Blog das vidas

ABI lamenta morte do jornalista e radialista Manoel Canário

Morreu nesta quarta-feira, 5 de novembro, o jornalista e radialista Manoel Canário (91), figura emblemática da comunicação na Bahia que dedicou mais de quatro décadas de sua vida ao rádio e ao jornalismo. A ABI manifesta seu profundo pesar e estende condolências à família e amigos. O velório será nesta quinta (6), a partir das 8h, e a cremação, às 10h, no Cemitério Jardim da Saudade, no bairro de Brotas, em Salvador.

Natural de Senhor do Bonfim, Canário iniciou sua trajetória ainda nos anos 1950, e foi um dos nomes que ajudaram a moldar a história do rádio noticioso em Salvador, atuando como noticiarista, líder de redação, diretor e voz reconhecida em várias emissoras.

Durante o período da ditadura militar, ele ocupou posição de destaque à frente do departamento de notícias da Rádio Sociedade da Bahia, e em relatos posteriores lembrava como, mesmo diante da censura, buscava estratégias para garantir que a informação chegasse ao público.

Homenagem em vida

O ex-conselheiro Fiscal da ABI foi entrevistado na 9ª edição da revista Memória da Imprensa, publicação que resgatou tanto sua trajetória profissional como sua visão sobre os desafios do jornalismo. Ao longo da carreira, ele se destacou por sua atuação incisiva, sensível e comprometida com a verdade e com aquilo que define o jornalismo de impacto social.

Na entrevista concedida à Memória da Imprensa, o jornalista Perfilino Neto, amigo e fã de Canário, o ajudou a se lembrar das inúmeras passagens de sua longeva trajetória profissional. De frente para um time composto também por Luis Guilherme Pontes Tavares, Jaciara Santos, Olívia Soares e Ernesto Marques – e conduzido pelo diretor Kau Rocha – Canário recordou seus primeiros passos como locutor e suas passagens por veículos baianos.

“Dono de uma voz potente e inconfundível, Manoel Canário foi uma figura incrível! Amável, inteligente e bem humorado. Ele atuou na ABI como Conselheiro Fiscal da ABI. Sua partida nos deixa tristes. Rogo para que Deus o receba em bom lugar, como ele merece e conforte seus familiares, neste momento de dor”, lamentou a jornalista Suely Temporal, presidente da ABI.

Foto: Caio Valente/ABI
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ABI BAHIANA Blog das vidas

ABI lamenta a morte da jornalista Wanda Chase

A Associação Bahiana de Imprensa expressa seu pesar pelo falecimento da estimada jornalista Wanda Chase, aos 74 anos, ocorrido na madrugada desta quinta-feira, 3 de abril de 2025. De acordo com a família, Wanda foi submetida a uma cirurgia de emergência no coração, no Hospital Teresa de Lisieux, em Salvador, após ser diagnosticada com aneurisma dissecante da aorta.

“Sua partida deixa um vazio irreparável, mas seu legado de luta, perseverança e paixão pela vida e pela justiça social continuará a inspirar gerações futuras. Para nós, seus familiares, Wanda é referência de alegria, determinação, sensatez, honestidade e competência”, diz nota divulgada pela família de Chase no início da manhã.

Trajetória – Nascida em Manaus, Amazonas, Wanda construiu uma carreira brilhante e tornou-se um ícone do jornalismo baiano. Sua paixão e dedicação à cultura afro-brasileira foram evidentes em seu trabalho como jornalista, apresentadora e militante do Movimento Negro.

Em reconhecimento à sua contribuição inestimável, Wanda foi agraciada com o Título de Cidadã Soteropolitana pela Câmara Municipal de Salvador em 2002 e, recentemente, receberia o Título de Cidadã Baiana pela Assembleia Legislativa da Bahia, cerimônia que foi adiada devido ao seu estado de saúde. A jornalista chegou a publicar em seu instagram aviso sobre o adiamento, explicando que se recuperava da “virose do Carnaval”.

Com uma trajetória de 47 anos na comunicação e mais de 45 prêmios recebidos, Wanda iniciou sua carreira no Jornal A Crítica, em Manaus, e passou por diversas emissoras, incluindo TV Amazonas, TV Aratu, TVE e TV Bahia, onde trabalhou por 27 anos. Sua atuação destacada na cobertura do Carnaval de Salvador e seu compromisso com a valorização da cultura negra deixaram uma marca indelével no jornalismo brasileiro.

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Um dia triste para o jornalismo: perdemos Kardé

Esta é uma notícia que nós, da Associação Bahiana de Imprensa, jamais gostaríamos de ter que dar: ontem à noite, sábado (29), a jornalista Kardelícia Mourão Lopes, nossa Kardé Mourão, nos deixou. Aos 65 anos, perdeu dura batalha para o câncer. Pertinho da meia-noite, aquele imenso coração de mãe, avó, irmã, filha, amiga, militante, sindicalista, espírita praticante, deixou de bater. Estava desde a véspera na Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital Municipal de Salvador, bairro de Cajazeiras.

Graduada em jornalismo pela antiga Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da Ufba, turma de 1981, Kardé chegou a trabalhar em veículos, como a TV Aratu, mas optou pela atuação em assessoria de imprensa de entidades sindicais. Entre outras, passou pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central das Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil (CTB), APLB-Sindicato, Sindicato dos Bancários e Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis da Bahia (Sinposba), segundo informações do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia (Sinjorba).

Dedicada à causa do jornalismo, ela presidiu o Sinjorba (2004-2010) e integrou a diretoria da entidade em vários outros períodos. Também fez parte da direção da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), mais recentemente como membro da Comissão Nacional de Ética, entre 2019 e 2022. Vale lembrar que Kardé participou do grupo que construiu o primeiro Manual de Assessoria de Imprensa do Brasil, em 1985.

Dualidade

Militante do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e espírita kardecista, ela tinha o dom da dualidade. Sabia equilibrar energia e doçura, opiniões fortes e palavras doces, dedo em riste na defesa de posições e afagos carinhosos para contemporizar. E um sorriso que iluminava qualquer ambiente.

Em sua última aparição pública, na Feijoada.com 2025, em 15 de fevereiro, no Camarote da Barra, Kardé pôde constatar o quanto é (assim no presente mesmo) amada e admirada pela categoria. Afagos, mimos, pedidos para fotos. Participou da estreia do Prêmio Amigo Sinjorba e fez a entrega do troféu a Cláudio Meirelles, presidente do Sindsefaz, um dos homenageados. Na ocasião, ela emocionou a todos, ao relatar a luta que enfrentava contra a doença e agradecer publicamente ao apoio dos colegas, amigos e familiares.

Devastado com a perda da amiga e parceira de lutas, o presidente do Sinjorba, Moacy Neves, resume seu sentimento em emocionada declaração: “Tenho nessa companheira e líder uma referência que jamais será substituída; foi ela quem me apresentou os caminhos da luta dos jornalistas, me incentivou, orientou e apoiou para continuar firme no fortalecimento do Sindicato e de nossa categoria”, disse.

Junto com todo um legado de lutas, Kardé deixa o filho Artur, o neto Heitor, a mãe Lurdes, irmãos e irmãs, as fiéis escudeiras Telma e Taís, além de uma legião incalculável de amigos e amigas.

A despedida acontece neste domingo (30), no Cemitério Jardim da Saudade, em Brotas. O velório será iniciado às 14h, na capela B, e a cerimônia de cremação está marcada para as 16h. A ABI se une aos familiares neste momento de dor e pesar, rogando que a companheira – espírita convicta – seja recebida pelos espíritos de luz nesta sua nova jornada.

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