O uso de inteligência artificial no jornalismo tem sido discutido por profissionais de diversas áreas internacionalmente. Pensando nesse cenário, surgem iniciativas como o “Questionário Jornalistas e Inteligência Artificial: Percepções, práticas, desafios e oportunidades”.
Em fase de coleta de dados, a pesquisa busca disponibilizar publicamente as evidências sobre o atual estado de percepção e de práticas resultantes da adoção de Inteligência Artificial (IA) por jornalistas profissionais no contexto Ibero-Americano.
A pesquisa considera IA todas as formas computacionais automatizadas que apoiem os jornalistas a recolher, analisar e apresentar informações, classificar dados, identificar padrões, gerar pistas e criar conteúdo escrito e audiovisual (imagens, áudio, vídeo, código).
Quem desejar contribuir com a pesquisa, deve preencher o formulário (https://forms.office.com/e/hhWmkAV7Wm), feito exclusivamente para os profissionais da imprensa que atuam no Brasil. As questões permeiam práticas de trabalho e reflexões deontológicas sobre o fazer jornalístico.
A equipe à frente do projeto conta com a professora da Faculdade de Comunicação da Ufba, Suzana Barbosa; a também professora e jornalista, Sara Perez Seijo – da Universidade de Santiago de Compostela -, e Paulo Nuno Vicente, jornalista e professor na Universidade Nova de Lisboa.
O projeto possui apoio do Sindicato dos Jornalistas Portugueses (SJ), Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Sindicato dos Jornalistas do Estado da Bahia (Sinjorba), Federación de Asociaciones de Periodistas de España (FAPE) e Red de Colegios Profesionales de Periodistas.
Multifacetado. Ruy Barbosa foi jornalista, jurista, político, diplomata, pesquisador – um homem com paixões brilhantes, capaz de reunir multidões após mais de 100 anos do seu falecimento. Depois de Ruy, suas ideias permanecem vivas e, acima de tudo, atuais. Na noite desta segunda-feira (4), o lançamento do longa-metragem “A Voz de Ruy” reuniu autoridades, profissionais de imprensa, cultura, pesquisadores e estudantes no Cine Glauber Rocha, no Centro Histórico de Salvador.
O filme, que tem o patrocínio do Governo do Estado da Bahia, via Secretarias da Cultura e da Fazenda, através do Programa Estadual de Incentivo ao Patrocínio Cultural – Fazcultura e ACELEN, é uma produção da DPE Entretenimento e Giros Filmes, com apoio da Associação Bahiana de Imprensa (ABI) – uma das instituições dedicadas a preservar a memória de Ruy no estado, por meio da Casa da Palavra Ruy Barbosa e seus acervos raros. O coquetel de lançamento teve o apoio do Instituto Rui Barbosa-IRB, Caixa de Assistência dos Advogados da Bahia-CAAB, OAB/BA e Sebrae.
O evento buscou resgatar e valorizar o legado de Ruy Barbosa, uma das figuras mais importantes da história brasileira e contou com profissionais de diversas áreas, mostrando a amplitude do trabalho do Águia de Haia.
Na sala de cinema, a equipe executiva dividiu com o público detalhes da produção e idealização da obra prestes a ser exibida.
Entre os principais executivos de marketing do Brasil, Maurício Magalhães, CEO da Giros Filmes, destacou os desafios da indústria cinematográfica no país e a importância de fomentar a cultura por meio de iniciativas como essa. “Eu queria fazer um convite para que a gente levasse muito a sério as políticas culturais aqui na cidade de Salvador”.
O diretor geral da DPE entretenimento, Maurício Xavier também abordou a questão e salientou a necessidade de olhar para todos os estados brasileiros com igual atenção e importância na cena audiovisual. “A gente só vai ter um cinema verdadeiramente nacional quando todo o Brasil estiver produzindo cinema”, defendeu o diretor geral.
Para o embaixador Carlos Cardim, foi imprescindível que o lançamento nacional do documentário acontecesse em Salvador. O sociólogo e professor é autor da biografia A raiz das coisas – Rui Barbosa: o Brasil no mundo. “Um filme sobre Ruy Barbosa estrear na Bahia é fundamental, porque a Bahia tem uma consciência histórica. O Brasil começou aqui, a primeira capital do país foi Salvador. Aqui estão as raízes do Brasil”, ressaltou o diplomata.
Casa cheia
Foram necessárias duas salas do Glauber Rocha para comportar todo o público presente na noite de pré-estreia. “Para mim, foi uma surpresa ver essa sala lotada, com tanta gente interessada. Não esperava essa recepção”, disparou o co-diretor Pedro Sprejer. Ele dividiu a função com os cineastas Fernanda Miranda e Belisário França, diretor geral da obra. “O que despertou nosso interesse em fazer o filme foi a defesa que ele fez da democracia ao longo de toda a sua vida, seja na política, no jornalismo ou no direito”, detalhou Sprejer.
Fernanda Miranda falou sobre o tempo de pesquisa até o longa chegar à telona. “O projeto partiu da Associação Bahiana de Imprensa e a gente mergulhou em uma pesquisa de aproximadamente 6 meses, o que foi possível por conta das leis de incentivo à cultura e do nosso patrocinador, a Acelen”, afirmou.
A diretora reconhece que um personagem complexo como Ruy não poderia ser integralmente representado em um único documentário. “Não tivemos o objetivo de fazer uma enciclopédia sobre Ruy Barbosa, precisamos direcionar as nossas escolhas, muita coisa ficou de fora. Mas eu estou muito satisfeita com o que alcançamos”.
Sem dúvidas, Ruy Barbosa marcou positivamente a história de diversas instituições brasileiras, desde os órgãos de cultura, do direito, passando pelos órgãos dedicados ao aperfeiçoamento da administração pública em benefício da sociedade.
De acordo com o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE/BA) e representante do Instituto Rui Barbosa, Inaldo da Paixão, o papel de educador desse baiano ilustre é uma das suas principais contribuições.
“Sempre será importante exaltar a figura de Ruy Barbosa como jurista, como político, como jornalista, patrono do Supremo, do Senado, do Tribunal de Contas. Mas, sobretudo, como educador, alguém que se importava com uma educação pública de qualidade. Ruy precisa estar presente hoje e sempre, na vida de todos que acreditam na liberdade, que acreditam na república e em um país melhor. Hoje é dia de festa.”
Diretor de Economia da Cultura do Governo do Estado da Bahia, o advogado Fernando Santos considerou o documentário como uma oportunidade de entender melhor a vida e a obra de Ruy.
“A gente sabe que ele era um homem muito à frente do seu tempo, defensor intransigente da liberdade de todos, inclusive da população escravizada. Mas eu não sabia do grau de comprometimento que ele tinha e da abdicação pessoal que isso gerou na vida dele”, observou. “Esse documentário é necessário para que todos nós possamos resgatar a importância de Ruy.”
Em breve, o filme entrará em cartaz no circuito comercial e plataformas digitais, além de ser levado às escolas e universidades para servir como ferramenta educativa.
Acervos e preservação da memória
Com o ator baiano Ricardo Bittencourt atuando como Ruy, o longa exibe cenas históricas e bastidores da vida do jurista, ilustrado com imagens da Cinemateca Brasileira, Fundação Casa de Rui Barbosa, acervo do documentarista Isaac Rozemberg e fotos e documentos da Fundação Casa de Rui Barbosa, ABI, Biblioteca Nacional e Arquivo Nacional. Esse apoio foi fundamental para viabilizar a construção do argumento idealizado.
“Trabalhar com memória é uma questão no Brasil de forma geral. É muito gratificante quando a gente percebe que a nossa memória está bem guardada. Infelizmente, não é a maioria dos casos, tem muita coisa sendo perdida agora e muita já foi perdida. Mas, pelo menos, os acervos que tratam do tema Ruy Barbosa estão bem cuidados, existe atenção sobre essa memória”, pontou a diretora Fernanda Miranda.
A Fundação Casa de Rui Barbosa, representada pelos diretores José Antônio da Silva e Andreia Lyrio, também prestigiou o lançamento e resgatou essa questão.
“Eu acho que o filme reforça o legado de Ruy Barbosa. Ele certamente vai proporcionar uma reflexão sobre o papel de Ruy como a representação para a democracia, muito em voga no momento. É também importante para entender a valorização dos acervos que tratam da memória dele e da nossa cultura como um todo. É uma oportunidade para reconhecer Ruy Barbosa no tempo presente”, destacou José Antônio.
Casa da Palavra Ruy Barbosa
Ernesto Marques, presidente executivo da ABI, enxerga no filme uma oportunidade de reunir esforços para outra iniciativa importante: a reconstrução da casa onde nasceu Ruy Barbosa.
Ao todo, o projeto tem custo estimado de R$ 7 milhões. Assinado pelo curador, arquiteto e artista visual Gringo Cardia, a reabertura do museu buscará um paralelo entre o grande homem que foi Ruy Barbosa, enquanto comunicador e propagador de ideias, e a juventude de hoje por meio de soluções tecnológicas dialogando com o visual clássico.
“O filme era uma das metas traçadas desde quando instituímos a comissão para o centenário da morte de Ruy. Tínhamos previsto fazer o filme, algumas publicações e, claro, a culminância seria a reabertura do museu já repaginado como a Casa da Palavra Ruy Barbosa”, relembra o dirigente. “A nossa expectativa é que o filme sirva também para impulsionar, ampliar as informações e viabilizar o projeto.”
Nos 101 anos da morte de Ruy Barbosa, a Associação Bahiana de Imprensa recebeu em sua sede, nesta sexta-feira (1º de março), o diplomata e professor Carlos Henrique Cardim, autor da biografia “A raiz das coisas – Rui Barbosa: o Brasil no mundo”. O embaixador é uma das personalidades presentes no filme A Voz de Ruy, cujo lançamento exclusivo para convidados acontece na próxima segunda-feira (4), no Cine Glauber Rocha, em Salvador.
Conduzido pelo jornalista Ernesto Marques, presidente da ABI, e pelo diretor de Cultura da instituição, Nelson Cadena, o tour no Edifício Ranulfo Oliveira foi acompanhado por outros diretores, como o 1º vice-presidente Luís Guilherme Pontes Tavares, a 2ª vice-presidente Suely Temporal, a 1ª secretária Amália Casal e o conselheiro consultivo Joaci Góes, que também ocupa a presidência do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB).
O professor Cardim recebeu do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE-BA), Inaldo Araújo, publicações produzidas pelo Tribunal no âmbito do centenário de morte de Ruy, no ano passado.
Ao lado da advogada Rosa Maria Brochado, sua esposa e companheira nas aventuras das últimas três décadas, o embaixador traçou um breve panorama da história da diplomacia brasileira, fez um esboço sobre o papel de Ruy Barbosa no quadro político do país, desde o início da República, que marcou a entrada do Brasil na política mundial e definiu seu lugar na Primeira Guerra Mundial, sua relação com o Barão do Rio Branco e outras histórias. “Ruy legou ao Brasil uma herança que interferiu diretamente nas relações internacionais até hoje”, pontuou o sociólogo.
“A principal característica dele era a coragem. O Brasil tinha muita gente culta, de memória. Agora, coragem não é para qualquer um”, analisou Cardim.
Uma rica descrição da personalidade de Ruy – e sua importância – pode ser conferida nas páginas de A raiz das coisas, publicado originalmente em 2007 e que ganhou nova edição revisada e ampliada. A obra organiza o legado ruiano em matéria de relações internacionais, consolidando referências e produzindo um roteiro da documentação e bibliografia sobre o “Águia de Haia”. A publicação estará disponível já a partir da próxima semana, na Livraria Escariz do Shopping Barra (L2 Central).
“Cardim é um amigo que Ruy Barbosa nos deu. Eu havia ficado muito impressionado com o livro e para minha surpresa nos conhecemos na Fundação Casa de Rui. Ele prolongou sua estadia no Rio para conversarmos sobre a Casa da Palavra Ruy Barbosa, porque está muito entusiasmado com o projeto”, contou Ernesto Marques. O filme e a peleja pela reabertura do museu têm promovido bons encontros. Tem sido uma experiência enriquecedora.”
Carlos Cardim concluiu, em 1975, o curso de Sociologia e Política pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Tornou-se doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo em 1994. É professor da Universidade de Brasília, sendo fundador do Departamento de Relações Internacionais e Ciência Política, ex-presidente do Conselho Editorial da Editora da UnB (1978-1983).
Ingressou na carreira de diplomata após ter concluído o curso de preparação do Instituto Rio Branco em 1976. Ascendeu a Conselheiro em 1994. É embaixador (MRE) e vice-presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB).
A Voz de Ruy
O filme A Voz de Ruy tem o patrocínio do Governo do Estado da Bahia, via Secretarias da Cultura e da Fazenda, através do Programa Estadual de Incentivo ao Patrocínio Cultural- Fazcultura e ACELEN. É uma produção da DPE Entretenimento e Giros Filmes, com apoio da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), uma das instituições dedicadas a preservar a memória de Ruy no estado, por meio da Casa da Palavra Ruy Barbosa e seus acervos raros.
O evento de lançamento tem o apoio do Instituto Rui Barbosa-IRB, Caixa de Assistência dos Advogados da Bahia-CAAB, OAB/BA e Sebrae.
Com direção de Fernanda Miranda e Pedro Sprejer e direção geral de Belisário Franca, o longa exibe cenas históricas e bastidores da vida do baiano, na sua trajetória como jornalista, político, jurista, diplomata, na Bahia, no Rio de Janeiro e no exterior, através de depoimentos de especialistas na vida e obra de Ruy, ilustrados com imagens da Cinemateca Brasileira, Fundação Casa de Rui Barbosa, acervo do documentarista Isaac Rozemberg e fotos e documentos da Fundação Casa de Rui Barbosa, ABI, Biblioteca Nacional e Arquivo Nacional.
“A minha expectativa é de termos uma noite muito rica. Vamos reunir pessoas da política, da imprensa, do audiovisual, pessoas que têm apreço pela história e por memória”, destacou o presidente da ABI. “Para nós, é uma satisfação dar uma pequena contribuição para conhecermos mais o personagem e o que ele fez mais de cem anos atrás”, concluiu o dirigente.
A Associação Bahiana de Imprensa lamenta o falecimento da jornalista e advogada Nayá Bastos Lôbo, aos 33 anos, nesta quinta-feira (29). O sepultamento será nesta sexta-feira (01/03), às 10h, no Memorial Jardim das Flores, situado na Av. Transnordestina, Rodov. BR 324 Norte, após a Uefs.
Natural de Feira de Santana, Nayá completaria, em maio, 10 anos de graduada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Formada também em Direito, atualmente atuava como assessora jurídica da Defensoria Pública do Estado de Alagoas.
Em sua trajetória profissional, contribuiu em espaços como a TV Subaé, Rádio Sociedade AM Feira de Santana, Agência Cidade Propaganda e assessorias de comunicação.
“Competente, alegre, cheia de sonhos e desejos, Nayá nos deixa com a sensação de uma brilhante caminhada interrompida fatidicamente”, afirma a nota divulgada pelo Sindicato de Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia (Sinjorba). A entidade lamentou passagem precoce da jornalista, em decorrência de um infarto, e manifestou solidariedade aos familiares e amigos.