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Jornalista e cinegrafista da Globo têm passaportes apreendidos na Indonésia

O correspondente internacional da Rede Globo, Márcio Gomes, foi detido junto com um cinegrafista da emissora ao chegar à Indonésia para cobrir a execução do brasileiro Marco Archer Cardoso, de 53 anos, condenado à morte e executado a tiros no dia 17, pelo crime de tráfico de drogas. Segundo a Folha de S. Paulo, ambos foram represados enquanto filmavam o porto de Cilacap, de onde saem as balsas em direção à ilha de Nusakambangan, onde fica a penitenciária em que o fuzilamento ocorreu. O secretário-geral do Itamaraty, Sérgio Danese, afirmou que os diplomatas brasileiros na Indonésia vão verificar de que forma é possível resolver a situação dos profissionais, que seguem com os passaportes retidos.

Tanto o porto quanto seus arredores são considerados áreas restritas pelas autoridades da Indonésia. Também foi afirmado que a dupla entrou no país apenas com um visto de turismo. Márcio e o cinegrafista foram liberados e puderam voltar para o hotel. O Ministério das Relações Exteriores não soube informar se os profissionais poderão continuar trabalhando após receberem de volta seus passaportes.

Nem o apelo ao Papa

Marco Archer era instrutor de voo livre e foi preso ao tentar entrar na Indonésia, em 2004, com 13 quilos de cocaína escondidos nos tubos de uma asa delta. A droga foi descoberta pelo raio-x, no Aeroporto Internacional de Jacarta. O brasileiro conseguiu fugir do aeroporto, mas foi preso duas semanas depois. A Indonésia pune com pena de morte o tráfico de drogas. Outro brasileiro aguarda no corredor da morte da Indonésia, o paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte, também por tráfico de cocaína.

O assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, informou que o governo brasileiro pediu ajuda ao Papa Francisco contra a condenação à morte do brasileiro. “Fiz chegar à representação da Santa Sé no Brasil um pequeno dossiê sobre o caso e me foi assegurado que isso seria enviado à Secretaria de Estado do Vaticano para que sua Santidade pudesse interceder em favor de uma atitude de clemência do governo indonésio”, disse.

Nesta sexta-feira (16), a presidente Dilma Rousseff já havia feito um apelo por telefone ao governante da Indonésia, Joko Widodo, para poupar a vida dos brasileiros condenados à morte, mas não foi atendida. Widodo respondeu que não poderia reverter a sentença de morte imposta a Archer, “pois todos os trâmites jurídicos foram seguidos conforme a lei indonésia e aos brasileiros foi garantido o devido processo legal”, segundo nota da Presidência.

*Informações do G1, Portal IMPRENSA e Zero Hora.

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O maior julgamento da história do Supremo não será televisionado

Supremo se fecha após desgastes e traumas do julgamento do mensalão

(DEU NO EL PAÍS) – “Vamos fazer nosso trabalho, e não chicana, ministro”, disse o então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa ao colega Ricardo Lewandowski na última das várias e tensas discussões que marcaram o julgamento do mensalão e que ainda parecem ecoar no Plenário da maior Corte do país. Após julgar o maior caso de sua história em 53 transmissões de televisão e internet ao vivo — o que permitiu a milhares de brasileiros aprender, entre outras coisas, que “chicana” é um artifício para atrasar julgamentos —, o STF se prepara para tratar do novo maior caso de corrupção do Brasil sem expor seus ministros ao vídeo.

Nove meses depois desse último e desgastante embate público entre Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski, o STF mudou seu regimento interno para deixar de julgar políticos com foro privilegiado no Plenário — desde maio de 2014, esses julgamentos são feitos pela Segunda Turma da Corte, composta por apenas cinco dos 11 ministros do tribunal. A mudança, que é questionada formalmente pela Câmara dos Deputados (leia mais em Câmara questiona mudança, abaixo), foi feita em nome da celeridade, mas uma fonte que frequenta os bastidores do Supremo garante que a maior discrição das deliberações da Segunda Turma pesou na hora de o tribunal optar pela alteração.

Sem título-vertAs sessões da Segunda Turma são abertas e qualquer pessoa pode frequentá-las, mas essas reuniões nunca foram transmitidas em vídeo, porque ocorrem ao mesmo tempo que as reuniões da Primeira Turma, e o STF nunca quis privilegiar um dos grupos com exibições ao vivo. O advento da internet, contudo, permitiria transmissões em streaming de vídeo, mas, consultado pelo EL PAÍS, o Supremo informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que “ainda não há previsão para transmissão das sessões das Turmas do STF”. Ou seja, se nada mudar até fevereiro, quando o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve apresentar a denúncia contra os estimados 100 políticos investigados pela Operação Lava Jato, o maior caso de corrupção da história do país será julgado longe dos olhos da maioria da população brasileira.

A Segunda Turma do STF comporta no máximo 235 espectadores — 126 em suas poltronas fixas e 109 em cadeiras que podem ser acrescentadas, a depender da necessidade. Para além dessas dezenas de privilegiados, quem quiser ter acesso direto a detalhes do julgamento de políticos pela Corte Suprema terá de ficar atento às imagens que as emissoras de tevê podem coletar durante 10 minutos em cada reunião das Turmas ou solicitar cópias da íntegra das sessões em áudio e vídeo à Secretaria de Comunicação Social do STF. Em vias do julgamento do maior caso de corrupção da história do país, a mudança divide o mundo jurídico.

Para Wadih Damous, presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal da OAB e um dos maiores críticos da forma de condução do julgamento do mensalão, o STF acerta ao optar pela discrição. “Acho a medida correta, julgamento não é espetáculo. Quando há elementos externos de pressão, em que só pode haver um resultado possível, que é a condenação, saímos do estado de direito e entramos no autoritarismo”, defende o jurista. O advogado Gustavo Badaró, que defendeu Silvio Pereira no julgamento do mensalão, também vê benefícios na alteração, pois sem televisão “os ânimos não estarão tão acirrados” e “não haverá votos tão longos ou citações e demonstrações de erudição que em nada acrescentam ao julgamento da matéria”.

Apesar de concordar que as transmissões ao vivo podem influir nos julgamentos, o professor de Direito Penal da FGV Thiago Bottino acredita que a exposição das sessões contribui para a transparência do Judiciário e para a educação da população brasileira. “Os prós são superiores aos contras. Não televisionar vai trazer algumas perdas, como a impossibilidade de controlar o Judiciário. Do ponto de vista do acusado absolvido, também seria importante exibir o resultado”, diz Bottino, que menciona os ganhos alcançados com a transmissão de julgamentos de grande repercussão como os de ações afirmativas e de pesquisa com células-tronco (esses casos de repercussão geral seguem sendo julgados pelo Plenário do STF).

Também professor da FGV, o especialista em Direito Constitucional Joaquim Falcão é ainda mais contundente em sua defesa da transparência nos julgamentos. “No caso do mensalão, o Supremo se impôs, com legitimidade. O Supremo ganhou com o mensalão. Não justifica se fechar. Temos pesquisas que mostram que, quando se falava em Justiça, antes desse julgamento, o que vinha na cabeça do cidadão eram crimes e prisão. Agora, quando se fala em Justiça, as pessoas relacionam ao Supremo. Isso foi um conquista”, argumenta o professor, segundo quem o Brasil divide com a Inglaterra e o México o pioneirismo nas transmissões de julgamentos — um tema que também começa a ganhar força nos Estados Unidos. “O caminho é o da transparência, e não o da proibição de veiculação”, defende Falcão.

*Texto de Rodolfo Borges para o El País (Edição Brasil)

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Correspondente do ‘Washington Post’ será julgado no Irã

Sem dar detalhes sobre as acusações, o procurador geral de Teerã, Abbas Jafari-Dolatabadi, anunciou que o caso do correspondente do jornal “Washington Post”, Jason Rezaian, foi enviado ao Tribunal Revolucionário, que lida principalmente com casos que envolvem crimes contra a segurança. “Após o final da investigação, a ata de acusação foi redigida e o caso de Jason Rezaian foi encaminhado”, declarou à agencia Fars. Ele também acrescentou que a mãe do jornalista detido há quase seis meses, que está no Irã, encontrou seu filho em duas ocasiões, no final de dezembro.

Rezaian (38), que é iraniano-americano, trabalhava em Teerã desde 2012. Ele foi preso em 22 de julho passado com sua esposa, Yeganeh Salehi (30), colaboradora do jornal dos Emirados Árabes The National, e outro casal de jornalistas que foi liberado em seguida. As forças de segurança foram até a casa dos jornalistas e confiscaram seus bens pessoas, incluindo computadores, livros e notas. Conforme declarações de um funcionário do Judiciário do Irã, em meados de agosto passado, eles foram presos como parte de questões ligadas à segurança da república islâmica. Ainda em agosto, um jornal conservador mencionou acusações de espionagem. No entanto, as acusações específicas não foram divulgados na época, nem foram listadas nos meios de comunicação do Estado.

Leia também: Irã liberta jornalista presa desde julho

Libertada em outubro de 2014 sob fiança, Salehi não pode mais trabalhar como jornalista no Irã. Já a detenção do correspondente foi prolongada em 60 dias no dia 4 de dezembro, segundo sua família. Em dezembro, Rezaian foi levado perante um juiz na capital iraniana para ouvir acusações oficialmente levantadas contra ele e foi negado um pedido de fiança. Os Estados Unidos pediram em diversas ocasiões a libertação de Rezaian, mas o Irã não reconhece a dupla nacionalidade, e por isso rejeitou os apelos do Departamento de Estado americano.

“Nós ainda não sabemos o que as autoridades iranianas têm a alegar contra nosso correspondente Jason Rezaian, mas esperamos que o encaminhamento de seu caso a um Tribunal Revolucionário represente um passo em direção à libertação imediata de Jason”, disse em um comunicado Martin Baron, editor-executivo do Washington Post.

O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, declarou nesta quarta-feira que “o governo iraniano está fazendo o seu melhor para ajudar”, mas que se trata “de um assunto judicial”. Zarif fez estas declarações em Genebra, onde encontrará o secretário de Estado americano, John Kerry, como parte das negociações nucleares entre o Irã e as potências do grupo 5+1 (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia, China e Alemanha).

*Informações da AFP e BBC.

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Festa ao Senhor do Bonfim reúne milhares de pessoas em Salvador

Hoje é dia de vestir branco e sair de casa para pedir paz e prosperidade na Lavagem do Bonfim. As homenagens e o tradicional cortejo até a Colina Sagrada que acontecem nesta quinta-feira (15) devem atrair mais de um milhão de pessoas, segundo estimativas da Prefeitura de Salvador. A lavagem do adro da basílica Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, que desde o ano passado foi batizada pela Igreja Católica como Lavagem de Corpo e Alma (o objetivo é resgatar a dimensão da piedade popular e penitencial da caminhada), é precedida de um cortejo que tem início às 8h, com a celebração inter-religiosa na Igreja da Conceição da Praia, no Comércio.

“Queremos que a Festa do Senhor do Bonfim possa marcar a cidade, tanto espiritualmente como enquanto acontecimento de expressão da fé do povo”, afirmou padre Edson Menezes, reitor da Basílica do Bonfim. A abertura e fechamento da festa religiosa serão realizados pelo padre Valson Santos Sandes. Após seu pronunciamento, em nome da paz, outros representantes religiosos irão fazer uma pregação.

Leia também: Festa do Bonfim recebe título de Patrimônio Imaterial Nacional

Após a celebração, o cortejo seguirá pelas ruas da Cidade Baixa em direção à Basílica do Bonfim, onde padre Edson receberá os fiéis para a bênção da água. Quando chegar à Colina Sagrada, o cortejo das baianas iniciará a lavagem do adro da igreja. Até o fim do ritual, a basílica ficará fechada, mas a imagem do Senhor do Bonfim permanecerá visível aos devotos.

*Com informações do Correio*

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