Nesta quarta-feira (22), estudantes do primeiro semestre de Jornalismo da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (FACOM/UFBA) deixaram a sala de aula para uma atividade diferente. A turma da disciplina “História do Jornalismo”, ministrada pelo professor Fernando Conceição, participou de uma visita guiada à sede da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), localizada na Praça da Sé, no Centro Histórico de Salvador.
A aula foi iniciada no Museu de Imprensa, onde o historiador Pablo Sousa apresentou o espaço cultural aos estudantes, falou sobre a história da ABI desde a fundação, há 95 anos, e sua importância para o fortalecimento da comunicação no estado.
Em uma apresentação descontraída, os alunos foram conduzidos à Sala de Reuniões Afonso Maciel, onde Suely Temporal, presidente da ABI, compartilhou um pouco de sua trajetória profissional como jornalista e empresária do ramo da comunicação, e explicou o papel da instituição na defesa da liberdade de imprensa e na valorização dos profissionais de imprensa. Durante o bate-papo, a dirigente também ressaltou a importância da diversidade e da representatividade na imprensa.
“Nosso trabalho é fazer da ABI uma instituição mais plural e mais diversa”, afirmou Suely, destacando como é crucial a presença de diferentes vozes no jornalismo.
Foto: Madú Castro
A visita seguiu com um passeio pela Biblioteca da ABI, onde os alunos conheceram o acervo histórico da instituição, composto por livros, periódicos e documentos raros sobre o jornalismo baiano.
Por fim, os estudantes retornaram ao Auditório Samuel Celestino, no terraço da ABI, onde a presidente conduziu uma aula aberta. Suely Temporal compartilhou detalhes de sua caminhada até alcançar a presidência da ABI e deu dicas sobre como os novos jornalistas podem se inserir no mercado de trabalho, enfatizando a ética, a constante atualização e a paixão pela profissão.
O jornal Tribuna da Bahia comemora nesta terça, 21 de outubro, 56 anos de circulação contínua e realizou cerimônia na noite ontem (20), na Associação Comercial da Bahia (ACB). O evento foi prestigiado por jornalistas, autoridades, empresários e dirigentes de entidades como a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia (Sinjorba), além de instituições ligadas à imprensa e à cultura.
A ABI foi representada pela presidente Suely Temporal, por Nelson José de Carvalho, diretor Social, e pelo vice-presidente da Assembleia Geral, Luís Guilherme Pontes Tavares. Pelo Sinjorba, a celebração reuniu os diretores Moacy Neves, Rafael Lopes e Arisson Marinho.
Foto: Gleisy CanedoFoto: Gleisy Canedo
O evento, promovido pela direção do veículo fundado em 1969 por Elmano Castro, teve como tema a reflexão sobre os desafios contemporâneos da comunicação e o impacto das grandes transformações econômicas, como a mineração, no Estado da Bahia.
Coube ao presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Henrique Carballal, abordar a “Evolução da Mineração na Bahia – Exposibram 2025”, a Expo & Congresso Brasileiro de Mineração, um dos eventos mais importantes do setor mineral na América Latina. A anfitriã Isabela Suarez, presidente da ACB, destacou a importância da Tribuna no apoio ao empreendedorismo e sua capacidade de inovação ao pautar o tema da mineração.
O presidente da TB, Antônio Walter Pinheiro, que também ocupa a presidência da Assembleia Geral da ABI, resgatou em seu discurso a trajetória de lutas do jornal desde a sua fundação em 1969 e lembrou que “a Tribuna não apenas informa, ela forma”, aludindo à formação de profissionais e ao papel educativo que o veículo exerceu ao longo de décadas.
Foto: Joseanne GuedesFoto: Gleisy Canedo
Ele também ressaltou que, mesmo em momentos de adversidade, o jornal manteve sua linha editorial independente frente a pressões externas, contribuindo para o fortalecimento do debate democrático na Bahia. Ao seu lado, o vice-presidente do jornal, Marcelo Sacramento, e o diretor de Redação, Paulo Roberto Sampaio.
Suely Temporal e Renata Vidal, secretária municipal de Comunicação | Foto: Romildo de Jesus
Estiveram presentes a secretária municial de Comunicação, Renata Vidal; o secretário do Turismo do Estado da Bahia, Maurício Bacelar; o presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), Joaci Góes, que dirigiu o jornal por quase três décadas; o empresário e ex-senador Antonio Carlos Júnior, acionista da Rede Bahia, entre outras personalidades.
Homenagem da ABI aos 56 anos da Tribuna da Bahia
A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) celebra os 56 anos da Tribuna da Bahia. Desde 1969, o jornal tem exercido papel essencial na defesa da liberdade de expressão, na cobertura dos grandes fatos da Bahia e na formação de gerações de jornalistas.
Ao longo de quase seis décadas, a Tribuna acompanhou as transformações políticas e sociais do país, mantendo-se fiel aos princípios do bom jornalismo e da democracia. Desde que inaugurou a sede na Rua Djalma Dutra, o veículo jamais fechou as portas.
Hoje, reafirma sua relevância ao investir em novas plataformas e conteúdos digitais, ampliando seu diálogo com o público e demonstrando capacidade de inovação.
A ABI parabeniza a equipe da TB por construir, diariamente, esse legado de informação, ética e compromisso com a sociedade.
Associação Bahiana de Imprensa (ABI) Salvador, 21 de outubro de 2025
Em um cenário marcado pela repressão e censura impostas pela ditadura militar, um grupo de jornalistas baianas ousou desafiar as regras de um universo masculino. O documentário “Entre a Caneta e Poder: Mulheres no jornalismo da Bahia” chega para mostrar as trajetórias de jornalistas pioneiras que transformaram a história da imprensa baiana. O filme será exibido em sessão especial nesta quinta-feira (23), às 19h30 no Cine Teatro 2 de Julho, em Salvador.
O documentário, dirigido por Daniel Talento e com produção associada de Erica Iotty, produção executiva de Karen Zardi e produção de Roger Cunha, mergulha nas histórias de resistência, inovação e determinação de mulheres que, com a caneta em punho, enfrentaram um período de intensa repressão. Com direção de fotografia de Ruan Souza e Daniel Talento e montagem de Evodio Jr., o filme proporciona uma reflexão profunda sobre os desafios que as mulheres na mídia ainda enfrentam.
O longa-metragem reúne depoimentos de Mariluce Moura, Mônica Bichara, Joana D’arck e de três diretoras da Associação Bahiana de Imprensa: Carmela Talento, Isabel Santos e Jaciara Santos, além da participação do jornalista e escritor Emiliano José. A obra revela histórias de coragem, resistência e inovação de mulheres que enfrentaram o autoritarismo, romperam barreiras e seguem inspirando gerações futuras.
Produzido pela Arpoador Audiovisual e Tia Maria Filmes, “Entre a Caneta e o Poder” reforça a importância de reconhecer e preservar a memória dessas profissionais cuja atuação impactou o jornalismo em solo baiano. Para Daniel Talento, “o filme reforça a importância de vozes diversas e representativas e garante que o legado dessas jornalistas extraordinárias seja reconhecido e preservado para o futuro.”
Serviço
🎬 Exibição do documentário “Entre a Caneta e o Poder: Mulheres no Jornalismo da Bahia” 📅 Data: 23 de outubro (quinta-feira) 🕒 Horário: 19h30 📍 Local: Cine Teatro 2 de Julho (Rua Pedro Gama, 413 E – Federação, Salvador – BA) 🔗 Inscrições:
O cheiro do babaganoush se misturava ao das páginas recém-autografadas. Sobre uma mesa, pequenas tigelas de hummus, salada de feijão, muhammara e pão recebiam as mãos curiosas dos convidados, como se cada receita fosse uma lembrança. A noite de autógrafos de “A saga dos sírios e libaneses no sudeste da Bahia”, novo livro do jornalista, advogado e escritor Wilson Midlej, realizada nesta sexta-feira (17), na Livraria LDM do Shopping Bela Vista, começou antes mesmo da primeira palavra escrita: veio pelo olfato, pela memória, pelo cheiro de casa. O lançamento proporcionou uma experiência gastronômica para celebrar um trabalho que mistura apuro documental, narrativas de família e cuidado literário.
A saga é fruto de pesquisas iniciadas em 2019. Revisado com rigor técnico e documental, o livro percorre a trajetória de famílias como Hagge, Maron, Midlej, Salomão e Thiara, imigrantes do fim do século XIX e início do XX que se instalaram em municípios da microrregião do sudeste baiano, entre sertões, rios e pequenas cidades. Midlej não se limita a levantar fatos; busca contar “como” essas vidas se entrelaçaram com a terra, o trabalho e as tradições locais, as vitórias e os ruídos, os amores e as perdas.
O ambiente foi tomado por descendentes das famílias homenageadas, em uma grande reunião familiar. Em meio a abraços e risadas, o autor recebia o carinho de amigos, nomes da cultura e da imprensa baiana, além de autoridades e políticos como o ex-governador Paulo Ganem Souto, os ex-deputados federais Leur Lomanto e Roberto Britto, também ex-prefeito de Jequié (BA); e o desembargador Lidivaldo Brito.
O ex-governador Paulo Ganem Souto, também descendente de libaneses, falou sobre o impacto da obra. “Wilson presta um grande serviço à história da Bahia. Ele reconstrói o percurso dos imigrantes e mostra como eles se incorporaram definitivamente à nossa cultura. E, embora a minha família não seja retratada diretamente no livro, ele ajuda a entender a trajetória dessas pessoas que se estabeleceram em diversas regiões do estado, constituíram famílias e tiveram atividade econômica importante”, analisou.
“Mais do que uma fila de autógrafos, o que me emociona é ver aqui a densidade das pessoas. Cada uma delas carrega um pedaço dessa história. Este é o livro da minha vida. Ele não fala de mim, mas fala dos meus ancestrais. Foram cinco anos de pesquisa, viagens, escuta e emoção”, declarou Wilson, enquanto a voz tropeçava.
Ele destacou que a obra inclui receitas das famílias sírio-libanesas citadas, cuidadosamente resgatadas pela esposa, professora e pesquisadora Jussara Midlej, que aprendeu a cozinhar observando a avó do autor ainda na adolescência. “Minha avó não escrevia português. Jussara aprendeu só de olhar. Cada prato servido aqui, o quibe, o hummus, o babaganoush, o muhammara, é um pedacinho dessa convivência e da contribuição de amigos”, lembrou o autor.
Entre sabores e afetos
Na mesa dos petiscos, Jussara Midlej, que atuou como revisora técnica do livro, explicava a origem de cada receita. Aposentada da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), a educadora ofereceu todo o suporte para o nascimento da Saga. “É a oralidade que alimenta nossa memória”, disse ela, sorrindo enquanto pegava uma porção generosa de muhammara, feita com pimentão assado e nozes. Quem também auxiliou no brilhantismo do cardápio foi o chef Nelmaron. Doutor em Odontologia, ele levou o elogiado quibeh alsamak (quibe de peixe).
Foi Tânia Maria Fonseca Araújo, neta de José Habib Assis, uma das famílias citadas na obra, quem definiu o sentimento da noite: “Quando eu cheguei e senti o cheiro, logo pensei: ‘isso aqui é comida árabe’. É o cheiro da minha infância, da casa da minha mãe, da comida feita com as mãos da minha avó. Esse livro traz de volta tudo isso”, disse ela, emocionada.
O diretor da LDM, Primo Maldonado, fez as honras da casa e conduziu o início da sessão de autógrafos. Já o professor Sérgio Mattos, editor do livro e autor do prefácio, afirmou que a obra o obrigou a pensar fora do formato acadêmico. “Não se trata apenas de história. É história de vida, contada por quem entende de afeto. Tive que fazer um prefácio diferente, misturando pesquisa e emoção, como o próprio Wilson faz. Eu me senti honrado em fazer esse segundo prefácio para ele.”
A jornalista Suely Temporal, presidente da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), esteve acompanhada por outros diretores da entidade, como o 1º vice-presidente Raimundo Marinho, Nelson Cadena e Luís Guilherme Pontes Tavares, e pelo historiador Pablo Sousa, assistente do Museu de Imprensa. Ela ressaltou o valor da obra para a memória coletiva. “O livro de Wilson Midlej nos ajuda a reconhecer a presença sírio-libanesa na formação cultural da Bahia. É história, é identidade e é também sabor. Ele conseguiu juntar tudo isso”, observou a dirigente.
O evento terminou com sabor, cheiros e lembranças impregnando o espaço como uma metáfora perfeita para o que o livro representa: a permanência do que se vive, mesmo quando tudo parece ter passado. A sessão foi prestigiada pelo jornalista Moacy Neves, 1º secretário da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj); o jornalista e escritor Valber Carvalho, a historiadora Goia Midlej, as professoras Maria Lúcia, Sylvia Ganem Assmar e Elga Oliveira, a escritora italiana Antonella Rossili; o advogado, poeta e compositor Walter Queiroz Jr; Delson e Adélia Martins, o cardiologista José Alberto da Matta, Laércio Andrade, Alberto Sampaio, Gilberto Nery, Macdonald Assis, Nelson Cortes e José Alberto Cortes.
De repórter esportivo em 1969 a chefe de sucursal e editor, a trajetória profissional de Midlej é longa e diversa. Nascido na Ponta do Humaitá, em Salvador (4 de dezembro de 1945), estudou em escolas públicas e concluiu o bacharelado em Direito em Jequié (BA), cidade onde reside há 14 anos e preside o Instituto Pensar Jequié. Ele integra a Assembleia Geral da Associação Bahiana de Imprensa e já trabalhou em veículos como A Tarde e Correio da Bahia, dirigiu a extinta revista Bahia em Foco e assinou livros de crônicas, contos e um romance histórico antes deste volume. Entre suas obras já publicadas estão “Crônicas da Bahia sob o sol de Jequié” (2014), “Gatilhos de lembranças – A eternidade do tempo” (2015) e “Anésia Cauaçu – Lendas e histórias do sertão de Jequié” (2017).