ABI BAHIANA

Fenaj e Sinjorba manifestam apoio ao Protocolo Antifeminicídio

Na tarde desta terça-feira (9), diretores da Associação Bahiana de Imprensa receberam na sede da entidade, no Centro Histórico de Salvador, a presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Samira de Castro, e a vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia (Sinjorba), Fernanda Gama.

Durante o encontro, as dirigentes conheceram o “Protocolo Antifeminicídio: Guia de boas práticas para a cobertura jornalística”, documento produzido pela ABI para orientar a apuração e a redação de notícias relativas a crimes contra a mulher.

Aprovado pela ABI em março deste ano, o material a ser lançado no final de abril – como parte das comemorações do mês do jornalista – vai funcionar como um roteiro de apoio ao trabalho jornalístico.

A publicação traz orientações para uma cobertura responsável e reforça a importância de os profissionais de imprensa conhecerem as consequências legais das distintas formas de violências contra a mulher, além do claro entendimento do que é o feminicídio.

Samira de Castro elogiou o documento e ressaltou a necessidade de aprimorar o noticiário sobre o assassinato de mulheres cometido em razão do gênero – quando a vítima é morta por ser mulher. Fernanda Gama citou alguns casos emblemáticos, para além dos abordados no protocolo e também reafirmou o apoio do Sinjorba à iniciativa.

A construção do protocolo veio do entendimento do papel que as mídias desempenham no registro dessas ocorrências, já que, muitas vezes, a forma que o assunto é noticiado influencia a opinião pública e causa discussões importantes na sociedade.

Para a Diretoria da ABI, em um cenário onde a informação é disseminada rapidamente, a responsabilidade do jornalista transcende a mera transmissão de notícias e abrange a compreensão profunda dos temas abordados.

Participaram da reunião o presidente da ABI, Ernesto Marques; a 2ª vice-presidente Suely Temporal, a 1ª secretária Amália Casal e a diretora de Comunicação, Jaciara Santos.

publicidade
publicidade
ABI BAHIANA

ABI aprova Protocolo Antifeminicídio com orientação à cobertura jornalística

Em meio a diversas ações para aprimorar a atividade profissional, a Diretoria Executiva da Associação Bahiana de Imprensa aprovou, na manhã desta quarta-feira (13), um importante documento: o “Protocolo Antifeminicídio – Guia de boas práticas para a cobertura jornalística”. Na sessão realizada em formato híbrido, os dirigentes reforçaram a necessidade de aperfeiçoar o noticiário sobre o assassinato de mulheres cometido em razão do gênero – quando a vítima é morta por ser mulher.

O manual traz orientações para uma cobertura jornalística responsável e alerta sobre a importância de os profissionais de imprensa conhecerem as consequências legais das distintas formas de violências contra a mulher, além do claro entendimento do que é o crime de feminicídio. O Protocolo Antifeminicídio vai funcionar como um guia, se propondo a sugerir uma espécie de roteiro que possa ser adaptado à apuração e redação de notícias relativas a crimes contra a mulher.

Para a Diretoria da ABI, em um cenário onde a informação é disseminada rapidamente, a responsabilidade do jornalista transcende a mera transmissão de notícias e abrange a compreensão profunda dos temas abordados. A iniciativa de construção desse protocolo veio do entendimento do papel que as mídias desempenham no registro dessas ocorrências, já que, muitas vezes, a forma que o assunto é noticiado influencia a opinião pública e causa discussões importantes na sociedade. 

Na análise do jornalista e radialista Ernesto Marques, presidente da entidade, o cenário atual do país e a necessidade de aprimorar a atuação da imprensa justificam a produção do manual. “Esse é um documento histórico da maior relevância. As mulheres são maioria na profissão, nas redações. Que ele sirva para qualificar a cobertura desses atos lamentáveis de violência contra a mulher”, pontuou Marques.

Para o presidente da Assembleia Geral da ABI, Walter Pinheiro, o documento tem caráter preventivo e é útil na divulgação responsável desses casos. “Venho declarar meu apoio a este protocolo que objetiva contribuir com a mídia no papel de bem divulgar atos e fatos relacionados com feminicídios, combatendo e nunca estimulando a expansão desta chaga que atormenta a sociedade contemporânea.”

Jornalista e delegado de polícia por mais de 50 anos, Antônio Mattos, diretor de Finanças da ABI, destacou o potencial da publicação. “Eu quero parabenizar a Associação Bahiana de Imprensa pelo excelente trabalho na elaboração do Protocolo Antifeminicídio. Destaco nessa cartilha as diversas legislações sobre o assunto, as estatísticas, as redes de acolhimento e enfrentamento, e como deve ser o tratamento a esse crime.”

Os jornalistas Emiliano José e Luiz Nova, membros do Conselho Consultivo da Associação, consideram a iniciativa pertinente e necessária para que a imprensa continue contribuindo para a sociedade. 

Luiz Nova vê o momento como uma ocasião importante para a ABI. Para ele, o tema é de caráter urgente. “Por nós e pela dignidade do exercício profissional, apoio integralmente essa iniciativa.”

Em sua declaração de apoio, Emiliano José trouxe uma série de dados que comprovam a importância do projeto. Dentre eles, a triste classificação do Brasil entre os cinco países do mundo que mais matam mulheres de forma violenta – citando reportagem da jornalista Carolina Cunha, do UOL.

“Tal protocolo pode ser um elemento de educação a todas as jornalistas e todos os jornalistas. A cobertura sobre a morte de mulheres, sempre de modo violento e covarde, não pode ser objeto, como é, de um olhar espetacular, ou espetacularizado, normalmente fundado numa atitude de desrespeito às próprias vítimas”, enfatizou. Segundo o dirigente, “uma sociedade só chega à maturidade democrática se for capaz de considerar as mulheres em situação de igualdade”. (Confira a íntegra do texto)

Jorge Ramos, 2º secretário da Diretoria Executiva e pesquisador, também destacou o caráter educativo do guia. “Essa proposta representa um avanço extraordinário e um compromisso que todos devemos acatar e fazer cumprir. O protocolo vai nortear o trabalho do jornalista. Precisamos combater preconceitos e todas as formas de violência contra a mulher.”

Para Jaciara Santos, diretora de Comunicação da entidade, com a aprovação do protocolo, a ABI dá um passo importante na busca de um jornalismo mais responsável. “Majoritariamente, constituída por homens, a diretoria dá uma prova de maturidade e reforça o posicionamento de apoio à luta contra o feminicídio”, argumenta. “Não é uma questão de gênero. É uma bandeira a ser empunhada por toda a sociedade”, conclui a jornalista, uma das oito mulheres que integram a diretoria da instituição nonagenária.

Diretora de Defesa do Direito à Informação e Direitos Humanos, a jornalista Mara Santana vê com bons olhos a atitude tomada pela ABI. Em virtude do crescimento dos casos de feminicídio no Brasil e em especial, na Bahia, o protocolo representa o posicionamento e o compromisso da entidade. “O feminicídio é uma triste realidade que precisa ser enfrentada com seriedade e comprometimento. É imprescindível que os profissionais da comunicação compreendam sua complexidade e estejam aptos a abordá-lo de forma ética e responsável.”

Na última sexta-feira (8), diretoras e funcionárias da ABI participaram de uma confraternização em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Ao fim do dia, o protocolo foi anunciado publicamente pela primeira vez. Já em fase avançada de editoração, o documento será lançado oficialmente em abril, em meio às comemorações do mês do jornalista. 

publicidade
publicidade
ABI BAHIANA

Diretoria da ABI discute protocolo antifeminicídio para cobertura jornalística

Os números alarmantes de feminicídios ocorridos no Brasil destacam a urgência de uma abordagem mais cuidadosa e comprometida por parte dos veículos de comunicação. Esse é o entendimento expressado pela Diretoria Executiva da Associação Bahiana de Imprensa, nesta quarta (08/11), durante a reunião mensal da entidade. Uma comissão formada pelas diretoras da ABI prepara agora a minuta de um protocolo antifeminicídio, com o intuito de recomendar boas práticas aos veículos de comunicação e ajudar no combate à violência contra a mulher.

O Brasil registrou 1.153 feminicídios até julho de 2023, de acordo com dados divulgados pelo Laboratório de Estudos de Feminicídios (LESFEM). O levantamento é realizado a partir do tratamento de notícias da imprensa escrita e compila casos novos de feminicídios consumados e tentados. Aproximadamente 70% dos feminicídios foram cometidos por parceiros ou ex-parceiros de relacionamento íntimo.

Somente em 2023, a Bahia já registrou 78 feminicídios, segundo apuração da jornalista Raquel Brito, publicada hoje pelo Correio*, com dados da Polícia Civil.

O caso da cantora gospel Sara Mariano, cujo marido é o principal suspeito da autoria do crime, foi citado na apresentação feita pela jornalista Suzana Alice, conselheira consultiva da ABI. Para ela, a forma como a imprensa aborda episódios do tipo é fundamental para a compreensão pública do problema.

Suzana Alice criticou a cobertura oferecida pela mídia, que, segundo a diretora, quase sempre traz as histórias de maneira sensacionalista, focando nos detalhes mórbidos em detrimento de uma análise mais profunda. “Esse enfoque pode perpetuar estereótipos prejudiciais e desviar a atenção de medidas eficazes de prevenção”, ressaltou.

Além da sugestão de um adendo final nos textos, contendo orientação sintética sobre os procedimentos a serem adotados pelas vítimas, o protocolo poderá avançar em algumas recomendações sobre a abordagem noticiosa do assunto, as fontes de informação , entre outros aspectos. O protocolo constituirá a recomendação oficial da ABI para o tratamento do assunto no noticiário, e conterá um apelo institucional – uma espécie de chamamento à responsabilidade social da mídia.

O documento terá papel educativo, incentivando reflexões sobre como o feminicídio é noticiado pela mídia e propondo caminhos para aprimorar a cobertura acerca desse fenômeno. “É um protocolo de recomendação. Não é uma norma. Não queremos ensinar aos veículos como trabalhar, são recomendações de boas práticas antifeminicídio para aqueles que ainda não incorporaram medidas nesse sentido. Precisamos de uma imprensa livre e responsável”, afirma a 2ª vice-presidente da ABI, Suely Temporal.

De acordo com Amália Casal, 1ª secretária da instituição, é essencial que a mídia assuma a responsabilidade de não apenas informar, mas também educar e promover a conscientização. “Esses casos merecem reportagens sensíveis e análises contextualizadas. A iniciativa constitui um avanço para a imprensa baiana e para o trabalho da Associação, que prestará um serviço de utilidade pública.”

Laço branco, memória e ação

“A cobertura do caso Sara Mariano pecou em aspectos importantes e causou uma dor ainda maior à família”, avaliou o presidente da ABI, Ernesto Marques.

O dirigente aproveitou para fazer uma importante convocação aos colegas, propondo aos homens que se engajem na campanha do Laço Branco, um movimento que chama a atenção para a participação masculina na defesa das mulheres. “Queremos mobilizar os colegas, os jornalistas baianos, como aliados na busca por uma sociedade mais segura e igualitária”.

O Dia Nacional da Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres será celebrado no próximo dia 6 de dezembro. A data integra o calendário anual do movimento “Laço Branco”, realizado pela primeira vez em 1991, no Canadá.

A campanha teve origem a partir do “Massacre de Montreal”, ocorrido em 6 de dezembro de 1989, quando um homem entrou armado em uma escola, matando 14 mulheres e ferindo outras dez. Antes de cometer suicídio, o atirador fez disparos pelos corredores e gritou ofensas contra as mulheres. Os canadenses transformaram a data no Dia Nacional de Memória e Ação contra a Violência contra a Mulher. Já o próximo dia 25 de novembro, marca o Dia Internacional para a Erradicação da Violência contra as Mulheres, estabelecido pela ONU.

publicidade
publicidade