ABI BAHIANA

Inscrições abertas para o XV Congresso Nacional dos Jornalistas de Imagem

A Associação Brasileira dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos (Arfoc Brasil) realiza de 27 a 29 de setembro, em Salvador, o XV Congresso Nacional dos Jornalistas de Imagem com o tema “Democracia e Liberdade de Imprensa”. O evento, que também marca as comemorações dos 70 anos da Arfoc Bahia, vai acontecer no auditório da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), localizado na Rua Guedes de Brito, nº 1, Praça da Sé.

As inscrições devem ser realizadas atrás do e-mail [email protected], informando se é estudante, repórter fotográfico ou cinematográfico. Estudantes de jornalismo e sócios da Arfoc Brasil não pagam a inscrição. Para os demais participantes a taxa é de R$ 10,00.

O evento conta com o apoio da ABI, Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (Sinjorba) e Arfoc Bahia.

Confira a programação completa:

Dia 27 (sexta-feira)

14h às 17h – Credenciamento

18h às 20h – Solenidade de abertura e comemoração dos 70 anos da Arfoc-Bahia

Presidente da Arfoc-Brasil – Luiz Hermano Abbehusen

Presidente da ABI – Walter Pinheiro

Presidente do Sinjorba – Moacy Carlos Almeida Neves

Presidente da Arfoc-Bahia – Roque Leonidas

20h – Coquetel de confraternização

Dia 28 (sábado)

9h30 – Palestra: O uso de drones

10h30 – Palestra: O desafio do fotojornalismo no ambiente do smartphone e da internet: onde a credibilidade é maior comodite, com Alan Marques.

12h – Palestra: Os desafios dos repórteres cinematográficos em um  mercado de trabalho cada vez mais competitivo, com Daniel Andrade.

13h30 – Almoço

15h Assembleia Nacional da Arfoc-Brasil.

Pauta: Relato das Arfocs; emissão de registro profissional em conformidade com o Decreto 83.284/79; revisão do regulamento de credenciamento para jogos de futebol; ação judicial contra a CBF; prestação de Contas de 2018; escolha do estado sede do XVI Congresso Nacional; redação, leitura e aprovação da Carta de Salvador.

Dia 29 (domingo)

10h – Passeio

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ABI BAHIANA

CPMI das Fake News é tema de debate na ABI

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (Sinjorba) realizou na manhã desta sexta-feira (20), com apoio da Associação Bahiana de Imprensa (ABI) e Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Facom/UFBA), o debate “Contra a pior fake news, o bom jornalismo”. O evento aconteceu no auditório da ABI e contou com a presença do presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Fake News, o senador Angelo Coronel, e da relatora, deputada federal Lídice da Mata. Também participaram do debate, o presidente do Sinjorba, Moacy Neves, o presidente da ABI, Walter Pinheiro, e a diretora da Facom, Suzana Barbosa.

A Comissão mista é composta por 15 senadores e 15 deputados, e terá 180 dias para investigar a criação de perfis falsos e ataques cibernéticos nas diversas redes sociais, com possível influência no processo eleitoral e debate público. De acordo com o requerimento, a prática de cyberbullying contra autoridades e cidadãos vulneráveis, e o aliciamento de crianças e adolescentes para o cometimento de crimes de ódio e suicídio também serão investigados.

Walter Pinheiro, presidente da ABI, destacou a importância de entender, analisar e combater as fake news. “Nós estamos acima de tudo buscando a verdade, sem esta preocupação não existe imprensa, sem imprensa não existe democracia, não existe a evolução da própria sociedade. Quando nos deparamos com esses problemas nos dias de hoje, precisamos entender que isso é uma chaga da sociedade moderna. A divulgação das mentiras para desqualificar pessoas ou instituições vem ganhando um peso expressivo. Somo privilegiados porque houve a instalação da CPMI que está ouvindo a sociedade e jornalistas. Estamos numa atitude prévia para que possamos levantar as dúvidas e oferecer as contribuições”, disse.

A diretora da Facom, Suzana Barbosa, chamou atenção para relatórios de institutos internacionais que mostram o uso das redes sociais no Brasil. Ela também ressaltou o esforço da Universidade em entender e combater as notícias falsas. “Entre os países mais populosos do mundo, o Brasil vem se destacando pelo uso do Whatsapp, e o compartilhamento de notícias falsas traz questionamentos sobre a legitimidade e credibilidade do jornalismo, e isso é bastante preocupante”.

O senador Angelo Coronel, presidente da CPMI se disse feliz em participar do debate na sede da ABI. Ele que já sofreu ameaças de morte após a instalação da Comissão, afirmou estar confiante e preparado para apresentar um resultado satisfatório para a sociedade brasileira. “Hoje as notícias falsas podem causar uma série de problemas. Acredito que quando a pessoa se esconde atrás de um perfil falso para depreciar alguém, essa pessoa precisar ser punida, censurada. O que não podemos permitir é a utilização de perfis falsos para prejudicar terceiros. Tenho sofrido ameaças de morte e nós temos que coibir esse tipo de situação, não podemos ficar expostos a pessoas fanáticas, estamos em uma democracia e todos precisam viver e pensar de forma livre. Tenho certeza que nossa relatora fará um trabalho muito bom”, disse Coronel.

A relatora, Lídice da Mata afirmou que a CPMI não está voltada a investigar o presidente Jair Bolsonaro e sua campanha, mas sim a propagação das notícias falsas no Brasil. “O presidente já demonstrou temer as investigações, mas deputados e assessores também podem ser atingidos. O importante é que há interesse dos grandes veículos de comunicação em desmistificar a circulação de notícias falsas”.

A plateia teve a oportunidade de levantar alguns questionamentos. A jornalista Kardé Mourão comemorou a implantação da CPMI, mas que sabia que seria necessário enfrentar desafios. “Existe hoje uma desesperança na população brasileira. Assim como existe o avanço da tecnologia, existe também o avanço da ignorância, da estupidez, falta educação. Existem profissionais envolvidos na disseminação dessas notícias, e é preciso que nós da imprensa tenhamos sim respaldo legal para exercer a profissão, precisamos tipificar a postura ética. Qual é a desesperança da gente? Que isso não dê em nada. Eu estou depositando esperança e se depender das entidades ligadas aos jornalistas vocês terão nosso apoio”, finalizou.

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Notícias

LGPD: Veículos locais desconhecem os detalhes da Lei de Proteção de Dados

Mesmo faltando onze meses para a LGPD entrar em vigor, a realidade entre as empresas é de desconhecimento em relação às principais mudanças provocadas pela lei, que está na chamada vacância – um período que o legislador estabelece para que a sociedade absorva aquele novo regramento e passe a se adequar a ele.

O radialista Ricardo Luzbel, diretor-executivo do site Bahia Notícias, diz não estar tão atento sobre a lei, mas que não há recolhimento de dados pessoais dos leitores do veículo. Um dos pioneiros no setor de anúncios em empresas jornalísticas em Salvador, ele explica que a newsletter do veículo é realizada através do aplicativo de mensagens WhatsApp. Na página inicial do BN, um dos veículos mais tradicionais do estado, ainda há a opção de inscrever nome e e-mail para receber as notícias do site, mas a funcionalidade está inativa.

Segundo Luzbel, o leitor é quem solicita participar das atualizações de notícias através do aplicativo, hoje com 38 mil usuários. “A pessoa que cadastra o número para receber atualizações através do WhatsApp pode a qualquer momento se descadastrar”, afirma. Ele acrescenta que toda análise é feita no Google Analytics, serviço através do qual a empresa verifica quais são os conteúdos mais relevantes e que vão determinar as pautas do dia.

O editor-chefe de Inovação do Jornal Correio*, Juan Torres, informou que mesmo antes da lei, o jornal já adotava algumas medidas, como opt-in de news (quando todas as pessoas que estão incluídas nas listas de e-mails autorizaram o recebimento de contato com comunicados, newsletters e/ou promoções de uma empresa). “A implementação foi estabelecida por questão de boas práticas”, explicou. Quanto à aplicação da lei, ele informou que está avaliando, junto à equipe jurídica do veículo, quais serão as adaptações necessárias.

Na Tribuna da Bahia, a situação é semelhante. Não existe uma pessoa responsável pelo tratamento dos dados. Uma assessoria jurídica cria termos e condições de privacidade para quem entra no site e quer fazer assinaturas tanto do impresso quanto do online. Antes de confirmar o cadastro, o leitor aceita as condições onde estão dispostas as informações sobre a privacidade.

De acordo com Ricardo Paiva, diretor comercial da TB, a empresa tem dois tipos de bancos de dados. O primeiro é gerado pelo cadastro dos assinantes (impresso e online). O segundo é gerado pelos anunciantes do jornal e do site. “Todos estes dados estão armazenados em nosso sistema. Utilizamos para promoção ou propostas comerciais. Não temos área de inteligência. O setor jurídico ainda está analisando a lei, para verificar as medidas que poderão ser adotadas a partir do ano que vem”, afirmou.

A ABI também entrou em contato com o jornal A Tarde. Mas, até o momento da publicação da reportagem, não obteve resposta do veículo.

A advogada Ana Paula de Moraes, especialista em Direito Digital, aponta a necessidade de uma mudança de cultura nas empresas para se adequar à nova forma de lidar com a coleta dos dados pessoais dos cidadãos. “O momento hoje é de uma nova realidade empresarial. O que falta ao nosso país é uma cultura quanto à coleta de dados de forma clara e transparente”, observa.

Segundo a advogada, as maiores dificuldades estão para aquelas organizações que ao longo do tempo não investiram em tecnologia e não capacitaram seus funcionários. “Muitas organizações ainda não criaram um cronograma interno de seus processos e procedimentos para se adequar as novas regras”, ressalta.

De acordo com Ana Paula de Moraes, as sanções previstas para a violação da LGPD vão desde penalidades administrativas até a incidência de multas que poderão chegar a R$ R$50 milhões de reais por infração. A fiscalização fica com a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), criada em julho deste ano pelo presidente Jair Bolsonaro. Ao mesmo tempo, o presidente sancionou, com vetos, a Lei 13.853 – que flexibiliza pontos considerados importantes da LGPD (13.709 de 2018). O órgão federal vai editar normas e fiscalizar procedimentos sobre proteção de dados pessoais.

Na terceira reportagem da nossa série, especialistas ouvidos pelo Site da ABI discutem se a independência da ANPD, agência reguladora com tamanhos poderes sobre a vida de empresas de comunicação, fica comprometida por estar ligada diretamente ao gabinete da Presidência da República sob Jair Bolsonaro.

Confira a Parte 1: Lei de Proteção de dados impões desafios às empresas jornalísticas

*Reportagem de Joseanne Guedes e I’sis Almeida

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Foca na ABI

Como a avalanche da fake news contribui para o ódio à população LGBTQ+

Por Baga de Bagaceira *

Primeiramente, farei em alguns momentos conexões com meu último texto publicado aqui no site da Associação Bahiana de Imprensa, intitulado “tecnologia: o que fazemos com ela e o que ela faz conosco?”, e as formas e usos dessa ferramenta nos embates antagônicos em que envolvem-se as opressões e os enfrentamentos às violências direcionadas a população LGBTQ+. Essa mesma população, englobada por gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais, transgêneras, queers e demais pessoas (ainda) vistas como “anormais”, tem usado, inclusive, as redes para expandir suas afetuosidades e reclamar por mais direitos, além de denunciarem casos de ódio.

Nesse sentido, as redes tem se tornado um forte pesadelo para uma população que arduamente vem ocupando espaços e disputando poder, que antes eram dados apenas aos indivíduos detentores de expressões sexuais e de gênero tidas como ideais. Entre ameaças, xingamentos e, principalmente, assassinatos, muitos LGBTQs se viram em situações em que tiveram que abandonar o seu país, como foi o caso do ex-deputado Jean Wyllys, que teve suas redes invadidas por ameaças contra a sua pessoa e sua família, conforme afirmou na imprensa. O único deputado, até aquele momento, que teve a coragem de assumir sua orientação, Jean, já foi e ainda é alvo de duras críticas contra a sua atuação em favor das minorias sexuais e foi alvo também das terríveis fakes news, as notícias falsas e condescendentes da hipocrisia que tanto enfrentou.

Acompanhamos nos últimos meses, principalmente após as cisões políticas que se instauraram em nosso País, ataques ferozes aos grupos minoritários, e com eles vieram as ferramentas tecnológicas, que apesar de se abrirem para um caminho de avanço da comunicação, também deram espaço para a contagiosa e descontrolada fake news, que rapidamente se espalhavam em seus formatos e conteúdos midiáticos. Posto isso, um certo descrédito contra essa comunidade foi chave de grande repercussão ao que realmente representa a luta contra a lgbtfobia; acreditaram piamente na “mamadeira de piroca” e usaram a falsa notícia em um momento político delicado em que era mais propício desacreditar em uma comunidade já jogada para o escanteio do que ferir a moral e os bons costumes da tradicionalíssima família brasileira. Diversas informações eram repassadas sem a menor responsabilidade por esses aplicativos, estirpando qualquer notícia que tivesse ligação com as minorias, principalmente àquelas relacionadas a população LGBTQ.

Como comentávamos, anteriormente, de Jean Wyllys e vendo a proporção que essas notícias falsas tomaram, é até difícil de imaginar que há 14 anos, quando Jean estava num reality show, a história de um homossexual pobre e do interior da Bahia pudesse comover tanto, a ponto daqueles que o discriminaram no programa terem saído com altos índices de rejeição. Sim, uma década muda muito, assim como a forma de propagar as notícias também: informações rápidas, extremamente velozes se espalharam e a nossa comunicação, além de rara, foi ficando cada vez mais à mercê dos grupos sociais. Ali não havia espaço, na maioria das vezes, para questionamentos ao que estava sendo compartilhado. As mentiras que se espalharam e que vem se espalhando nesse cenário fake diz não só apenas sobre como a notícia nos impacta, mas também como ela pode reforçar preconceitos, instigando determinados imaginários naqueles/as que sempre (ou quase) enxergaram LGBTQs como promíscuos, frescos ou aberrações.

Quando afirmamos isso, não fazemos apenas porque queremos levantar a bandeira LGBTQ, mas sim, fazemos por ela também; assim também, porque uma inverdade replicada pode levar a noticia à descredibilidade ou a falência do jornalismo diário e sério que se preocupa em apontar os fatos de forma respeitosa, sem que haja qualquer direcionamento a uma política que vise estigmatizar ou afundar, principalmente tratando-se de uma comunidade historicamente silenciada. Portanto, o compromisso não é apenas com a verdade, porém é também com o respeito e a tolerância que tanto prezamos diariamente em nossos discursos.

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*Baga de Bagaceira Souza Campos é jornalista, performer, mestre em Comunicação pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação – Mídia e Formatos Narrativos – da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), na linha de pesquisa Mídia e Sensibilidades.

Nossas colunas contam com diferentes autores e colaboradores. As opiniões expostas nos textos não necessariamente refletem o posicionamento da Associação Bahiana de Imprensa (ABI).


					
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