O jornalista e político baiano José Cipriano Barata, que em vida foi um dos mais combativos defensores da luta contra a censura e o absolutismo no país, foi homenageado ontem pela Assembleia Legislativa da Bahia (AL) com uma tela pintada pelo artista plástico Henrique Passos.
A homenagem faz parte da programação desenvolvida pela Associação Bahiana de Imprensa (ABI), que congrega os profissionais de comunicação que desenvolveram trabalhos importantes a favor da liberdade de imprensa da Bahia.
Entre os presentes à solenidade, o presidente do Legislativo, deputado Marcelo Nilo, o presidente da ABI e diretor- presidente da Tribuna da Bahia Walter Pinheiro, além de autoridades e membros da diretoria.
Após a exposição da tela, o deputado Marcelo Nilo falou sobre a importância do jornalismo para a democracia e lembrou a dificuldade vivida pelos políticos e cidadãos durante período ainda recente, quando prevalecia o arbítrio e a censura.
“Como estamos num período republicano, em que a harmonia e independência dos poderes é respeitada, assim como as leis e os cidadãos, é pedagógico o trabalho que a ABI realiza para manter viva a lembrança do período duro que se seguiu à chegada dos militares no poder em 1964”, afirmou o deputado, que se comprometeu a apoiar as iniciativas da ABI em sua missão e se declarou honrado em representar o parlamento da Bahia naquele momento.
Walter Pinheiro lembrou a familiaridade dos jornalistas da Bahia e de sua entidade representativa e registrou que a Assembleia Legislativa chegou a funcionar no edifício Ranulfo de Oliveira, sede da ABI, durante 14 anos, entre os anos de 1960 e 1974, até a construção da sede definitiva do Legislativo no Centro Administrativo.
Ele acrescentou que a luta de José Cipriano Barata, considerado patrono dos jornalistas brasileiros, foi sempre pela independência do Brasil. Walter Pinheiro elogiou o vigor combativo de Barata, que editou e escreveu o seu jornal “Sentinela da Liberdade”, um dos primeiros documentos do gênero no país, muitas vezes de dentro dos cárceres, estudado no livro escrito pelo professor Marco Morel e editado pela Assembleia Legislativa e a Academia de Letras da Bahia.
“Ficamos felizes e orgulhosos em ter nosso arquivo enriquecido com esse quadro. Cipriano marcou sua vida pela defesa da liberdade em especial pela liberdade de imprensa. E por isso mesmo foi alvo de várias prisões, sendo obrigado a ir morar em Natal, onde veio a falecer”, declarou Pinheiro.