Entre 80 países, o Brasil foi o que registrou mais mortes de jornalistas em decorrência de covid-19. O dado é da ONG Press Emblem Campaign (PEC). De acordo com levantamento divulgado pela entidade sediada na suíça, 280 profissionais de imprensa perderam a vida devido à doença no Brasil. A Índia ficou em segundo lugar no levantamento, com 270 mortes. Nos dois países, a grande maioria dos óbitos ocorreu no segundo trimestre de 2021.
Mundialmente 1.788 jornalistas morreram de covid-19 desde o início da pandemia, sendo mais da metade na América Latina. Segundo a ONG, diante das novas variantes o número pode chegar a 2 mil até o final do ano. Somente durante os meses de julho e agosto, 117 jornalistas foram vítimas do coronavírus em todo o mundo – uma média de quase dois por dia.
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Profissionais da linha de frente, os jornalistas não deixaram de sair de casa e constituem uma das categorias mais vulneráveis ao coronavírus. “Os jornalistas da linha de frente continuam sendo uma das profissões mais expostas. O número de vítimas registradas caiu desde junho, mas a taxa de vacinação ainda é insuficiente em muitos países”, disse o secretário-geral da PEC, Blaise Lempen.
A exposição dos profissionais de imprensa fez a Associação Bahiana de Imprensa e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais da Bahia (Sinjorba) promoverem uma campanha, desde o início da pandemia, pela inclusão desses trabalhadores nos grupos prioritários da vacinação. As entidades insistiram na necessidade de imunização da categoria, incluída em decretos que estabelecem os serviços de Comunicação como essenciais e exposta à contaminação e morte, justamente no exercício de seu trabalho.
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Ainda segundo o levantamento, países desenvolvidos também apresentaram números elevados de jornalistas vítimas da covid-19. São os casos da Itália, com 59 morte, e Estados Unidos, com 55.
Por região, a América Latina lidera o ranking, com 954 profissionais de imprensa mortos pela doença. Em seguida vêm Ásia (485), Europa (206), África (86) e América do Norte (57). Os dados são baseados em informações divulgadas pelas associações nacionais de jornalistas, veículos locais de imprensa e pela rede de correspondentes mantida pela organização.
Para a PEC, porém, o número real de vítimas é maior, uma vez que a causa da morte de vários jornalistas não é especificada ou o óbito não é divulgado. Além disso, em alguns países não existem estatísticas confiáveis. Com sede em Berna, a PEC goza de status consultivo especial na ONU. Fundada em junho de 2004 por jornalistas de vários países, a entidade visa fortalecer a proteção jurídica e a segurança de profissionais da imprensa.
Com informações do Portal IMPRENSA.