Sem dúvida, entrar na região do Pelourinho pela porta da frente, ou seja, pela Praça da Sé é muito mais interessante, principalmente para os turistas. Com as inversões de sentido nas ruas do centro da cidade, já não é necessário passar pela estreita e desnivelada Rua do Saldanha para alcançar o principal ponto turístico da cidade. Essa mudança foi bem recebida pela população, apesar de muitos acharem que o trânsito de veículos, em certos pontos modificados, parece confuso.
Além de passar pela Praça da Sé, o turista começa a visita ao Centro Histórico transitando pela Rua Chile, que antes era rota de saída da região. No caminho até o Pelourinho, a paisagem é composta pelo prédio da Câmara Municipal de um lado e o Palácio Rio Branco do outro, sendo, portanto, um caminho mais agradável. Anteriormente, a entrada de carros na região era através da Rua da Ajuda, seguindo pela Guedes de Brito e pela Rua do Saldanha, uma rota apertada, repleta de comércios de material eletrônico e prédios antigos necessitando de reformas. Ou seja, uma entrada para o Pelourinho que poderia ser considera como uma porta dos fundos. O caminho agora é o de saída.
Para André Lopes, gerente do Hotel Bahia Café, localizado em frente à Praça da Sé, a mudança é uma afirmação do bom senso. “Demoraram para perceber que essa deve ser a entrada para o Pelourinho. É lógico, é mais bonito e mais convidativo para os visitantes, apesar dos inconvenientes”, disse se referindo ao problema criado com os táxis. “Como eles estão chegando, passam por aqui quase sempre cheios. Com isso, perdemos a facilidade de encontrar facilmente táxis na Praça da Sé. Agora nossos hóspedes têm que andar até o Terreiro de Jesus, ou ir para a Rua da Ajuda”, explica.
A entrada de veículos para o Terreiro de Jesus através da Praça da Sé é a única unanimidade entre a população sobre as mudanças. Alguns estão achando que o trânsito ficou confuso, o que só será possível evidenciar a partir de hoje, com o primeiro dia útil depois das modificações. “Acredito que vai engarrafar na área da Praça Castro Alves, com as retenções que antes não existiam”, disse o taxista Gilson Costa.
A retenção citada por Costa é fruto da nova sinaleira instalada no encontro entre a Rua Chile e a Rua do Tesouro. Como esta última agora recebe o fluxo de carro que segue para a Castro Alves em direção à Av. Carlos Gomes, o fechar e abrir da sinaleira, segundo o entendimento do taxista, impactará tanto a saída como a entrada de carros na região. “Ao fechar o sinal, vai acumular muitos carros na Rua do Tesouro, que é estreita. E quando abrir, uma retenção na subida da Castro Alves vai acabar engarrafando até a Avenida Sete”, ponderou antes de dizer que somente com o comércio aberto para saber a real situação.
Para o designer Marcos Vasconcelos, a confusão iniciou nesse domingo (28/7) mesmo. Para alcançar seu escritório, localizado na Rua do Tesouro, ele teve que ser orientado pelos agentes da Transalvador. “Além de a rua ter mudado de sentido, tive que estacionar em outra para poder chegar aqui”, conta, apontando que além da inversão de sentido, estacionar ao lado direito da rua, como fazia antes, ficou proibido.
Segundo José Raimundo Silva, agente da Transalvador, que trabalha no setor de programação de semáforos, apenas um novo semáforo foi instalado na região, no encontro da Rua do Tesouro com Rua Chile. “Foi necessário também inverter o sentido de dois semáforos, um ao lado da Prefeitura e outra na Rua da Ajuda”, conta. Ele informou ainda que toda sinalização vertical já foi instalada, faltando ainda parte da horizontal, cuja instalação foi atrasada devido as chuvas.
Fonte: Tribuna da Bahia