A ocupação da Câmara de Salvador por parte dos integrantes do Movimento Passe Livre de Salvador, não apenas levou o presidente do parlamento, Paulo Câmara, à suspender as sessões plenárias, como também esquentou o clima entre governistas e opositores com direito a réplica e tréplica. Após o vereador Claudio Tinoco, que é vice-líder do DEM, classificar como partidária a ação dos manifestantes e denunciar que pessoas que se colocam como líderes do movimento são filiados a partidos políticos de oposição, o líder da minoria, Gilmar Santiago, rebate de pronto as críticas do adversário, demonstrando estar insatisfeito com o assunto.
“O vereador Claudio Tinoco é simplista quando acusa os partidos de oposição de manobrar parte do Movimento Passe Livre e está fugindo da responsabilidade das prerrogativas de um vereador”, disparou. Ele assegura ainda que a ocupação não tem orientação partidária. “Não existe nenhuma orientação dos partidos da oposição, mesmo que, contidos no movimento, existam pessoas filiadas a partidos políticos. A oposição reafirma seu apoio pela redução da tarifa e implantação do Conselho Municipal de Transporte, além de existir uma comissão suprapartidária para negociar uma reunião com o prefeito e governador para resolver o problema”, afirmou, complementando que: “O nosso compromisso é buscar o diálogo para que o prefeito ACM Neto sente e discuta os seis pontos reivindicados”, disse.
Na tréplica, o vice-líder do DEM disse que é ele (Gilmar Santiago) que “foge das prerrogativas de um vereador”. O edil reafirmou que o PT há muito tempo monitora o movimento popular que tomou as ruas do Brasil e tenta proteger-se ou induzir a sua direção. “Por isso, manifestei a minha surpresa em ver filiados partidários ocuparem a CMS, enquanto o MPL protestava de forma pacífica e ordeira no CAB. Afinal, o Brasil inteiro assistiu ao movimento recusar as bandeiras partidárias”, declarou.
O democrata disse ainda que o vereador deveria ter descido do palanque e ido ao Centro Administrativo na última terça-feira (23) defender que o governador Jaques Wagner conceda o passe-livre aos estudantes, como fez o governador do seu partido Tasso Genro no Rio Grande do Sul. “Infelizmente, aqui na Bahia, o governador declarou em entrevista ‘ser impossível chegar ao passe-livre’.
Por fim, Tinoco destacou que a Câmara já demonstrou o seu respeito e compromisso com o MPL ao realizar a primeira audiência pública para discutir as reivindicações e mobilizar suas comissões para dar celeridade na análise dos projetos de mobilidade.
Fonte: Tribuna da Bahia