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O adeus ao jornalista Britto Cunha deixa de luto a imprensa baiana

Faleceu na noite deste domingo, 11, o jornalista Antônio Maria de Britto Cunha, aos 79 anos, vítima de uma infecção respiratória que teve início há cerca de dez dias, causada pela doença renal crônica contra a qual lutava. A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) lamenta esta grande perda para o jornalismo, a ética e a cidadania. O corpo de Britto Cunha será cremado em cerimônia marcada para as 10h30 desta segunda-feira, 12, no cemitério Jardim da Saudade.

Ex-jornalista do jornal A Tarde, ele era um profissional respeitado e admirado pelos colegas. “Elegância é mesmo a palavra perfeita para definir Antônio Maria de Brito Cunha. Profissional e pessoalmente. Era figura singular de notável aplicação e competência técnica e honestidade intelectual em seu oficio. Extrema simplicidade e afabilidade eram suas marcas inerentes de personalidade. Trabalhei ao lado de Brito Cunha alguns anos, quando ele era secretário de redação de A Tarde. (…) Jamais vi ou ouvi Brito Cunha dar um grito descontrolado (tão comum nas redações), agir com descortesia ou deslealdade, mesmo nas horas mais tensas da vida do jornal”, lembra o jornalista Victor Hugo Soares, no blog Bahia Em Pauta.

*Informações do Jornal A Tarde e do site Bahia Em Pauta.

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Jornalismo protesta consternado contra atentado bárbaro. Polícia persegue terroristas

Os principais jornais europeus publicaram nesta quinta (8) um editorial conjunto em defesa da liberdade de expressão, enquanto os veículos de comunicação resolveram se unir para ajudar o jornal Charlie Hebdo a continuar circulando. Os poucos sobreviventes do jornal decidiram demonstrar que o Charlie Hebdo está ferido, mas não morto, depois do atentado da última quarta-feira. Eles contam uma vez mais com a ajuda de um jornal irmão em ideologia, o Libération. Foi também esse jornal que acolheu a redação do semanário satírico quando suas instalações foram destruídas por um coquetel molotov em 2011.

Agora, está prevista para semana que vem, com apoio de toda a imprensa francesa, uma nova edição do jornal, que deve ter mais de um milhão de exemplares.

De acordo com o editorial assinado pelos diários Le Monde, The Guardian, Süddeutsche Zeitung, La Stampa, Gazeta Wyborcza e EL PAÍS, a imprensa satírica agita e desperta consciência. O texto ressalta que a ação não é apenas um ataque à liberdade de imprensa e à liberdade de opinião, mas também aos valores fundamentais das sociedades democráticas europeias. “Já nos últimos meses, a liberdade de pensar e informar estava sob a mira, com a decapitação de outros jornalistas, norte-americanos, europeus e de países árabes, sequestrados e assassinados pelas mãos da organização Estado Islâmico”, destaca o texto. E avisa que os jornais europeus continuarão dando vida aos valores de liberdade e independência. “Continuaremos informando, investigando, entrevistando, editando, publicando e desenhando sobre todos os temas que nos pareçam legítimos, em um espírito de abertura, enriquecimento intelectual e debate democrático”.

Ao redor do mundo, tanto organizações trabalhistas quanto patronais criticaram veementemente os assassinatos. Desde o atentado terrorista, as mídias sociais e a cobertura das redes internacionais de TV cobram uma forte condenação por parte do mundo islâmico em relação ao episódio. Mas, a população muçulmana já condenou os ataques. O levantamento da cobertura jornalística no mundo árabe, feito por exemplo pela britânica BBC e pelo israelense “Haaretz”, mostra uma imprensa tão crítica quanto a europeia ou a americana. Na capa do jornal pan-árabe “al-Sharq al-Awsat” a manchete, em árabe: مذبحة في اجتماع التحرير. “Massacre na reunião editorial”, em português.

Uma das críticas mais contundentes veio, como talvez fosse de se esperar, do libanês “al-Nahar” –o editor-chefe, Gebran Tueni, e o colunista Samir Kassir foram mortos em 2005. O cartunista Armand Homsi desenhou, para esse jornal, um lápis afiado desafiando um rifle Kalashnikov. O editorial de quinta-feira dizia: “Todos os jornalistas assassinados são uma tocha iluminando o caminho para outros jornalistas. Não importa o quanto eles tentem silenciar a mídia, a palavra escrita continua a ser uma bomba relógio que um dia irá explodir na cara do terrorismo e de todos os terroristas”.

Caçada 

Os dois supostos autores do atentado contra o jornal “Charlie Hebdo”, em Paris, integram “há anos” a lista de terroristas elaborada pelos Estados Unidos, informou à AFP um funcionário americano. Após o ataque ao jornal, Chérif e Said fugiram e foram vistos no norte da França, onde as forças da ordem fazem uma enorme operação, com mais de 80 mil agentes. A caçada prossegue nesta sexta-feira (9), mobilizando milhares de homens e cinco helicópteros. Os dois suspeitos falaram com a polícia por telefone e disseram que querem “morrer como mártires”, disse o parlamentar Yves Albarello, que é da cidade de Dammartin-en-Goële, onde ocorre o cerco, segundo a CNN. O atentado foi saudado nesta quinta-feira (8) pelo grupo Estado Islâmico, que chamou os irmãos de “heróis”.

Nascido em 28 de novembro de 1982 em Paris, francês de nacionalidade e apelidado Abu Isen, Chérif Kouachi integrava a chamada “rede de Buttes-Chaumont”, comandada pelo “emir”‘ Farid Benyettu. Ela era encarregada de enviar jihadistas para combater no braço iraquiano da Al-Qaeda, então liderado por Abu Mussab al Zarkaui. Detido pouco antes de viajar à Síria, Chérif foi julgado em 2008 e condenado a três anos de prisão, com 18 meses sob liberdade condicional.

Segundo o jornal “Guardian”, Chérif trabalhava na época como entregador de pizza e havia dito às autoridades que foi motivado a viajar ao Iraque por imagens de atrocidades cometidas pelas tropas americanas na prisão de Abu Ghraib, em Bagdá. O suspeito era órfão de pais de origem argelina do oeste da França e tinha formação técnica em instrutor de educação física, ainda de acordo com o “Guardian”. Said também nasceu em Paris e tem nacionalidade francesa. Ele passou “vários meses” treinando com armamento de guerra com um membro da Al-Qaeda no Iêmen em 2011, antes de regressar à França, disse ao jornal “The New York Times” um funcionário americano. (Até o fechamento desta matéria, os suspeitos continuavam foragidos).

*Com informações do Jornal Nacional, El País (Edição Brasil), G1 e Folha de S. Paulo.

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ABI repudia mortes de jornalistas e atentado à liberdade de expressão

Associação Bahiana de Imprensa (ABI) se junta às demais entidades de defesa da liberdade de expressão e da liberdade de imprensa para repudiar o ataque, na manhã desta quarta-feira (07), à sede do jornal francês Charlie Hebdo, que deixou pelo menos 12 mortos, dos quais oito eram jornalistas – incluindo-se quatro chargistas – e o editor da publicação satírica, Stephane Charbonnier, conhecido como Charb. O escritório do jornal já havia sido alvo de um ataque com bomba em 2011, após a publicação uma caricatura do profeta Maomé, o que irritou a comunidade muçulmana.

Para Walter Pinheiro, presidente da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), “merece veemente condenação o ataque terrorista à revista Charlie Hebdo, em Paris, vitimando jornalistas e policiais franceses. Mais emblemático ainda, que tão sanguinária ação tenha ocorrido na capital da Nação que é consagrada como ‘o berço da democracia’. Não bastassem os 60 jornalistas mortos em 2014 no mundo, o ano novo já se inicia com esta barbárie que atinge a todos que militam na imprensa, claramente tipificada como uma inominada ameaça à liberdade de expressão, que coloca de luto os povos civilizados”.

Segundo uma testemunha, por volta das 11h da manhã (horário local), três homens encapuzados saíram de um carro preto estacionado na porta do prédio onde fica a redação. Eles invadiram o local armados com fuzis kalashnikov e um lança-foguetes. De acordo com a televisão pública France Télévision, os profissionais da redação do Charlie Hebdo estavam participavam da reunião editorial semanal quando ocorreu o ataque. Wolinski tinha 80 anos e era considerado um mestre da charge. Jean Cabut, outra vítima, era bastante popular na França, com passagens pela TV. Ele foi um dos fundadores da publicação Hara-Kiri, nos anos 1960. Charb e Tinous fizeram sua fama dentro das páginas da Charlie Hebdo.

Protestos e repercussão

O ataque provocou uma onda de indignação na França e levou mais de 100.000 pessoas a se manifestar espontaneamente em todo o país para denunciar o terrorismo. O presidente francês, François Hollande, classificou o ataque como terrorista e aumentou o nível do alerta de segurança em Paris. Capas de jornais no mundo inteiro repercutem o caso e as redações dos meios de comunicação franceses guardaram um minuto de silêncio em lembrança das vítimas e em apoio à publicação.

A Associação Americana de Cartunistas de Imprensa também se manifestou: “O ataque horrível nos faz lembrar que a liberdade de expressão como cartunista não está garantida em muitas partes do mundo. ‘Charlie Hebdo’ também foi atacada em 2011 e continuou a publicar. A associação condena este ato revoltante de violência e está em luto”. O Sindicato dos Editores de Revistas da França disse que o ataque foi “hediondo”. “Independentemente dos autores e dos ‘motivos’, é um ataque intolerável à democracia e liberdade de expressão.

No Brasil, profissionais e entidades ligadas à imprensa e aos direitos humanos condenaram o ataque. Em nota oficial, o presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Domingos Meirelles, também repudiou o episódio e classificou o ato terrorista contra jornalistas e órgãos de imprensa como “repulsivo e de inominável barbárie”, além de exigir rigor na apuração dos crimes e punição exemplar para os culpados. “A Associação Brasileira de Imprensa condenou o atentado terrorista contra o jornal humorístico francês Charlie Hebdo classificando essa agressão como um ato terrorista repulsivo e de inominável barbárie contra um país com as tradições libertárias da França. Não se pode mais aceitar que manifestações de intolerância política e religiosa sejam utilizadas como instrumento de intimidação contra jornalistas e órgãos de imprensa na tentativa de impedir que cumpram sua missão de informar a opinião pública. A ABI exige que o trágico episódio seja apurado com rigor e celeridade pelas autoridades competentes e que os culpados sejam punidos de forma exemplar.” diz o comunicado.

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) também repudia e condena o ataque à revista. “A FENAJ soma-se à Federação Internacional dos Jornalistas e à Federação Europeia dos Jornalistas na solidariedade aos familiares das vítimas e no firme propósito de que os criminosos sejam identificados e punidos. (…) É preciso rigor nas investigações para que este crime brutal não fique impune. A impunidade alimenta a violência contra jornalista”.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro informou que se solidariza com os jornalistas franceses e com as famílias dos profissionais mortos. “O caso representa uma grave ameaça aos trabalhadores da imprensa de todo o mundo. Consideramos inadmissível, em qualquer hipótese, o uso de execuções sumárias para lidar com opiniões divergentes – por mais polêmicas que estas sejam. É a barbárie. Tampouco podemos permitir que essa repulsiva ação violenta contra as liberdades de expressão e de imprensa contribua para o avanço da xenofobia e da repressão contra a população islâmica na Europa – que nada tem a ver com o atentado”.

Detenções

Sete pessoas foram colocadas sob custódia nesta quinta-feira (8) em conexão com a investigação sobre o ataque, indicou o ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve. Os dois principais suspeitos do ataque – os irmãos Cherif e Said Kouachi, de 32 e 34 anos, estão foragidos. Seu suposto cúmplice, Hamyd Mourad (18) – que teria ajudado na fuga –, se apresentou à polícia em Charleville-Mézières, no nordeste da França, “depois de ver o seu nome circulando nas redes sociais”, indicou à AFP uma fonte próxima ao caso. Uma fonte judicial que não quis se identificar afirmou anteriormente que mulheres e homens próximos aos dois irmãos identificados como os autores do ataque estão atualmente sendo interrogados pela polícia, sem informar onde foram detidos.

O primeiro-ministro Manuel Valls, por sua vez, declarou à rádio RTL que os autores do ataque – que ainda estão foragidos – eram conhecidos pelos serviços de inteligência e, sem dúvida, eram seguidos antes do ataque de quarta-feira, mas “não existe risco zero”. Ele apontou a dificuldade da polícia devido ao alto “número de indivíduos que representam um perigo”.

*Com informações da Associação Brasileira de Imprensa e do G1.

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Cuba começa a libertar presos políticos depois de acordo com EUA

DEU NO EL PAÍS – Ainda não se tornaram públicos seus nomes, mas os Estados Unidos reiteraram nesta terça-feira que o Governo de Cuba já libertou “alguns” dos 53 presos políticos que se comprometera a soltar, seguindo o acordo anunciado em 17 de dezembro pelos presidentes Raúl Castro e Barack Obama para o restabelecimento de relações bilaterais e a troca de diversos prisioneiros. Entretanto, as organizações de dissidentes cubanos que atuam na ilha não têm nenhuma informação a esse respeito.

“Já foram libertados alguns presos políticos”, disse nesta terça-feira a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, durante uma entrevista coletiva a jornalistas. “Continuaremos instando o Governo de Cuba a cumprir seu compromisso (de libertar os 53 presos políticos). Gostaríamos de ver esse processo encerrado em futuro próximo, e isso é algo sobre o que prosseguiremos falando”, acrescentou Psaki, sem dar mais detalhes sobre o número de dissidentes libertados ou sua identidade.

Segundo Psaki, Washington decidiu manter em segredo a lista dos 53 prisioneiros que pediu que fossem libertados, apesar dos apelos por maior transparência feitos pelas famílias dos presos e por algumas organizações que as apoiam em Cuba. “(Os Estados Unidos) não estão tentando colocar na mira os dissidentes cubanos, e sim conseguir que sejam libertados”, afirmou a porta-voz do Departamento de Estado.

Essas declarações ratificam o que disse na semana passada a secretária de Estado adjunta para Assuntos Hemisféricos, Roberta Jacobson, que revelou em entrevista à rede PBS que a Dama de Branco Sonia Garro, libertada em 10 de dezembro, foi uma das pessoas beneficiadas pela medida e que “houve outros libertados”. Jacobson acrescentou que isso é uma “decisão soberana” de Cuba, que não faz parte da negociação bilateral rumo ao restabelecimento das relações, rompidas há mais de meio século.

Durante seu discurso de 17 de dezembro, o presidente cubano Raúl Castro informou que seu Governo libertaria um grupo de presos pelos quais Washington “havia mostrado interesse”, também sem revelar seus nomes, e insistiu que essa decisão havia sido tomada “de maneira unilateral, como é nosso costume, e em estrita subordinação a nosso ordenamento legal”. No mesmo dia, Castro mencionou a libertação do funcionário norte-americano Alan Gross, que havia sido condenado a cinco anos de prisão em Havana sob as acusações de espionagem, e o retorno à ilha de três dos cinco agentes cubanos pertencentes à rede Avispa –conhecidos em Cuba como “os cinco heróis”—que 16 anos antes tinham sido condenados nos Estados Unidos a penas que iam de 15 anos de detenção a prisão perpétua.

O Departamento de Estado reiterou seu anúncio assim que o senador republicano de origem cubana Marco Rubio enviou nesta terça-feira uma carta ao presidente Barack Obama na qual lhe pedia para cancelar as conversas bilaterais programadas para este mês em Havana até que Cuba cumpra seu compromisso de libertar os 53 presos políticos. Conforme a previsão, no final do mês vai a Havana uma missão de funcionários norte-americanos de alto nível, liderada pela secretária de Estado adjunta, Roberta Jacobson, para manter uma nova rodada do diálogo sobre migração, retomado em 2013 entre os dois países. A porta-voz Jen Psaki ressaltou que essa viagem representará também “uma oportunidade de falar diretamente sobre temas de direitos humanos”.

Fonte: El País (Edição Brasil)

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