ABI BAHIANA

ABI aprova moção de congratulações à fotógrafa Paula Fróes

A diretoria da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), reunida em 13 de dezembro de 2017, aprovou a presente moção de congratulações à repórter fotográfica Paula Fróes, vencedora do prêmio nacional “OLHARES INSPIRADORES”, promovido pela Canon. Baiana de Salvador, Paula Fróes, logrou este reconhecimento nacional ao registrar o primeiro banho de uma criança da comunidade quilombola de Alto do Bonito, município de Senhor do Bonfim, no sertão da Bahia. A imagem ilustra a capa da revista oficial do Governo do Estado da Bahia e concorreu com outros 3.623 trabalhos de colegas de todo o país.

A ABI se congratula com esta jovem e talentosa profissional desejando-lhe sucesso cada vez maior em sua carreira e que o prêmio conquistado inspire os colegas de sua geração.

Prêmio – Com a fotografia ‘Abundância’, a fotógrafa Paula Fróes conquistou o primeiro lugar no concurso Olhares Inspiradores, promovido pela Canon. A imagem vencedora foi inscrita na categoria Compactas/EOS APS-C, com o tema infâncias, que recebeu 3623 inscrições de profissionais de todo o país. Atualmente, Paula faz parte da equipe de fotografia da Secretaria de Comunicação Social do Estado (Secom).

“Esse foi o primeiro banho de Adilson com água em abundância no quilombo Alto do Bonito, em Senhor do Bonfim, no sertão da Bahia. Eu fiz em 2010, quando o Governo do Estado entregou três cisternas de produção e de consumo no quilombo. É a fotografia que mais marcou a minha vida, tanto que eu não esqueço o nome do garoto”, explica Paula. Com 10 etapas, o concurso é realizado anualmente.

Formada em jornalismo, Paula nasceu em Salvador, tem 33 anos e iniciou a carreira de repórter fotográfica em 2009, na Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS). Também tem passagens por jornais de Salvador e de Brasília, onde morou por quatro anos. Em maio deste ano, ela chegou à Secom.

Com a missão de disponibilizar informação pública de qualidade, a Secom possui oito profissionais de fotografia. O coordenador do setor, Manu Dias, destaca que “é muito bom ter uma equipe que trabalha com uma técnica bem apurada e de forma criativa. Nossos profissionais estão sempre em busca da melhor imagem. Prêmios como esse fortalecem a instituição. O time da Secom é um dos melhores em nível nacional. É um privilégio trabalhar com pessoas como Paula. Me sinto muito orgulhoso”.

O trabalho da equipe, que constitui um verdadeiro acervo fotográfico da Bahia e dos baianos, está disponível no Flickr do Governo da Bahia. Em pouco menos de três anos no ar, mais de 87 mil fotos já foram postadas no flickr.com/governodabahia, que acumula 11 milhões de visualizações. (Com informações da Secom/Ba)

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Notícias

Salvador recebe a exposição World Press Photo 2017

A capital baiana recebe, pelo segundo ano consecutivo, a exposição World Press Photo, mostra mais importante do fotojornalismo mundial que reúne os registros mais impactantes de 2016. São 154 imagens sobre temas variados como política, economia, esportes, cultura e meio ambiente. O público pode conferir a mostra entre os dias 13 de dezembro a 04 de fevereiro, de terça a domingo, das 9h às 18h, na CAIXA Cultural Salvador (Rua Carlos Gomes, 57, Centro). A entrada é franca.

Entre as temáticas, a crise dos refugiados em função dos conflitos na África e Oriente Médio é o assunto que tem maior presença e repercussão nesta edição da mostra.

A fotografia vencedora – “Um assassinato na Turquia”: a principal fotografia vencedora da World Press Photo do Ano de 2016, foi “Um assassinato na Turquia”, do turco Burhan Ozbilici. O registro foi feito em dezembro de 2016, quando o policial Mevlut Mert, que estava de folga, atirou contra o embaixador da Rússia Andrei Karlov, em uma sala de exposições, em Ancara. Na imagem, o assassino aparece com a pistola na mão e o dedo em riste. Na ocasião, ele gritava: “Não se esqueçam de Alepo. Não se esqueçam da Síria”.

O Brasil na World Press Photo 2017: o brasileiro Lalo de Almeida, fotógrafo da Folha de S. Paulo, foi premiado pela primeira vez na World Press Photo. Ele recebeu o 2º lugar na categoria Assuntos Contemporâneos com o sensível ensaio sobre bebês com microcefalia, vítimas do vírus da Zika no Nordeste – parte de um especial publicado pelo jornal em dezembro.

Já o brasileiro Felipe Dana, que trabalha para a agência The Associated Press, havia recebido uma Menção Honrosa em 2013. Este ano, no entanto, ele levou o terceiro lugar na categoria Notícias em Destaque, com a imagem “Batalha por Mosul”, feita no Iraque, durante a ofensiva das forças especiais iraquianas e das milícias aliadas para recuperar o controle da cidade tomada pelo Estado Islâmico.

O Brasil ainda está presente na foto do alemão Kai Oliver Pfaffenbach, que congelou o sorriso vitorioso do atleta jamaicano Usain Bolt na semi-final dos 100 metros rasos, nas Olimpíadas do Rio de Janeiro. A imagem recebeu o 3º lugar na categoria Esporte, fotos individuais.

A premiação em números: o World Press Photo 2017 atraiu inscrições de todo o mundo: 5,034 fotógrafos de 126 nacionalidades inscreveram 80,408 imagens. O júri distribuiu prêmios em oito categorias para 45 fotógrafos de 25 países: Austrália, Brasil, Canadá, Chile, China, República Tcheca, Finlândia, França, Alemanha, Hungria, Índia, Irã, Itália, Paquistão, Filipinas, Romênia, Rússia, África do Sul, Espanha, Suécia, Síria, Nova Zelândia, Turquia, Grã-Bretanha e EUA.

A World Press Photo, organização independente sem fins lucrativos, promove o mais importante concurso internacional de fotojornalismo. A fundação está empenhada em apoiar e promover altos padrões de qualidade na fotografia, com o objetivo de gerar interesse e reconhecimento no grande público pelo trabalho dos fotógrafos e de outros jornalistas visuais, e pela livre troca de informações.

Para conhecer todas as fotografias vencedoras: http://www.worldpressphoto.org/collection/photo/2017

Informações: (71) 3421-4200

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“O público procura por jornalismo investigativo”, diz editor do Post

David Fallis conta como funciona o time de repórteres investigativos do jornal americano e detalha a importância da investigação para o jornalismo e a sociedade: “As pessoas estão dispostas a pagar por um jornalismo de qualidade e acho que o sucesso do Post demonstrou isso”

Em conversa Grupo de Investigação (GDI) da RBS, o editor adjunto de investigações do Washington Post, David Fallis, conta como funciona o time de repórteres do jornal americano e detalha a importância e os desafios da investigação para a redação de uma das publicações mais importantes dos Estados Unidos.

Qual é a importância do jornalismo investigativo em um país como os EUA, onde o presidente tem posição clara contra a imprensa? Esse tipo de jornalismo aumentou sua importância nos últimos anos?
O jornalismo investigativo é sempre importante, não importa o que os funcionários públicos pensem da imprensa. Uma imprensa livre é fundamental para a democracia e uma das nossas principais funções como jornalistas é responsabilizar o nosso governo em todos os momentos.

Quais são os principais desafios às investigações?
O principal desafio com o jornalismo investigativo é que o jornalista normalmente está iniciando o processo com ausência de fatos — é por isso que é investigativo. A reportagem geralmente começa com uma dica ou uma hipótese, mas é o jornalista quem tem de encontrar um caminho de reportagem. Muitas vezes, isso é um desafio. Pode haver documentação limitada, ninguém estar disposto a ser entrevistado. E o processo de reportagem, uma vez concluído, pode levar o repórter a uma descoberta que é muito diferente da indicada pela sugestão original. É por isso que uma reportagem investigativa muitas vezes leva tempo e pode ser uma maratona, não é uma corrida rápida.

Como é a organização entre os jornalistas investigativos do Washington Post?
No Post, temos uma unidade de investigação de 16 repórteres e três editores. Jeff Leen é o editor das investigações, eu sou o editor de investigações adjunto e Eric Rich é o editor da nossa equipe de ataque rápido. Parte da unidade concentra-se em projetos de longo prazo e a outra parte concentra-se em histórias que podem ser feitas em questão de dias ou semanas. O Post também tem mais de duas dúzias de repórteres investigativos em suas várias equipes.

Quais são as aptidões para ser repórter investigativo?
Os repórteres investigativos devem ter domínio dos princípios do jornalismo, incluindo a capacidade de sintetizar material muito complicado e elaborar uma história clara e convincente. Também devem ser extremamente curiosos, muito céticos e altamente criativos.

Jornais com grupos de investigação podem oferecer reportagens exclusivas e diferentes aos leitores. Esta é uma maneira de conscientizar o público, ajudando-o a diferenciar matérias jornalísticas de notícias falsas?
O público é capaz de discernir o jornalismo de qualidade. E também procura por jornalismo investigativo. Quando fazemos reportagens investigativas, ouvimos das pessoas que elas querem ler mais esse tipo de matéria, não menos.

O GDI é formado por jornalistas da TV, rádio e jornal. A equipe multimídia é uma tendência para a redação do futuro?
Uma das mudanças que vi na indústria ao longo da última década é um aumento nas colaborações e parcerias jornalísticas. Embora a indústria seja muito competitiva, estamos cada vez mais trabalhando em parceria com jornalistas de outras organizações e outros meios para multiplicar nosso poder de fogo. Enquanto essas parcerias produzirem boas histórias, elas continuarão.

Há disposição para pagar por jornalismo diferenciado?
Acredito que as pessoas estão dispostas a pagar por um jornalismo de qualidade e acho que o sucesso do Post demonstrou isso. Ouvi pessoas dizerem que assinam o Post porque temos jornalismo de qualidade, incluindo reportagens de investigação.

*Entrevista publicada pelo Observatório da Imprensa – 

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Livro analisa a cobertura da imprensa sobre abolição da escravatura

No livro “Raízes do Conservadorismo Brasileiro” (Editora Civilização Brasileira), o jornalista e historiador Juremir Machado da Silva analisa como os jornais brasileiros noticiaram a abolição da escravatura no dia seguinte à promulgação da lei Áurea e os reflexos dessa cobertura sobre o pensamento conservador no Brasil de hoje.

Silva se baseou em arquivos da época e, além de resgatar a reação da imprensa, também analisou os discursos dos políticos, empresários e de jornalistas antes e depois da lei, que não previa políticas de acolhimento e inclusão da população negra na sociedade. A pesquisa teve duração de mais de cinco anos e revela como os posicionamentos e estratégias dos atores sociais do período se assemelham ao conservadorismo da sociedade brasileira atual.

O autor destaca ainda, o papel de abolicionistas menos conhecidos e reforça a importância de intelectuais abolicionistas como José do Patrocínio, Joaquim Nabuco e Rui Barbosa. Silva também aponta os principais desafios enfrentados pelo movimento abolicionista. Repressão policial, preocupações econômicas, pedidos de indenização por proprietários rurais e a disseminação de preconceitos contra os negros estão entre eles.

Juremir Machado da Silva é graduado em história e em jornalismo pela PUC-RS, tem mestrado em antropologia pela UFRGS e doutorado em sociologia pela Université Paris V – Sorbonne. Publicou mais de 30 livros como “Solo”, “Jango”, “A Orquídea e o Serial Killer”, “Getúlio”, “História Regional da Infâmia”, “Para Homens na Crise dos 40”, entre outros.

*As informações são do Portal IMPRENSA

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