ABI BAHIANA

Recesso de fim de ano

A Associação Bahiana de Imprensa estará em recesso de fim de ano do dia 24/12/2021 a 31/01/2021. A nossa sede retornará às atividades no dia 03/01/2022. Desejamos um período festivo com muita paz e esperança de notícias melhores.

Confira abaixo os contatos dos setores para envio de solicitações:

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Notícias

Abraji aciona STF para impedir assédio judicial contra jornalistas

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) protocolou no Supremo Tribunal Federal uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, requerendo mais proteção nos casos de assédio judicial contra a categoria. O objetivo da entidade é impedir que os Juizados Especiais Cíveis (JECs) sejam utilizados para perseguir jornalistas e comunicadores, através da prática coordenada de distribuição pulverizada de processos contra um mesmo alvo.

Em nota, a Abraji afirma que pediu, usando a técnica da interpretação conforme à Constituição, para que, sempre que caracterizada uma situação de assédio judicial, “os processos em série sejam reunidos e julgados na comarca de residência do réu, isto é, do jornalista e do comunicador”, para evitar que o profissional tenha gastos excessivos para comparecer aos diversos endereços dos JECs.

“O Brasil lutou muito para que o acesso à justiça fosse democratizado, e a Abraji não pretende de modo algum diminuir esse acesso. O que se pretende é uma ordem para estipular que, em caso de abuso do direito de ação, os processos sejam reunidos e que tenham trâmite perante o foro do domicílio do réu. Dessa forma, já que não se pode evitar o abuso, pelo menos que facilite aos assediados a gestão da sua defesa”, afirma a advogada Taís Gasparian, do escritório RBMDFG, que representa a Abraji na causa.

O presidente da Abraji, Marcelo Träsel, espera que a ADI impeça o cerceamento da liberdade de imprensa. “A retaliação contra reportagens investigativas por via judicial vem se tornando cada vez mais frequente no Brasil e, infelizmente, um instrumento de promoção da democracia e do estado de direito, como os JECs, se tornou uma arma para que pessoas envolvidas em algum tipo de infração ou crime procurem esconder suas atividades do público”.

Segundo o dirigente, muitas organizações e indivíduos, embora tenham condições financeiras de acessar a justiça comum, dão preferência a esse tipo de juizado, porque lhes permite “desestabilizar o cotidiano de seus alvos e atingir o verdadeiro objetivo das ações, que não é demonstrar razão ou reparar um dano, mas intimidar jornalistas.”

O uso dos JECs como ferramenta de assédio judicial a jornalistas tem sido cada vez mais frequente no Brasil. Um dos primeiros ocorreu em 2008 e teve como alvo a jornalista Elvira Lobato, à época na Folha de S.Paulo. Lobato  respondeu, após publicação de uma reportagem sobre a Igreja Universal, a mais de 100 processos apresentados por pessoas ligadas à igreja quase que simultaneamente, revelando características de um ataque orquestrado. 

Tais Gasparian, que defendeu Elvira Lobato, busca desde então alternativas para diminuir o impacto de quem procura instrumentalizar o Poder Judiciário contra a liberdade de expressão. “Não há remédio jurídico para enfrentar o assédio judicial. É necessário que o STF se pronuncie sobre essa questão de modo a mitigar os danos dos que são atacados”, disse a advogada. 

O assédio judicial, ainda que se utilize desses instrumentos legítimos, “inverte de forma selvagem princípios éticos e jurídicos para deliberadamente sabotar a realização da Justiça e obstruir os ideais democráticos” , afirma Eugênio Bucci, jornalista e professor, em parecer anexado à ação movida pela Abraji. Bucci acrescenta que a finalidade dessas ações não é buscar a justiça, e sim “sequestrar as energias do sistema de Justiça para perseguir pessoas que se dedicam a apurar a verdade factual, tão indispensável à política civilizada”.

Os processos movidos nos Juizados Especiais Cíveis também são mapeados pelo projeto Ctrl+X, que em sua nova fase passou a incluir novos filtros com as principais características de assédio judicial. Até o momento são 148 processos em tramitação nos JECs, do total de 5.526 processos cadastrados no banco de dados do projeto.

As informações são da Abraji.

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Notícias

TVE exibe documentário que traz a origem de nomes de ruas e bairros de Salvador

Hoje, às 20h, a TVE Bahia vai exibir o documentário “Toponímia da Cidade de Salvador”, uma releitura do programa de rádio do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (IRDEB), realizado em 1975 pelo historiador e professor Cid Teixeira, falecido nesta terça (21). Para quem não pôde acompanhar as aulas de Cid no rádio, a obra é um resgate valioso de parte do seu trabalho de revelar as histórias da cidade.

Cid Teixeira, historiador responsável por narrar a memória de Salvador e da Bahia, ajudou a fundar o Irdeb – Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia e a Rádio Educadora, que surgiu com a ideia de nome “Rádio Educação”. Em 2018, a TVE Bahia digitalizou aulas do historiador que explicavam a origem de nomes de ruas e bairros de Salvador.

Narrado pelo professor e dirigido pela documentarista Carolina Canguçu, o filme traz explicações, curiosidades sobre lugares famosos da cidade como Pelourinho, Sete Portas, Baixa dos Sapateiros, Subúrbio, Ladeira dos Galés, Igreja do Rosário dos Pretos, Igreja do Passo e Comércio. As imagens fazem parte do banco de dados do Centro de Documentação (CEDOC) da TVE e outras são de filmes, como o “Bahia, por exemplo”, do diretor baiano Rex Schindler. 

Os outros episódios do filme podem ser encontrados no canal de Youtube da TVE Bahia.

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Blog das vidas

Cid Teixeira vive na memória

Mestre. Memória eterna da Bahia. Senhor História. Muitos são os nomes usados para se referir ao historiador e intelectual Cid Teixeira. O professor faleceu aos seus 97 anos, na manhã desta terça, 21, enquanto dormia. Ainda não foram divulgadas informações sobre o sepultamento. 

Cid formou-se bacharel em Direito pela UFBA, em 1948, porém advogado foi a única profissão que não exerceu. Aproximou-se da matéria de História – para a qual dedicaria grande parte de sua vida – através de seu trabalho como copista no Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, onde iniciou suas primeiras pesquisas. Foi também professor de História na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFBA e, posteriormente, foi lecionar na Universidade Católica de Salvador. Em 1990 foi convidado para dirigir a Fundação Gregório de Mattos e desde 1993, Cid Teixeira ocupava a cadeira de número 19 da Academia de Letras da Bahia. 

Atuou também como jornalista, com passagem pelas redações do Diário da Bahia, do jornal A Tarde, como editorialista do Jornal da Bahia e redator-chefe do Tribuna da Bahia. Implantou o serviço de Rádio Educação da Rádio Educativa da Bahia. Aliás, foi através da comunicação que Cid popularizou seus conhecimentos. Estreou nas rádios e na TV, narrando eventos da história da Bahia, desmistificando fatos e contando pequenos casos que fazem parte da história macro. 

“A Bahia ganhou Cid Teixeira. Uma vida longa, um legado maravilhoso, uma belíssima declaração de amor pela Bahia”, afirma o jornalista e radialista Ernesto Marques, presidente da ABI. Questionado se a partida do historiador representa uma perda irreparável, o jornalista prefere lembrar de Cid por outro ponto de vista. “Como derradeira contribuição para a história baiana, o Professor faz de todos nós, herdeiros e herdeiras da obrigação de não permitir que o vasto e precioso acervo reunido ao longo da sua vida não se perca. A solidariedade precisa alcançar o cuidado com livros e documentos diversos que foram matéria-prima para muito do que o mestre produziu, além de ter sido compartilhado com inúmeros pesquisadores, alunos ou não”, afirma.

A vida dedicada à Bahia rendeu vários livros, entre eles “História da Armação”, “Bahia em Tempo de Província”, “História do Petróleo na Bahia”, “História da Energia Elétrica na Bahia” e um livro de memórias, “Histórias Minhas e Alheias”. Por sua contribuição intelectual e científica, Cid Teixeira foi reconhecido com duas importantes honrarias: a Medalha Tomé de Souza, concedida em 1992 pela Câmara Municipal de Salvador, e a Comenda 2 de Julho, concedida em 2013 pela Assembleia Legislativa da Bahia. 

O professor tornou-se fonte para jornalistas e estudantes, e famoso por ser solícito com todos. Recebia-os em seu apartamento, dedicado somente para seus livros, tamanha era a sua coleção. A antropóloga e jornalista, Cleidiana Ramos, recorda os momentos em que Cid foi sua fonte e inspiração. “Quando ia entrevistá-lo ganhava o dia, além de ser privilegiada com uma aula particular sobre História da Bahia que me ajudou e ajuda muito em tantas direções. Além do vasto conhecimento era extremamente generoso e bem humorado. Raras vezes vi alguém com tanta facilidade para dominar a comunicação capaz de ser entendida pelos mais variados públicos. E sobre isso ele gostava de lembrar suas experiências em rádio e jornal. A Bahia está se despedindo não apenas de uma mente brilhante, mas acima de tudo de uma pessoa especial que dava leveza à produção intelectual”, completa a jornalista.

Informações por Metro 1 e do site Bahia com História.

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