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Em aula aberta na Facom, Carla Akotirene discute “Mídia, Raça e Punitivismo”

“Mídia, Raça e Punitivismo” foi o tema da aula aberta ministrada pela professora, pesquisadora e ativista Carla Akotirene, na manhã de hoje (21/05) na Faculdade de Comunicação da UFBA (@facom.ufba ). A atividade foi uma iniciativa do professor Fernando Conceição, que faz esforços contínuos na instituição de ensino para promover debates que enfrentem criticamente as estruturas de poder e comunicação.

Com uma trajetória intelectual marcada pelo rigor acadêmico e compromisso político, Carla é mestre em Desenvolvimento e Gestão Social e doutora em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo (UFBA). Autora de obras fundamentais como “O que é Interseccionalidade?”, “Ó pa í, prezada!” e “É fragrante fojado dôtor vossa excelência”, ela tem contribuído de maneira decisiva para o pensamento crítico no Brasil sobre raça, gênero e classe.

Com a sala 11 lotada, Akotirene analisou como o punitivismo se entrelaça às práticas da mídia brasileira, sobretudo quando esta retrata a população negra. Segundo ela, o jornalismo muitas vezes reforça o racismo estrutural ao criminalizar corpos negros e ao invisibilizar violências institucionais e históricas que atravessam essa população.

“O racismo impregna a nossa aparência”, refletiu, enquanto fazia uma dura crítica ao sistema penitenciário e defendia a necessidade de lutar contra o racismo, contra o patriarcado, contra o capitalismo.

Ela explicou que o sensacionalismo midiático, em especial na cobertura policial, opera como uma engrenagem do racismo, legitimando o encarceramento em massa e a morte simbólica e física da juventude negra.

“A nossa sanha punitivista encontra lugar no jornalismo, na comunicação. Convido vocês a terem responsabilidade discursiva.”

Carla Akotirene

A professora também destacou a importância da interseccionalidade — conceito cunhado por Kimberlé Crenshaw e amplamente desenvolvido por ela no contexto brasileiro — como ferramenta analítica essencial para compreender como opressões se articulam de forma simultânea. A mídia, nesse sentido, não apenas informa, mas produz representações que reforçam desigualdades ao ignorar marcadores sociais como raça, gênero, classe e território.

“A identidade é interseccional. Não dá para o movimento antirracista lutar contra a discriminação racial e esquecer que negros sofrem com gordofobia, por exemplo. É preciso sensibilidade analítica para não hierarquizar esses marcadores”, defende a pesquisadora.

O jornalista Ernesto Marques, presidente da Associação Bahiana de Imprensa – ABI, enfatizou a relevância da atividade realizada com os graduandos de Jornalismo. Para ele, “a presença e a escuta de intelectuais como Carla Akotirene são fundamentais para pensar uma mídia mais ética, plural e comprometida com justiça social.”

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Seminário GJOL abre sua programação com palestra sobre transformações do jornalismo

A Faculdade de Comunicação da UFBA (Facom) iniciou hoje (21) as atividades do “Seminário GJOL 30 anos de jornalismo digital”. Composto por palestras, apresentações de trabalhos e minicursos, o evento semipresencial reúne pesquisadores, estudantes e profissionais da área para refletir sobre as transformações do jornalismo na era das redes.

O presidente da Associação Bahiana de Imprensa, Ernesto Marques, e a 1ª secretária da entidade, Amália Casal, estiveram presentes durante a abertura no auditório da Facom, em Salvador, assim como a diretora do Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba), Gabriela de Paula, Fernando Duarte, editor do Bahia Notícias, Shizue Miyazono, editora executiva do Bnews, e outros profissionais da área.

O Seminário é organizado pelo Grupo de Pesquisa em Jornalismo On-Line (GJOL) da Facom, e faz parte de uma rede de celebrações ibero-americanas, com eventos semelhantes celebrando o jornalismo digital em Portugal e na Espanha ao longo de 2025. O evento conta com o apoio institucional da ABI, do Sinjorba e de outras entidades ligadas à atividade jornalística.

A abertura do evento também teve presença do diretor da Facom, Leonardo Costa, do vice-diretor Washington Souza Filho. Foram exibidos três vídeos com falas de fundadores do GJOL, os professores Marcos Palacios e Elias Machado, que lembraram como a ascensão do jornalismo digital parecia improvável há 30 anos, além de um vídeo da pesquisadora Luciana Mielniczuk, falecida em 2018. Já a atual coordenadora do grupo de pesquisa, a professora Suzana Barbosa, explicou o propósito de comemorar esse marco.  

“Nós marcamos muito isso do Jornalismo Digital porque defendemos esse campo de estudos que, como bem disseram Marcos e Elias, desacreditava-se que podia se estabilizar, e hoje podemos ver a preponderância dessa área de formação e de prática que impacta o jornalismo como uma instituição social”, explicou ela.

Foto: Joseanne Guedes

Além da abertura, pela manhã o auditório da Facom também recebeu a palestra “E tudo a Internet levou: memórias póstumas do jornalismo tal como o conhecemos”, do professor português João Canavilhas. Ao longo da palestra, o professor fez um apanhado das transformações que o ambiente digital trouxe ao jornalismo ao longo desses 30 anos, situando a internet dentre outros avanços tecnológicos como a prensa de caracteres móveis e as estradas de ferro, que mudaram o alcance e a velocidade do jornalismo.  

“Ao longo do tempo o que tentou-se foi combater a distância e fazer o jornalismo chegar o mais longe possível o mais depressa possível. Então, quando aparece um novo meio que pode ajudar nestes aspectos [como a internet], evidentemente que nós percebemos que algo de importante estava a acontecer”, relatou ele. 

Refletindo sobre as mudanças que o meio digital trouxe para a área, como relações mais próximas com as fontes e um acúmulo de funções ao jornalista, João Canavilhas insistiu na importância da escrita e da leitura qualificada como habilidade central do fazer jornalístico. “O fundamental é a língua portuguesa, saber escrever, saber entender aquilo que nos estão a dizer, e depois termos algumas competências técnicas”, pontuou.

Entre as atividades previstas nos próximos dias estão a palestra “Para onde estamos indo? Tendências para o Jornalismo Nativo Digital”, com Paula Miraglia e Marília Moreira, uma entrevista com a chefe da Assessoria Especial da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Nina Santos, e apresentações de trabalhos acadêmicos inscritos no seminário.

GJOL

Vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Póscom) da Facom, o Grupo de Pesquisa em Jornalismo On-Line desenvolve pesquisas no campo do Jornalismo em Redes Digitais e das Novas Tecnologias de Comunicação desde 1995. Criado pelos Professores Elias Machado (hoje na Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC) e Marcos Palacios (Coordenador Emérito / Consultor Sênior), o GJOL é hoje coordenado pela Professora Suzana Barbosa (UFBA). Aborda temas relacionados às inovações no jornalismo, jornalismo digital e intersecções com aspectos da comunicação e da cultura digital.

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Facom celebra 30 anos de Jornalismo Digital com seminário e minicursos

Nos dias 21 a 23 de maio, a Faculdade de Comunicação (Facom) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) vai comemorar os 30 anos de Jornalismo Digital no Brasil com o Seminário GJOL. Composto por palestras, apresentações de trabalhos e minicursos, o evento apoiado pela Associação Bahiana de Imprensa (ABI) vai reunir pesquisadores, estudantes e profissionais da área em modalidade semipresencial para refletir sobre as conquistas e os desafios futuros do jornalismo nas redes.   

O Seminário é organizado pelo Grupo de Pesquisa em Jornalismo On-Line (GJOL) da Facom, e faz parte de uma rede de celebrações ibero-americanas, com eventos semelhantes em Portugal e na Espanha ao longo de 2025. Entre as atividades previstas, estão palestras como ”E tudo a Internet levou: memórias póstumas do jornalismo tal como o conhecemos”, do professor português João Canavilhas, e minicursos como “Práticas em Jornalismo de Dados para transformação social”, com a pesquisadora Raíza Tourinho, e “Criação de mapas jornalísticos baseados em dados geoespaciais”, com Antônio Laranjeira.

A professora Suzana Barbosa, coordenadora do GJOL e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da UFBA, explicou que pretende com esse evento não só lembrar a história do jornalismo digital no Brasil, mas celebrar o campo de estudos que se organizou ao redor dele. “Com a realização desse evento, queremos fazer com que esteja marcada esse efeméride dos 30 anos, mas também dar significado a um campo de estudos que se desenvolveu bastante nessas três décadas e, principalmente, a partir desse nosso lugar, com o GJOL tendo sido um dos grupos pioneiros no Brasil”, disse ela. 

As inscrições para ouvintes estão abertas até o dia 21 de maio, e as inscrições para cada oficina são feitas de forma separada até hoje (16/05). Os pesquisadores que desejarem expor seus trabalhos no evento terão direito a escolher um minicurso sem valor adicional e poderão submeter suas publicações também até 16/05. A programação completa e a submissão das inscrições estão disponíveis na plataforma Even3, pelo endereço: even3.com.br/seminario-gjol/

Além da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), apoiam o evento a Associação de Jornalismo Digital (AJOR), a MOMENTUM Journalism & Tech Task Force, a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), o Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba), o Sindicato dos Servidores da Fazenda da Bahia (Sindsefaz), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras (CTB-BA), e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji)

GJOL

Vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Póscom) da Facom, o Grupo de Pesquisa em Jornalismo On-Line desenvolve pesquisas no campo do Jornalismo em Redes Digitais e das Novas Tecnologias de Comunicação desde 1995. Criado pelos Professores Elias Machado (hoje na Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC) e Marcos Palacios (Coordenador Emérito / Consultor Sênior), o GJOL é hoje coordenado pela Professora Suzana Barbosa (UFBA). Aborda temas relacionados às inovações no jornalismo, jornalismo digital e intersecções com aspectos da comunicação e da cultura digital.

SERVIÇO

Seminário GJOL – 30 anos de Jornalismo Digital

21 a 23 de maio de 2025

Na Faculdade de Comunicação (Facom) da UFBA, Salvador, Bahia

Modalidade semipresencial

Mais informações: [email protected] 

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Professor Leonardo Costa toma posse como novo diretor da Facom

Com a presença do corpo docente, representantes discentes, servidores técnicos, do vice-reitor Paulo César Miguez e do reitor João Carlos Salles, tomou posse na tarde desta segunda (29) a nova diretoria da Faculdade de Comunicação (Facom) da UFBA. Composta pelo professor e produtor cultural Leonardo Costa, como diretor, e o professor e jornalista Washington de Souza Filho, como vice, a gestão assume com o objetivo de dar continuidade e ampliar as ações desenvolvidas pela direção anterior, encabeçada pela professora Suzana Barbosa. O evento ocorreu de maneira online e contou também com a participação da deputada federal Alice Portugal (PCdoB), parceira de longa data da instituição. 

O professor Leonardo Costa assumiu a direção saudando as gestões anteriores, as quais ele pôde observar e aprender. “É a partir do trabalho de quem buscou contribuir com nossa faculdade que miramos o futuro, numa realidade que desafia a universidade pública”, afirmou. Os presentes recordaram dos desafios impostos à educação no Brasil atualmente, em meio aos cortes nas áreas de ensino e pesquisa, os bloqueios orçamentários, os ataques às universidades e, por fim, a pandemia, que trouxe a necessidade de inovação do modelo de ensino que se usava até então. 

“Temos uma faculdade que se projeta nos tempos atuais. A todo momento buscamos repensar nossas práticas e ampliar o nosso alcance. Queremos, de forma continuada, reforçar o espírito de coletividade e de bem estar nas nossas relações interpessoais”, completou o novo diretor. 

Washington, agora vice, fez coro às palavras de Leonardo. “Em geral, os resultados têm demonstrado a qualidade dos docentes, a atuação dos estudantes, além da atuação dos servidores técnico-administrativos. A realidade dos bons resultados, porém, é de muito esforço. O empenho é o que permite justificar a condição alcançada”, ressaltou. O professor evocou o histórico de inovações que marca a história da Facom desde o começo, como o terceiro curso de Jornalismo a ser fundado no país, a implantação do curso de Produção em Cultura e a caminhada para a implantação do ciclo de formação em Cinema e Audiovisual. 

Gestão de adesão

Elogioso com a qualidade das instalações e ao ensino da Facom, o reitor da UFBA, João Carlos Salles, também reafirmou o desafio que é gerir uma instituição pública nestes tempos. Porém, ressaltou que, acima das dificuldades, permanece o horizonte de construir um espaço que acolha os estudantes, permitindo que eles possam se desenvolver e que seja um lugar onde estejam protegidos das mazelas que os atingem em outros espaços. “A emoção que nos liga à instituição é por saber que nela nem sempre encontraremos aplausos, que erraremos também muitas vezes. Mas, erraremos na convicção de que estamos construindo uma instituição pública, de qualidade, uma instituição que expressa os melhores valores”. 

Os professores dão continuidade ao seu histórico de atuação na e pela Faculdade de Comunicação. Como reforça o reitor, a adesão dos professores à gestão da faculdade torna-se mais que um emprego. “Esse contexto de adversidades nos faz compreender muito bem que a entrega à gestão não pode ser algo separado das tarefas de ensino, de pesquisa e de extensão. Trata-se de um projeto de vida e de nação que se imbricam”, declarou. 

Emoção

No encerramento de sua gestão, a professora Suzana Barbosa agradeceu, emocionada, a todo o corpo de trabalho que a apoiou durante os oito anos em que esteve na diretoria, desde os servidores e funcionários terceirizados, até os professores e ao próprio Leonardo Costa, que também foi seu vice. “Eu me sinto muitíssimo honrada e gratificada por ter colaborado para elevar ainda mais o nível de excelência desta faculdade, que há 34 anos vem formando profissionais e pesquisadores na área da comunicação”. 

“Somos uma área imprescindível. A Facom tem dado contribuição ímpar e possui, merecidamente, seu lugar de referência tanto local quanto nacionalmente, também reverberando a sua qualidade internacionalmente”, afirmou Suzana. A nova gestão deve permanecer na direção até o ano de 2025. Já no próximo ano, irão lidar com o desafio de manejar uma retomada segura das atividades presenciais. Alguns desafios são novos, outros são os mesmos. “Leo e Washington, agora caberá a vocês iniciar uma nova etapa. Desejo boa sorte, disposição, firmeza. Sabem que contam com meu apoio”, completou Suzana.

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