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4° Jornada de Mulheres do Sinjorba inicia neste 8 de março

Fernanda Gama*

Começa nesta quarta-feira, 8 de março – Dia Internacional da Mulher, a 4° Jornada de Mulheres do Sinjorba. A programação terá início com a participação na Marcha 8M, a partir das 13h, no Largo da Lapinha, seguindo em caminhada até o Pelourinho.

Já na sexta-feira (10), a Comissão de Mulheres do Sinjorba promove a Roda de Conversa – Lute Como uma Jornalista e Combata a Violência de Gênero, para discutir medidas de combate e de emponderamento da luta no exercício profissional. O evento será realizado no Auditório Samuel Celestino, da Associação Bahiana de Imprensa – ABI (Rua Guedes de Brito, 1 – Edf. Ranulfo Oliveira – Centro), a partir das 14h, com a participação da presidente da Fenaj, Samira de Castro, e das jornalistas Tarsilla Alvarindo, Priscilla Pires e Alana Rocha.

Também participam da Jornada de Mulheres, a defensora pública titular da 5ª DP de Defesa da Mulher, Izabel Martins do Carmo, a comandante da Ronda Maria da Penha, major Tereza Raquel, e a diretora de Departamento de Polícia Metropolitana, delegada Cristiane Inocência Xavier Rodrigues Coelho.

Para a coordenadora da Comissão de Mulheres do Sinjorba, Isabel Santos, o debate sobre os problemas enfrentados pelas jornalistas no exercício da profissão é necessário.

“Queremos dar um basta à violência que atinge as profissionais da imprensa. É inadmissível constatar que mais de 18 milhões de mulheres brasileiras foram vítimas da violência no último ano. São mais de 50 mil vítimas por dia, o que representa um estádio de futebol lotado, como aponta o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, por meio do Instituto Datafolha. Queremos dizer um grande ‘não’ à violência de gênero e esperamos reunir um grande número de colegas para esse momento ímpar”, ressalta Isabel.

A 4° Jornada de Mulheres do Sinjorba marca o retorno da Comissão às atividades presenciais, que haviam sido interrompidas devido à pandemia. “Retomamos a jornada presencial com um tema tão delicado e importante, como a violência de gênero. Infelizmente, mulheres são vítimas, diariamente, de várias formas de violência, seja nas ruas, em casa ou no ambiente de trabalho, onde passamos por assédio moral, sexual, discriminação e desigualdade salarial. Por isso, além da discussão, é preciso entender e combater todos esses tipos de violência, cobrando das autoridades competentes a devida apuração e punição dos responsáveis pelo crime”, destaca a vice-presidente do Sinjorba, Fernanda Gama.

Para a realização do evento, o Sinjorba terá o apoio da ABI, além das empresas Spavo – Espaço de Cura e Consciência, Intimidade Moda Íntima e Sex Shop, Clínica Vertebralle e Stoli Intimates, responsáveis pelo sorteio de brindes para as mulheres.

Confira abaixo a programação da Roda de Conversa:
14h – Momento lúdico e de relaxamento com os stands do Espaço de Cura e Consciência e Desejo e Intimidade Moda Íntima e Sex Shop. Sorteio de brindes.
15h – Roda de Conversa com apresentação do Relatório de Violência contra Jornalistas e depoimentos de jornalistas convidadas.
16h – Coffe Break
16h30 – Roda de Conversa com entidades convidadas.
17h30 – Encerramento da Roda de Conversa.
18h – Coquetel de Encerramento.

*Fernanda Gama (vice-presidente do Sinjorba).

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“Castro Alves – vida e obra” é tema de palestra e exposição no IGHB

O jornalista e escritor Joaci Góes, presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, vai ministrar a palestra “Castro Alves – Vida e obra”, no dia 14 de março de 2023, às 17 horas, no Auditório Bernardino de Souza (Av. Joana Angélica, 43 – Piedade). O evento será transmitido ao vivo pelo canal www.youtube.com.br/ighbba.

A programação prevê também uma exposição de homenagem aos 176 anos de nascimento do poeta, no primeiro pavimento da Casa da Bahia. O público terá a oportunidade de conferir telas da família de Castro Alves, além de fotografias da fazenda Cabaceiras, onde ele nasceu, manuscritos de poesias, dentre outras peças do acervo.

O IGHB é uma das instituições apoiadas pelo programa Ações Continuadas a Instituições Culturais, iniciativa da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) através do Fundo de Cultura da Bahia (FCBA). Funciona de segunda a sexta, das 13h às 18h.

SERVIÇO:

Palestra e exposição Castro Alves – Vida e obra (com Joaci Góes)
14 de março de 2023
17h
Auditório Bernardino de Souza (Av. Joana Angélica, 43 – Piedade)
Transmissão ao vivo – www.youtube.com.br/ighbba

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Cartilha “Memórias Trabalhistas” eterniza trajetória do jornalista Caó

Na noite desta sexta-feira (03/03), às 19h, o Auditório Samuel Celestino, da Associação Bahiana de Imprensa, vai receber o lançamento da última edição da série “Memórias Trabalhistas”, em homenagem ao jornalista, advogado e ex-deputado baiano, Carlos Alberto de Oliveira, mais conhecido como Caó.

O evento tem o apoio da ABI e é coordenado pelo Centro de Memória Trabalhista da Fundação Leonel Brizola-Alberto Pasqualini (FLB-AP), com a colaboração do Movimento Negro do PDT da Bahia.

A publicação eterniza a trajetória de Caó, autor da lei que tipifica o crime de racismo. Falecido em 2018, ele foi presidente do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro, diretor da Associação Brasileira de Imprensa e advogou, durante a ditadura militar, em favor de presos políticos e de homens e mulheres alvos do racismo e da intolerância.

A série de publicações tem o apoio do ministro Carlos Lupi e do presidente da FLB-AP, Manoel Dias, fundadores do PDT. A coordenação nacional é de Henrique Matthiesen, coordenador geral do Centro de Memória Trabalhista da FLB-AP, e coordenação local de Hari Brust Filho, vice-presidente da FLB-AP e membro do diretório estadual do PDT na Bahia. No dia 23 de fevereiro, Brust e o presidente estadual do Movimento Negro do PDT, Roberto Rodrigues foram até a sede da ABI, para uma reunião de alinhamento com o presidente da instituição, Ernesto Marques.

Nascido em 1941, em Salvador (BA), Caó foi deputado federal pelo PDT por dois mandatos, entre 1983 e 1991. Em seu segundo mandato, participou da Assembleia Nacional Constituinte. Como líder estudantil, foi presidente da União de Estudantes da Bahia e vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). Como jornalista, passou pelas redações do Diário Carioca, da Tribuna da Imprensa, de O Jornal, do Jornal do Comércio, da TV Tupi e do Jornal do Brasil.

O racismo não desapareceu nem vai desaparecer. Mas a lei pegou, sim. Há hoje na sociedade uma consciência de que racismo é um crime. A sociedade passou a ser menos tolerante, a exigir igualdade e a não aceitar a discriminação. O que faz a lei pegar é a punição.

— Carlos Alberto de Oliveira

SERVIÇO
Lançamento da Cartilha “Memórias Trabalhistas”
Quando: 03 de março, às 19h
Onde: Auditório Samuel Celestino, no oitavo andar do Edifício Ranulfo Oliveira, sede da ABI | Rua Guedes de Brito

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As flores de Ruy Barbosa

*Nelson Cadena

As floriculturas do Rio de Janeiro, este segmento foi o mais ativo, entre os dias 02 de março de 1923 (sexta feira), o dia seguinte ao falecimento de Ruy Barbosa – cujo centenário transcorreu ontem – e domingo, 04 de março, quando milhares de pessoas foram às ruas acompanhar o cortejo fúnebre do ilustre baiano. As floriculturas trabalharam como nunca para atender uma demanda de coroas de flores que beirou o exagero.

Reprodução/ Revista O Malho

Foram tantas as coroas de flores encomendadas por instituições e particulares que foi preciso locar caminhões para auxiliar o translado das coroas no longo percurso entre a Biblioteca Nacional e o cemitério João Baptista, o esquife conduzido entre alas de militares, a cavalo e em fila indiana, promovendo as continências de praxe. Dois arranjos florais chamaram a atenção da multidão: as encomendadas pelo Governo do Brasil e a do Presidente da República, Arthur Bernardes.

Diligentemente confeccionadas na Floricultura Mineira de Carlos Sommer, a do governo brasileiro tinha oito metros de altura, a do presidente Arthur Bernardes, pessoa física, tinha 6, 5 metros, a primeira ostentando em faixa-fita de seda, com largura em torno de 20 cm, a legenda “Ao glorioso brasileiro que tanto serviu e honrou a nação”. O artista que confeccionou os arranjos, o Sr. Sommer, tinha sido um dos premiados na monumental Exposição do Centenário da Independência realizada no ano anterior, obteve Menção Honrosa e a Taça do Estado.

Ruy Barbosa foi conduzido até o jazigo entre flores, muitas, ele que amava as flores e cuidava com esmero dos jardins das suas residências no Rio de Janeiro e Petrópolis. Ruy Barbosa amava as rosas, apreciava dálias e orquídeas e várias espécies de palmeiras. O Conselheiro acordava cedo e cultuava o hábito de visitar o jardim; ele próprio cortava as palmas e folhas secas e certamente contava com um jardineiro para o auxiliar na tarefa, já que o jardim de sua casa na capital era grande e muitas as espécies cultivadas. A área total de sua residência, hoje sede da Fundação Ruy Barbosa, tinha 9 mil metros quadrados.

Em 1949, no ensejo das comemorações do centenário de nascimento do baiano, a Holanda homenageou o Conselheiro plantando 25 bulbos da Dahlia Variabis, nos Jardins do Palácio da Paz, em Haia, lhes deu o nome de Dália Ruy Barbosa, em referência a sua performance diplomática na Segunda Conferência Internacional da Paz, em 1907, quando reivindicou a igualdade entre as nações. O vice-presidente da ABI, Luís Guilherme Pontes Tavares, colheu a informação da flor que recebeu o nome do Conselheiro, na revista argentina “Brasil de Hoy”, do acervo da entidade. Registrou que a Dália era da “cor vermelho carmesim, aveludado profundo, com sombras escuras”.

Carlos Chiacchio, o notável intelectual baiano, na revista Jornal de Ala, edição de setembro de 1940, escreveu: “Teremos também o nosso monumento a Ruy. Mas que flores seriam as prediletas de nosso grande homem? Li, não sei onde, que rosas. Ruy amava as rosas, os canteiros de rosas, que jardinava todas as manhãs, das próprias mãos, do gosto plástico que nos encheu de rosas o jardim da língua. Que floresçam, pois, rosas, para o monumento a Ruy, rosas da Bahia, rosas do Brasil. Todas as rosas, as mais bonitas rosas do mundo”. O monumento a que o escritor se refere e que seria erguido em praça pública, nunca saiu do papel, um modo de dizer. A maquete em gesso, obra do notável escultor italiano Pasquale de Chirico, faz parte do acervo do Museu Casa de Ruy Barbosa da ABI que neste ano, após reforma do imóvel e implantação do projeto expográfico da autoria de Gringo Cardia, passara a ser denominado de Casa da Palavra Ruy Barbosa.  

[Artigo originalmente publicado pelo Jornal Correio*, nesta quinta-feira, 2]

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*Nelson Cadena é jornalista, pesquisador e publicitário. Diretor de Cultura da ABI.
Nossas colunas contam com diferentes autores e colaboradores. As opiniões expostas nos textos não necessariamente refletem o posicionamento da Associação Bahiana de Imprensa (ABI)
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