ABI BAHIANA

Revista digital traz Retrospectiva 2023 da ABI

Para cada um, 2023 foi único, mas há muitas coisas para recordarmos juntos. Neste ano, a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) reforçou o compromisso com os profissionais e empresas da comunicação do estado. Fez festa ao celebrar seus 93 anos de vida, fez silêncio em respeito aos colegas que partiram e barulho sempre que os jornalistas baianos foram desrespeitados. E todos esses fatos marcantes estão registrados em uma revista digital que a ABI está lançando neste finalzinho de ciclo. Vale conferir essas memórias gravadas em bits para celebrar 2023 e se animar com todos os projetos que 2024 nos reserva. 

A revista compila as principais notícias divulgadas, ao longo do ano, no site da ABI, que é de responsabilidade da jornalista Joseanne Guedes. A curadoria da retrospectiva foi da estagiária Catharine Ferreira, teve diagramação e edição do jornalista Alexandro Mota e supervisão da diretora de Comunicação da ABI, Jaciara Santos. 

Relembre o ano nas páginas da Retrospectiva 2023 e, abaixo, confira a mensagem do presidente Ernesto Marques


Ernesto Marques – Presidente da ABI
2023 foi um ano muito intenso, com uma programação muito acima da média dos anos anteriores. Começamos com a estruturação da Rede de Combate à Violência Contra a Imprensa, com audiência pública em janeiro, consolidação da Rede em abril e maior visibilidade com a homenagem justa a Agostinho Muniz, dando nome à Rede. A vocação natural da ABI como entidade de promoção e agitação cultural teve seu ponto alto com a terceira temporada da vitoriosa Série Lunar. A cultura é o cimento que faz a liga deste processo de reposicionamento da ABI e de reconquista de associados e parceiros para nossos projetos. Março teve como destaque as homenagens pelo centenário da morte de Ruy Barbosa, animando a luta da ABI pela realização do projeto Casa da Palavra Ruy Barbosa, repaginando o velho Museu, ainda fechado. A programação do aniversário de 93 anos, da mesma forma, costurando momentos de reflexão profunda sobre os desafios da comunicação, mantendo o compromisso com a memória. Foi uma primeira investida mais profissional na realização dos nossos eventos e o saldo foi muito positivo. Demos mais visibilidade para a Biblioteca Jorge Calmon e para o Museu de Imprensa e qualificamos o Auditório Samuel Celestino como alternativa para produtores culturais e organizadores de eventos. No plano administrativo, também avançamos bastante, melhorando os controles internos e diversificando as fontes de receitas. Foi um ano de muito aprendizado e amadurecimento e esse capital de experiências vivenciadas será decisivo para a superação dos desafios do próximo ano. Que venha 2024!

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Notícias

Consulta da CGI indica necessidade de fortalecer jornalismo profissional

Por Daniel Mello – Repórter da Agência Brasil – São Paulo

O fortalecimento do jornalismo como forma de combater a desinformação foi um dos consensos formados a partir de consulta aberta pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). A entidade recebeu por cerca de três meses contribuições sobre forma de regulação e riscos oferecidos pelas plataformas digitais no país.

Foram recolhidas mais de 1,3 mil contribuições de pessoas físicas e de organizações governamentais, empresariais e do desenvolvimento científico e tecnológico.

A rápida disseminação de informações falsas ou distorcidas, transmitidas de forma intencional para obter resultados como influenciar em eleições, enfraquecer instituições ou disputar debates públicos foi um dos temas avaliados no processo.

Esse fenômeno, chamado de infodemia, é possibilitado, segundo as contribuições à consulta, por três fatores principais: a coleta e análise massiva de dados; a segmentação dos públicos em nichos específicos pelas plataformas; os sistemas algorítmicos com foco em aumentar o tempo de engajamento dos usuários nas plataformas e o retorno financeiro dos conteúdos feito fundamentalmente com publicidade.

As estratégias anticompetitivas também foram apontadas como um problema no setor. De acordo com o relatório elaborado com base nas contribuições, a concentração de dados nas plataformas se transforma em um grande poder econômico, que pode ser usado para atuar em outros mercados. Essa dinâmica prejudica ainda mais as possibilidades de concorrência. “Em deterioração de inovação e qualidade de produtos e serviços, com impactos também em outros âmbitos, como liberdade de expressão e proteção de dados”, acrescenta o documento.

Uma grande divergência nas contribuições está na transparência no funcionamento das plataformas. Enquanto as empresas defendem que essas informações passam por questões comerciais sensíveis relacionadas aos modelos de negócio, as organizações da sociedade civil argumentam que se trata de pontos de interesse público.

Projetos de lei
A regulação das plataformas atualmente é tema de diversos projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional, apesar de alguns assuntos levantados na consulta ainda não serem tratados pelo Legislativo. Um deles é o Projeto de Lei (PL) 2.630 de 2020, conhecido como Projeto de Lei das Fake News (notícias falsas).

Segundo a conselheira do CGI, Bia Barbosa, um dos temas com destaque na consulta tratados no PL é o aumento da responsabilização das plataformas por conteúdos com monetização ou impulsionamento. Ou seja, as empresas devem responder por conteúdos pelos quais os produtores recebem remuneração da plataforma ou que, por pagamento, ganharam mais alcance nas redes.

O financiamento do jornalismo profissional pelas plataformas digitais é tratado em outro projeto de lei, o 2.370 de 2019, após o tema ser desmembrado do PL das Fake News. “A questão do fortalecimento do jornalismo como uma saída para o enfrentamento à desinformação hoje não está mais dentro do [PL] 2.630, mas na sua origem a questão da remuneração do jornalismo, do uso de conteúdos produzidos por empresas jornalísticas, por iniciativas de jornalismo, pelas plataformas digitais, aparece como uma medida de mitigação desses riscos que estão colocados a direitos fundamentais e a democracia”, enfatizou Bia.

RELATÓRIO COMPLETO | CLIQUE AQUI
Sistematização das Contribuições à Consulta sobre Regulação de Plataformas Digitais

Texto: Agência Brasil
Foto: Desola Lanre-Ologun/Unsplash

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Nota de Solidariedade à jornalista Cintia Kelly


A Associação Bahiana de Imprensa vem a público prestar solidariedade à jornalista Cintia Kelly, alvo de tratamento hostil por parte do governador Jerônimo Rodrigues, durante entrevista coletiva, nesta quinta-feira (21).

Fiel à defesa do jornalismo ético e responsável, a ABI lamenta que atos dessa natureza, frequentemente associados a políticos de extrema-direita, sejam reproduzidos por representantes de alas mais progressistas.

É dever do jornalista fazer perguntas, por mais incômodas que possam parecer. À fonte, cabe responder ou não, jamais hostilizar o profissional.

À colega Cintia Kelly, toda a nossa solidariedade.

Associação Bahiana de Imprensa

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Notícias

Fenaj vai ao Ministério da Justiça em nova rodada para federalização de casos de violência contra jornalistas

A  Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) realizou nova rodada de conversa com o Ministério da Justiça e com um representante da Polícia Federal para buscar enfrentamento à violência contra jornalistas e a federalização das investigações. Na Bahia, representantes da categoria concordam com a necessidade de dar maior agilidade e eliminar ingerências políticas na apuração das denúncias, o que seria possível com o acompanhamento dos casos em Brasília.  

A reunião aconteceu no início do mês e reuniu a presidente da Fenaj, a jornalista Samira de Castro, o secretário executivo do Ministério da Justiça (MJ), Ricardo Capelli, e o coordenador-geral de Comunicação Social da Polícia Federal, Enrico Streliaev Canali. 

Visão da Bahia
A federalização pode “despersonalizar” a investigação e dar maior agilidade.  “Muitas das vezes, os casos perdem o interesse, até mesmo das vítimas, que não veem a evolução na investigação, não veem nada acontecer e se desinteressam pelo fato, pelo caso. E os agressores terminam levando vantagem”, comenta Moacy Neves, presidente do Sinjorba (Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia). 

Assim como o relato em Brasília de Samira, Moacy aqui na Bahia também tem preocupação maior com as cidades do interior. “Nós tivemos um caso aqui na Bahia, recentemente, de um fato envolvendo um jornalista que ficou parado durante dois anos e só andou depois que a gente acionou a chefia da Polícia Civil Por que? Porque envolvia pessoas com forte influência econômica no município”, exemplifica Moacy. 

A Rede Agostinho Muniz Filho de Combate à Violência Contra a Imprensa, lançada em abril, já denunciou sete violações a profissionais de imprensa baianas, sendo duas delas no interior do estado. O próximo encontro da rede está marcado para janeiro. 

Para Ernesto Marques, presidente da ABI, há um histórico de casos em que a Polícia Civil não conseguiu oferecer denúncia ou apontar responsabilidade dos atos contra jornalistas que justificam a federalização. “No mérito, a gente concorda, não com base nos casos recentes, mas nos casos pretéritos”, opina. 

Judicialização
Além da federalização, Samira mostrou preocupação com o crescimento de decisões judiciais contra a categoria, citando a condenação criminal da jornalista Schirlei Alves. 

De acordo com a federação, a dirigente sindical informou que o Projeto de Lei 1078/2011, que altera a Lei nº 10.446, de 8 de maio de 2002, dispõe sobre a participação da Polícia Federal na investigação de crimes em que houver omissão ou ineficiência das esferas competentes e em crimes contra a atividade jornalística.

Ricardo Cappelli defendeu a liberdade de imprensa e condenou o abuso judicial contra a categoria. “Não há democracia sem jornalismo livre e independente”, entende. Em janeiro, o então ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, acatou proposta da Fenaj para a criação do Observatório Nacional de Violência contra Jornalistas.  

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