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CANCELADO lançamento de livro sobre José Augusto Berbert de Castro

O lançamento do livro “Um Dublê de Médico no mundo do Cinema“, do cineasta Carlos Modesto, foi cancelado devido a emergência de saúde do autor. O evento, que estava marcado para acontecer no próximo dia 29 de janeiro no auditório da Associação Bahiana de Imprensa, pretendia comemorar a vida e obra do prolífico crítico de cinema José Augusto Berbert de Castro, representada no livro. A nova data do lançamento será publicada em breve nas redes da ABI.

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ABI recebe entidades negras para celebrar os 190 anos da Revolta dos Malês

A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) será palco de celebração dos 190 anos da Revolta dos Malês, no próximo dia 25, às 9 horas, no Auditório Samuel Celestino. O evento – uma realização da Federação de Entidades Negras da Bahia (FENEBA) e que rememora um dos episódios mais marcantes na história das lutas do povo negro da Bahia – é aberto ao público e será marcado pela palestra do consagrado historiador João José Reis.

Reis é autor da obra que se tornou referência internacional sobre o tema, “Rebelião Escrava no Brasil”, lançada pela primeira vez em 1986 pela editora Brasiliense e reeditada em 2003 pela Companhia das Letras.

Foi em 25 de janeiro de 1835 que centenas de negros e negras rebelados, muitos deles adeptos da religião islâmica, tomaram as ruas de Salvador com o propósito de se libertar da escravidão, ocupar o poder e instituir uma nova ordem social. Duramente reprimido pelas forças policiais, o levante terminou com dezenas de mortos, feridos e presos.

Presidente do FENEBA, o filósofo e ativista Raimundo Bujão, afirma que a celebração dos 190 anos da Revolta dos Malês é um momento-chave na luta antirracista. “Este ato se junta a um conjunto de atividades que se iniciaram em novembro passado. Já no dia 1º, quando celebramos os 50 anos de fundação do Ilê Aiyê, e na semana seguinte, no dia 8, quando realizamos a II Caminhada de Retorno dos Mártires da Revolta dos Búzios, celebrando o Dia Municipal em Memória dos Mártires da Revolta dos Búzios”, informa. Ele acrescenta que o grande desfecho da comemoração do 1º feriado nacional do Dia da Consciência Negra, o 20 de novembro, foi a 21ª Caminhada da Liberdade.

O FENEBA reúne integrantes do MNU e dos blocos afro Ilê Aiyê, Muzenza, Malê Debalê, Cortejo Afro, Os Negões e Ókánbí.

Serviço

– Palestra de João José Reis sobre os 190 anos da Revolta dos Malês
– Dia 25/01, às 9h
– Auditório Samuel Celestino, Associação Bahiana de Imprensa (ABI) – Edf. Ranulfo Oliveira- Rua Guedes de Brito, 1 – Praça da Sé – Centro

Mais informações com Raimundo Bujão , presidente do Feneba – (71) 991588807

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ABI BAHIANA

Presidente da ABI fala sobre dificuldades com a Prefeitura em entrevista a Mário Kertész

Em entrevista ao programa Jornal da Metrópole no Ar, nesta segunda-feira (13), o presidente da Associação Bahiana de Imprensa, Ernesto Marques, falou sobre  o impasse com a Prefeitura Municipal do Salvador em torno do aluguel do Edifício Ranulfo Oliveira, que está sem reajuste desde 2016. Falando ao radialista Mário Kertész sobre as dificuldades financeiras impostas à Associação pelo congelamento e pelas reformas para adequação às normas de segurança no imóvel – exigidas pela própria PMS – Ernesto Marques ressaltou a permanente disposição da ABI em negociar. 

“[Eu] Me acho credor, não apenas de dinheiro, que cobro, mas credor sobretudo de respeito, e sobretudo de diálogo. A Associação Bahiana de Imprensa em momento algum se plantou de forma intransigente, estamos sempre dispostos a negociar”, disse ele.

Veja a entrevista na íntegra abaixo ou no canal do Youtube do Portal Metro1.    

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Fim da checagem de fatos pela Meta preocupa autoridades e especialistas

No dia seguinte ao reconhecimento formal, pela Câmara e o Senado dos Estados Unidos, da vitória de Donald Trump, o bilionário  Mark Zuckerberg, CEO e proprietário da big tech Meta, que controla o Facebook, Instagram, Threads e Whatsapp, fez um anúncio que vem sacudindo a opinião pública de líderes de estados e outras autoridades, comunidades usuárias de redes sociais e profissionais do jornalismo e checagem de fatos em todo o mundo. “Vamos eliminar os fact-checkers (verificadores de conteúdo)”, avisou Zuckerberg no último dia 7, nas redes da Meta, alegando a defesa de “liberdade de expressão” e “fim da censura”. 

Isso significa que a política de moderação da big tech que reúne mais de 3 bilhões de usuários deixará de considerar a checagem de conteúdos por agências especializadas. Essa prática, que até então respaldava a moderação da Meta, será substituída agora por um “sistema de notas da comunidade”, em que os próprios usuários terão de verificar a confiabilidade das informações.

Com isso, Zuckerberg passa a adotar o modelo da plataforma X, de Elon Musk, nomeado por Trump para liderar o recém criado “Departamento de Eficiência Governamental” dos Estados Unidos. O CEO da Meta volta a ser associado a articulações obscuras com a extrema-direita, desde o escândalo que envolveu vazamentos de dados de 87 milhões de usuários do Facebook para a Cambridge Analytica, empresa que teria usado essas informações pessoais para propaganda política eleitoral na campanha de Donald Trump em 2016.

Alerta – Num vídeo de 5 minutos, o recado dado pelo CEO da Meta causou um tsunami de reações de diversas autoridades no mundo – da União Europeia, Canadá,  Austrália, países latino-americanos, como o Brasil, Organização das Nações Unidas (ONU) ao papa Francisco. As advertências evocam assuntos desde disseminação indiscriminada de desinformação,  aos direitos humanos e à ciência, risco às democracias, segurança e soberania nacional ao uso das redes sociais como arma política.

No Brasil, tanto o governo Lula, quanto o Ministério Público Federal (MPF) e a Advocacia Geral da União (AGU) exigiram que a Meta explique como irá cumprir a legislação brasileira com as mudanças anunciadas.

O alerta se intensifica no momento em que o Supremo Tribunal Federal (STF) analisa a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014), que dispensa das plataformas a responsabilidade automática por conteúdos de terceiros, vinculando a remoção do conteúdo a ordens judiciais. O ministro Dias Toffoli, relator da matéria, já votou pela inconstitucionalidade do artigo e pela obrigatoriedade da remoção de postagens potencialmente lesivas à legislação doméstica mesmo sem ordem judicial. 

Toffoli defende ainda a adoção sistemática do artigo 21, em que a responsabilização, em vez de ter como foco o descumprimento da decisão judicial, leva em consideração a ausência de providência após notificação extrajudicial do usuário sobre determinada publicação. Atualmente o artigo 21 se refere apenas à divulgação não autorizada de conteúdos sexuais e de nudez. Com a extensão proposta pelo ministro, as plataformas serão responsabilizadas civilmente caso não excluam automaticamente conteúdos de ódio, como racismo, misoginia, crimes contra o Estado Democrático de Direito, violência contra crianças e adolescentes, entre outras matérias infratoras, independentemente de notificação extrajudicial ou decisão judicial.

Perigo – Enquanto isso, o Brasil segue sem uma regulamentação mais robusta das redes sociais, apesar de mais de quatro anos de discussão com a sociedade civil e especialistas do PL 2630, apelidada de “PL das Fake News”. Em abril de 2024, o então presidente da Câmara, Arthur Lira, resolveu engavetar o projeto, deixando um vácuo de posicionamento do Congresso sobre o assunto.

Essa falta de regulação sobre a atuação das big techs no território nacional agrava os efeitos práticos da nova diretriz da Meta, levando em conta a massificação quase absoluta do uso das redes sociais pela sociedade brasileira. 

Segundo pesquisa recente da Opinion Box (dezembro de 2024), o WhatsApp, principal distribuidor de conteúdo descentralizado dos brasileiros, está instalado em 99% dos telefones móveis no País e é acessado diariamente por 96% da população brasileira. São 147 milhões de brasileiros utilizando o aplicativo, segundo a pesquisa “Digital 2024: Brasil”, da DataReportal. 

Já o Instagram, ainda de acordo com a DataReportal, é utilizado por 134,6 milhões de usuários no Brasil. E, embora tenha perdido posições, o Facebook conta com mais de 111,3 milhões de usuários brasileiros. 

Na avaliação do presidente da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), Ernesto Marques, essas empresas (as big techs) já reivindicavam um poder acima dos estados nacionais, “afrontando governos legítimos, pressionando parlamentos e desafiando a justiça”. Da mesma forma, acrescenta o jornalista, “sempre se eximiram de qualquer responsabilidade sobre qualquer conteúdo, inclusive anúncios fraudulentos que lesam usuários dessas mesmas redes”.

Marques afirma ainda que “o discurso da liberdade de expressão cai por terra, antes mesmo de qualquer debate superficial sobre o tema”. “São parceiros e sócios de ditaduras mundo afora, onde a Internet passa por filtros rigorosos de censura política e monitoramento de opositores. A decisão da Meta só escancara o que já sabemos: delegar a moderação para os usuários é transformar as redes sociais numa grande rinha global”, avalia. Ele lembra que as big tech como a Meta subverteram a velha máxima, segundo a qual informação é poder. “Agora desinformação é poder”, avalia.

Seguindo a mesma preocupação, o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (Sinjorba), Moacy Neves, disse que a posição da Meta “vai ao encontro daqueles que professam preconceitos e discursos de ódio, que querem uma rede mundial desregulada, onde possam cometer crimes impunemente, usando a desinformação como instrumento para conquistar seguidores e apoio às suas ideias extremistas”. Neves adverte que “não defender a checagem de fatos é compactuar com a mentira e a deturpação. Por outro lado, a postura explicita de uma vez por todas que as big tech têm lado e estão alinhadas com a extrema-direita na cena política internacional”.

Para os profissionais de jornalismo, parece não haver outra saída que não seja a resistência contra a gestão algorítmica oligopolizada, nebulosa e autoritária.

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