ABI BAHIANA

ALB une cultura e democracia

Como parte do acordo de cooperação com as instituições de educação e cultura da Bahia, iniciado em maio deste ano, a Associação Bahiana de Imprensa participou na tarde desta quinta-feira (20), de reunião na reitoria da Universidade Federal da Bahia. Em pauta, o Programa da Academia de Letras da Bahia de Cultura e Democracia.

A iniciativa da Academia de Letras da Bahia visa a oferecer à comunidade um programa voltado para o estímulo da reflexão sobre a democracia e seu fortalecimento. O programa contará com atividades gratuitas que serão realizadas no auditório da ALB. A partir de mesas e conferências com a participação de profissionais reconhecidos no estado e no país, serão abordados temas como intolerância religiosa, liberdade de imprensa e a participação feminina na construção da democracia.

Participaram do encontro desta quinta o 1º vice-presidente da ABI, Luis Guilherme Pontes Tavares; o reitor da Universidade Federal da Bahia, Paulo César Miguez de Oliveira; o pró-reitor de Extensão da UFBA, Guilherme Bertissolo; o presidente da Academia de Letras da Bahia, Ordep Serra; a assessora de comunicação da ALB, Patrícia Si Barreto e a secretária da ALB, Leá Santana.

*Catharine é estagiária de Jornalismo da ABI.

Edição: Jaciara Santos

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Notícias

Jornal Grande Bahia sofre assédio judicial depois de reportagens

O jornalista Carlos Augusto, editor e diretor do Jornal Grande Bahia (JGB), da cidade de Feira de Santana, enfrenta um processo judicial desde que publicou, em setembro de 2021, a reportagem “‘Tentativa de pautar mudança no regimento interno do TJBA, em tese, objetiva colocar na Mesa Diretiva grupo que crie óbice às investigações do CNJ nos Casos Faroeste e Ilha do Urubu, diz fonte’”. O texto revelava possíveis conexões entre os inquéritos e a alteração das normas do sistema eletivo no Regimento Interno do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA).

Além das declarações das fontes ouvidas na matéria, o conteúdo publicado pelo JGB – hoje sob censura nos termos do Processo nº 0147496-83.2021.8.05.0001 – se apoiou em documentos (confira no Processo nº 8034192-87.2022.8.05.0080). A suspeita levantada era que a modificação da regra do sistema eleitoral do tribunal estadual teria o intuito de levar à presidência algum magistrado que pudesse criar obstáculos à investigação federal do Caso Faroeste (Entenda aqui), cujas decisões emitidas pelo ministro da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Og Fernandes, foram responsáveis por afastar oito desembargadores do TJBA.

Na última quinta-feira, 13 de julho, Carlos Augusto publicou uma reportagem denunciando o assédio judicial sofrido a partir de ações movidas pelo servidor público Julio Cezar Lemos Travessa, desembargador do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) e presidente da Associação dos Magistrados da Bahia (AMAB).

O texto aponta irregularidades na tramitação do  processo judicial de nº 8034192-87.2022.8.05.0080, classificado pelo jornalista como “uma verdadeira caçada judicial”. Segundo ele, houve violação à liberdade de expressão e de imprensa na audiência de instrução e julgamento (ver vídeo da audiência ocorrida em 4 de maio de 2022). “A promotora chegou a pedir que eu revelasse a fonte da matéria jornalística. É um processo que já nasce morto. Eu escrevi com rigor técnico e científico, embasado por toda a documentação anexada ao texto e primando pelo bom jornalismo”, garante.

Carlos Augusto contratou os advogados Murillo Santana e Paulo de Tarso. Os profissionais enfatizam que a criminalização de expressões verbais relacionadas ao jornalismo é uma contínua violação da liberdade de imprensa no Brasil.

“É um caso de perseguição. Não há crime, há intimidação. Esse processo afronta a Constituição em, pelo menos, 25 dispositivos. Além da perseguição, a Constituição está sendo aviltada para atender aos interesses de um funcionário público que deveria velar, dentro do seu ofício, pelo fiel cumprimento das normas”, avalia Murillo Santana.

Já na esfera cível, o desembargador Júlio Travessa moveu um processo para que a reportagem tivesse a sua veiculação suspensa, sob pena de multa diária de R$100. “A matéria faz distinção entre o servidor Júlio Travessa e o delator Júlio Cavalcanti, advogado envolvido na Operação Faroeste. O nome do desembargador foi suprimido e ainda assim foi aplicada a multa”, observa Paulo de Tarso.

“Computou 150 dias de descumprimento. Entramos agora com pedido para o juiz retirar a multa, que foi aplicada sem o comprovante de que a matéria ainda estava no ar, como se o site não tivesse retirado o conteúdo”, destaca o advogado. Para ele, o processo “é uma demonstração da escalada de abusos e da censura explícita ao Jornal Grande Bahia”, afirma.

Violência contra a imprensa

Nos últimos meses, as entidades da comunicação baiana têm denunciado e enfrentado os casos de violência física contra profissionais de imprensa. Mas, segundo o presidente da Associação Bahiana de Imprensa, Ernesto Marques, há outro tipo de agressão, não menos violenta e não menos ameaçadora contra a democracia, contra a liberdade de imprensa e contra o direito do cidadão de ser bem informado, que é o assédio judicial.

“O assédio judicial é uma prática que consiste em bombardear jornalistas e veículos noticiosos com ações judiciais que pedem indenizações milionárias e impagáveis, supressão de conteúdos já publicados ou a simples proibição de tratar de determinados assuntos”, explica o dirigente.

Em vídeo publicado no Instagram da entidade nesta quarta (19), Marques expressou a irrestrita solidariedade da ABI ao jornalista Carlos Augusto e ao seu veículo. “A ABI, com o mesmo vigor que repudia qualquer ato violento contra os profissionais, contra veículos de comunicação, condena também a prática do assédio judicial, que por nós é entendido como uma ameaça à imprensa e à democracia”, completa o presidente da Associação.

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Notícias

Flipelô 2023 apresenta programação à imprensa

O lançamento oficial e a apresentação completa da programação da edição 2023 da Festa Literária Internacional do Pelourinho – Flipelô serão realizados no próximo dia 19 de julho, às 9h, na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no Largo do Pelourinho. A Flipelô acontece de 9 a 13 de agosto.

Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos Salvador, 2018 | Foto: Paul R. Burley

De acordo com a organização do evento, imprensa e convidados saberão em primeira mão detalhes da Festa Literária em um café da manhã preparado para recebê-los.

Pelo sétimo ano consecutivo o Centro Histórico de Salvador será o palco da Flipelô, que este ano tem a escritora e ialorixá Mãe Stella de Oxóssi como homenageada.

A Flipelô é uma realização da Fundação Casa de Jorge Amado, em correalização com o Sesc, e é apresentada pelo Ministério da Cultura e pela CCR, realizada na região do CCR Metrô Bahia, com patrocínio da Prefeitura de Salvador, apoio do Governo do Estado da Bahia, da ITS Brasil, Rede Bahia, Irdeb – Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia e Ponto Outdoor, além do apoio institucional da Academia de Letras da Bahia.

Abertura

A Orquestra Afrosinfônica, regida pelo maestro Ubiratan Marques, e o cantor Danilo Caymmi farão a abertura do evento, no dia 9, no Largo do Pelourinho. Arranjos especiais homenageiam Mãe Stella de Oxóssi.

A sétima edição da festa ganhou um jingle criado por ninguém menos que o cantor e compositor Gerônimo Santana. O artista convida o público para um mergulho no universo da literatura, valorizando o papel da leitura no processo educacional.

Confira o jingle:

Arte, cultura, leitura o escritor Jorge Amado passou pra nós
A poesia é Bahia, é a voz, cidade de São Salvador ô ô…
Flipelô, flipelô…
História, magia, amizade, é diversidade, é educação
Flipelô, flipelô…
Vamos pra Festa do Livro lá no Pelourinho é pura emoção ô ô…
Flipelô, flipelô…
História, magia, amizade, é diversidade, é educação
Flipelô, flipelô…
Vamos pra Festa do Livro lá no Pelourinho é pura emoção ô ô…

Mais informações: Assessoria de Imprensa da Flipelô – Doris Pinheiro 71 98896-5016

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Blog das vidas

Morre aos 94 anos a artista plástica e museóloga Lygia Sampaio

A Associação Bahiana de Imprensa – ABI lamenta a morte da artista plástica e museóloga baiana Lygia Sampaio, falecida na manhã de hoje, 15 de julho, em Salvador. Segundo comunicado enviado pela família, ela faleceu em sua residência.

Lygia entrou na Escola de Belas Artes em 1948, aos 20 anos de idade, onde desafiou os padrões vigentes da sociedade, aventurando-se em lugares considerados impróprios para as mulheres da época.

Em 1974, a convite da escritora, folclorista e jornalista Hildegardes Vianna, Lygia atuou na montagem do Museu de Imprensa da ABI, inaugurado em 10 de setembro de 1976, durante a gestão de Afonso Maciel, 4º presidente da ABI (ver a galeria de ex-presidentes). Coube a Hildegardes mobilizar e gerir as doações de acervo que possibilitaram a criação do Museu, cuja primeira exposição contou a história de jornalistas e dos fundadores da ABI.

Na função de museóloga da instituição, Lygia Sampaio organizou o acervo composto de documentos e jornais antigos, entre os quais edições raras de jornais que fizeram história na imprensa local.

Em novembro de 2018, aos 90 anos, Lygia foi homenageada pela Associação com a Medalha Ranulfo Oliveira, condecoração estabelecida em 1998, com o objetivo de prestigiar profissionais com notável contribuição à liberdade de imprensa e ao exercício da atividade jornalística.

Trajetória

Lygia Sampaio nasceu em 1928, em Salvador – Bahia. Fez o Curso Livre de Desenho e o 1° ano da Escola de Belas Artes da UFBA (1948). Frequentou o ateliê de Mário Cravo e acompanhou o grupo de Rescala em pintura ao ar livre. Participou do movimento renovador das Artes Plásticas baianas no fim da década de 40 ao lado de Mario Cravo, Caribé, Rubem Valentim, Genaro de Carvalho, Jenner e Carlos Bastos. Esteve presente nos Salões Baianos de Belas Artes de 1949, 1950, 1951, 1954 e 1955, com menção honrosa em pintura (1951) e menção honrosa em desenho (1954 e 1955). Expôs também no Salão Nacional de Belas Artes em 1952, no Rio de Janeiro, onde estudou com Santa Rosa. Teve ainda como mestres Presciliano Silva, Mendonça Filho e Alberto Valença. Trabalhou por 30 anos no Arquivo da Prefeitura de Salvador e formou-se em Museologia pela UFBA em 1975.

Realizou exposições coletivas e individuais, com destaque para a mostra individual de 1955 no Belvedere da Sé e a exposição de 1984, no Núcleo de Artes do Desembanco, local onde trabalhou por doze anos e cujo acervo conta com obras suas. Publicou em 2006 o livro De Sam Payo a Sampaio fruto de sua pesquisa genealógica iniciada em 79 e ilustrado com desenhos em bico de pena de sua autoria, que ganharam exposição no Museu de Arte da Bahia. Em 2010 integra o livro 50 anos de Arte na Bahia, panorama das artes plásticas produzidas desde 1945 e escrito pela crítica de arte e curadora, Matilde Matos. Em 2013, a convite do Museu Regional de Arte de Feira de Santana, realizou a exposição Da linha a cor com trabalhos de diferentes épocas. Em 2014 promove no Museu de Arte Sacra de Salvador sua última exposição: Lygia Sampaio 60 anos de pena e pincel, com trabalhos à óleo, aquarelas, desenhos à bico de pena e técnica mista, que datavam de 1949 a 2014.

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