ABI BAHIANA

ABI lança clube literário e discute cobertura jornalística de temas ambientais

A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) promove na próxima quinta-feira, 6 de junho, às 14h, o lançamento do Clube de Leitura “Odisseia Literária da ABI”, no auditório da instituição, na Praça da Sé, Centro Histórico de Salvador. O evento, que é gratuito e tem o apoio da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Facom/UFBA), será marcado pela realização da Roda de Conversa “Mídia, Meio Ambiente e Poder: desafios e perspectivas da cobertura jornalística”, em comemoração à Semana Mundial do Meio Ambiente.

O encontro reunirá jornalistas, estudantes, gestores e especialistas para debater os desafios e as vivências enfrentadas por repórteres que cobrem a questão ambiental na Bahia, além de apontar caminhos para uma interação eficiente entre poder público e profissionais da imprensa, muitas vezes, na perigosa linha de frente da apuração de reportagens.

“Expostos a ameaças físicas, ataques durante suas investigações ou vítimas de assédio judicial, esses profissionais enfrentam processos e tentativas de censura por trazerem à tona informações sobre irregularidades ou crimes ambientais. Tais riscos não apenas ameaçam sua integridade física e mental, mas também representam uma tentativa de silenciar vozes críticas essenciais para a democracia e a preservação do meio ambiente”, ressalta o jornalista Ernesto Marques, presidente da ABI.

Esse tópico será discutido no primeiro bloco da roda de conversa, intitulado “Vivências e desafios da pauta ambiental”, no qual a ABI recebe as jornalistas Mariana Alcântara, especialista em Jornalismo Científico e Tecnológico, pesquisadora vinculada à Facom/Ufba; Cleidiana Ramos, coordenadora dos projetos A TARDE Memória e REC do Grupo A TARDE, autora do especial “Água Grande”, sobre o Rio Paraguaçu; e Carolina Cerqueira, repórter do Jornal Correio, com foco em meio ambiente.

Conscientiz(Ação)

A diretora de Comunicação da ABI, Jaciara Santos, defende que a cobertura jornalística de questões ambientais é crucial para manter a população informada, combater fake news e o negacionismo científico. “Além de conscientizar a sociedade sobre a importância da prevenção de desastres ambientais, a atuação corajosa desses repórteres contribui significativamente para a formação de uma opinião pública consciente e engajada, capaz de cobrar ações efetivas e sustentáveis das autoridades”, argumenta a jornalista.

O Bloco 2 do evento, “Transparência e ação: O papel dos órgãos na divulgação de dados”, reunirá gestores públicos como Eduardo Topázio, diretor de Fiscalização Ambiental do Inema – Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, e Ivan Euler Paiva, titular da Secretaria Municipal de Sustentabilidade e Resiliência (Secis Salvador). A discussão abordará a interação do poder público com a mídia e de que forma a gestão pode contribuir para uma cobertura mais qualificada, combatendo a desinformação. Foram convidadas as assessorias de comunicação dos órgãos, pela função estratégica que esses profissionais desempenham na disponibilização de informações e atendimento às solicitações da imprensa.

Odisseia Literária

A primeira obra escolhida para a Odisseia Literária da ABI não poderia ser mais apropriada: “Maria Altamira” (1ª ed. São Paulo: Editora Instante: 2020), sétimo romance da escritora Maria José Silveira, é uma literatura de denúncia que acompanha a emocionante trajetória de uma família devastada pelo desastre ambiental. A narrativa exalta a presença ativa da população indígena e ribeirinha no combate às políticas de aniquilamento e discute, por exemplo, os impactos da construção da usina de Belo Monte, com histórias contadas a partir de perspectivas reais.

Segundo a idealizadora do projeto, a educadora Débora Muniz, o objetivo é reunir participantes interessados em compartilhar não apenas a leitura do livro escolhido, mas também outros saberes, experiências vividas e referências. Recém-egressa do curso de História da UFBA, ela atua como assistente na Biblioteca de Comunicação Jorge Calmon, da ABI, ao lado da bibliotecária Valésia Oliveira. 

Muniz conta que a ideia surgiu de uma demanda pessoal, depois de perceber mudanças em seus próprios hábitos de leitura, em decorrência de uma rotina agitada. “A literatura e o ato de ler não precisam ser uma jornada solitária. Quando fizemos a pesquisa para iniciar esse projeto, vimos muitos clubes de leitura online. Nossa ideia é expandir e criar uma rede, uma comunidade”, destaca a professora. A Odisseia Literária da ABI terá encontros mensais, para inspirar e reacender o amor pela leitura.

O encerramento da atividade ficará por conta de uma intervenção do Movimento Exploesia, grupo coordenado pela jornalista Vitória Régia Sampaio e formado por mulheres que praticam a arte poética autoral na Bahia. A entrada é gratuita e o público pode ficar à vontade para doar livros na recepção do auditório. As doações de obras paradidáticas serão destinadas ao projeto Circule Um Livro, no qual a ABI é parceira da ABAF – Associação Baiana das Empresas de Base Florestal.

Sobre os convidados

Mariana Alcântara

Jornalista, doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Culturas Contemporâneas da Universidade Federal da Bahia (Póscom/UFBA) e integrante do Grupo de Pesquisa em Jornalismo Online (GJOL/UFBA), tendo recebido bolsa da CAPES. Especialista em Jornalismo Científico e Tecnológico. Sua dissertação de mestrado abordou a cultura científica no Brasil e na Bahia através da análise sobre as políticas públicas de popularização da ciência e tecnologia. Atuou como repórter e foi editora em projetos como a Revista Jovens Cientistas e Agência de Notícias Ciência e Cultura. Pesquisadora de temas como mídia, ciência, saúde, meio ambiente, divulgação científica, educação popular e políticas públicas de popularização da ciência.

Cleidiana Ramos

Jornalista, professora, doutora em antropologia e pesquisadora nas áreas de Antropologia da Festa, Memória Social e Cibercultura. Coordena os projetos A TARDE Memória e REC do Grupo A TARDE onde faz a curadoria e gestão do Centro de Documentação A TARDE. É autora de Os Caminhos da Água Grande, livro-reportagem sobre o município de Iaçu, e Cibervida, Cibermorte e Cibersorte, uma coletânea de histórias que articulam cibercultura e a pandemia de coronavírus. É autora do especial “Água Grande”, sobre o Rio Paraguaçu, fruto de uma incursão de 12 dias feita por ela e pelo repórter fotográfico Luciano Andrade. 

Carolina Cerqueira

Formou-se em Jornalismo pela UFBA em 2022. Já passou pelas rádios GFM e Bahia FM, em Salvador, além do Estadão e CNN, em São Paulo. Atualmente, é repórter do Jornal Correio, com foco em comportamento, 60+ e meio ambiente. Nesta última área, já fez reportagens sobre mudanças climáticas, ansiedade climática, comprometimento do Parque Nacional de Abrolhos e devastação da Caatinga. Também é mestranda em Comunicação e Cultura Digital pela Facom/Ufba. Seu foco de pesquisa é Jornalismo Digital e Redes Sociais. 

Eduardo Topázio

Diretor de Fiscalização Ambiental do INEMA – Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Formado em Engenharia Sanitária e Ambiental pela UFBA (1989). Mestre em Engenharia Oceânica – Modelagem Numérica Computacional em Zona Costeira (2003). Já atuou no INEMA como coordenador e diretor de Recursos Hídricos e Monitoramento Ambiental, foi coordenador de monitoramento no INGÁ – Instituto de Gestão das Águas e Clima, coordenador Técnico de gestão de reservatórios e barragens no SRH – Superintendência de Recursos Hídricos. Engenheiro Sanitarista do CRA – Centro de Recursos Ambientais; aprovado em concurso Público (enquadrado atualmente como Especialista em Regulação e Fiscalização) lotado na Diretoria de Recursos Naturais – Coordenador do Programa Baía de Todos os Santos.

Ivan Euler Paiva

Titular da Secretaria de Sustentabilidade, Resiliência e Bem-estar e Proteção Animal da Prefeitura de Salvador. Graduado em Engenharia Civil, Mestre em Engenharia Ambiental Urbana, pós-graduado em Engenharia da Qualidade e Design para Sustentabilidade e MBA em Empreendedorismo e Inovação.

SERVIÇO

Lançamento do Clube Odisseia Literária da ABI | com a Roda de Conversa “Mídia e Meio Ambiente: desafios e perspectivas da cobertura jornalística”
Data: 6 de junho (quinta-feira)
Hora: 14h
Local: Auditório Samuel Celestino (8º andar do Edifício Ranulfo Oliveira, Rua Guedes de Brito, 1 – Praça da Sé, Salvador)
Entrada gratuita | Sugestão: Doar um livro na recepção do evento

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Notícias

Documentário sobre a Revolta dos Búzios chega aos cinemas

O documentário “1798 – Revolta dos Búzios”, do pesquisador e cineasta baiano Antônio Olavo, estreia no dia 30 de maio, às 18h20,  no Cinema do Museu – Corredor da Vitória, em Salvador. Além da capital baiana, o filme será exibido simultaneamente em dez cidades, dentre elas São Paulo e Rio de Janeiro. O filme só seguirá em cartaz, se tiver público na semana de estreia. Por isso, Olavo convoca a sociedade para lotar as salas. 

Produzido pela Portfolium Laboratório de Imagens e distribuído pela Abará Filmes, a obra faz parte do projeto do pesquisador de registrar os movimentos de insurgência negra na filmografia nacional.

A expectativa de Olavo – que é diretor de mais de 19 filmes documentários (7 longas e 12 curtas) – , é que a obra seja a primeira de uma sequência que retratará a Revolta dos Búzios (1798), a Revolta dos Malês (1835) e a Sabinada (1837-1838). O cineasta tem se dedicado ao tema desde 2006 e vê nessa empreitada uma forma de fortalecer a identidade do povo negro.

“Conhecer essas emocionantes e encantadoras histórias contribui para consolidar a autoconfiança e autoestima do povo negro, e isso muda a forma de viver no Brasil”, afirma Olavo, refletindo sobre a importância do longa. “Os conspiradores de Búzios, em 1798, que lutaram pela independência, por uma república democrática e pelo fim da escravidão, merecem ter sua memória preservada”. 

A produção do filme teve apoio da ANCINE, FSA, BRDE, Governo do Estado da Bahia, Secretaria de Comunicação Social do Estado da Bahia, Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia – IRDEB e da TV Educativa da Bahia.

O projeto de distribuição do filme foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura e Governo Federal.

SERVIÇO

Local: Cinema do Museu, Corredor da Vitória | Salvador
Horário: 18h20; 20h
Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia)

Demais capitais: Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte, Brasília, Goiânia, Recife e Aracaju.

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Notícias

Oficinas gratuitas de roteiro e editoração acontecem em Salvador

Termina neste sábado, 25 de maio, o prazo de inscrições para as oficinas do projeto “Dos filmes que ainda não fizemos – narrativas soteropolitanas”, que acontecem de forma presencial do dia 3 a 14 de junho, às 13h30, no Espaço Boca de Brasa, em Cajazeiras, e no formato online, de 22 de junho a 21 de julho. As inscrições podem ser feitas por meio do link (https://abre.ai/oficinaroteiro2024).

Qualquer pessoa acima de 16 anos pode se inscrever e não é exigida experiência prévia para escrita de roteiro, mas é necessário apresentar uma história a ser contada. A intenção é difundir o conhecimento técnico sobre roteirização e noções de editoração.

Os cursos emitirão certificado de conclusão, sendo necessário o cumprimento de pelo menos 70% das aulas, além da realização das tarefas propostas. Ao todo, serão ofertados dois cursos: escrita para roteiro, com carga horária de 24h, e editoração, com 12h.

Cinema e literatura

Para o coordenador pedagógico do projeto, Rober Corrêa, a ideia é transformar as histórias trazidas em obras literárias, independente do projeto final se tornar um curta ou longa metragem. “Para além de ser uma receita para a produção de um filme, os roteiros vão além e tornam-se verdadeira literatura”, afirma o diretor, roteirista e produtor, um dos idealizadores do projeto. 

Corrêa enxerga na iniciativa uma oportunidade de viabilizar histórias guardadas por muitos baianos e baianas. “Há um número infinito de histórias engavetadas, roteiros a serem escritos, filmes a serem feitos. Mas, se produzir um filme demanda uma estrutura, por vezes, inviável, por que nos furtar da experiência de registrar, publicar ou ler um roteiro? O roteiro não precisa ser filmado para existir enquanto texto, enquanto literatura”, defende Rober. 

De acordo com a produtora executiva, a jornalista, diretora e roteirista Carolina Gomes, o modelo híbrido do projeto possibilita uma aderência maior do público. O local escolhido para as oficinas presenciais é, sobretudo, estratégico. “Há nesse projeto uma busca por atrair participantes para além da área central da cidade, buscando atingir em cheio o miolo do município de Salvador, por isso a oficina presencial será em Cajazeiras”, explica. Por outro lado, vai acontecer logo depois da presencial a oficina online, o que amplia a possibilidade de participação de mais gente.

Este projeto foi contemplado pelo edital Gregórios – Ano III, com recursos financeiros da Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, Prefeitura de Salvador e da Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura e Governo Federal.

SERVIÇO

Oficina presencial:
Datas: 03/06 a 14/06 – segunda a sexta-feira
Horário: das 13h30 às 17h30
Local: Espaço Boca de Brasa – Av. Engenheiro Raymundo Carlos Nery – Cajazeiras, Salvador – BA, 41340-640

Oficina online:
Datas: 22/06 a 21/07 todos os sábados e domingos
Horário: das 9h às 13h na plataforma Google Meet

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ALB recebe lançamento de livros de Carlos Ribeiro e Aleiton Fonseca

Nesta sexta-feira (24), o professor e jornalista Carlos Ribeiro apresentará ao público baiano duas novas obras: “Contos selecionados”, uma coleção de trabalhos do escritor que permeiam este gênero, e “Vozes do nosso tempo”, seleção de entrevistas com personalidades nacionais e internacionais, em parceria com o também professor Aleilton Fonseca. O evento ocorrerá na sede da Academia de Letras da Bahia, às 17h30, na Joana Angélica, 198, Centro da capital baiana.

Contos Selecionados, do jornalista, professor e acadêmico Carlos Ribeiro, é uma seleta do mergulho que fez no gênero conto, desde o lançamento do pioneiro Já Vai Longe o Tempo das Baleias, quatro décadas atrás. A obra traz ainda capítulos de romance e de outras aventuras literárias do autor que tem 20 livros publicados entre novelas, romances, crônicas, ensaios, reportagens e naturalmente contos. Percorrendo as 447 páginas desse livro é possível acompanhar a trajetória de um autor comprometido com a cultura baiana e com o aprimoramento da própria linguagem narrativa.

Menos tradicional, Vozes do Nosso Tempo é um projeto ambicioso, calcado em entrevistas – algumas publicadas, ainda que em parte – feitas com personalidades contemporâneas da cultura da Bahia. São quatro eixos: Literatura (o maior), Mídia História e Ecologia; Saúde e Segurança Pública; e Música, Teatro e Artes Plásticas. Um livro que é também um documento de cunho perene, histórico, de uma época.

As entrevistas trazem personalidades como Ruy Espinheira Filho, João Carlos Teixeira Gomes (Joca), Antônio Brasileiro, Kátia Borges, Hélio Pólvora, Suzana Varjão, Elsimar Coutinho, Juca Ferreira, Antônio Risério, Chico Liberato e Heitor Reis, para citar apenas os baianos. No total são 37 entrevistados, sempre contando com uma apresentação feita pelos organizadores distribuídos por 300 páginas.

Editados pela P55, os livros são frutos de convênio entre a Academia de Letras da Bahia e a Assembleia Legislativa do Estado da Bahia (ALBA).

O trabalho editorial da Alba, o Alba Cultural, vem trazendo a lume obras inéditas – como é o caso destes dois lançamentos – ou resgatando obras de elevado teor literário, histórico ou cultural que estão fora de catálogo há décadas. Para tanto, o Legislativo vem firmando parcerias com instituições comprometidas com a cultura baiana e com a sua preservação como a Academia de Letras, o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia ou a Universidade Federal da Bahia, através de sua editora.

A Academia de Letras da Bahia conta com apoio financeiro do Governo da Bahia, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia.

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