrário. Até porque as dificuldades são bem conhecidas”, ressaltou.

Antes de deixar o cargo, Marques fez questão de devolver o busto de Ranulfo Oliveira à entrada do edifício que leva o seu nome, na Praça da Sé. Ranulfo presidiu a ABI por 39 anos e foi um dos responsáveis pela construção do prédio que ainda é a principal fonte de receita da entidade. Também se despediu do corpo diretivo da ABI a jornalista Amália Casal, que atuou como 1ª secretária e coordenadora da Série Lunar, exitoso projeto da ABI em parceria com a Escola de Música da UFBA.

Compromisso

Da infância que retornou em forma de canto ao futuro que se abre em forma de compromisso, ao assumir a tribuna, Suely falou com gratidão e firmeza sobre o peso histórico da sua eleição.

Foto: Marina Silva

“Assumo com orgulho e compromisso a presidência da ABI, sabendo que este momento não é apenas sobre mim, é sobre a história que estamos escrevendo juntos. Pela primeira vez em 95 anos, uma mulher ocupa este lugar, e isso representa um passo importante na caminhada pela equidade, pela representatividade e pelo reconhecimento das muitas jornalistas que fizeram e fazem a comunicação na Bahia”, afirmou.

Ela integra a Diretoria da ABI há dois mandatos, tendo ocupado a 2ª vice-presidência da entidade, e foi uma das responsáveis, entre outras importantes iniciativas, pela criação do Protocolo Antifeminicídio, uma publicação que apoia a cobertura jornalística sobre crimes contra as mulheres.

Temporal sublinhou o caráter coletivo da conquista. “Essa posse não é sobre mim, é sobre nós. Represento cada uma de vocês em uma sociedade onde o machismo estrutural impera. Precisamos insistir, porque promover a presença feminina em espaços de decisão é também enriquecer os processos com perspectivas mais humanas, cuidadosas e inclusivas”.

Foto: Marina Silva

A dirigente também defendeu o papel central da ABI diante dos desafios contemporâneos. “Num mundo cada vez mais marcado pela desinformação, a imprensa livre, responsável e ética nunca foi tão necessária. A ABI precisa ser uma casa aberta, pulsante e plural, capaz de unir passado e presente para construir o futuro”.

Um agradecimento especial foi direcionado a suas filhas Carícia e Milena, à sua mãe, Dona Nancy, de 91 anos, ao esposo Rubens Nunes, a Cynthia Medeiros, sua sócia há quase três décadas na premiada ATcom – Comunicação Corporativa, e à publicitária Juliana Montenegro, parceira da empresa por meio do Núcleo de Inteligência de Mercado.

Presenças e símbolos

Entre as autoridades presentes, a secretária de Comunicação de Salvador, Renata Vidal, classificou a posse como um marco histórico. Não é apenas uma noite da ABI, mas da comunicação baiana e da história do nosso estado”, disse.

A deputada Fabíola Mansur representou Ivana Bastos, primeira mulher a presidir a Assembleia Legislativa da Bahia em 190 anos de existência do Parlamento estadual. Ela destacou o simbolismo da eleição. “O que a ABI faz hoje é mudar a história da imprensa baiana, quando os jornalistas elegem Suely Temporal para estar à frente da entidade nesse triênio”.

Da mesma forma, a jornalista Fernanda Gama, presidente do Sinjorba, reforçou a irmandade entre as duas instituições, reafirmando a continuidade da parceria que já rendeu frutos como a Rede Agostinho Muniz Filho de Combate à Violência contra a Imprensa. “O Sinjorba e a ABI sempre tiveram, durante a nossa gestão, nos últimos seis anos, com Moacy [Neves] à frente e com o Ernesto à frente, uma relação de amizade. Acredito e tenho certeza que vamos continuar.”

No público, estavam ainda nomes como o vice-presidente da Fenaj, Moacy Neves; o diretor-adjunto do Departamento de Comunicação Social (DCS) da PMBA, o tenente-coronel Marcelo Pitta; representantes de instituições religiosas e entidades culturais; empresários, acadêmicos; o gerente da Unidade de Marketing e Comunicação (UMC) do Sebrae Bahia, Marcos Araújo, o jornalista responsável pela Agência Sebrae de Notícias (ASN), Pedro Otto; o coordenador do Comitê de Comunicação do Sinicon, Marcelo Gentil; o presidente da Hora da Criança, Mateus Russo; além de dirigentes de veículos de mídia, como Augusto Correia Lima, diretor Regional Norte/Nordeste Grupo Bandeirantes, e Yêda Maia, diretora da Due Content, responsável pela Revista Viver Vitória.

Com a posse, a ABI inicia seu 48º ciclo diretivo, marcado pela representatividade feminina e pelo desafio de fortalecer a comunicação baiana rumo ao centenário da entidade. “Queremos entrar no segundo século como sempre fomos: atuantes e relevantes para a sociedade. E para isso será preciso contar com todos, homens e mulheres, sem distinção”, concluiu Suely.

Diretoria eleita:

Assembleia Geral
Presidente                      Walter Pinheiro
Vice-presidente             Luis Guilherme Pontes Tavares
Secretária                       Helô Sampaio

Suplentes                      
Biaggio Talento
Wilson Midlej                                                             

Diretoria Executiva
Presidente                       Suely Temporal
1º Vice                            Raimundo Marinho
2ª Vice                            Carmela Talento
1a. Secretária                Jaciara Santos
2a. Secretaria                Nelson Cadena
Dir. Finanças                 Henrique Filho
Vice Dir. Finanças      Antônio Matos
Dir. Defesa DI/DH      Paulo de Almeida Filho
Diretora de Cultura   Yara Vasku
Dir. Prom. Social         Nelson José de Carvalho
Dir. de Patrimônio      Sara Barnuevo
Dir.  Comunicação    Yuri Almeida

Suplentes                
Fernando Duarte
Genilson Coutinho
Mariana Alcântara

Conselho Consultivo

Titulares:
Emiliano José
Levi Vasconcelos
Joaci Góes

Suplentes                 
Jolivaldo Freitas
Zuleica Andrade

Conselho Fiscal

Titulares:
Mariana Carneiro
Pedro Daltro
Valter Xéu

Suplentes
Eduardo Tito
Isabel Santos
Jefferson Beltrão

publicidade
publicidade
ABI BAHIANA

ABI faz história e elege primeira mulher para a presidência

A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) viveu nesta quarta-feira (10/09) um momento histórico. Pela primeira vez em 95 anos, a entidade terá uma mulher na presidência: a jornalista e empresária Suely Temporal, eleita com a chapa “ABI Plural” para o triênio 2025-2028.

A chapa única protagonizou um pleito que simboliza a unidade dos associados em torno do novo projeto de gestão. A diretoria representa uma renovação de 40% em relação ao grupo anterior, e sucede o jornalista Ernesto Marques, que deixa o cargo após um período marcado por avanços institucionais significativos.

A Assembleia Geral Extraordinária (AGE) foi realizada em formato híbrido, com votação presencial na sede da ABI e participação virtual via Zoom. O processo foi conduzido de forma transparente, conforme edital público e cronograma previamente divulgado.

Esse resultado representa um passo importante na caminhada da ABI pela equidade, pela representatividade e pelo reconhecimento das muitas mulheres que, ao longo do tempo, fizeram e fazem o jornalismo na Bahia com coragem, talento e ética.

Suely Temporal, presidente da ABI

Em sua última AGE, o agora ex-presidente Ernesto Marques destacou a continuidade da missão institucional.
“Fica a ABI. Fica uma ABI conectada com o que está acontecendo hoje, que cresceu como organização e junto aos seus representados, animando a participação de profissionais, dirigentes e empresários da comunicação”, afirmou.

Depois de parabenizar Ernesto Marques pelos dois mandatos bem-sucedidos, Antônio Walter Pinheiro, presidente da Assembleia Geral da ABI, proclamou o resultado.
“Declaro eleita a chapa ABI Plural e parabenizo a nossa presidente, Suely Temporal, desejando-lhe muito sucesso e que as graças de Deus lhe permitam atravessar com serenidade os mares bravios que aí estão”, declarou.

Celebração

O resultado foi celebrado por associados e lideranças da comunicação, que usaram o momento do voto para apoiar a gestão que se inicia. O jornalista Moacy Neves, vice-presidente da Fenaj, secretário de Administração e Finanças e ex-presidente do Sinjorba, ressaltou o simbolismo do momento.
“Eu fico muito feliz de ter pessoas amigas, comprometidas e mulheres à frente da nossa ABI. É fundamental avançarmos na conquista dos espaços de igualdade”, disse.

A gestora de comunicação da Fecomércio-BA, Délia Coutinho, reforçou a importância da proximidade institucional.
“Desejo sucesso e agradeço a Ernesto pela sua gestão que aproximou a ABI das instituições da sociedade civil. Espero que essa parceria se mantenha com Suely”, afirmou.

Associados do interior também participaram ativamente do processo. De Barrocas-BA, o jornalista Rubenilson Nogueira destacou:
“Tenho muito orgulho de estar participando deste momento ímpar. É uma satisfação tê-la liderando a ABI e nos representando”.

Entre as manifestações, membros da diretoria anterior também ressaltaram o marco histórico. Jaciara Santos, ex-diretora de Comunicação e agora 1ª secretária, afirmou:
“Foi muito importante fazer parte dessa história. Às vésperas de completar 100 anos, a ABI eleger uma presidente mulher é um feito simbólico”.

Já o jornalista e professor Luís Nova destacou a trajetória da nova presidente.
“Sei da importância profissional que Suely tem, e tenho certeza de que fará um trabalho sólido, sem deixar nenhum espaço vazio na ABI”, declarou.

Confira abaixo a composição da Diretoria eleita:

Assembleia Geral
Presidente                      Walter Pinheiro
Vice-presidente             Luis Guilherme Pontes Tavares
Secretária                       Helô Sampaio

Suplentes                      
Biaggio Talento
Wilson Midlej                                                             

Diretoria Executiva
Presidente                       Suely Temporal
1º Vice                            Raimundo Marinho
2ª Vice                            Carmela Talento
1a. Secretária                Jaciara Santos
2a. Secretaria                Nelson Cadena
Dir. Finanças                 Henrique Filho
Vice Dir. Finanças      Antônio Matos
Dir. Defesa DI/DH       Paulo de Almeida Filho
Diretora de Cultura   Yara Vasku
Dir. Prom. Social         Nelson José de Carvalho
Dir. de Patrimônio      Sara Barnuevo
Dir.  Comunicação    Yuri Almeida

Suplentes                
Fernando Duarte
Genilson Coutinho
Mariana Alcântara

Conselho Consultivo

Titulares:
Emiliano José
Levi Vasconcelos
Joaci Góes

Suplentes                 
Jolivaldo Freitas
Zuleica Andrade

Conselho Fiscal

Titulares:
Mariana Carneiro
Pedro Daltro
Valter Xéu

Suplentes
Eduardo Tito
Isabel Santos
Jefferson Beltrão

publicidade
publicidade
Blog das vidas

ABI elegerá nova diretoria nesta quarta (10). Saiba quem integra a chapa!

Nesta quarta-feira, 10 de setembro, a Associação Bahiana de Imprensa viverá um de seus momentos mais emblemáticos. A Assembleia Geral Extraordinária, convocada para eleger a nova diretoria do triênio 2025–2028, acontecerá das 9h às 17h, na sede da entidade e em sala virtual de videoconferência. Às 19h, a posse dos eleitos celebrará a transição administrativa e a renovação simbólica de uma instituição que se aproxima do centenário.

A gestão que se encerra, conduzida pelo jornalista Ernesto Marques desde 2020, é reconhecida pela solidez em tempos adversos. Com equilíbrio entre austeridade financeira, criatividade institucional e diálogo com a sociedade, Marques consolidou a ABI como espaço plural de convivência intergeracional do jornalismo baiano, além de fortalecer a atuação cultural e a defesa intransigente da liberdade de expressão.

À frente de uma diretoria com o maior número de mulheres desde a fundação da ABI, Ernesto Marques vivenciou em sua gestão o lançamento do Protocolo Antifeminicídio, para apoiar a cobertura jornalística sobre crimes de gênero; a criação da Rede Agostinho Muniz Filho de Combate à Violência Contra a Imprensa; a publicação de oito edições regulares e cinco edições especiais da Revista Memória da Imprensa; homenagens a figuras importantes do jornalismo no estado e no país, como o fotojornalista Anízio Carvalho, por meio da Exposição Ginga Nagô; realizou projetos de modernização administrativa e intervenções essenciais no Edifício Ranulfo Oliveira, como a reforma do auditório, a implantação do plano de combate a incêndio, a substituição do sistema hidráulico e outras melhorias. Alguns projetos ficaram pelo caminho, por causa da realidade financeira da entidade, e constituem importantes desafios para a nova gestão.

Renovação

O futuro já se anuncia diverso. A chapa “ABI Plural”, homologada em agosto, traz 40% de renovação na composição da diretoria, gesto que reforça a vitalidade da entidade e abre espaço para novas vozes, experiências e sensibilidades. O caráter democrático do processo, com transparência de etapas e participação híbrida, reflete o compromisso da ABI com sua missão fundacional.

Ernesto Marques e Suely Temporal | Foto: Joseanne Guedes/ABI

O pleito traz um marco histórico. Pela primeira vez em 95 anos, a entidade será presidida por uma mulher: a jornalista Suely Temporal, até então 2ª vice-presidente, que agora assume a responsabilidade de liderar um dos mais respeitados fóruns da imprensa baiana. Sua eleição representa mais do que representatividade: simboliza a maturidade de uma instituição que reconhece, na diversidade, a chave para a continuidade de seu protagonismo.

A eleição e a posse do dia 10 não são meros ritos estatutários, mas a celebração de um legado que se projeta para o futuro, afirmando que a Associação Bahiana de Imprensa permanece fiel à sua história, mas não teme reinventar-se diante dos desafios contemporâneos.

Por que esta eleição é emblemática?

Renovação – Aproximadamente 40% da diretoria é inédita, trazendo novas perspectivas e dinamismo para a gestão

Primeira mulher presidente – Suely Temporal assume, em um importante marco institucional que reforça a ampliação da participação feminina na liderança da entidade

Transparência – Processo formalizado com edital público, cronograma claro e votação híbrida, assegurando participação e legitimidade

Legado e continuidade – A gestão de Ernesto Marques é reconhecida pela excelência, e a sucessão respeita o legado fundacional da Associação

Confira abaixo a composição da chapa:

Assembleia Geral
Presidente                      Walter Pinheiro
Vice-presidente             Luis Guilherme Pontes Tavares
Secretária                       Helô Sampaio

Suplentes                      
Biaggio Talento
Wilson Midlej                                                             

Diretoria Executiva
Presidente                       Suely Temporal
1º Vice                            Raimundo Marinho
2ª Vice                            Carmela Talento
1a. Secretária                Jaciara Santos
2a. Secretaria                Nelson Cadena
Dir. Finanças                 Henrique Filho
Vice Dir. Finanças      Antônio Matos
Dir. Defesa DI/DH       Paulo de Almeida Filho
Diretora de Cultura   Yara Vasku
Dir. Prom. Social         Nelson José de Carvalho
Dir. de Patrimônio      Sara Barnuevo
Dir.  Comunicação    Yuri Almeida

Suplentes                
Fernando Duarte
Genilson Coutinho
Mariana Alcântara

Conselho Consultivo

Titulares:
Emiliano José
Levi Vasconcelos
Joaci Góes

Suplentes                 
Jolivaldo Freitas
Zuleica Andrade

Conselho Fiscal

Titulares:
Mariana Carneiro
Pedro Daltro
Valter Xéu

Suplentes
Eduardo Tito
Isabel Santos
Jefferson Beltrão

SERVIÇO

Eleições ABI – 2025-2028
Quando: 10 de setembro (quarta-feira), das 9h às 17h | Cerimônia de posse às 19h
Local: Rua Guedes de Brito, 1, Praça da Sé (Edifício Ranulfo Oliveira, 2º andar)
Online – Videoconferência (Para receber o link de acesso, entre em contato com o Atendimento: 71 98426-1460) | Você também pode registrar seu voto pelo email <[email protected]>

publicidade
publicidade
ABI BAHIANA

Eleições ABI: Que desafios aguardam a nova gestão da ABI?

Por quase uma década, a Associação Bahiana de Imprensa vive sob o peso de um contrato de locação que deixou de acompanhar a realidade. Desde outubro de 2015 o valor pago pela Prefeitura de Salvador pela locação do Edifício Ranulfo Oliveira, sede da ABI, permanece em 57 mil reais, quando, pelo índice contratual, deveria estar na casa de 88 mil reais. A defasagem acumulada projeta um passivo superior a 2,45 milhões de reais, cifra que pressionou a operação, as contas e, sobretudo, a missão cultural da casa que guarda boa parte da memória da imprensa baiana.

12 de agosto de 2024

A diretoria da ABI marca reunião com a Prefeitura para o dia 13. O tema é o mesmo que se arrasta há anos: recompor o equilíbrio econômico-financeiro do contrato do Edifício Ranulfo Oliveira, sede histórica da entidade. Àquela altura, como medida de contenção de despesas, a ABI já havia migrado integralmente para o trabalho remoto desde meados de julho; projetos culturais foram descontinuados, com exceção da Série Lunar mantida com apoio privado, e a prioridade passou a ser a defesa dos acervos. A Prefeitura ocupa mais de dois terços do prédio e os contratos não são reajustados desde 2016, apesar de investimentos e adequações exigidos ao longo do período. A expectativa era corrigir valores conforme o indexador pactuado e discutir a quitação da dívida acumulada.

16 de agosto de 2024

Sem avanços concretos, a ABI convoca duas assembleias, uma ordinária e outra extraordinária, para deliberar sobre o impasse. No chamado de pauta, há a constatação dura: o aniversário de 94 anos e a própria rotina da sede estão comprometidos, e projetos de fôlego, como a Casa da Palavra Ruy Barbosa, foram profundamente afetados ou inviabilizados. Dada a gravidade, a entidade leva o tema à sua instância máxima de decisão.

28 de agosto de 2024

Em manhã de casa cheia, as contas do exercício são aprovadas por unanimidade e a governança da ABI recebe elogios públicos. A assembleia extraordinária valida uma comissão de negociação, presidida por Ernesto Marques, autoriza a continuidade dos entendimentos com o Executivo municipal e delibera pela solicitação de parecer a um escritório de advocacia, além de manter a assembleia em caráter permanente, para dar celeridade às providências.

2 de dezembro de 2024

Um encontro entre Ernesto Marques e o prefeito Bruno Reis, ocorrido nos bastidores de uma homenagem na Assembleia Legislativa, reaquece a esperança de uma solução. Fica o compromisso de uma reunião de gabinete com o secretário de Governo, Cacá Leão. Quem circula pelos corredores do Ranulfo Oliveira, porém, conhece a urgência: o Museu de Imprensa somava praticamente um ano sem funcionamento, e a adoção do trabalho remoto, somada ao fechamento de equipamentos culturais, é parte de um pacote amargo de contenção para manter obrigações fiscais e trabalhistas em dia, ainda que com prejuízos à conservação de acervos. Projetos estratégicos foram para a gaveta, do plano de sustentabilidade ao sonho da Casa da Palavra, repaginado por Gringo Cardia e, por enquanto, transformado em documento de uma boa ideia interrompida.

3 de fevereiro de 2025

À beira do limite, a diretoria executiva convoca reunião extraordinária para decidir os rumos do contrato. A entidade lembra que protocolou, ainda em agosto, uma proposta de acordo flexível para atualizar o aluguel e compor o passivo, mas não obteve retorno. Reitera números e datas: quase dez anos de congelamento, valor devido acima de 2,45 milhões de reais, aluguel correto estimado em 88 mil mensais ante os 57 mil praticados.

26 de maio de 2025

Na Tribuna Popular da Câmara Municipal, Ernesto Marques sintetiza o pleito, recebe manifestações de solidariedade de vereadores e noticia um passo novo: por delegação do secretário Cacá Leão, a Procuradoria Geral do Município, chefiada por Eduardo Porto, passaria a analisar juridicamente o contrato e construir a redação de um acordo. A sinalização institucional é bem-vinda, mas o cotidiano da ABI continua comprimido por restrições orçamentárias e por uma negociação que segue aquém do necessário.

Os efeitos colaterais de uma década sem reajuste

A sequência de reuniões, ofícios e apelos públicos evidencia um ponto incontornável: sem recomposição contratual, a ABI teve de reduzir custos de forma dura, com expediente remoto, fechamento de espaços, cancelamento de atividades culturais e foco quase exclusivo na defesa do seu patrimônio histórico. Alguns acervos já mostravam sinais de comprometimento, resultado direto de priorizar folha, tributos e fornecedores em meio a receitas minguadas.

Gestão sob prova, respostas à altura

Mesmo em mar revolto, a condução administrativa preservou a regularidade fiscal e trabalhista, reduziu déficit de 35 mil para 11 mil reais e diversificou fontes com projetos, publicidade e mensalidades, aliviando a dependência do aluguel do edifício-sede, que caiu de 94% para 79% das receitas. São números que ajudam a explicar por que as contas foram aprovadas sem ressalvas e por que a governança foi celebrada pelos associados.

Um desfecho ainda pendente

A cronologia acima revela uma entidade insistente no diálogo, que recebeu secretários, conversou com o prefeito e buscou o caminho institucional na Câmara e na Procuradoria, enquanto via projetos emblemáticos esbarrarem na falta de acordo. Para atravessar a etapa final das tratativas, a ABI deu mais um passo e, por último, contratou o advogado Paulo Moreno para intermediar a negociação junto ao Município.

No balanço, o impasse não é apenas cifra, planilha ou cláusula. É uma erosão silenciosa de oportunidades culturais, de circulação de público, de pesquisa, de memória viva. Resolver o contrato é devolver fôlego a uma casa que nasceu em 1930 e, desde os anos 1950, foi pensada para se sustentar pela locação de seus espaços e, assim, continuar contribuindo para a vida intelectual do estado. A ABI segue vigilante, insistindo no que lhe é próprio: transparência, responsabilidade e defesa de um patrimônio que pertence, em essência, à Bahia.

publicidade
publicidade