Notícias

Conquista Repórter lança campanha de financiamento coletivo

Deslocamento para apurar matérias e expandir a cobertura nas periferias, utilização de bons equipamentos para produzir fotos, vídeos e áudios, softwares de edição, entre outras despesas… A produção jornalística tem custos altos. Para viabilizar sua atividade, a equipe do Conquista Repórter resolveu lançar nesta quarta-feira (6) uma campanha de financiamento coletivo no Catarse. O veículo independente, inaugurado em maio, vem investindo em conteúdos que têm feito a diferença no jornalismo de Vitória da Conquista, através de coberturas responsáveis e de qualidade.

O CR tem como diferenciais a produção de reportagens em profundidade, a curadoria de notícias locais e a utilização do jornalismo de dados e da Lei de Acesso à Informação (LAI). “Para fazer um jornalismo local de qualidade, mais do que nunca, é preciso trazer a comunidade e os cidadãos que dela fazem parte para o nosso lado. Ao iniciar essa campanha, a gente possibilita que o nosso público construa o jornalismo que nos propomos a fazer em Vitória da Conquista junto conosco”, explica o jornalista Afonso Ribas, diretor operacional do CR.

Jornalistas formados pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Afonso Ribas, Karina Costa e Victória Lôbo, cofundadores do Conquista Repórter, ainda não podem trabalhar exclusivamente para o site. Eles sonham conquistar a independência financeira para tirar do papel alguns objetivos e planos para o CR. Atualmente, a equipe produz cerca de quatro reportagens especiais mensalmente, além de notícias e postagens diárias nas redes sociais. De acordo com Afonso Ribas, o objetivo é intensificar o fluxo de conteúdos e diversificar os formatos.

“A nossa campanha de financiamento coletivo foi algo que sempre esteve nos planos do Conquista Repórter, desde quando estávamos construindo o projeto. Isso porque sabemos que, enquanto um veículo jornalístico independente, contar com o apoio financeiro dos nossos leitores e leitoras, que valorizam o nosso trabalho, é o melhor caminho para nos mantermos livres de amarras políticas e econômicas ou mesmo de pressões editoriais”, destaca Afonso.

A campanha chega quatro meses depois do lançamento do site. Isso porque, antes de lançá-la, os jovens jornalistas queriam demonstrar, na prática, que tipo de jornalismo pretendiam entregar à sociedade, quais os valores e o que proporcionaria de diferente para o contexto jornalístico local. “Creio que isso nos ajudou a ganhar confiança das pessoas que hoje nos acompanham, o que é fundamental para seguir com esse trabalho”, reflete.

“Quem apoia o Conquista Repórter nos permite continuar fazendo um jornalismo aprofundado, crítico, responsável e preocupado com os direitos humanos. Possibilita a expansão e a melhoria dos conteúdos que já produzimos”, afirma o jornalista. De acordo com Ribas, os apoiadores do veículo também ganham uma série de recompensas, desde sorteio de livros e brindes, acesso a bastidores de coberturas, conteúdos exclusivos em primeira mão, entre outras vantagens.

Confira mais detalhes aqui.

publicidade
publicidade
Notícias

Observatório da Imprensa faz vaquinha virtual para não fechar

Com 20 anos de presença regular na internet, completados em maio, o Observatório da Imprensa, projeto de crítica de mídia idealizado e encabeçado pelo jornalista Alberto Dines, corre o risco de fechar e pede socorro, via financiamento coletivo.

Nos últimos meses, perdeu suas principais fontes de receita, com o corte dos patrocínios do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, em decisão anunciada em junho pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Antes, na virada do ano, já não havia sido renovado o contrato com a Empresa Brasil de Comunicação, da TV Brasil, na qual Dines apresentava um programa semanal do Observatório.

Em julho, o Projor (Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo), associação mantenedora do Observatório da Imprensa, tornou pública a crise financeira. Ao mesmo tempo, lançou uma campanha de “crowdfunding” (financiamento coletivo) no dia 8 de agosto, junto com o editorial “O Observatório da Imprensa pede socorro”, fixado desde então no alto do site. Nele, informa que o trabalho “está ameaçado de desaparecer” e o esforço agora é para “manter o Observatório vivo e operando”.

No site de “crowfunding” Kickante, acrescenta que o financiamento coletivo visa “bancar os custos de produção do site, hospedagem e administração”. O endereço é kickante.com.br/campanhas/crowdfunding-observatorio-da-imprensa. Até o momento, o Observatório arrecadou pouco mais de 10% da meta de R$ 250 mil, na campanha a ser encerrada no início de outubro. Outras fontes de receita estão sendo aventadas, como fundações filantrópicas.

“Desde 1996, o Observatório da Imprensa é o único veículo jornalístico focado na crítica da mídia brasileira. Ao longo dos últimos 20 anos, nossos artigos têm sido oferecidos gratuitamente ao público. Mas o Observatório não é imune à crise econômica, que tem cortado os nossos patrocínios. E também somos atingidos pela revolução digital, que tem reduzido o faturamento publicitário da imprensa como um todo. O momento é grave. Para voltar a publicar regularmente, o Observatório precisa da sua ajuda. Sua contribuição é necessária para bancar os custos de produção do site, hospedagem e administração”, diz o texto da campanha.

Carioca, 84 anos, Dines foi editor-chefe do “Jornal do Brasil” nos anos 1960 e, em 1975, lançou na Folha a coluna de crítica de mídia “Jornal dos Jornais”. No início do ano, foi hospitalizado, por doença não divulgada, mas já está em casa, em fisioterapia, e voltou a escrever. “O Observatório da Imprensa é uma peça de museu”, afirma Dines à Folha. “No conteúdo, formato e feitio, é único, talvez no mundo. Por isso mesmo, peça de museu para ser preservada.” Acrescenta: “Por enquanto, só pega no tranco. Precisamos de um [caminhão] Mack para alavancar e não deixar morrer tudo o que o Observatório vem semeando nos últimos 20 anos on-line e 18 no ar”.

*Informações de Nelson de Sá para o jornal Folha de S.Paulo.

publicidade
publicidade