ABI BAHIANA

Em última reunião do ano, ABI projeta saúde financeira, cultura e valorização da imprensa para 2024

Entre ajustes, avaliações e celebração das conquistas do ano, a diretoria e os funcionários da Associação Bahiana de Imprensa (ABI) se reuniram nesta quarta-feira (13) na última atividade antes do recesso, com início programado para o próximo dia 18. A reunião da diretoria, que foi seguida por um almoço e um ato simbólico de solidariedade, aconteceu na sede da ABI.

Inicialmente, a apresentação dos desafios financeiros que a entidade vem enfrentando foi o centro do debate e acabou inspirando a inventividade e o fortalecimento da cooperação da diretoria – que faz atividade voluntária em prol da imprensa baiana – além da revisão e valorização de atividades que a instituição tem promovido, como a Série Lunar.

Acerto de contas
O presidente da diretoria executiva da ABI, Ernesto Marques, discutiu com a diretoria as estratégias para ampliação de receitas e contenção de gastos, além da manutenção e uso do prédio histórico da ABI, o edifício Ranulfo Oliveira. Entre as medidas está a suspensão temporária das atividades do Museu de Imprensa. “Os nossos funcionários estarão concentrados no trabalho de preservação dos acervos”, enfatiza Ernesto. A conservação se mostrou importante no último ano como um ativo para a entidade, podendo também contribuir com projetos culturais que vão além dos muros da ABI.

Presidente da Assembleia Geral, Antônio Walter Pinheiro trouxe aspectos históricos de como tem se dado a relação da ABI com as finanças e como a constante manutenção, preservação e modernização das estruturas do edifício-sede justificam a busca da entidade pelo reequilíbrio financeiro dos contratos que mantém.

Também entraram na pauta o agradecimento público da diretoria aos funcionários e funcionárias da ABI (12, ao todo), que entendem e colaboram para a melhoria da saúde financeira da associação. As estratégias para redução da inadimplência dos associados – que, inclusive, devem ter uma carteirinha com novo layout, com destaque para imagem do edifício-sede da ABI – completaram a programação do último evento do ano.

Pela imprensa
A segunda vice-presidente, Suely Temporal, agradeceu a confiança da entidade por ter assumido, por 15 dias, a presidência da ABI. O feito, que gerou repercussão na imprensa baiana, permitiu à jornalista, de acordo com seu depoimento, viver de forma mais próxima o dia a dia da associação. Foi ela, que inicialmente também presidiu a reunião dos diretores nesta quarta (13), que lembrou a necessidade de continuidade, no início do próximo ano, das visitas institucionais às redações baianas.
Ernesto contou a expectativa de ampliação da participação da ABI no Scream – Salvador Creativity and Media Festival 2023 e lembrou o encontro histórico entre dirigentes e empresários da comunicação que aconteceu após a última edição do evento. Também foi destacado no balanço da entidade o recente encontro da secretária municipal de Comunicação, a jornalista Renata Vidal, com o presidente Ernesto. A agenda das atividades da Rede Agostinho Muniz também foi compartilhada.

Homenagear e solidarizar
O fechamento da reunião aconteceu, de forma não planejada, com a exibição de uma homenagem ao publicitário baiano Duda Mendonça (1944-2021). Com curadoria do jornalista e escritor Nelson Cadena e apresentação do empresário e radialista Mário Kertész, um vídeo de aproximadamente 15 minutos narra a trajetória profissional do também marqueteiro político, falecido em 2021. A moção de aplausos pedida por Walter Pinheiro ao diretor de Cultura da ABI, pela produção do vídeo apresentado no último encontro do mercado publicitário baiano, o Enapro 2023, despertou a curiosidade dos diretores, convertendo a moção em aplausos efetivos após a exibição do vídeo de pouco mais de 15 minutos.

Também foram aprovadas as moções de congratulações ao diretor Valber Carvalho por seu novo livro, à exposição de Cau Gomes na Caixa Cultura, por seus 30 anos de cooperação com a imprensa baiana, além das moções de pesar pela partida da jornalista Lucia Berbet, do empresário Jorginho Sampaio e do ex-deputado federal, ativista do movimento negro e fundador da Central Única dos Trabalhadores Luiz Alberto.

Natal solidário
Após o almoço, a diretoria fez um ato simbólico de entrega de cestas básicas que faz parte da tradicional campanha solidária de Natal promovida pela ABI. Este ano, a ajuda será para a Comunidade da Trindade, uma organização que atende e acompanha pessoas em situação de rua na capital baiana. Além dos mantimentos, a campanha arrecadou mais de R$7 mil que serão usados para atender necessidades da comunidade, como a compra de uma nova geladeira. Participou da confraternização da ABI o Irmão Henrique Peregrino, uma das lideranças da comunidade.

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Blog das vidas

Lúcia Berbet, presente!

Clarissa Amaral*

Conheci Lucinha no início dos anos 1980, logo depois que me formei e deixei a Facom.

Trabalhamos juntas na Secom, no Correio da Bahia, na Tribuna e no Jornal da Bahia, até início dos anos 1990.

Nesses 10 anos de convivência intensa estivemos juntas em momentos cruciais da nossa vida profissional. O primeiro foi na Secom, quando nos insurgimos contra as diretrizes do secretário de Comunicação de João Durval e que resultou na promoção de todos os jornalistas da Secretaria menos de quatro: eu, ela, Lúcia Ferreira (que também já partiu) e Welinton Aragão.

Em 1986, no dia que ACM deu um pontapé no repórter Antonio Fraga, da TV Itapoan, e Waldir Pires venceu Josaphat Marinho, nós duas trabalhávamos no Correio da Bahia de manhã e, à tarde, na Tribuna da Bahia. Alguns jornalistas decidiram iniciar uma greve no Correio de ACM em solidariedade ao repórter que apanhou do dono do jornal. Audácia era pouco naquela época. Novamente, estávamos lá, eu e ela, dentre outros. Ficamos presos na redação enquanto o Sindicato negociava com a direção. Como não podíamos sair de lá para falar com os jornalistas de outros veículos que faziam a cobertura da greve, nossas mães, sim, a minha e a dela, ambas anticarlistas ferrenhas, foram para os estúdios da TV Itapoan e contaram o que estava acontecendo na redação do Correio. Sempre nos orgulhamos deste feito das nossas mães e choramos juntas ao assistir a entrevista das duas.

Anos mais tarde, em 1989, na época do dissídio coletivo, uma assembleia do Sindicato dos Jornalistas decidiu por uma greve geral nos três jornais impressos que circulavam naquela época (A Tarde, Tribuna da Bahia e Jornal da Bahia). Sim, novamente, estávamos lá, eu, ela e agora com Suzana Alice Pereira, juntas durante os nove dias de greve. Negociamos o apoio e a paralisação conjunta com o Sindicato dos Gráficos, pois jamais conseguiríamos parar a circulação dos jornais sem a adesão deles, porque o jornal poderia ser fechado por apenas duas pessoas (editor e diagramador), graças aos materiais enviados pelas assessorias de imprensa e agências de notícias. Foram dias muito tensos, mas finalmente vencemos e recebemos o percentual de aumento desejado e mais algumas vantagens.

No início dos anos 1990 tomamos caminhos diferentes. Lúcia e Marquinho (seu querido e amado “Xuxu”) resolveram migrar para Brasília e lá passaram mais de 20 anos. Tivemos alguns encontros em Brasília e também aqui em Salvador, quando eles vinham de férias e ficavam quase o tempo todo em Itaparica. Mas, por mais longa que fosse a distância e o pouco tempo que ficávamos juntas, nossos encontros eram sempre cheios de afeto e confiança mútua, porque sabíamos quem erámos,

Lucinha e Marquinho se aposentaram, voltaram para a Bahia e se estabeleceram na Ilha de Itaparica. Em 2019, Marquinho partiu e deixou Lucinha em frangalhos, depois de mais de 40 anos de casamento. Com o suporte da sua família, sempre muito unida, ela resistiu até ontem.

Depois de alguns meses muito doente, Lucinha foi encontrar seu amor da vida inteira. Para nós, ficam as boas lembranças e aquele vazio do ombro amigo de sempre. Vá em paz, minha querida amiga.

Não esqueça de dar meu abraço em Marquinho e d. Dora. Aqui a luta vai sempre continuar.

Lúcia Berbet, presente!

Clarissa Amaral é jornalista, mestra em Ciência da Informação e doutora em Comunicação e Cultura Contemporânea pela Universidade Federal da Bahia.

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Notícias

Valber Carvalho lança segundo volume de biografia sobre Irmã Dulce

O jornalista e escritor Valber Carvalho, conselheiro da ABI, vai lançar o segundo volume da sua obra biográfica que conta a história da Santa Dulce dos Pobres. Intitulado “A Última Porta – A Vida de Irmã Dulce – Parte 2”, o livro será apresentado ao público no próximo dia 12 de dezembro, a partir das 16h, no Piso L4 Leste do Shopping Barra. 

O livro, editado pela IRMABEM Editora, marca a finalização de uma missão iniciada em julho de 2013 e que, durante 10 anos de um mergulho profundo, resultou na leitura de 13 mil documentos e 600 entrevistas. A obra conta com participações de duas diretoras da ABI, as jornalistas Suely Temporal e Jaciara Santos.

O primeiro livro, “Além da Fé”, retrata os primeiros 39 anos de vida da primeira Santa nascida no Brasil, enquanto o segundo conta os acontecimentos desde 1953 e se estende até a Canonização em 2019. 

O novo livro conta com cerca de 200 fotografias, muitas delas inéditas, como registros da passagem de Irmã Dulce por terras ianques em 1962, cliques em um jantar-beneficente em Los Angeles, ao lado de uma famosa atriz à época.

A biografia ainda revela algumas características que fazem do Anjo da Caridade uma personalidade vanguardista. “Irmã Dulce é a maior alma que já esteve no Brasil e uma das maiores personalidades do século XX em todo o mundo e os brasileiros precisam conhecer em detalhes a sua magnificência espiritual. A maneira como ela seguiu fielmente os ensinamentos de Jesus, é uma grande inspiração para pessoas de todas as idades nesse atual momento em que o exercício da Fé e do Amor ao próximo estão sendo constantemente desafiados”, afirma o autor que destinou gratuitamente 10% da edição de 10 mil exemplares para as Obras Sociais Irmã Dulce. (As informações são da coluna BN Hall, do site Bahia Notícias)

Serviço:

Lançamento do livro A ÚLTIMA PORTA A Vida de Irmã Dulce – Santa Dulce dos Pobres – PARTE 2
Data: 12 de dezembro (terça-feira), a partir das 16 horas
Local: Shopping Barra

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Secom e Secult debatem ações para valorizar o Edifício Ranulfo Oliveira

Na tarde desta quarta-feira (6), a Associação Bahiana de Imprensa recebeu a visita da secretária municipal de Comunicação, a jornalista Renata Vidal, e do subsecretário de Cultura e Turismo de Salvador, Walter Pinto Junior, representando o secretário Pedro Tourinho. Durante o encontro, os gestores públicos discutiram estratégias para valorizar e preservar o edifício-sede da ABI, na Praça da Sé. 

Os jornalistas Ernesto Marques, presidente da ABI, e Raimundo Marinho, diretor de Patrimônio, apresentaram o Edifício Ranulfo Oliveira, narrando episódios marcantes de sua história (saiba mais aqui), além de demarcar sua importância para a memória e a cultura baianas. O Ranulfo já foi sede do plenário da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia, nos anos 60, abrigou órgãos do poder público, principalmente da gestão municipal, como a Transalvador e a Secretaria de Habitação. Atualmente, tem a Prefeitura Bairro Brotas/Centro instalada no andar térreo, contribuindo para a prestação de serviços à comunidade, a Secretaria de Comunicação e parte da Secretaria de Governo.

Renata Vidal e Walter Pinto foram guiados em um tour pelos equipamentos culturais da Associação: o Auditório Samuel Celestino, a Biblioteca Jorge Calmon e o Museu de Imprensa. Um local chamou a atenção da secretária: o sexto andar do Ranulfo. O pavimento conta com um amplo auditório e um painel de vidrotil por formas retangulares de cores diversas. Trata-se da obra de Mário Cravo Júnior, que venceu o concurso público promovido pela ABI para cobrir o imenso volume curvo ostentado pela fachada do edifício.

Vidal expressou seu desejo de apoiar a conservação do local. “A minha intenção é que a gente abrace isso, Secult e Secom, ao entender e ser sensível ao caso. Não podemos permitir que um espaço como esse seja utilizado para qualquer coisa que não seja ligada à memória”, afirmou.

Para Walter Pinto, as instalações do Edifício Ranulfo Oliveira guardam a memória da cidade, servindo como um equipamento para entender melhor a história de Salvador. “É importante ver como vocês aqui podem narrar a história da cidade, no coração dela, passando pelo Centro Histórico”, analisou, pensando no papel da ABI como um vetor de cultura para os soteropolitanos. “Faz total sentido a gente pensar como esse equipamento se torna vivo para nossa sociedade”.

Não por acaso, o local é frequentemente procurado por pesquisadores das mais diversas áreas. O Ranulfo é um verdadeiro manifesto da arquitetura moderna, se utilizando de boa parte do repertório corbusiano e da escola carioca, como a planta e a fachada livres, os pilotis, as janelas contínuas, o terraço-jardim e os cobogós. 

Ernesto Marques relembrou a história do edifício e a mobilização para construí-lo, por meio da “Campanha do tijolo”, com o apoio do governo do Estado, da Prefeitura, da Assembleia Legislativa, do interior do Estado e de outros Estados. “As doações vieram de toda parte. Eu chamo isso aqui de um ‘edifício-museu’, porque ele tem muita história. A construção durou quase 20 anos, entre começar a arrecadar a grana e terminar a obra.”

Foto: Fábio Marconi

Recentemente, o Ranulfo vem passando por adequações estruturais importantes para garantir a segurança e o bem-estar do público que transita diariamente por suas dependências. As obras de modernização do prédio já resolveram problemas severos como a troca das instalações de água e esgoto; a intervenção no subsolo – para a instalação de uma subestação de energia e atualização de todas as instalações e dispositivos de segurança -; o reforço no sistema de videomonitoramento, com a instalação de mais câmeras; e a implantação do Plano de Combate à Incêndios, homologado pelo Corpo de Bombeiros. A ABI segue trabalhando para viabilizar outros projetos, principalmente na área externa e na fachada.

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