ABI BAHIANA

Revista Memória da Imprensa aborda papel estratégico da Logística e Infraestrutura no desenvolvimento do estado

A edição especial de outubro da Revista Memória da Imprensa, lançada pela Associação Bahiana de Imprensa (ABI) nesta sexta-feira (24), coloca a Logística e a Infraestrutura no centro do debate sobre o desenvolvimento da Bahia e do Brasil. A publicação faz parte do Ciclo de Conferências ABI 95+5, série que celebrou ao longo deste ano os 95 anos da entidade. As páginas registram o encontro do dia 13 de agosto entre Antônio Alberto Valença, assessor especial da Secretaria do Planejamento da Bahia (SEPLAN), e Humberto Rangel, diretor executivo do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (SINICON).

Na conferência, Valença defendeu o impacto positivo do projeto da Ponte Salvador–Ilha de Itaparica, orçado em R$ 11 bilhões, e a necessidade de integração entre os portos, ferrovias e rodovias para uma logística eficiente. Ele também falou sobre a revitalização da hidrovia do Rio São Francisco, a recuperação da malha ferroviária baiana e a criação de um trem entre Salvador e Feira de Santana como alternativas sustentáveis de transporte.

Rangel por sua vez, destacou como a infraestrutura é a base de todos os setores produtivos ressaltando que o desenvolvimento do país depende diretamente de investimentos sólidos e contínuos nessa área, uma vez que o setor privado, embora relevante, não é suficiente para suprir todas as demandas.

Durante o debate, o diretor do SINICON sinalizou a necessidade do aumento dos investimentos públicos e privados, lembrando que o setor de infraestrutura responde por cerca de 70% dos recursos aplicados em obras no país, segundo dados da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB). Para ele, o fortalecimento da engenharia nacional e a retomada de políticas de crédito à exportação são fundamentais para a retomada do crescimento econômico.

Nesta edição especial, a revista traz artigos de Waldeck Ornélas e Nelson Cadena, que aprofundam as reflexões apresentadas no encontro. Ornélas analisa o “isolamento logístico” como um obstáculo histórico ao progresso da Bahia, enquanto Cadena aborda a “herança do calote” e o impacto da falta de continuidade nos projetos de infraestrutura ao longo das décadas.

De acordo com a jornalista Suely Temporal, presidente da ABI, a publicação reafirma o papel da Associação Bahiana de Imprensa como promotora de reflexão crítica e registro histórico sobre temas estratégicos para o futuro da Bahia. “A revista mostra como o desenvolvimento logístico e de infraestrutura é condição essencial para a integração regional, o fortalecimento econômico e a sustentabilidade do estado e do país”, observa a dirigente.

  • Confira neste link todas as edições da Revista Memória da Imprensa.

OUTUBRO 2025 – Edição especial

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ABI BAHIANA

Edição especial da Revista Memória da Imprensa traz reflexões sobre papel do jornalismo na luta antirracista

A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) lançou nesta sexta-feira (11) mais uma edição especial da Revista Memória da Imprensa, publicação que transforma em documento permanente as ideias centrais debatidas no projeto Ciclo de Conferências ABI 95+5, em comemoração aos 95 anos da entidade. O tema desta vez é “Racismo, Economia e Jornalismo”, a partir da conferência proferida pelo economista, professor e vereador de Salvador, Silvio Humberto, realizada em 14 de maio, um dia após a data oficial da abolição da escravatura no Brasil.

Com base em sua tese de doutorado, defendida na Unicamp, e no livro Um Retrato Fiel da Bahia, o autor tece um denso e provocador panorama histórico, econômico e político sobre o racismo estrutural no Brasil, com foco especial nas heranças perversas do pós-abolição. A exposição de Silvio evidencia como o país criou estratégias para manter as hierarquias raciais, mesmo após o fim formal da escravidão, excluindo sistematicamente a população negra dos espaços de poder, riqueza e decisão.

“A Bahia é uma sociedade pigmentocrática”, afirma. “Quanto mais clara for sua pele, maiores são as suas chances de ascensão.” Com falas diretas, o conferencista denuncia a lógica da exclusão racial como obstáculo persistente ao desenvolvimento da cidade, do estado e do país. Entre as reflexões propostas, destaca-se a pergunta que atravessa toda a conferência: por que a maioria ainda não chegou ao poder, à universidade, às lideranças da economia e da política?

A edição também traz artigos dos jornalistas André Santana, doutorando em Estudo de Linguagens pela Uneb, e Nelson Cadena, historiador e diretor de cultura da ABI. Os textos abordam, respectivamente, a resistência das mídias negras digitais no século XXI e o histórico de exclusão e protagonismo de jornalistas negros na imprensa baiana, com base em dados, relatos e arquivos resgatados pela entidade.

Na “Palavra do Presidente”, o jornalista Ernesto Marques destaca que a publicação reafirma o compromisso da ABI com uma agenda antirracista permanente. “O racismo, além de estúpido, monstruoso e violento, é também burro. Ao excluir um contingente enorme da população das oportunidades, contribui para mantermos o Brasil na condição de subdesenvolvimento”, afirma.

Com projeto gráfico da Editora Bamboo e imagens de fotógrafos reconhecidos como Rafael Martins, Fernando Vivas, Amanda Ercília, Joá Souza e o cineasta Antonio Olavo, a revista é distribuída gratuitamente e está disponível para leitura no site da ABI. Esta é a terceira edição especial da série que celebra os 95 anos da entidade com discussões estratégicas sobre o presente e o futuro da comunicação e da sociedade baiana.

A publicação, que tem edição de Biaggio Talento e coordenação editorial de Jaciara Santos – diretora de Comunicação da ABI – e Ernesto Marques, é também um gesto de reparação simbólica: traz à luz personagens invisibilizados, como Thales de Freitas, farmacêutico negro articulador da fundação da ABI, resgatado pelo historiador Nelson Cadena e hoje homenageado na principal sala de reuniões da instituição.

Ler esta edição é confrontar o espelho da cidade, da imprensa e das estruturas de poder que insistem em negar a negritude como parte essencial de sua identidade. É também reconhecer a urgência de políticas públicas, de ações afirmativas e de um jornalismo comprometido com a verdade.

  • Confira a publicação abaixo e os outros números aqui.
Julho 2025

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ABI BAHIANA

“O São João é uma festa onde o dinheiro se distribui em todos os setores da economia”, afirma secretário de Turismo da Bahia

Nesta quarta-feira (9), a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) recebeu o secretário de Turismo do Estado da Bahia, Maurício Bacelar, para uma conferência sobre as oportunidades representadas pela festa do São João no estado em termos econômicos e sociais. Parte do  Ciclo de Conferências ABI 95+5, que celebra os 95 anos da ABI buscando aprofundar os conhecimentos dos jornalistas baianos em tópicos pouco tratados na imprensa local, a palestra aconteceu na sede da entidade durante sua reunião ordinária de diretoria. 

O secretário iniciou sua fala contextualizando a importância do turismo para o desenvolvimento econômico da Bahia, destacando a chamada a “estratégia Turismo Bahia 4.0”, que inclui biossegurança, qualificação profissional, promoção de destinos e ampliação da malha aérea.

Foto: Tatiana Azeviche/Setur

Afunilando para o tópico do São João, ele destacou um dos aspectos mais vantajosos da festa: a capilaridade dos seus ganhos econômicos, que se distribuem em muitos níveis pelo estado. “É uma festa onde o dinheiro se distribui em todos os setores da economia, desde a agricultura familiar […] até as empresas com suas ações nas bolsas de valores do mundo, que são as companhias aéreas ou as de cruzeiros marítimos”, pontuou ele. 

Sobre o potencial turístico da festa, mais especificamente, o secretário explicou como a festa atrai para a Bahia turistas principalmente de dentro do Brasil, muitos deles baianos que moram em outros estados da federação. Ele detalhou como esse movimento atrai renda para o estado. “Esse ano batemos um novo recorde, recebemos 1.800.000 turistas […] com o valor do gasto médio desses turistas, chegamos a esse valor de 1.8 bilhões de reais injetados na nossa economia”

Bacelar também frisou, porém, que todo esse potencial econômico só existe pelas raízes culturais da festa, que precisam ser preservadas para continuar atraindo esta fonte de receita e para contribuir para a autoestima e identidade do povo baiano. Sobre isso, o secretário resumiu: “Turismo é deslocamento com impacto econômico. Se há investimento externo num território, há turismo. E a Bahia tem vocação natural para isso, graças ao seu patrimônio histórico, cultural e, acima de tudo, ao seu povo”.

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ABI BAHIANA

Maurício Bacelar falará na ABI sobre o “São João da Bahia” como produto turístico

Como parte do Ciclo de Conferências ABI 95+5, que celebra os 95 anos da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), a entidade vai receber na próxima quarta-feira (9), às 11h, uma palestra sobre o potencial turístico do São João da Bahia. Para abordar o aspecto econômico dessa marca de identidade regional que é a festa junina no estado, a ABI vai receber o titular da Secretaria de Turismo do Estado da Bahia (Setur), Maurício Bacelar.

Como nas demais palestras do ciclo, o objetivo deste evento é ampliar o repertório dos jornalistas baianos acerca de tópicos pouco representados na imprensa local e contribuir para uma cobertura cada vez mais qualificada sobre temas relevantes para a sociedade, como gastos públicos.

“Num estado tão rico e diverso em histórias e cenários como a Bahia, produtos turístico-culturais podem ser um grande vetor de dinamização de todos os negócios envolvidos em cadeias produtivas que se interconectam para viabilizar grandes eventos”, observa o presidente da ABI, Ernesto Marques. 

De acordo com o dirigente, a ideia é conhecer mais a fundo os detalhes de como o Estado se articula com as muitas partes envolvidas para fazer esta festa acontecer. “[Durante a conferência] Teremos a oportunidade de conhecer melhor a dimensão deste novo produto turístico genuinamente baiano e como o Governo da Bahia tem atuado no papel de indutor dessa mobilização tão capilar, envolvendo o setor de eventos, artistas e prefeituras”, destaca.

O secretário Maurício Bacelar chama a atenção para a enorme diversidade de níveis e escopos das festas de São João nos 417 municípios do estado, e a importância de compreender este modelo híbrido. “O olhar do poder público e da iniciativa privada para o São João tem que estar em sintonia com esse modelo de negócio, que resulta em forte impacto na economia, gerando milhares de empregos e aumentando a receita do turismo”, disse ele. Sobre a importância do trabalho jornalístico, destaca: “A imprensa tem um papel fundamental nesse processo, de ser o olhar crítico e analítico da sociedade para as ações dos governos e do empresariado.”

As conferências do Ciclo ABI 95+5 acontecem na segunda quarta-feira de cada mês, após a Reunião Ordinária da Diretoria Executiva da Associação. A cada evento, a ABI lançará uma edição especial da Revista Memória da Imprensa, como parte das celebrações de aniversário. O ciclo já recebeu o superintendente regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan/Bahia, Hermano Guanais, para tratar das ações no Centro Histórico de Salvador e de outros patrimônios históricos da Bahia (ver edição); o diretor do Worldwatch Institute (WWI), Eduardo Athayde, que palestrou sobre o potencial da economia do mar para o estado (confira aqui a edição); e o economista, vereador e intelectual Silvio Humberto, cuja participação tratou do racismo nas relações de trabalho no pós-abolição e será registrada na edição de julho. 

Sobre Maurício Bacelar

Maurício Bacelar nasceu no município de Esplanada, na zona turística Costa dos Coqueiros, no Litoral Norte da Bahia. É formado em engenharia civil e iniciou sua carreira na vida pública na década de 1980. Foi diretor técnico do Complexo Petroquímico de Camaçari – Copec; secretário de Obras de Dias D’Ávila (BA); secretário de Habitação e Infraestrutura de Camaçari (BA); diretor-geral do Departamento Estadual de Trânsito da Bahia – Detran-BA; e diretor-geral da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia – Adab. Desde maio de 2021, Maurício Bacelar ocupa o cargo de secretário de Turismo do Estado da Bahia, onde defende o setor como uma das principais ferramentas para o fortalecimento da economia.

SERVIÇO

Conferência ABI 95+5: “O case do São João da Bahia como produto turístico com marca de identidade”

Quando: 09/07 (quarta-feira), às 11h

Onde: 2º andar da Associação Bahiana de Imprensa – Rua Guedes de Brito, 1 – Praça da Sé, Centro Histórico de Salvador)

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