ABI BAHIANA

Abertura da Série Lunar 2020 recebe a Osufba

Enquanto todos achavam que ela não viria, as nuvens se renderam e abriram caminho para o fenômeno que iluminou o céu. O tempo chuvoso que fazia em Salvador, na noite desta segunda-feira (9), não foi capaz de esconder a “Superlua” que abrilhantou a estreia da Série Lunar 2020. Em  sua segunda temporada, o projeto realizado pela Associação Bahiana de Imprensa, em parceria com a Escola de Música da UFBA (Emus), trouxe para o auditório da ABI, no Centro Histórico, a OSUFBA –  Orquestra Sinfônica da Universidade Federal da Bahia. Em formato de concerto de câmara, a apresentação regida pelo maestro José Maurício Brandão marcou a abertura do calendário comemorativo dos 90 anos da ABI, e recebeu jornalistas, estudantes e músicos, entre eles o maestro Fred Dantas (confira a live).

Clarinetista Hudson Ribeiro, solista nas apresentações do nocturno Los pájaros negros, do argentino Maurício Charbonnier – Foto: Joseanne Guedes

A Série Lunar oferece à população, sempre às noites de lua cheia, momentos musicais com diferentes grupos e músicos vinculados à Emus, de forma gratuita. Em 2019, a Série proporcionou sete apresentações, entre shows, concertos e recitais. Para o ano de 2020, estão previstas outras nove apresentações. O programa de abertura da temporada apresentou peças conhecidas do público brasileiro, como Clair de Lune, de Debussy; ou como a Suite Holberg para cordas, de Eward Grieg; mas uma peça, em especial, encantou a todos: o nocturno Los pájaros negros, do argentino Maurício Charbonnier. A obra, composta para Clarineta e Orquestra, foi apresentada ao público pela primeira vez em março de 2019 e teve sua estreia nacional um ano depois, através da Orquestra Sinfônica da UFBA e do clarinetista Hudson Ribeiro.

A apresentação contou com 34 músicos do grupo – Foto: Joseanne Guedes

A Osufba trabalha sob diversas formações. De acordo com o professor José Maurício Brandão, diretor da Emus e maestro da Osufba, o grupo conta com um corpo de 40 profissionais servidores técnicos da Universidade, mas pode chegar a um efetivo de até 90 membros, quando incluídos os alunos que fazem na Osufba as atividades de prática de conjunto. “Para o concerto de hoje, tocamos com 34 músicos, porque não podíamos trazer uma Osufba maior para o carinhoso e acolhedor auditório da ABI”, explica o músico.

Maestro José Maurício Brandão – Foto: Joseanne Guedes

O que muita gente não sabe é que a Osufba nasceu antes da Emus. “Em 1954, começa um movimento de artes na antiga Universidade da Bahia, que depois se tornaria Universidade Federal da Bahia (UFBA)”, disse José Maurício. Nesse contexto, foram criados os Seminários Livres de Música. Para que os seminários funcionassem, foi criada a Osufba – à época, Orquestra da Universidade da Bahia – e o Madrigal da UFBA, grupo que já participou da Série Lunar no ano passado e deve voltar em 2020. Apenas em 1958, os seminários são transformados na “Escola de Música da UFBA”.

90 anos – O vice-presidente da ABI, Ernesto Marques, agradeceu a apresentação e lembrou da luta da ABI nesses 90 anos de fundação. “Vocês estão abrindo as comemorações dos 90 anos desta entidade nascida em 1930”, disse o jornalista aos músicos da noite. Antes de passar a batuta para o maestro José Maurício, ele refletiu sobre o momento sociopolítico que o Brasil atravessa.

“Já são 90 anos dedicados à democracia, às liberdade de expressão e de pensamento, além da liberdade de informação. É importante dizermos isso nesses dias um pouco conturbados da vida brasileira. Momentos como esses são muito importantes porque além de comemorar o aniversário, a gente emula energias diferentes daquelas que estão vindo do Planalto Central do Brasil”, observou. O jornalista apontou o que ele considera como “antídoto” para a situação. “Uma das melhores maneiras de fazermos esse bom combate é com a cultura, com música, e toda forma de expressão artística. Cada vez mais a gente encontra formas de convergência de pensamentos, de desejos, sobretudo de sentimentos”, concluiu.

A noite foi abrilhantada pela penúltima superlua de 2020 – Foto: Hudson Ribeiro

José Maurício destacou a importância da Osufba para a música na Bahia e explicou a razão de o grupo abrir a temporada. “A Osufba e o Madrigal são as coisas mais antigas que temos de música na UFBA”, ressaltou. A Osufba é a mais antiga orquestra em atividade contínua no Estado da Bahia. São 66 anos em 2020. “No ano passado, começamos a construção da Série Lunar, que resultou em sete concertos da primeira temporada. No último concerto da temporada passada, estive aqui para encerrar o ciclo e me prometi, por conta do nonagésimo aniversário da ABI, fazer a abertura da temporada 2020 com um dos conjuntos mais representativos. Está aqui a Osufba”, celebrou Brandão.

O diretor Luís Guilherme Pontes Tavares ao lado de sua esposa, Romilda Tavares – Foto: Joseanne Guedes

“Ficamos muito comovidos com a oferta da Emus ao transformar este concerto numa abertura das comemorações dos 90 anos da ABI. Comove-nos ver como uma orquestra que tem um bom maestro funciona bem. Conseguiram aproveitar muito bem este espaço e foi com um imenso agrado que acompanhamos a apresentação”, declarou Luís Guilherme Pontes Tavares. Emocionado, o diretor de Patrimônio da ABI aproveitou o momento para homenagear o documentarista Roberto Gaguinho, falecido no domingo ontem (8), em Salvador. “Não deixamos de lembrar que hoje nos despedimos do querido companheiro Roberto Gaguinho”, lamentou.

publicidade
publicidade
ABI BAHIANA

ABI lamenta a morte do documentarista Roberto Gaguinho

Quando a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) exibiu há dois anos o documentário sobre o jornalista João Carlos Teixeira Gomes (o Joca), não esperava que seria a última oportunidade de parceria com o cineasta Roberto Gaguinho, sócio da entidade. A Implacável, como costumava dizer o saudoso crítico de cinema André Setaro – em referência a Ingmar Bergman em ‘O sétimo selo’ (Det sjunde inseglet, 1956) –, “não perdoa ninguém”, e levou o querido documentarista neste domingo (08/03). A cerimônia de cremação acontece hoje, às 15 horas, no Cemitério Campo Santo. A ABI lamenta a perda e se solidariza com familiares, amigos e colegas de profissão.

Natural de São Félix (BA), no Recôncavo, Paulo Roberto Eloy Costa morreu aos 78 anos, por complicações de saúde. Além da sua contribuição ao cinema, ele atuou como fotógrafo, com passagens por A Tarde, Tribuna da Bahia, Jornal da Bahia, TVE, e editava o Jornal da Ilha. Em 2005, Roberto Gaguinho foi convidado para produzir o primeiro volume da série “Memória da Imprensa Baiana”, por iniciativa do jornalista e então diretor da ABI, Agostinho Muniz. O projeto comemorava os 75 anos da ABI e trouxe o depoimento do jornalista Jorge Calmon (1915-2006), lendário baiano que dirigiu A Tarde em toda a metade do século XX e nos primeiros anos do século XXI. No segundo volume, lançado em 2018, Roberto Gaguinho assinou pesquisa, roteiro e direção do filme “João Carlos Teixeira Gomes: A luta pela liberdade de expressão”, uma obra de 50 minutos que registra do poeta, jornalista, ensaísta, crítico e professor.

Na época do lançamento do filme sobre Joca, Roberto Gaguinho disse em entrevista ao jornalista Lício Ferreira, da Tribuna da Bahia, que estava sendo “um prêmio para ele produzir os documentários”. O cineasta declarou que sempre esteve “preocupado com a memória da Bahia”. “Para realizar esses dois documentários de Jorge Calmon e Joca realizei longas pesquisas e acredito que o resultado final deixou a todos satisfeitos”, afirmou.

Prêmio – Na década de 70, com o Brasil imerso nos seus anos de chumbo, com a ditadura Médici, o cinema baiano se encontrava numa calmaria imensa. Gaguinho testemunhou o surgimento das jornadas baianas a partir de 1972, contribuindo para ativar o ânimo dos cineastas baianos. Em 2003, nos trinta anos da Jornada Internacional de Cinema da Bahia, ele recebeu o Prêmio Diomedes Gramacho, pelo vídeo “Cid Teixeira, A Enciclopédia da Bahia”. Na ocasião, foram comemorados os 30 anos da Associação Brasileira de Documentaristas (ABD) e os 30 anos da existência do cinema de animação na Bahia.

publicidade
publicidade
ABI BAHIANA

Osufba abre a segunda temporada da Série Lunar

A Orquestra Sinfônica da Universidade Federal da Bahia (Osufba) fará a primeira apresentação da segunda temporada da Série Lunar, uma parceria entre a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) e a Escola de Música da UFBA (Emus). O projeto oferece à população, sempre às noites de lua cheia, momentos musicais com diferentes grupos e músicos vinculados à Emus, de forma gratuita. Em 2019, a Série Lunar proporcionou sete apresentações, entre shows, concertos e recitais. Para o ano de 2020, estão previstas outras nove apresentações. O evento acontece no dia 9 de março (segunda-feira), às 19h, no Auditório Samuel Celestino, da ABI (Praça da Sé).

A apresentação, que marca também o início da temporada 2020 da Osufba, acontece em formato de concerto de câmara. Sob a regência do maestro José Maurício Brandão, diretor da Emus, o programa de abertura da temporada conta com peças conhecidas do público brasileiro, como Clair de Lune, de Debussy; ou como a Suite Holberg para cordas, de Eward Grieg; mas uma peça, em especial, tem um quê de novidade: trata-se do nocturno Los pájaros negros, do argentino Maurício Charbonnier. A obra, composta para Clarineta e Orquestra, foi apresentada ao público pela primeira vez em março de 2019 e tem sua estreia nacional um ano depois, através da Orquestra Sinfônica da UFBA e do clarinetista Hudson Ribeiro, solista nestas apresentações.

Sob a regência do maestro José Maurício Brandão, o concerto na ABI abre a temporada 2020 da Osufba – Foto: Brisa Andrade

OSUFBA – A Orquestra Sinfônica da Escola de Música da UFBA foi fundada em 1954 com os primeiros Seminários Livres de Música promovidos pelo então reitor Edgar Santos. Nesta época a orquestra era regida por H.J. Koellreutter e, por dois anos, foi composta somente por um grupo de cordas. Em 1958, à orquestra foram acrescidos os naipes de sopro e percussão. A convite da Escola, os professores que vinham participar dos seminários passaram a integrar a orquestra. Foi um período de grande produção, com apresentações semanais na Reitoria, atraindo um grande público de admiradores da música erudita.

A finalidade mais relevante da Orquestra Sinfônica da Universidade Federal da Bahia é servir como laboratório de aperfeiçoamento para os alunos, principalmente em atendimento às necessidades acadêmicas. A OSUFBA foi, durante muito tempo, o único veículo baiano de divulgação da música clássica no Estado, servindo de elo importante entre a universidade e a comunidade. A série anual de apresentações da OSUFBA ocupa um espaço inexorável de qualidades artísticas e deve ser vista também como um relevante meio de divulgação da Universidade, não só para a comunidade baiana, mas também para outros estados, além de acompanhar músicos de renome internacional que ministram cursos na EMUS. Atualmente, a orquestra é regida pelo professor e maestro José Maurício Brandão, diretor da Emus.

SERVIÇO:

Série Lunar | Orquestra Sinfônica da UFBA – Concerto de câmara
DATA: 09/03 (segunda-feira)
HORÁRIO: 19h
LOCAL: Auditório da Associação Bahiana de Imprensa (ABI) – Rua Guedes de Brito, nº1, Edifício Ranulfo Oliveira – Praça da Sé, Centro Histórico.
publicidade
publicidade