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“Memória nas Telas” é tema da 5ª edição da MIMB

A Mostra Intinerante de Cinemas Negros Mahomed Bamba chega à 5ª Edição em abril deste ano. As inscrições para o festival vão até domingo (18) e devem ser feitas através do site. (https://filmfreeway.com/MIMB). O evento reflete sobre sua trajetória, construída durante os seis anos do projeto, que tem o propósito de utilizar o cinema como ferramenta de transformação social e educativa.

Para se inscrever, de acordo com o edital divulgado pela organização do evento, o proponente deve apresentar obras cinematográficas realizadas a partir de 2020, com duração máxima de 25 minutos para curtas-metragens e 90 minutos para longas-metragens.

É indispensável que o trabalho seja dirigido por pessoas negras ou afro-indígenas, sendo obrigatório o preenchimento do campo de Autodeclaração Étnico-Racial durante a inscrição e a produção deve estar em língua portuguesa ou conter tradução ou legendas em português.

Desde seu nascimento, a MIMB atuou como uma iniciativa de propagação da riqueza cinematográfica negra e sua trajetória projetada nas telas. Sob o tema “Cinemas em movimento, memórias nas telas”, o evento deste ano reverencia as memórias, movimentos e circularidades ao unir conexões formadas por pessoas, sentimentos, ocasiões e territórios. A mostra busca um movimento harmônico ao forjar narrativas, colocando o cinema como centro de experiências e de mobilização.

Homenagem

A MIMB homenageia o professor e pesquisador em cinema Mahomed Bamba. Nascido na Costa do Marfim, Bamba foi docente da Faculdade de Comunicação da UFBA e pesquisador na área de Cinema e Audiovisual, atuando também no Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Comunicação, onde contribuiu para elencar a discussão sobre cinema negro na instituição. Bamba faleceu no dia 16 de novembro de 2015, e sempre será lembrado por familiares, amigos, estudantes e por aqueles que puderam conhecer um novo cinema através de sua ótica decolonial.

*Com informações da Mostra Intinerante de Cinemas Negros Mahomed Bamba 

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Ato em Salvador pede libertação do jornalista Julian Assange

Nos dias 20 e 21 de fevereiro de 2024 ocorrerá em Londres o julgamento do último recurso contra a extradição do jornalista e programador Julian Assange para os Estados Unidos. Um calendário de manifestações movimenta a semana decisiva para o fundador do Wikileaks, organização transnacional sem fins lucrativos, sediada na Suécia.

Na capital baiana, o “Ato Pela Libertação de Julian Assange” acontece nesta segunda-feira (19), às 9h, na frente da Biblioteca Central da Universidade Federal da Bahia (UFBA), no Campus de Ondina.

O ato em Salvador é organizado pelo Comitê Baiano em Defesa da Libertação de Assange, com o apoio do Comitê Poético Contra O Golpe, CEBRAPAZ e CONEN.

Relembre – O ativista australiano está preso há 11 anos, primeiro na Embaixada do Equador em Londres e agora na prisão de Belmarsh. Assange ficou conhecido internacionalmente em 2010, após divulgar milhares de documentos secretos que comprovam crimes cometidos pelos EUA contra vários países inclusive espionagem contra Petrobrás e o governo brasileiro. Ele responde a 18 processos sob acusação de espionagem pelos EUA, no episódio considerado como o maior vazamento de dados da história estadunidense.

Foto: Cancillería del Ecuador/Wikimedia Commons CC-BY-2.0

A organização do evento afirma que “o processo de extradição é fraudulento e autoritário” e que “a natureza das acusações é política”. Segundo o Comitê, a extradição ameaça princípios basilares para a democracia. “O que está no banco dos réus é o direito de imprensa, de informação e de expressão.”

A entidade alerta ainda que, se for extraditado para os Estados Unidos, Julian Assange será julgado por uma corte formada por pessoas envolvidas com o complexo industrial militar, exatamente as pessoas e organizações que tiveram os crimes expostos pelo jornalista.

“Ele poderá ser condenado a uma pena de 175 anos em prisão de segurança máxima, em condições desumanas. Há ainda possibilidade de pena de morte. Acusação: praticar jornalismo de mais alto nível e relevância mundial”., destaca o texto de convocação do ato em Ondina.

Serviço

Ato Pela Libertação de Julian Assange
19 de fevereiro de 2024 (segunda-feira)
Local: UFBA – Biblioteca Central (Campus de Ondina)
Horário: 9h00 11h30
Organização: Comitê Baiano em Defesa da Libertação de Assange
Apoios: Comitê Poético Contra O Golpe, CEBRAPAZ e CONEN

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ABI BAHIANA Notícias

Fotografou o Carnaval? Concurso da Wikipedia vai premiar melhores imagens

O concurso Wiki Loves Folklore 2024, da Wikipedia, está com as inscrições abertas, com prêmios de R$ 2,5 mil para os melhores registros da cultura popular brasileira – incluindo a folia carnavalesca. Profissionais e amadores de qualquer lugar do Brasil podem submeter fotos, vídeos e áudios até o dia 31 de março.

Para concorrer, é preciso abrir uma conta no Wikimedia Commons para fazer o upload das imagens. Mais informações e acesso ao formulário estão neste link. 

Cultura popular

O prêmio não é dedicado apenas a fotografias do Carnaval, mas muitos dos ângulos da cultura popular destacados no regulamento do concurso estão relacionados a ele: Danças, Festivais e musicais; Pessoas, conhecimentos e atividades; Roupas e fantasias; Tradições, rituais e expressões orais; Teatro, artes cênicas e artesanato; Culinária.

O prêmio de fotografia Wiki Loves Folklore é organizado pelo Wikimedia Commons em conjunto com a Open Heritage Foundation, organização sem fins lucrativos dedicada a criar visibilidade para o patrimônio cultural na internet.

“Baianidade”, por Jéssica Vitoria de Melo / Wiki Loves Cultura Popular 2023

As imagens que participam do concurso de fotos de cultura popular, premiadas ou não, passam a fazer parte do acervo da biblioteca online Wikipédia podem ser utilizadas sob licença Creative Commons. (Com informações da MediaTalks)

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Sala de imprensa do Carnaval de Salvador homenageia Barretinho

A sala de imprensa do Carnaval de Salvador, no Campo Grande, vai homenagear em 2024 o jornalista e escritor soteropolitano José de Jesus Barreto, o Barretinho — como é chamado pelos amigos. O espaço, que oferece apoio aos jornalistas que cobrem a folia, será inaugurado nesta quinta-feira (8), às 11h, com uma coletiva do prefeito Bruno Reis. Curiosamente, no dia seguinte, Barreto completa 76 anos.

Ele gosta de dizer que é um operário da linguagem. Também, pudera: já fez um pouco de tudo na Comunicação. Trabalhou em jornais, revistas, rádio e televisão, foi professor, atuou com assessoria de imprensa, inclusive na Prefeitura de Salvador, e em campanhas políticas. Nos últimos anos, tem dedicado-se às colunas sobre futebol no site Bahia Já e a escrever livros.

Nascido num domingo de Carnaval, Zé de Jesus Barreto sempre teve a festa no centro de sua trajetória, tanto profissional como pessoal. É considerado uma das testemunhas de tantas mudanças que a folia experimentou: como jornalista, cobriu o surgimento dos blocos Afro e da Axé Music; na Secretaria de Comunicação, ajudou a projetar o evento para o mundo.

“O Carnaval em Salvador é uma transformação contínua. É como a vida, que está sempre mudando, e isso é ótimo. Não sou saudosista do ‘antigamente’, eu gosto do ‘hojemente’. Acho que o Carnaval resume todas as diferenças, misturas, divergências e entendimentos. Enfim, tudo o que é a sociedade, de um modo geral, está tudo aí, contido no Carnaval. A festa na Bahia é diferente das demais por isso: não é só um espetáculo, é um retrato, uma espécie de recorte, de tudo o que é Salvador”, opina Barreto.

Jornalista – Formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), José Barreto teve como escola no jornalismo a redação da Tribuna da Bahia, no início dos anos 70. “Tive como meus editores Quintino de Carvalho, Milton Caires de Brito, Cid Teixeira, João Ubaldo Ribeiro. Com esses caras, quem não aprendeu naquela época a escrever, não aprenderia mais”, conta. Concursado, foi um dos fundadores, em 1971, do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (Irdeb), onde trabalhou com rádio e TV.

Foi naquela época que ocorreu, em Salvador, a revolução dos blocos Afro, capitaneada pelo Ilê Aiyê, que em 2024 completa 50 anos. E Barreto estava lá, ‘jornalistando’, como fala: “Foi uma coisa fantástica, em plenos anos 70. Foi uma reação ao racismo do Os Internacionais e de outros blocos da elite soteropolitana, que não permitia a entrada de pretos. Então eles disseram ‘ah, é? Tá bom, então aqui também não entra branco’. E foi uma mudança importantíssima para o Carnaval da Bahia”, lembra.

Nos anos 80, também foi correspondente, na Bahia, de jornais nacionais como O Globo, O Estado de São Paulo, Jornal do Brasil e da Revista Veja. Nessa época, reportou para todo o país o surgimento do Axé Music: “O Carnaval se transforma como se transforma a vida. Cada ano é diferente do outro. Você imagina o que era o trio elétrico antes, uma fobica. Depois, vieram os trios que Orlando Tapajós fazia, obras de arte. E, hoje, temos esses ‘monstros’, verdadeiras cidades, com uma imensidão de áreas e equipamentos”, comenta.

“E, quando eu não estava ‘jornalistando’, estava na rua”, conta Barreto, que foi um dos criadores, nos anos 70, do bloco Filhos da Pauta, formado apenas por jornalistas. “A gente saía com uma mortalha que era impressa em pano, bem fino, na impressora lá da Tribuna, com as manchetes de jornal. O problema do Filhos da Pauta era que não conseguia chegar nunca na Praça Castro Alves, porque a gente no meio do caminho caía na gandaia, na esculhambação, e dispersava”, lembra, aos risos.

Prefeitura – Em 1997, foi convidado pelo jornalista Tasso Franco, então secretário, para ser o seu subsecretário de Comunicação (Secom) da Prefeitura de Salvador, onde permaneceu durante toda a gestão do prefeito Antônio Imbassahy, até 2004. Ou seja, justamente num momento em que o Carnaval mudou de patamar: era o auge do Axé Music, com dezenas de artistas baianos entre os mais ouvidos do país. E, ao mesmo tempo, o jornalismo vivia uma fase de transformação, provocada pela era digital.

“Pegamos um Carnaval que ainda era coberto de maneira analógica, precária, apesar do interesse na festa. Quando saímos da Secom, a gente estava mandando imagens ao vivo para o mundo. No nosso último Carnaval, eram 43 países credenciados, representados por seus veículos. Ou seja, foi um salto muito grande. A virada do século foi um momento de transformação de tecnologia. Uma equipe inteira se mobilizou e conseguiu botar o Carnaval no mundo online. Esse foi um grande legado que deixamos”, comenta Barreto.

Escritor – Nos últimos anos, Barreto tem se dedicado à literatura. É autor dos livros da trilogia Entre Amigos, dedicada a Carybé e Pierre Verger e à relação deles com a obra de outros artistas, como Jorge Amado e Dorival Caymmi. Também publicou duas edições sobre a vida de Mestre Pastinha, criador da Capoeira de Angola, e os livros “Candomblé da Bahia – Resistência e Identidade de um Povo de Fé” e “Cacimbo – Uma experiência em Angola”.

Fonte: Secom PMS

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