Este ano vai dar pé. Melhor, vai dar arrasta-pé. O Sinjorba realiza nesta sexta-feira, 1º de julho, o 2º Arraiá dos Jornalistas. Serão 5 horas de forró, no espaço de eventos do restaurante Gibão de Couro, na Pituba, em Salvador. Na véspera do feriado da Independência da Bahia, o evento marca o retorno das atividades presenciais da entidade. O arraiá do ano passado foi realizado de forma virtual, por conta da pandemia. Agora, em bom estilo, os jornalistas vão poder se reencontrar, confraternizar e dançar forró.
“Já se vão mais de dois anos sem se encontrar fisicamente. Com a vacina em dia, reserva a data, separa a roupa quadriculada e o chapéu de palha. A ideia é forrozear até 2h da madrugada”, adianta Moacy Neves, presidente do Sinjorba.
A festa será novamente comandada pelo jornalista, cantor e compositor Rallie (Raimundo Lima). Para este ano, Rallie está reunindo convidados de peso, como Zelito Miranda, Raimundo Sodré, Marcia Short, Wilson Aragão, Kareen Mendes e Viny Brasil. DJ Terranova e DJ Negrão também estarão presentes, trazendo a variedade da discotecagem da música nordestina.
Os ingressos estão à venda. Para adquirir a entrada é só entrar em contato com o Sinjorba pelo Telefone/WhatsApp (71 3321-1914). O ingresso custa R$ 30,00, mas o jornalista sindicalizado e que está com sua mensalidade em dia com o Sindicato paga meia: R$ 15,00. Será exigido o cartão de vacinação com pelo menos três vacinas.
Durante o Arraiá, os jornalistas participarão de sorteio de brindes, com caneca térmica, carregador portátil, voucher em clínica de estética e um fim de semana em Morro de São Paulo.
O 2º Arraiá dos Jornalistas é promovido pelo Sinjorba e tem o apoio do Gibão de Couro, Associação Bahiana de Imprensa, Sindsefaz, APLB-Sindicato, Delicatessen Joana Angélica, Gráfica Obelisco, Clínica Carine Trindade Estética e Pousada Xerife.
SERVIÇO
2º Arraiá dos Jornalistas Dia 1º de julho, às 21h Ingressos: WhatsApp (71 3321-1914)
“Revolução ou golpe militar? Ditadura ou regime de exceção? Tortura ou maus tratos? Mesmo num país desmemoriado, cada palavra sempre teve seu peso e significado específico”, crava o jornalista Paolo Marconi em depoimento para a Revista Memória da Imprensa. A publicação lançada na noite desta terça (21), em evento online realizado pela Associação Bahiana de Imprensa (ABI), registra preciosos relatos de decanos da comunicação no estado e suas contribuições para o desenvolvimento da mídia nos últimos 70 anos. A live contou com Kau Rocha e Valber Carvalho, dois dos três jornalistas que conduziram as entrevistas do projeto, o editor Biaggio Talento, Nelson Cadena, diretor de Cultura da ABI, e Ernesto Marques, presidente da instituição.
Quando lançada, em 2005, a série “Memória da Imprensa” seguia o formato de documentário. Segundo Ernesto Marques, devido ao tempo dedicado ao processo, a Associação decidiu manter o material bruto das entrevistas no acervo da entidade e disponibilizar uma prévia no formato de revista. “Decidimos reviver um pouco do prazer de fazer uma revista, e até mexer um pouquinho com essa história de fim dos impressos”, afirmou. “O que constatamos é que tem pouco registro sistematizado da imprensa baiana. Tem muito trabalho pela frente e tem muitas histórias a descobrir”.
Quem for se debruçar no conteúdo, vai encontrar os relatos de Anízio de Carvalho, Antonio Matos, Emiliano José, Joaci Góes, Jorge Sanmartin, José Athayde, Levi Vasconcelos, Paolo Marconi, Sérgio Mattos e Valter Lessa.
Com a manchete “Como a comunicação transformou a Bahia: Registros históricos da vida contemporânea”, os personagens revelam as peculiaridades e momentos marcantes da atividade jornalística ao longo do tempo. Nas páginas, eles refletem sobre os desafios da área, marcada pela precarização, pelo machismo nas redações e assédio, principalmente contra jornalistas mulheres, tocando em importantes discussões sociais e políticas. A revista terá três edições em 2022. Além da publicação impressa, cujo projeto gráfico é assinado pelo cartunista e designer Gentil, o material em vídeo com a íntegra das entrevistas ficará acessível ao público no acervo da ABI.
Preservar a memória
A mesa debateu a importância de empreendimentos dedicados à preservação da história da imprensa. Pesquisador, Nelson Cadena parabenizou a equipe responsável pelo trabalho. Para o diretor, o trabalho é uma das conquistas da ABI. “Primeiro que fica um documento escrito registrado, depois pelo trabalho e a fonte das entrevistas, várias horas de gravação que para pesquisadores vai ser muito importante. E tem uma coisa interessante: são pessoas que já estão ‘sem filtro’, já estão à vontade”, destacou Cadena, para quem o trabalho dos entrevistadores do projeto foi essencial. “Ele tem que provocar o entrevistado, tem que compreender um pouco do contexto e tentar extrair o melhor que o entrevistado pode oferecer”, avaliou.
Cadena comentou sobre a responsabilidade da instituição com a correta armazenagem do trabalho e a realização de uma distribuição ampla do material. A intenção é que, após impressa, a revista seja enviada para redações, agências de propaganda e assessoria, assim como um exemplar será destinado para cada associado recadastrado.
Por trás da revista
Convidado para realizar o projeto editorial da revista, Biaggio Talento compartilhou suas motivações para integrar a equipe responsável pela revista. “Topei imediatamente porque achei o projeto interessante e necessário para a conservação da história da imprensa da Bahia e para lembrar aquilo que não lembramos mais ou desconhecemos completamente”.
Foi o jornalista quem sugeriu que a edição fosse além da ideia inicial, de tratar sobre as editorias de esporte, cultura e política. Segundo ele, esse novo formato busca privilegiar o relato dos personagens que, conta, o surpreendeu positivamente. “Eu fiquei espantado com a quantidade de informações relevantes, inéditas e curiosas que essas dez figuras iniciais nos apresentaram”, adiantou.
As gravações das entrevistas foram realizadas em lugares diversos, incluindo a própria sede da ABI, no Edifício Ranulfo Oliveira, localizado na Praça da Sé (Centro Histórico). Com duração de cerca de três horas para cada gravação, o esforço ainda foi seguido pela decupagem do material e posterior edição no formato pingue-pongue. “Tem coisas interessantes, boas para o leitor descobrir como eram os meios de comunicação há 50 anos”, avalia Biaggio.
Para integrar o projeto, o jornalista e documentarista Kau Rocha se valeu da paixão pelo audiovisual, que vem desde sua adolescência, e da influência de seu pai, o professor Zilton Rocha, que registrava a memória do município de Nova Canaã. Além disso, ele fez a sua pesquisa. “Conversei com Valber antes e assisti a entrevista de Anízio para entender o formato dele”, disse. Ele foi além, visitando o acervo do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), e relendo os livros de Sérgio Mattos que estão disponíveis no acervo da ABI.
Kau tratou dos temas que mais chamaram a sua atenção durante a apuração, entre eles a evolução da tecnologia nas redações e a chamada “cor local”: a experiência adquirida pelo jornalista ao visitar os locais de sua reportagem. Foi o documentarista quem pautou a necessidade de ter mais mulheres integrando o projeto, cujas entrevistas deverão sair nas próximas edições. Algumas histórias dão a marca do que era ser uma mulher na imprensa nas décadas de 50-60, como a proibição de usar calças compridas.
Valber Carvalho falou sobre o contexto de misoginia e objetificação que as colegas enfrentavam naquela época. Segundo ele, era comum que as profissionais consideradas “bonitas” fossem enviadas para as entrevistas mais difíceis, a fim de “amolecer” a fonte.
“Tem coisas que o jornalista viveu e não vai falar. Nós temos essa oportunidade, de deixar as impressões de quem fez a reportagem, por que fez a reportagem e quais dificuldades encontrou”, declarou Valber. “É com muito carinho, com muito amor, que eu vejo essa materialização daquilo que deveríamos estar fazendo há muito tempo, que é registrar essa histórias do jornalismo”, completou.
Ernesto Marques refletiu acerca da necessidade de que a revista possa representar cada vez mais a Bahia. O dirigente compartilhou que nas reuniões de diretoria muito se discute sobre a necessidade de a ABI ser, de fato, uma associação baiana, o que inclui uma atenção isonômica para o interior do estado. “Nas próximas edições, nós teremos personagens de Vitória da Conquista, de Feira de Santana e também de Itabuna. Isso ainda é muito pouco, porque se fez um passado muito vibrante no jornalismo do Recôncavo, no Sertão e na Região Norte”, explicou. Outra novidade da próxima edição é a jornalista, diretora e roteirista Carollini Assis, também responsável pelas entrevistas do projeto.
Live completa no canal de Youtube da ABI. Assista:
Com o depoimento de grandes nomes da imprensa baiana, o projeto “Memória da Imprensa – A História do Jornalismo Contada Por Quem Viveu” está pronto para ser lido pelo público. A série idealizada pela Associação Bahiana de Imprensa (ABI) está em sua 4ª edição e, pela primeira vez, será apresentada em formato impresso. A versão digital da Revista Memória da Imprensa será lançada nesta terça-feira (21), às 18h30, com live transmitida pelo Youtube. Participam do evento os jornalistas Kau Rocha, Valber Carvalho, Biaggio Talento, que também é o editor da revista, e Ernesto Marques, presidente da ABI.
Entre fotógrafos, radialistas e empresários, foram trazidas as histórias de profissionais de grande renome: Anízio de Carvalho, Antonio Matos, Emiliano José, Joaci Góes, Jorge Sanmartin, José Athayde, Levi Vasconcelos, Paolo Marconi, Sérgio Mattos e Valter Lessa. Além de terem presenciado um período de grande destaque do jornalismo baiano – da década de 60 até 90 – esses profissionais também foram testemunhas e narradores de eventos marcantes para a história nacional.
Para o jornalista e radialista Ernesto Marques, presidente da ABI, a revista é um “documento histórico de grande relevância”. Ele conta que esse primeiro volume é uma parte do acervo do projeto, composto pelo material bruto das entrevistas feitas com 30 grandes profissionais da imprensa baiana. “A revista é, portanto, uma degustação para provocar os instintos de editores e repórteres atrás de boas pautas, roteiristas em busca de bons argumentos, historiadores”, declara o dirigente.
O primeiro formato do projeto consistia em documentários com entrevistas gravadas. A primeira edição, lançada em 2005, trouxe o depoimento do jornalista Jorge Calmon, dirigido pelo documentarista Roberto Gaguinho. Em 2018, Gaguinho registrou o escritor e jornalista João Carlos Teixeira Gomes, o Joca. Em 2020, foi a vez de Florisvaldo Mattos narrar suas memórias, dirigido pelo jornalista, escritor e documentarista Valber Carvalho, diretor da ABI.
Coube a Biaggio Talento o desafio de editar e levar ao formato de texto os dez relatos que recheiam a publicação. Para ele, a preciosidade desse projeto está nos testemunhos que dão conta de uma outra época da imprensa, dando a oportunidade de perceber a evolução que houve desde então. “Essa geração viveu as agruras do regime militar de 64 e as dificuldades da redemocratização. Seus integrantes conviveram com a censura, ajudaram na criação de um jornal que inovou o impresso, lançaram projetos marcantes que renovaram antigos diários e emissoras de rádios. E a importância dos seus testemunhos para a história, está na variedade de visões sobre o que ocorria na Bahia e no Brasil”, afirma.
O projeto gráfico conta com a assinatura do cartunista e designer Gentil. Sem saudosismo, mas com respeito pela história do jornalismo baiano, o visual da revista segue certos parâmetros dos antigos impressos, como a opção pelo preto e branco.
A versão digital da primeira edição estará disponível logo após o lançamento. Ainda nesta semana a ABI começará a distribuição da versão impressa, enviando um exemplar para cada associado recadastrado e também para as redações, agências de propaganda e assessorias.
Serviço
Lançamento online da Revista Memória da Imprensa Quando: 21 de junho de 2022, às 18h30 Onde: Canal da ABI no Youtube