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Sinjorba convoca Plenária dos Jornalistas contra a MP 905

“Governo Bolsonaro age para destruir jornalismo com MP inconstitucional”. Sob esse título, a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e seus sindicatos filiados em todo o país denunciam em nota a inconstitucionalidade da Medida Provisória 905/2019, que revoga a obrigatoriedade de registro para atuação profissional de jornalistas (artigos do Decreto-Lei 972/1969) e de outras 13 profissões. A Medida Provisória mantém o registro de classe somente para as profissões em que existem conselhos profissionais atuando (como advocacia, medicina, engenharias, serviço social, educação física, entre outros). Como reação à MP, o Sinjorba vai realizar amanhã (19/11) a Plenária dos Jornalistas, às 18h30, no auditório da Faculdade 2 de Julho, no bairro do Garcia. (Ler íntegra da nota da Fenaj)

O governo aproveitou a publicação da Medida Provisória Verde Amarelo para acabar com a exigência de registro profissional nas Delegacias de Trabalho (DTRs) de algumas profissões, como jornalista, publicitário, radialista e artistas. Publicada no Diário Oficial da União por Bolsonaro, a medida faz parte do plano do governo de criar empregos instituindo novas formas de contratos trabalhistas e modificando artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

De acordo com o governo, o objetivo é incentivar a contratação de jovens de 18 a 29 anos. Com isso, a MP é praticamente uma minirreforma trabalhista e muda as regras para fiscalização, multas, participação nos lucros e resultados e jornadas de trabalho. Ficará a critério da empresa decidir se vai ou não contratar um profissional sem registro profissional.

Entidades de todo o país já começam a se mobilizar contra a MP 905/2019. Para sindicatos e entidades de classe, contudo, a ideia é atacar categorias profissionais específicas, especialmente a de jornalistas, que, quando fazem críticas, são considerados inimigos por Bolsonaro.

A nota da Fenaj afirmou que, “dez anos depois da derrubada do diploma de nível superior específico como critério de acesso à profissão pelo Supremo Tribunal Federal (STF)”, a MP 905/2019 é “mais um passo rumo à precarização do exercício da profissão de jornalista”. “Na prática, sem qualquer tipo de registro de categoria, o Estado brasileiro passa a permitir, de maneira irresponsável, o exercício da profissão por pessoas não-habilitadas, prejudicando toda a sociedade”, afirmou a Fenaj.

A Fenaj também criticou o uso pelo governo Bolsonaro de medidas provisórias de maneira abusiva, “usurpando do Congresso Nacional a atribuição de legislar, sem o devido processo de tempo para reflexão e debates com toda a população sobre as alterações nas leis, que são garantidas nas tramitações que passam pela Câmara Federal e pelo Senado”, ressalta a Fenaj.

Intercom reage

Também em nota, a Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação – INTERCOM diz ter recebido “com surpresa e apreensão a notícia da publicação, no último dia 12 de novembro, da Medida Provisória (MP) 905/19”. Para a entidade, através da medida, “o governo de Jair Bolsonaro volta a atacar o campo da Comunicação, ao pretender eliminar a obrigatoriedade do registro profissional de diversas categorias, entre as quais jornalistas, publicitários e radialistas, em um retrocesso que fere duramente nossa democracia”, diz trecho.

“A INTERCOM junta-se a diversas entidades do campo da Comunicação contra a MP 905/19 e em defesa dos profissionais da Comunicação, e vem a público exigir que os representantes eleitos democraticamente para a Câmara dos Deputados e Senado Federal impeçam esse duro golpe aos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros”, afirma o documento.

O Congresso vai criar uma comissão mista para analisar a medida provisória, que será presidida por senador e terá como relator principal um deputado. O relatório aprovado na comissão será votado posteriormente pelos Plenários da Câmara e do Senado.

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ABI BAHIANA

Mario Ulloa brilha na sexta noite da Série Lunar

Mario Ulloa, violonista clássico natural da Costa Rica e radicado no Brasil, se apresentou ontem (14) na Associação Bahiana de Imprensa (ABI), durante  a sexta noite da Série Lunar 2019. Nem mesmo os diretores da Associação esperavam que a lua cheia estivesse tão bonita, apesar da programação sempre ocorrer  nas quarta-feiras mais iluminadas de cada mês.

Visivelmente feliz, Mario estava se aquecendo quando o vice-presidente da ABI, Ernesto Marques, fez o convite para a apresentação sob a luz do luar, literalmente. O musicista prontamente atendeu ao pedido e  a sensação. De acordo com ele, isso favoreceu ainda mais a interação com o público. “Noite linda, lua linda e todas as pessoas estavam em comunhão com o espaço, estou muito grato a todos vocês pelo acolhimento, pelo convite”, exclamou Ulloa.

No repertório, Ulloa trouxe músicas costarriquenhas, latinas e também brasileiras, como ‘Valsinha’, de Chico Buarque de Holanda. Na apresentação, Ulloa também contou sobre a sua relação com o mundo artístico entre uma música e outra. Desde menino, o renomado professor de violão da UFBA tocava com sua família (todos músicos) música na porta de casa na Costa Rica. A vizinhança, segundo ele, ficava eufórica.

Foto: I’sis Almeida

A surpresa foi quando Beatriz Ulloa, arquiteta de formação e filha de Mário, o acompanhou cantando “Melodia Sentimental”. Ela já havia visitado a ABI durante o dia, mas, segundo a arquiteta, “ver vista à noite tem uma outra dimensão e somado à luz da lua, à luz das igrejas, cria-se uma ambiência é muito bonita”.

Marlene Menezes (85), diferente da filha do violonista nunca esteve na Associação. Ela se disse encantada com a apresentação de Mario Ulloa e que quantas vezes ocorra eventos musicais, retornar para apreciar o artistas.

Ernesto Marques, vice-presidente da ABI, aproveitou para enaltecer o trabalho dos professores e lançar uma crítica ao atual ministro da Educação, Abraham Weintraub, que acusou recentemente a UFBA de promover “balbúrdia”. Marques destacou o orgulho da ABI em realizar  a parceria com a Escola de Música. “Estamos muito honrados em celebrar uma parceria tão inspiradora, sobretudo, nesse momento político do país quando as universidades são tão atacadas”, afirmou Marques.

Série Lunar – A Série Lunar é projeto da ABI em parceria com a Escola de Música da Universidade Federal da Bahia (EMUS/UFBA) e visa fomentar a produção de pesquisa e extensão da instituição. Já estiveram no palco da Associação o Grupo de Violoncelos da UFBA, o grupo de canto coral Madrigal, a Orquestra de Violões, Quarteto Gamboa e a cantora Ana Paula Albuquerque. A última edição do evento será no dia 11 de dezembro.

*I’sis Almeida é estagiária de jornalismo da ABI sob supervisão de Joseanne Guedes

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ABI BAHIANA

Debate na ABI homenageia os 170 anos do nascimento de Ruy Barbosa

A fascinante trajetória do jornalista, jurista, político e diplomata Ruy Barbosa foi pauta dos “Temas Diversos”, na manhã desta quarta (13), na Associação Bahiana de Imprensa (ABI). Nesta edição do ciclo de debates, a ABI recebeu o desembargador Lidivaldo Britto, presidente da Comissão de Festejos dos 170 anos de Ruy Barbosa, 70 anos do fórum que leva o nome do baiano e dos 410 anos do TJ-BA. Como numa linha do tempo, Brito narrou a história de Ruy, desde a infância, sua intensa atuação como jornalista e advogado, e sua importante contribuição ao Direito e ao contexto sociopolítico brasileiro.

Britto lembrou que Ruy Barbosa foi colega de ícones das letras, da política e da advocacia brasileira, como Joaquim Nabuco, Afonso Pena e o abolicionista Luiz Gama. Não foi esquecida a sua relação com o amigo Castro Alves, seu contemporâneo de colégio, de curso e também de república estudantil. Segundo o desembargar, ao lado do poeta e de Luiz Gama, Ruy participou da campanha contra a escravidão, motivo pelo qual teria colecionado inimizades.

República e abolição da escravidão – “Eles participaram de grêmios abolicionistas. É aí que ele começa a escrever artigos para a imprensa e passa a ser conhecido pela sociedade paulista. Ruy era bombardeado pela igreja e pelos fazendeiros, que o acusavam de ser comunista e ateu”, contou. Para Britto, apesar da vasta atuação na advocacia, “O Maior dos Brasileiros” se realizava como jornalista. “Ele dizia que o jornalismo era uma atividade em que ele lidava com as ‘divinas palavras’”, afirma.

Ele também comentou sobre a polêmica queima de arquivos da escravidão, em poder de repartições públicas submetidas à autoridade do Ministério da Fazenda, após a Proclamação da República e, também, da abolição da escravidão. Ruy foi ministro ao longo do governo provisório de Deodoro da Fonseca, de 1889 a 1891. De acordo com Brito, os documentos de natureza fiscal seriam utilizados pelos ex-senhores de escravos. Segundo o desembargador, um grupo de escravocratas pretendia receber do governo republicano uma indenização “pelos prejuízos causados” pela lei de 13 de maio de 1888.

Desembargador Lidivaldo Britto

Homenagens – Ao longo de seis meses, ele e sua equipe empreenderam pesquisas com o objetivo de montar as homenagens que incluíram exposição, palestras, debates e sessões solenes. No debate de hoje, Brito contou curiosidades sobre a vida do jurista e detalhou o período de busca pelos dados que viabilizaram as celebrações. “Muitos brasileiros, inclusive dirigentes de instituições que tiveram a vida marcada por sua passagem, não sabem, por exemplo, que Ruy está sepultado no Fórum Ruy Barbosa. Pensam que está em algum cemitério de Salvador”, observa o desembargador.

A exposição montada no dia 4 de novembro, no Fórum Ruy Barbosa, segue aberta por um mês, podendo ser prorrogada. “Muitas peças não pertencem ao Tribunal. Diversas instituições colaboraram para a exposição emprestando seus acervos”, explica. O calendário alusivo a Ruy será fechado com o lançamento de um livro que está em fase de impressão, como marco dos 170 anos, e palestras nas faculdades de Direito.

O presidente da ABI, Walter Pinheiro,  encerrou a reunião destacando a erudição e o conhecimento de Lidivaldo Britto. “Temos aqui um exemplo de douto saber. Uma sessão sensacional porque falar de Ruy e essas figuras espetaculares sempre enriquece a todos nós. Não podemos deixar que a história seja apagada”, afirmou. No último dia 7, o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), com o apoio da ABI, da Ordem dos Advogados do Brasil (Seção Bahia) e do Tribunal de Justiça da Bahia, realizou uma sessão especial para lembrar a data.

Sobre Ruy – Considerado em seu tempo “O Maior dos Brasileiros”, Ruy Barbosa nasceu em 5 de Novembro de 1849, na Rua dos Capitães (atual Ruy Barbosa), em Salvador. Desde cedo revelou imenso talento e após estudar em Recife e em São Paulo. Formou-se em Direito e voltou à Bahia iniciando a vida profissional de advogado e se elegendo deputado estadual. Em seguida, no Rio de Janeiro, teve merecido destaque durante o Império como jornalista e advogado. Com a Proclamação da República, foi nomeado Ministro da Fazenda no governo de Deodoro da Fonseca.

No governo seguinte, de Floriano Peixoto, por defender presos políticos e criticar duramente a primeira ditadura no Brasil, foi obrigado a ir para o exílio. Na volta, foi eleito Senador pela Bahia, mandato renovado várias vezes. Foi candidato a presidente da República quatro vezes. Na Holanda, representou o Brasil na Conferência de Paz, quando defendeu a igualdade das nações, ganhando notoriedade universal. Morreu em 1923, aos 74 anos, consagrado mundialmente como um dos maiores juristas do seu tempo.

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Notícias

“Cartas na mesa”: podcast aborda boas práticas e ética no jornalismo brasileiro

O Observatório da Imprensa, em parceria com o curso de jornalismo da ESPM, publicou uma série de podcasts com cinco episódios para abordar temas como ética no jornalismo, a lógica do clique e desinformação, o legado e o futuro do projeto Comprova, como as redações devem conversar com a audiência e diversidade no jornalismo brasileiro. Essa é a segunda edição do projeto “Cartas na Mesa – Jornalismo em Foco”, que surgiu como websérie no ano passado e migrou do vídeo para o podcast. A cada semana o público terá acesso a um tema que extrapola o campo jornalístico, seja pelos abalos na relação entre liberdade de expressão e democracia, seja porque a sociedade cobra cada vez mais informação verificada e responsável.

No programa, dois jornalistas conversam sobre um tema, sem a figura do mediador. O episódio de abertura traz o debate “Desafios e oportunidades para maior governança ética do jornalismo brasileiro”. Uma das convidadas do episódio que abre a série é Flavia Lima, atual ombudsman da Folha de S.Paulo. Formada em direito e ciências sociais, ela é a sexta mulher – e a primeira negra – a ocupar o cargo. Flavia debateu com Jorge Roberto Tarquini, professor de gestão de empresas de mídia no curso de jornalismo da ESPM e sócio-proprietário da Scribas, com larga experiência como diretor de redação de publicações e autor de livros como Doce veneno do escorpião e o mais recente, Vinte mil pedras no caminho, sobre um ex-piloto de avião que acabou na cracolândia.

Entre as questões em pauta na discussão, como as boas práticas podem fortalecer o jornalismo neste momento, a relação entre informação e fonte – principalmente no contexto da Vaza Jato – e os modelos de negócio que sustentam a atividade.

Nas quatro semanas restantes, o Observatório vai liberar os episódios:

12/11 – “Como a lógica do clique favorece a desinformação” (Ricardo Fotios – ESPM/UOL e Aline Sordili – ESPM/Rede Record);

19/11 – “O legado e o futuro do Projeto Comprova” (Daniel Bramatti – Abraji/Estadão e Sérgio Ludtke – Projor/Comprova),

26/11 – “Feedback acionável: como as redações podem e devem conversar com a audiência” (Antônio Rocha Filho – ESPM e Gabriela Terenzi – Infomoney);

03/12 – “Desafios e oportunidades para maior diversidade no jornalismo brasileiro” (Paulo Talarico – Agência Mural e Nina Weingrill – Énois Conteúdo).

Confira abaixo o episódio 1 

 

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