A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), em parceria com a Transparência Internacional Brasil, promoverá no 14º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, de 27 a 29 de junho, em São Paulo, uma ação para estimular o jornalismo investigativo no país. As entidades vão selecionar dez jornalistas com atuação em diferentes estados para ter acesso a palestras, cursos e treinamentos. Os profissionais escolhidos terão entrada gratuita no evento, além de passagem aérea e hospedagem pagas.
As inscrições podem ser feitas neste formulário online. O prazo iniciado em 26 de abril termina no próximo dia 8. A lista dos selecionados será divulgada no dia 10 de maio. Todas as propostas recebidas dentro do prazo serão examinadas por uma comissão composta por representantes da Abraji e da Transparência Internacional Brasil.
Serão aceitas inscrições de jornalistas que tenham ao menos uma reportagem sobre temas relacionados à transparência e integridade, como, por exemplo, meio ambiente, improbidade administrativa, segurança pública, dados abertos, lavagem de dinheiro e corrupção. Podem participar jornalistas experientes ou em início de carreira.Cada região administrativa do Brasil terá no mínimo uma pessoa selecionada, sendo que profissionais fora dos estados de SP e RJ terão preferência na seleção.
Discutir estratégias e orientações sobre como citar pessoas com deficiência na mediação comunicativa. Essa é a missão encarada por Ednilson Sacramento, primeiro jornalista cego formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (FACOM/UFBA). Ele será o facilitador de uma oficina que acontecerá no dia 29 deste mês, em Recife (PE). Em breve, será a vez de Salvador receber a atividade, através de uma parceria entre o maragogipense e a Associação Bahiana de Imprensa (ABI).
“A intenção é capacitar os colegas para abordar, de forma ética e adequada, a temática da deficiência em reportagens, programas de rádio e TV, além de publicações na internet”, explica Ednilson. A formação é um desdobramento de sua pesquisa de TCC. O jornalista e historiador dedicou seus estudos para editar um guia prático sobre o tema e pretende lançar.
Entre os principais conteúdos que integram a atividade proposta por ele estão os tipos de deficiência, a preparação da cobertura jornalística (impresso, rádio e TV, internet), como entrevistar pessoas com deficiência, critérios e sugestões de pauta, como encontrar fontes e especialistas, além de tratar da legislação e de terminologias.
Cego desde os 20 anos por conta de uma retinose pigmentar, Ednilson Sacramento é graduado em Jornalismo (2017) pela UFBA e licenciado em História (2010) pela FTC. Tem estudos e pesquisas nas áreas de acessibilidade cultural, direitos humanos, mídia e diversidade. Ele é o autor do audiolivro “Rock Baiano – História de uma Cultura Subterrânea”.
"Viva a Foia dos Roçêro
Pur o anno de existença!
É bixinha corajuda,
De talento e independença!
Este jorná piquininho
Tem a grande quolidade
De pricigui os gatuno
Que véve n’arta suciadade!
[...]
Fais um anno que cumbate
Sem médo e cum valentia
Contra o ratão comedou
Que disgraçou a Bahia!
Esta Foia arrepresenta
O grande povo miúdo,
Que ta gemendo e pagando
Ladroeira dos graùdo!"(Versos do editor Coroné Zé Perêra Capa-Bode, no primeiro aniversário do jornal)
“A trogafia é cuma se purnuncia”, avisou a jornalista Neuma Dantas nesta quarta (17), durante o lançamento do seu livro “Foia dos Roçêro: Crítica política e humor na imprensa baiana do século XIX”, na Faculdade de Comunicação da UFBA – Universidade Federal da Bahia. Em uma importante iniciativa pela preservação da memória da imprensa no estado, a pesquisadora realizou um verdadeiro trabalho de tradução, para resgatar a história do jornal satírico que usava a linguagem caipira, pseudônimos e ilustrações como armas de crítica política e meios de burlar a censura velada da época. A quase totalidade dos 92 exemplares consultados pela autora foi encontrada na Biblioteca de Comunicação Jorge Calmon, da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), principal fonte de pesquisa para a produção do livro publicado pela Editora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (EDUFRB).
Neuma Dantas lembra que a imprensa de narrativa irreverente foi bastante praticada na virada dos séculos XIX/XX. Circulava em Salvador, conforme o jornalista Gutemberg Cruz (1997), por exemplo, O Pereira (julho de 1831), sendo que a Bahia chegou a contabilizar mais de 50 títulos de jornais humorísticos entre os anos de 1800/1900, como O Satanaz, A Troça, O Neto do Diabo, além da Foia dos Roçêro (escrito pelo redator sob o pseudônimo “Coroné Zé Perêra Capa-Bode” e publicado pela primeira vez em agosto de 1899, em Salvador). “Apesar das publicações, não há estudos sobre essa produção. O livro atende a um clamor e uma necessidade muito grande de se valorizar a história da imprensa da Bahia”, enfatiza a integrante do Grupo de Estudos de Comunicação, Política e Redes Digitais (CP-Redes), coordenado pelo professor Othon Jambeiro, no Pós-Com/UFBA.
Com seus desenhos irreverentes e narrativa humorística, a Foia dos Roçêro criticava os modos políticos e socioeconômicos, zombando dos poderosos como meio de apresentar a notícia silenciada. Para a mestre em Comunicação, “a obra transformou-se numa testemunha sócio-histórica e um documento jornalístico que atesta uma fase da imprensa baiana e brasileira”, observa Dantas. “O jornal quis driblar impedimentos à liberdade de expressão para falar ao público da Cidade da Bahia. Seus maiores recursos estratégicos eram o humor/ironia, a linguagem caipira, o uso de pseudônimos e ilustrações. Como a imprensa tinha forte ligação com a política, os redatores que escolhiam fazer oposição sofriam muitas represálias”, contou.
De acordo com Neuma, a Foia dos Roçêro descreve todo o contexto sociopolítico da virada do século, marcadamente ruralista. “É um documento da imprensa alternativa brasileira, um documento que atesta uma mudança política no país: da monarquia para a república (nova Constituinte); do trabalho escravo para o trabalho assalariado (novos meios de produção). Para completar o ambiente, havia censura velada, fraudes eleitorais e violência”, destacou a autora sobre o caráter de denúncia, ligeiramente camuflado nas páginas de textos jocosos. “A imprensa rebelde se insurgia contra o sufocamento da liberdade de expressão. O riso como arma de poder e contra o poder, possivelmente, foi usado como estratégia para burlar a censura”, afirmou.
Acervo da ABI
A pesquisadora destacou a contribuição do acervo da Biblioteca de Comunicação da ABI no processo de produção do livro. “Se não fosse o arquivo da ABI, eu não estaria aqui hoje, lançando este livro. Ele não estaria na estante”, afirmou Dantas, que além de ser jornalista tem formação em Letras Vernáculas (UFBA). “A ABI é uma instituição que deve ter vida para sempre e deve ser preservada e incentivada em seu trabalho de arquivo. É uma associação importantíssima para o nosso estado”. Ela falou da importância do professor e historiador Luiz Henrique Dias Tavares e enalteceu o trabalho da ex-museóloga da ABI, a artista plástica Lygia Sampaio, pela dedicação ao acervo da instituição.
Neuma Dantas criticou a falta de preservação e condição indigente da maioria dos jornais nos arquivos baianos. “Temos um problema sério. Eu peguei pedaços do jornal nas mãos, na Biblioteca Pública do Estado da Bahia. O que seria de nós, pesquisadores, se não existissem arquivos conservados?”, questionou. “Meu agradecimento todo especial à ABI, em especial aos sensíveis professores Sérgio Mattos e Luís Guilherme Pontes Tavares, que são batalhadores nessa luta de valorização da imprensa baiana. O editor, Sérgio Mattos, acreditou na proposta no livro, que é justamente de tirar dos escombros do esquecimento um jornal baiano de ricas peculiaridades”, comemorou.
O diretor da ABI, Luís Guilherme Pontes Tavares, foi o orientador de Neuma Dantas na graduação. Partiu dele a ideia de resgatar a Foia dos Roçêro. O pesquisador reconheceu a relevância da obra e sugeriu a produção de uma edição fac-similar. “Um trabalho inspirador, seminal. Este livro é uma prova da contribuição e cuidado que a ABI tem com a documentação baiana sobre a história da imprensa, particularmente, com as coleções de jornais do século XIX e início do século XX. Não fosse a existência da coleção da nossa biblioteca, não teríamos esse precioso trabalho”, frisou.
“Esse livro é fruto de um trabalho de conclusão de curso que volta para a universidade dentro de um grupo de pesquisa de pós. Isso mostra que podemos formar bons pesquisadores no período da graduação”, defende o superintendente da editora da UFRB e diretor da ABI, professor Sérgio Mattos. Segundo ele, a editora disponibiliza todos os títulos para download gratuito. “A editora é aberta. Temos menos de cem títulos publicados, mas atingimos uma média de oito livros por ano, o que está dentro da marca das pequenas editoras universitárias. Quando não temos recursos, publicamos em e-book”, garante.
Museu de Imprensa da ABI
No bojo das ações para preservar a memória da imprensa no estado, a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) vai reabrir ao público o Museu de Imprensa, no Edifício Ranulpho Oliveira (Praça da Sé). A entidade iniciará ainda esta semana os serviços de adaptação da loja B do andar térreo, para abrigar o equipamento cultural. Em breve, o Museu poderá receber visita de todos aqueles interessados em compartilhar o acervo precioso que conta uma parte da nossa história através da imprensa.
A Unijorge recebe no próximo dia 04 de maio mais uma edição do Share Talks – Creating Engagement. O evento tem a proposta de compartilhar conteúdos sobre vários aspectos da comunicação como estratégia, mídia, conteúdo, atendimento, design, empreendedorismo, entre outros. As inscrições podem ser feitas até o dia 26 de abril no site.
Serão abordadas as transformações trazidas pelas novas tecnologias da informação e comunicação e a necessidade de superar o fenômeno chamado de skill gaps (desatualização no aprendizado dos profissionais de comunicação frente à velocidade das mudanças tecnológicas). Os organizadores convidaram palestrantes conectados com as exigências atuais do mercado.
Share é uma empresa criada em 2013 com a proposta de realizar eventos e cursos de capacitação para atender às demandas do mercado de comunicação na era digital. Já foram realizados mais de 52 encontros, em pelo menos 9 estados brasileiros, em instituições como ESPM, Mackenzie, PUC, UniCeub, Senac, IBMEC.
Serviço:
Share Talks SSA
Unijorge Campus Paralela (Av. Luis Viana, n. 6775, Paralela Salvador-BA CEP:41.745-130)
04 de maio, às 8h30
R$129,00
Conheça a programação completa do evento:
08h30 CREDENCIAMENTO
08h45 ABERTURA
09h00 O QUE VEM DEPOIS DO FÃ?
Como reconhecer padrões e estruturar sua estratégia de CRM além das redes sociais
Engajamento em plataformas proprietárias
Do conteúdo de marca (branded content) às conversões no mundo real
THIAGO ARAÚJO
09h45
PIRÂMIDE DE INFLUÊNCIA E O PAPEL DO MICROINFLUENCIADOR
Influenciadores e seus super poderes
Como escolher o tipo de influenciador
Co criação de conteúdo e campanha
Como alcançar o objetivo esperado no trabalho com influenciadores
CARLOS TRISTAN
Squid
10h30
COMO TRANSFORMAR NOVOS CLIENTES EM COMPRADORES RECORRENTES: QUEBRANDO O PARADIGMA DA CAPTAÇÃO
Desmistificando o Data science
Introduzindo o lifecycle marketing
Data driven marketing Como ser uma empresa orientada a dados
Como criar uma estratégia omni-channel
RENAN RAMOS CARDOSO
TudoAzul e Azul Linhas Aéreas
11h15
COMO CONSTRUIR MARCA EM REAL TIME A PARTIR DE INSIGHTS HUMANOS
THALITA DUARTE
Twitter
12h00
ALMOÇO
13h45
REAL TIME: ESTRATÉGIA DIN MICA DE MÍDIA E CONTEÚDO ESTRATÉGICO CRIATIVO
Estratégia Real Time: exercício de observar e respeitar as pistas sociais. Como as novas condições ambientais e comportamentais afetam a relação dinâmica entre marcas e consumidores.
Dobradinha Mídia Intelligence (Métricas + Mídia) + Conteúdo (estratégia criativa): o papel dessas áreas na atuação real time estratégia
Operacionalização de estratégias Real Time
Métricas e KPIs de sucesso para avaliar a estratégia
O papel dos clientes no sucesso de uma estratégia real time
DANI RODRIGUES
FBiz
14h30
MARKETING CONVERSACIONAL E CHATBOTS: AUTOMAÇÃO, PERFORMANCE E INTELIGÊNCIA PARA NEGÓCIOS
Introdução ao Marketing Conversacional
Chatbots: conceito e aplicações
Cases de Chatbots em diferentes segmentos
Design Conversacional: como planejar, criar e gerir um Chatbot
Tendências para os próximos anos: bots para WhatsApp, Smart Speakers + Assistentes de voz.
MARCEL AYRES
Hackel
15h15
YOUTUBE: PLATAFORMA DEMOCRÁTICA E CRIATIVA
Overview do mercado de vídeo online no Brasil
Ecossistema: usuários, criadores e anunciantes.
O que ter em mente quando criar para o YouTube
Dados, Insights e Alcance
Estratégia de Conteúdo e Comunicação
EITAN BLANCHE
Google Brasil