O nome definido para ser homenageado com o Prêmio Baianos do Ano, criado pelo CORREIO, na categoria Literatura foi o do veterano jornalista Florisvaldo Mattos.
Baiano de Uruçuca, o decano possui mais de 14 livros publicados em vários gêneros e integrou a Geração Mapa, trilhando um caminho de sucesso na escola e no ginásio, acompanhado de grandes personalidades como Glauber Rocha e João Ubaldo Ribeiro.
Florisvaldo é membro da Associação Bahiana de Imprensa e até o ano passado, atuava na diretoria da ABI como 2º vice-presidente.
Em 1937 foi lançado no Brasil o livro Farrapos de Ideias, de autoria de Maria da Ilha. Por trás do pseudônimo estava a política, educadora e jornalista Antonieta de Barros (1901-1952). Farrapos de Ideias e outras crônicas assinadas pela escritora símbolo da resistência negra catarinense e brasileira devem entrar em domínio público em 2023, segundo o portal especializado em literatura publishnews.
De acordo com a Lei N.º 9.610/1998, que rege o direito patrimonial dos autores no Brasil, as obras entram em domínio público no dia 1° de janeiro do ano subsequente em que os autores completam 70 anos de falecidos. Com isso, em 2023 entram em domínio público obras de autores que morreram em 1952, como é o caso de Antonieta, que morreu aos 51 anos por complicações da diabetes. O portal www.dominiopublico.gov.br, no entanto, ainda não retorna resultados para a busca pelo nome da autora.
A obra de Antonieta é marcada tanto por comentários e observações da vida cotidiana e política como por suas preocupações com questões sociais, a exemplo da defesa do acesso à educação por mulheres e o combate ao analfabetismo. No ano passado, Farrapos de Ideias foi reeditado pela Skrip Editora. O livro reúne crônicas publicadas no jornal República e ganhou uma edição de luxo.
Memória Em 2020, no Dia Nacional da Consciência Negra, a ABI resgatou a vida e a obra de Antonieta de Barros em um especial assinado por I’sis Almeida. Antonieta nasceu em 11 de julho de 1901, em Florianópolis-SC. Antes de sua participação na política, como deputada estadual em seu estado, a partir do primeiro ano em que mulheres puderam votar e serem votadas, aos 21 anos Antonieta fundou e foi diretora do jornal A Semana, entre 1922 e 1927. Também dirigiu, em 1930, a revista quinzenal Vida Ilhoa. Foi cronista dos jornais O Estado e República, onde assumiu, por diversas vezes, o pseudônimo de Maria da Ilha. Em 1937, publicou o livro Farrapos de Ideias.
A nova estrutura da Secretaria Especial de Comunicação e, principalmente, a criação do Departamento de Direitos na Rede e Educação Midiática – algumas dentre as diversas mudanças implementadas pelo presidente Lula neste terceiro mandato – repercutiram positivamente entre representantes da mídia na Bahia. Afinal, apontam, a medida vai ao encontro do objetivo de assegurar a liberdade de expressão, o acesso à informação e o combate à desinformação.
Em seu discurso de posse, o presidente Lula enfatizou a necessidade de articular instâncias democráticas de acesso à informação confiáveis. Para especialistas, a criação desses mecanismos é uma resposta rápida do governo ao cenário anterior. “A criação dessa Secretaria de Políticas Digitais é um primeiro passo relevante, porque tínhamos antes um governo federal que produzia a desinformação. É claro que precisamos ver como isso vai funcionar, mas me parece uma sinalização bastante positiva”, aponta Nina Santos, atual coordenadora do *desinformante, ambiente virtual voltado ao combate a fake news e idealizado pelo doutor em Ciência Política João Brant, escolhido para chefiar a recém-criada secretaria.
Outra questão discutida é o papel da educação brasileira na compreensão de notícias falsas. Na Finlândia, considerada uma das nações mais bem-sucedidas no combate às fake news, a mudança no currículo escolar teve um papel de destaque no avanço do pensamento crítico da população. Mas o país não poderia importar uma solução vinda de outra realidade, cabe ao estado brasileiro a tarefa de estabelecer estratégias que se adaptem. “Temos fenômenos próprios e as características da nossa população, isso precisa ser levado em conta”, reflete a pesquisadora sobre desinformação, inovação no jornalismo, checagem de fatos e educação midiática, Mariana Alcântara, doutoranda em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal da Bahia (Ufba).
A criação destes departamentos também busca fortalecer medidas de proteção a vítimas de violação de direitos nos serviços digitais de comunicação e favorecer a articulação da Secom com os outros ministérios, como Justiça e Educação. A promessa é a de fomentar políticas públicas que promovam o pluralismo e a diversidade midiática para favorecer o exercício do jornalismo profissional.
Presidente da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), Ernesto Marques vê a iniciativa com bons olhos e destaca a importância da educação para todo o processo. “Eu não acredito na efetividade do combate a desinformação, da difusão do discurso de ódio na internet apenas com medidas punitivas. Eu acho que esse caminho, o da educação, é o que fará as pessoas compreenderem melhor como se dão os mecanismos de produção desse tipo de conteúdo na internet”, analisa o presidente.
“A criação do Departamento de Direitos na Rede de Educação Midiática é um anseio de diversos segmentos da sociedade civil que defendem e lutam por uma internet voltada para o interesse da cidadania”, afirma Moacy Neves, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia (Sinjorba). “A estruturação de políticas públicas voltadas a este âmbito é fundamental para garantir a proteção das vítimas e a punição daqueles que vêm usando as redes sociais como um instrumento de desinformação, discriminação e até mesmo a venda ilegal de dados pessoais”, acrescenta Neves.
A sala onde funciona a Assessoria de Comunicação da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Bahia (SPM-BA), no Caminho das Árvores, agora se chama Ana Emília Ribeiro. Essa foi a forma que colegas encontraram de homenagear, no último dia 27, a jornalista que faleceu em novembro, aos 38 anos.
Colegas de profissão, amigos e familiares participaram do evento em que a então titular da secretaria, Julieta Palmeira, e a irmã da jornalista, Carol Ribeiro, descerraram a placa na porta da sala. “Ser jornalista na Secretaria de Estado de Políticas para Mulheres significa se posicionar contra o machismo e outras desigualdades. E Ana o fez com acolhimento, com respeito, com compromisso”, lembrou Julieta. “Sou só gratidão”, disse Carol, irmã da homenageada.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (Sinjorba) acredita que a homenagem póstuma foi simbólica. “Além do justo reconhecimento à importância dos profissionais que fazem e têm compromisso com o ofício do jornalismo, vale registrar a sensibilidade da Secretaria com a iniciativa”, avaliou, em nota.
De acordo com a pasta, Ana Emília integrou a equipe da SPM-BA por quase seis anos, cuidando das redes sociais e da produção de conteúdo do site da secretaria. Ana Emília fez parte também da equipe de Comunicação do Sindicato dos Bancários, do PCdoB-Bahia, da Assufba (Sindicato dos Técnico-Administrativos em Educação das Universidades Públicas Federais da Bahia) e da prefeitura de Camaçari.