ABI BAHIANA

Ato em defesa da saúde reforça importância da vacinação

Com foco no reforço sobre a importância da vacina contra o novo coronavírus, a Comissão Especial de Direito Médico e da Saúde da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção Bahia, em parceria com a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) e o Ministério Público da Bahia (MPBA), promoveu hoje (3/2) o lançamento da campanha “Conscientização da População”. O ato online em defesa da saúde e da ciência foi realizado através do Zoom e transmitido ao vivo pelo YouTube da OAB-BA. As entidades demonstraram preocupação com os movimentos antivacina, o baixo número de indivíduos vacinados até agora no país, e destacaram a necessidade de enfrentar a desinformação, que coloca em risco o reconhecido Programa Nacional de Imunização (PNI).

De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm), desde 2017 a cobertura vacinal vem caindo, com o aumento do movimento antivacina, o que levou o país ao retorno, por exemplo, do sarampo, doença considerada pela OMS como “eliminada” no Brasil desde 2016. Dados coletados pela SBIm registram pelo menos 18 mil casos em 2018, 10 mil em 2019 e quase 8 mil casos em 2020, apesar da pandemia e do isolamento social.

Para o presidente da OAB-BA, Fabrício Castro, esses números tendem a cair ainda mais, caso não haja uma ação em nível nacional para educar a sociedade sobre a importância da vacinação. “O Brasil precisa de uma política de vacinação com ‘P maiúsculo’. Uma política clara, uma possibilidade de adquirir a vacina. Pior que não ter a vacina é não ter a perspectiva de ter a vacina. Nem as já aprovadas a gente tem a capacidade de trazer. A OAB da Bahia está firme, sim, na defesa da saúde”.

“A reunião da sociedade civil organizada é fundamental para enfrentar os descalabros que ameaçam a população. A única forma de evitar retrocessos é o apoio e o reforço incondicionais às ações de vacinação”, afirmou René Viana, presidente da Comissão Especial de Direito Médico e da Saúde da OAB-BA. Assim como Castro, o advogado enfatizou que o movimento encabeçado pela Comissão não possui viés político partidário. “A defesa que fazemos é da saúde. A OAB da Bahia não tem partido político, ela orienta suas ações baseada na legislação”, garantiu.

Segundo Viana, o debate de hoje foi o primeiro de outros passos que serão dados na campanha. “O movimento antivacina não nasceu hoje, mas o grande perigo se dá quando representantes do alto escalão do governo reforçam esse discurso negacionista e irresponsável. O reforço desse discurso permitirá o retorno de doenças que estavam erradicadas”, alertou.

Negacionismo e desinformação

Do medo de se tornar um jacaré até o de ter um chip 5G implantado no corpo, está crescendo no Brasil um perigoso movimento de pessoas que ficaram contra a vacina por causa de correntes do WhatsApp, eficiente meio para disseminar as chamadas fake News. “Essa desinformação é cheia de covardias. Uma delas é a diferença na capacidade de consumo, porque alguns pacotes das operadoras não descontam o uso do aplicativo Whatsapp, por exemplo. Aí, a gente recomenda checar o conteúdo recebido, consultar outras fontes, mas a pessoa prefere gastar seu pacote de dados num vídeo do que num artigo”, explica o jornalista Ernesto Marques, presidente da Associação Bahiana de Imprensa (ABI).

De acordo com Marques, o momento é de preocupação com dois direitos humanos fundamentais que estão ameaçados: o direito à saúde e à informação. “A negação de um dialoga com a negação de outro. Há algum tempo, existe uma campanha sistemática de negação da imprensa como instituição, de hostilidade às empresas de comunicação e especificamente aos profissionais de imprensa”, salientou. “Lamentavelmente, o principal protagonista desse sentimento agressivo é a maior autoridade deste país, haja vista as recentes declarações desrespeitosas e incompatíveis com o cargo, para tentar explicar a repercussão da compra de alimentos pelo Governo Federal”, refletiu o dirigente.

“Na pandemia, temos visto diversas formas violentas de tratar a imprensa, quando ela tenta noticiar corretamente os fatos sobre a evolução do coronavírus, formas de prevenir e, agora, combate semelhante se faz em relação às vacinas”, destaca Marques. O presidente da ABI ressaltou a eficiência das campanhas de vacinação no Brasil e chamou ao projeto o Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb) e o Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed). “Essa iniciativa a que a ABI se soma é de extremo valor. Até onde nos for possível, contem com o apoio irrestrito da ABI”.

A médica infectologista Adielma Nizarala expôs o seu sentimento de indignação com a onda negacionista que se alastrou no Brasil e explica que qualquer doença eliminada ou controlada pode voltar, caso haja queda na cobertura vacinal. “O Programa Nacional de Imunização existe desde a década de 70 e sempre teve muito sucesso. Ele começou a destruído recentemente, associado à última eleição presidencial. Nosso sentimento é de indignação diante da postura do que deveria ser a maior liderança deste país. Mais de 200 mil mortes. Eu não consigo entender como esse número não toca aquele que deveria ser o leme da nação. Só conseguimos vacinar 1% da nossa população até agora”, disse. “Essas campanhas contra a vacinação não estão baseadas numa justificativa técnica. Não há embasamento científico para esses movimentos antivacinas”, alertou a médica.

“Apesar de serem argumentos fracos, teremos muito trabalho pela frente, porque as pessoas recebem a notícia e tomam aquilo como verdadeiro. Temos uma série de empecilhos que vão atravancar o nosso projeto. Mas eu não tenho dúvida de que a união dessas forças fará diferença. Vamos começar esse trabalho com a OAB, mas sentimos falta dos nossos órgãos de classe. Podemos ainda puxá-los para esse projeto”. Para Nizarala, serão necessárias campanhas sistemáticas de informação. “Precisamos aproveitar essa curiosidade da população, plantar informação correta”.

René Viana informou que a promotora Patrícia Azevedo, coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (CESAU) do MPBA, não compareceu ao lançamento da campanha por causa de uma ação contra a Covid-19. O órgão, no entanto, segue comprometido com a iniciativa, tendo criado, inclusive, dois canais de denúncia de casos de fraudes e os “fura-filas” da vacinação: o telefone 0800-642-4577 e o e-mail para <[email protected]>.

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ABI BAHIANA

Em parceria com ABI e MPBA, OAB-BA lança campanha em defesa da saúde e da ciência

Nesta quarta-feira (3), às 9h, a Comissão Especial de Direito Médico e da Saúde da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção Bahia, em parceria com a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) e o Ministério Público da Bahia (MPBA), lançará a campanha “Conscientização da População”, com um ato em defesa da saúde e da ciência. O objetivo das entidades é orientar as pessoas sobre a importância da vacinação como mecanismo de proteção da saúde pessoal e coletiva. O evento virtual será realizado através do Zoom e transmitido ao vivo pelo YouTube da OAB-BA.

“Desde março do ano passado, vivemos um dos maiores desafios de ordem sanitária do último século, provocado pelo novo coronavírus. Felizmente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprovou o uso emergencial das vacinas. Mas para que alcancemos os níveis de imunização da população que permitam a erradicação da doença ou, no mínimo, seu controle, será indispensável a disponibilização dos agentes imunizantes em quantitativo suficiente, bem como massiva adesão da população”, defende René Viana, presidente da Comissão Especial de Direito Médico e da Saúde.

Movimento antivacina e desinformação

Do medo de se tornar um jacaré até o de ter um chip 5G implantado no corpo, está crescendo no Brasil um perigoso movimento de pessoas que ficaram contra a vacina por causa de correntes do WhatsApp, carregadas de fake news.

O presidente da Associação Bahiana de Imprensa (ABI, o jornalista Ernesto Marques, alerta para o perigo da desinformação, uma vez que a disseminação de notícias falsificadas tende a afastar a população das campanhas de vacinação. “A pandemia nos impõe uma reflexão profunda sobre a nossa responsabilidade com a oferta de informação qualificada de interesse público e alta relevância para a vida das pessoas e o complexo processo de descrédito da imprensa enquanto instituição”, destacou o dirigente.

Crédito: Comissão Especial de Direito Médico e da Saúde (OAB-BA)

De acordo com Marques, a ação deliberada de quem hostiliza profissionais da comunicação social e atua para desqualificar os veículos de imprensa coincide com a distribuição massiva de desinformação sobre as formas de prevenção e proteção contra a covid-19. “Não há como discutir a causa sem considerar seus efeitos. Não se trata de um problema da nossa corporação, mas um exemplo eloquente de que toda ameaça direta à democracia é, em última análise, uma ameaça à vida e aos direitos fundamentais, aí incluído o direito à informação”, salienta.

A Comissão Especial de Direito Médico e da Saúde da Ordem dos Advogados do Brasil tem como objetivo desenvolver estudos sobre questões relacionadas ao Direito à Saúde e à fenomenologia que o envolve, assim como promover constantes discussões coletivas sobre essa temática, sobretudo com a finalidade de esclarecimento da sociedade baiana.

Serviço

Lançamento da campanha “Conscientização da População”, em defesa da saúde e da ciência
Dia 3 de fevereiro (quarta-feira), às 9h
Ato virtual via Zoom, com transmissão ao vivo pelo Youtube da OAB-BA  
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Notícias

Jornalistas baianos criam newsletters com conteúdos jornalísticos e oportunidades na área da comunicação

Diferente das informações que chegam à sociedade de forma indiscriminada por meio das redes sociais, a newsletter ou boletim informativo ressurgiu como alternativa aos conteúdos não selecionados por pessoas reais, entregues através da Internet. As newsletters (“boletins informativos” em português) geralmente eram enviadas por correio eletrônico, SMS ou MMS. Com o avanço da globalização e consequentemente do ciberespaço, as notícias dos boletins passaram a ser comumente enviadas por e-mail ou através das notificações de push. 

Na Bahia, jornalistas do município de Vitória da Conquista criaram a newsletter ‘Vem Pro Fluxo’, boletim sobre oportunidades para profissionais e estudantes de jornalismo relacionadas ao mercado brasileiro de comunicação. Criada por Afonso Ribas, Karina Costa e Victória Lôbo, a newsletter faz parte de um projeto maior, o Jornalismo Revolucionário. “O que acontece muito com jornalistas recém-formados, especialmente aqui no interior baiano, é que eles não encontram emprego na área e precisam migrar para o marketing, aprender a trabalhar como designer ou outra atividade com vagas disponíveis no mercado”, expõe Karina Costa.

Karina Costa, Afonso Ribas e Victória Lobo – Jornalismo Revoluncionário/Divulgação

O conteúdo é dividido em cinco seções, que incluem informações sobre prêmios e concursos, bolsas de estudo e de intercâmbio, programas de financiamento, eventos e cursos para jornalistas. “Damos prioridade para oportunidades de nível nacional, que possam, portanto, contemplar jornalistas e estudantes de jornalismo de qualquer lugar do país, e também divulgamos oportunidades internacionais que jornalistas brasileiros podem concorrer”, conta Afonso.

A newsletter ainda possui uma parte dedicada à indicação de livros, reportagens e podcasts, além de informar os assinantes sobre tendências e novidades na área. Completando um ano este mês, o principal desafio, segundo o cofundador da ‘Vem Pro Fluxo’, é ampliar o  alcance e chegar a cada vez mais jornalistas independentes e empreendedores. “Para superar esse desafio, temos buscado divulgar ambos os projetos (Jornalismo Revolucionário e ‘Vem Pro Fluxo) em canais acessados pelo nosso público-alvo, incentivando quem já nos acompanha a compartilhar e indicar o que fazemos para outros colegas de profissão”, explica Ribas. 

Cajueira, newsletter gratuita sobre o Nordeste

A região Nordeste se tornou um dos assuntos mais comentados na internet, depois que a Revista Veja divulgou a capa especial do aniversário de 467 anos da cidade de São Paulo. A publicação nomeou a cidade sudestina como “A Capital do Nordeste” e recebeu críticas, por demonstrar despreparo no trato com as regionalidades brasileiras. Composta por seis pessoas socialmente interpretadas como brancas, a capa deu o que falar e gerou inúmeras discussões nas redes sociais através de textos, vídeos e até memes. 

Desde novembro de 2020, a Região Nordeste conta com uma iniciativa que contrapõe os estereótipos nordestinos reproduzidos na imprensa e mídias sociais: a newsletter “Cajueira”, que já possui mais de 800 assinantes. O nicho do boletim se trata da curadoria de conteúdos jornalísticos independentes nos estados do nordeste. As brasileiras Mariana Ceci (de Natal), Nayara Felizardo (de Teresina), Mariama Correia e Joana Suarez (Recife), responsáveis pelo projeto contaram a à LatAm Journalism Review (LJR) do Knight Center, sobre o processo de criação. As quatro colaboradoras atuam de forma voluntária, em função de o projeto não ter financiamento ou fonte de receita.

Logo da Newsletter Cajueira/Reprodução

“Tenho mais acesso à informação sobre o que está acontecendo em São Paulo do que sobre a Paraíba, que está aqui do lado. E muitas vezes isso me interessa mais, porque está mais próximo e é mais parecido com a minha realidade”, conta Mariana Ceci, primeira a tomar iniciativa na criação da newsletter. Ela convidou Nayara, Mariama e Joana, que expressavam descontentamento com os estereótipos da população nordestina no Brasil. 

À LatAm Journalism Review as jornalistas alertaram que “homogeneizar as realidades de um território  diverso” ignora a relevância histórica, cultural e econômica dos nove estados do nordeste. As edições já abordaram temas como a pandemia de COVID-19, eleições municipais de 2020. Além de divulgar a produção de veículos nordestinos independentes, a newsletter pede para os leitores apoiarem essas organizações.

Veja a reportagem completa da LatAm Journalism Review sobre a ‘Cajueira’ aqui.

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