Artigos

Memórias do Jornalismo Negro: Mídias negras digitais no século XXI.

Fonte: Pexels/Canva

Por André Santana

Na edição especial da revista “Memória da Imprensa” (junho de 2025), sobre “Racismo, Economia e Jornalismo”, trouxemos artigo do jornalista e pesquisador André Santana. Na ocasião, foi publicado um resumo do trabalho, devido às limitações de espaço da edição física, intitulado: “Memórias do Jornalismo Negro: Mídias negras digitais no século XXI”.

Reconhecendo a importância e pertinência do trabalho, oferecemos ao leitor, abaixo, a íntegra do texto, cujo título original é: “Memórias do Jornalismo Negro: Ativismo e resistência epistêmica na história da imprensa brasileira”. 

Sueli Carneiro (2005) utilizou o termo “epistemicídio” para descrever a aniquilação dos saberes de povos racializados, sobretudo das populações negras, em benefício da hegemonia eurocêntrica.

Para além da anulação e desqualificação do conhecimento dos povos subjugados, o epistemicídio implica um processo persistente de produção da indigência cultural: […] pela produção da inferiorização intelectual; pelos diferentes mecanismos de deslegitimação do negro como portador e produtor de conhecimento e pelo rebaixamento da sua capacidade cognitiva; pela carência material e/ou pelo comprometimento da sua
autoestima pelos processos de discriminação correntes no processo educativo (Carneiro, 2005, p. 83).


No campo da comunicação, essa exclusão se evidencia na produção jornalística que deslegitima ou silencia vozes negras, assim como na ausência de referências negras nos currículos de formação. O jornalismo, enquanto forma de mediação simbólica e prática social (Traquina, 2005), é um campo onde se disputa a memória, os sentidos e os lugares de fala. Assim, recontar a história da imprensa negra é parte da luta por reparação histórica, epistêmica e política.

No campo da comunicação, essa exclusão se evidencia na produção jornalística que deslegitima ou silencia vozes negras, assim como na ausência de referências negras nos currículos de formação. O jornalismo, enquanto forma de mediação simbólica e prática social (Traquina, 2005), é um campo onde se disputa a memória, os sentidos e os lugares de fala. Assim, recontar a história da imprensa negra é parte da luta por reparação histórica, epistêmica e política.

Animai-vos povo bahiense, que está por chegar o tempo feliz da nossa liberdade: o tempo em que seremos todos irmãos, tempo em que seremos todos iguais (Boletim Sedicioso, Revolta dos Búzios, Salvador, 1798).

A Revolta dos Búzios, ocorrida na Bahia em 1798, é um marco simbólico da relação entre ativismo negro e comunicação. Os chamados “boletins sediciosos”, afixados em locais estratégicos de Salvador, convocavam o povo a se insurgir contra o Império e a escravidão, propondo a fundação da República Bahiense. Mesmo em um contexto de baixa alfabetização e de proibição da imprensa pela metrópole portuguesa, a palavra escrita foi instrumento de organização política de homens pardos e pretos, livres e libertos, trabalhadores explorados que, por meio dos folhetos, fizeram circular ideias radicais de igualdade e pelo fim da escravidão. O levante teve como “espinha dorsal as estruturas de comunicação”.

Ao longo da história, são muitas as experiências de ativismo negro na imprensa, passando pela presença de jornalistas e intelectuais negros nos jornais, ainda no período da escravidão, na luta abolicionista, como revela a pesquisadora Ana Flávia Magalhães Pinto, na obra fundamental Escritos de Liberdade: Literatos Negros, Racismo e Cidadania no Brasil Oitocentista (Unicamp, 2018).

Também foi Ana Flávia Magalhães Pinto que registrou em seu livro Imprensa Negra no Brasil do Século XIX (Selo Negro, 2010), os primeiros “jornais feitos por negros; para negros; veiculando assuntos de interesse das populações negras”, como definiu a pesquisadora. Em comum também a postura de desafiar as tentativas de silenciamento.

Em 14 de setembro de 1833, foi publicado o primeiro jornal feito por pessoas negras no Brasil, o pasquim O Homem de Côr. Ainda sob o regime da escravidão, que somente seria abolida formalmente 55 anos depois, o jornal foi possível graças ao pioneirismo de Francisco de Paula Brito, ele próprio um “homem de cor”, proprietário da Tipografia Fluminense, que imprimiu o folheto noticioso.

Importante destacar que a imprensa brasileira se inicia somente em 1808, com a vinda da família real portuguesa para o Brasil, quando finalmente temos a publicação de livros e jornais em solo brasileiro. Apenas lentamente o Brasil passou a contar com bibliotecas, livrarias e publicações de periódicos, muitos concentrados nos temas da economia e das relações com o poder imperial. O que torna a publicação de um jornal abordando o debate racial e questões de interesse dos negros um feito ainda mais extraordinário.

Em meio a debates intensos que circulavam nos jornais da época, O Homem de Côr possibilitou a divulgação de ideias e reivindicações da população negra, formada por pessoas livres e libertas, que já constituía um contingente significativo àquela época.

Além de bradar pela cidadania dos “homens de cor”, o jornal denunciava os preconceitos e violências sofridas por pessoas negras e chegou a noticiar a prisão injusta de um homem preto por suposta vadiagem e porte de arma. Outro tema de relevância foi a ocupação de cargos públicos por “pessoas de cor” e a resistência das elites em respeitar o direito constitucional de cidadãos libertos cumprirem funções públicas, independentemente da cor, reivindicações que ganharam destaque em veículos negros posteriores (Santana, 2023).

Ainda no mesmo ano, 1833, entre setembro e novembro, outros periódicos desse segmento surgiriam, inspirados pelo pioneiro: Brasileiro Pardo, O Cabrito, O Crioulinho e O Lafuente (Pinto, 2010).

Demoraria 43 anos até que uma nova manifestação da imprensa negra surgisse. Foi apenas em 1876, no Recife, que começou a circular o jornal O Homem. Pouco depois serão as vezes de São Paulo, com A Pátria e O Progresso, ambos em 1899, e de Porto Alegre, com O Exemplo, de 1892. O periódico gaúcho teria a maior duração da imprensa negra até ali, sendo encerrado em 1930 por problemas financeiros.

A maioria das publicações teve vida curta. Em alguns casos, durando poucas edições ou não indo além do primeiro ano. Os custos para publicar um jornal eram altos e o pagamento se dava por meio de rateio entre os editores e os ativistas, se o jornal tivesse vínculo com alguma associação negra. Outros conseguiam verba com publicidade ou dependiam de assinaturas.

Exemplares desses jornais encontram-se no setor de Periódicos da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, mas podem, ainda, ser acessados na hemeroteca digital. No acervo, também estão dois veículos publicados na Bahia no século XIX, com pautas abolicionistas e preocupações com as condições dos negros: O Abolicionista — publicação quinzenal da Sociedade Libertadora Sete de Setembro, lançado em 1871, em Salvador — e O Asteroide: Orgam da Propaganda Abolicionista, publicado em Cachoeira, em 1887. Friso que esses dois jornais da Bahia são abolicionistas e não necessariamente se enquadram como “imprensa negra”, conforme definido por Ana Flávia Magalhães Pinto, ou seja, feitos por pessoas negras, para pessoas negras e com temas de interesse da população negra. Nos casos de O Abolicionista e O Asteroide, as publicações só se enquadram no último aspecto elencado.

O Abolicionista, que tinha o escritório localizado no Largo do Pelourinho, n.o 14, contou com a colaboração do escritor Antônio Frederico de Castro Alves (1847-1871), considerado o maior poeta baiano do Romantismo. Na edição de 30 de abril de 1971, o jornal publicou um poema do Poeta dos
Escravos, conclamando os leitores da sociedade baiana para a caridade, ou seja, para a doação financeira à principal missão da Sociedade Libertadora Sete de Setembro: “a remissão dos cativos por meio da compra de alforria”. O periódico também buscava “agitar a opinião, educando-a”.

Na edição de 31 de julho de 1871, o jornal O Abolicionista foi dedicado ao pesar pela morte do poeta abolicionista Castro Alves, ocorrida em 6 de julho daquele ano. O veículo também denunciou a crise na lavoura de algodão no Brasil por conta do fechamento dos mercados da Europa e da América do Norte para os gêneros provenientes dos “systemas de trabalho amaldiçoados por Deus e pela civilização”.

A pauta dos jornais negros e dos intelectuais e jornalistas negros que atuavam na imprensa do século XIX abordava o sistema econômico já desprezado em outras partes do mundo. Um ato de coragem que, após a conquista de 13 de maio de 1888, passou a ser direcionado a debater a inserção do negro, agora liberto, na sociedade.

No início do século XX, outras experiências de imprensa negra, sobretudo em São Paulo, proliferam, trazendo as reivindicações negras, associadas a grupos organizados, como a Frente Negra Brasileira, de 1931.

Com o escritor, artista plástico, político e ativista Abdias Nascimento (1914-2011) a imprensa negra ganha contornos ainda mais afirmativos. O jornal Quilombo: Vida, Problemas e Aspirações do Negro, editado entre 1948 e 1950, é expressão direta do Teatro Experimental do Negro e da luta por reconhecimento da dignidade negra. Sua proposta editorial articulava arte, cultura, política e denúncia do racismo, no contexto da Declaração Universal dos Direitos Humanos, assinada por diversas nações do mundo em 1948. Quilombo era o jornalismo a serviço de um projeto civilizatório negro.

A fundação do Movimento Negro Unificado (MNU), em 1978, impulsionou novas experiências de comunicação negra, agora mais diretamente ligadas à militância política contra o racismo. Jornais como Tição (1977), Objetivo (1977), Jornegro (1977), Negrice (1977), O Saci (1978), Vissungo (1979), Pixaim (1979), Nêgo (1981), revista Ébano (1981), Voz do Negro (1984), Elêmi (1985), Áfricas Gerais (1995), Irohin (1996) e a revista Raça (1996), um sucesso editorial ainda em circulação, registraram e
alimentaram a luta contra o mito da democracia racial.

Apesar das dificuldades financeiras e repressões políticas, esses periódicos construíram uma rede de circulação de ideias, saberes e estratégias de resistência, tendo a Bahia como importante centro aglutinador e dinamizador das lutas negras.

Somadas aos veículos jornalísticos estão as ações de comunicação do movimento negro organizado, como as imagens registradas, desde 1990, pelo acervo afrofotográfico Zumvi, do fotógrafo soteropolitano Lázaro Roberto, os Cadernos Negros (Quilombhoje) de poesias e contos publicados desde 1978, as cartilhas de educação dos blocos afro de Salvador, os manifestos, panfletos, livros, teses e muito conhecimento transmitido “por todos os meios necessários”, como aconselhou Malcolm X.

Mídias Negras Digitais no Século XXI

A virada digital abriu novos caminhos para o jornalismo negro. Experiências como Mundo Negro (2001), Irohin (2006), Afropress (2007), Correio Nagô (2008), Revista Afirmativa (2014), Alma Preta (2015), SoteroPreta (2016), Notícia Preta (2018), Afro TV (2020), Negrê (2020), entre outras iniciativas, consolidam um novo ecossistema de comunicação negra. Essas iniciativas combinam agilidade tecnológica, protagonismo editorial e compromisso ético com as lutas da população negra. Aliadas a coletivos de audiovisual, podcasts, blogs e redes sociais, constroem uma narrativa insurgente que desafia o epistemicídio e afirma o pensamento negro como fonte legítima de conhecimento.

A comunicação antirracista feita a partir dos anos 2000, com a popularização da internet e a criação de mídias digitais mais democráticas e acessíveis às comunidades, é resultado de um longo empenho da população negra em disputar essas ferramentas de produção de informação e conhecimento, por entender, desde sempre, a comunicação como um espaço de poder (Santana, 2021).

Os veículos jornalísticos digitais como o Correio Nagô, criado pelo Instituto Mídia Étnica em 2008, e as experiências de mídia negra já citadas dão continuidade a uma longa trajetória de luta por dignidade e respeito, agora com a visibilidade, alcance, amplitude e rapidez possibilitados pelo ambiente digital, que rompeu a barreira da centralidade do polo de emissão, permitindo uma lógica de produção mais coletiva, participativa e engajada.

Essas iniciativas de comunicação, que experimentam uma possibilidade de ampliação a partir do ciberespaço, encontram-se com o pensamento negro e afrodiaspórico ampliado pela presença de intelectuais de pele preta nas universidades brasileiras. As fontes para as produções dos discursos
comunicacionais, para as reportagens jornalísticas, para os argumentos das campanhas publicitárias, para as narrativas cinematográficas, para as imagens inspiradoras de memes e textões nas redes sociais são
legitimadas por uma rica produção artística, literária e acadêmica que provoca uma reação de insubordinação epistêmica e civilizatória (Santana, 2021).

Nesse sentido é exemplar a história de criação do Instituto Mídia Étnica, que aconteceu em Salvador, em 2005, quando a realidade da comunicação na Bahia, e no Brasil em geral, era muito menos diversa do que hoje. As campanhas publicitárias, seja nos intervalos da televisão, seja nos outdoors espalhados pela cidade mais negra fora do continente africano, não traziam os rostos da maioria da população. Como também não estavam nas histórias positivas contadas nos jornais, que concentravam as notícias relacionadas à população negra nas editorias de segurança ou em raros momentos das artes e do esporte, sempre adjetivada pela ideia de superação.

Eram raros os negros e negras ouvidos como fontes de reportagem sobre temas caros para a sociedade como política, economia, direito, ciências, tecnologias, entre outros.

Por isso foi criada uma organização que possibilitasse questionar coletivamente esse cenário, assim como propor novas formas de abordagem e de visibilidade para a luta travada pelo povo negro em
resistência ao racismo perpetrado nos meios de comunicação, pelas grandes empresas que violam cotidianamente o “direito humano à comunicação”.

O Instituto Mídia Étnica nasce, então, das bandeiras do movimento negro e das iniciativas pela democratização da comunicação, acreditando haver uma brecha entre estes dois campos que dificultava o conhecimento mais amplo da história da luta negra no Brasil. Uma ponte de visibilidade das ações das organizações negras, utilizando as potentes ferramentas das Tecnologias da Comunicação e da Informação.

Com o lema “Vamos Denegrir a Mídia”, os objetivos e metodologias do Instituto Mídia Étnica (IME) foram alicerçados nas práticas comunitárias, participativas e democráticas para promover debates, oficinas, formações, campanhas e produtos jornalísticos e audiovisuais.

Em meio às estratégias de combate ao racismo na mídia, que incluiu o monitoramento e a leitura crítica dos veículos hegemônicos e o assessoramento midiático às organizações do movimento negro, o
IME criou o portal Correio Nagô para desenvolver um trabalho colaborativo, de partilha dos conteúdos criados com a participação comunitária.

As primeiras experiências de construção do Correio Nagô, ainda em 2006, como um blog e uma comunidade no Nig que utilizava as principais ferramentas tecnológicas do período, permitiam a ampla colaboração dos membros na produção dos conteúdos e nas discussões em fóruns temáticos. Em 2008, o portal foi estruturado e lançado como um veículo multimídia, oferecendo conteúdo em formato de textos, fotos, ilustrações e vídeos, com uma redação própria, composta por jornalistas profissionais e
comunicadores em formação, além de contribuições de colaboradores.

O nome Correio Nagô vem de uma das formas de resistência dos primeiros negros escravizados, que transmitiam o conhecimento e a informação através da comunicação oral. Correio Nagô é a comunicação boca a boca entre os negros, desde sempre, entre a comunidade negra escravizada, sendo fundamental nas rebeliões, nos processos de luta de quilombos, nas diversas formas de insubmissão.

O Correio Nagô continua em atividade e foi inserido em outras plataformas digitais como o Facebook, Instagram, X (antigo Twitter) e Youtube. Destaca-se na produção de vídeos, disponibilizados em formato de matérias jornalísticas, entrevistas, documentários e com o programa Afro Feed, do gênero revista eletrônica. No canal TV Correio Nagô, no Youtube, estão disponíveis 400 vídeos, dos mais diversos temas de interesse das populações negras.

Toda essa articulação, da qual a comunicação antirracista é função estratégica, tem garantido uma transformação nas disputas por narrativas, como bem observou o poeta, escritor e jornalista Edson Cardoso: “Conseguimos diminuir drasticamente a adesão ao discurso colonial”. Essa frase, vinda de quem formou uma geração de comunicadores antirracistas e inspirou tantos outros ativistas e militantes, informando ao Brasil a causa negra nas páginas do jornal Irohin, serve para encorajar o futuro.

O cenário atual é de uma maior abordagem, tanto dos temas de interesse da população negra nas pautas jornalísticas quanto da presença de profissionais negros e negras nos veículos, inclusive na televisão baiana, como repórteres e também nas bancadas de apresentação.

O cenário atual é de uma maior abordagem, tanto dos temas de interesse da população negra nas pautas jornalísticas quanto da presença de profissionais negros e negras nos veículos, inclusive na televisão baiana, como repórteres e também nas bancadas de apresentação.

Infelizmente, essas experiências passadas ainda são pouco conhecidas, mesmo por profissionais da imprensa brasileira, e não são exploradas nos cursos de graduação em Comunicação no Brasil, ficando a cargo dos ativistas e das formações oferecidas por entidades antirracistas, como as que o Instituto de Mídia Étnica realizou até 2020.

Para a pesquisadora Aíla Cardoso, da Universidade Federal de Sergipe, que investigou a presença (e ausência) da imprensa negra nos currículos dos cursos de comunicação das universidades brasileiras, “a história do Jornalismo no Brasil é majoritariamente contada por uma perspectiva branca e europeia” (Cardoso, 2024).

É preciso reforçar que, a partir de 2003, o Brasil possui a Lei no 10.639, que torna obrigatório o ensino da história e das culturas africana e afro-brasileira em todos os níveis educacionais. Os conteúdos abordados neste artigo podem integrar diversas disciplinas e temáticas transversais. O jornalismo negro não deve ser enxergado como um exercício do passado, acessado apenas em pesquisas memorialistas, pois sua atuação continua na atualidade.

No cenário contemporâneo, observa-se um avanço importante no debate público sobre o racismo, as desigualdades históricas e as múltiplas expressões da violência racial no Brasil. Movimentos sociais, intelectuais negros, coletivos de mídia e lideranças comunitárias têm ampliado a visibilidade das pautas antirracistas, exigindo da sociedade um compromisso efetivo com a equidade racial. Nesse contexto, é fundamental que todos os cidadãos e cidadãs e, em especial, os profissionais da comunicação, estejam imbuídos da responsabilidade de combater o racismo e todas as formas de discriminação, atuando de
forma crítica, comprometida e transformadora.

A imprensa negra, com sua longa tradição de engajamento político, produção de conhecimento e defesa intransigente da dignidade humana, oferece não apenas um acervo riquíssimo de conteúdos, mas também estratégias concretas e inspiração ética para a construção de um jornalismo cidadão, plural e comprometido com os direitos humanos. Reconhecer e incorporar essas experiências ao fazer jornalístico é não só uma forma de valorização da memória, mas também uma aposta concreta em um futuro mais justo, diverso e democrático.

André Santana
Jornalista, doutorando em Estudo de Linguagens pela Universidade do Estado da Bahia, co-fundador do “Instituto Mídia Étnica” e do portal “Correio Nagô”, colunista do UOL e pesquisador sobre Comunicação e Relações Raciais.


Nossas colunas contam com diferentes autores e colaboradores. As opiniões expostas nos textos não necessariamente refletem o posicionamento da Associação Bahiana de Imprensa (ABI)

publicidade
publicidade
Artigos

O primeiro atentado à liberdade de imprensa no Brasil

*Jorge Ramos

Há 200 anos, em 21 de agosto de 1822, ocorreu o primeiro atentado à liberdade de imprensa no Brasil. Ao entardecer daquele dia, soldados portugueses, cumprindo ordens do Brigadeiro Madeira de Melo – Governador das Armas da Província da Bahia, nomeado pelas Cortes Portuguesas – invadiram a gráfica “Viúva Serva & Carvalho”, na Cidade Baixa, em Salvador, e a empastelaram, quebrando equipamentos e danificando o prelo. Estragaram sobretudo as placas (contendo os tipos) prontas para a impressão de “O Constitucional”. Este jornal tinha como principal redator o bacharel Francisco Gomes Brandão (1794-1870), cujopseudônimo era Montezuma, também vereador em Salvador. Na tribuna do Senado da Câmara e em artigos vibrantes no jornal ele fazia uma tenaz oposição ao militar português e críticas muito severas a Portugal. Ao mesmo tempo pregava uma “União Sem Sujeição” do Brasil em relação a Portugal e defendia a causa brasileira na tensa disputa que então se travava entre o governo regencial de Dom Pedro, no Rio de Janeiro, e as Cortes de Lisboa, que preparavam a primeira Constituição do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Muitas decisões desta assembleia constituinte eram, porém, contrárias ao Brasil e tinham um caráter nitidamente recolonizador. E contra elas muitos brasileiros reagiram.

O ataque ao jornal foi executado por uma tropa comandada pelo tenente-coronel português Vitorino Serrão,o Ruivo, apontado por muitos como tendo sido o autor do golpe de baioneta no ventre da Abadessa do Convento da Lapa, Joana Angélica, que a levou à morte. O fato, que a tornou a Mártir da Independência, ocorreu cinco meses antes, em fevereiro. Na ocasião, brasileiros e portugueses se enfrentaram armados nas ruas de Salvador, no conflito que teve como causa justamente a recusa dos baianos, com Montezuma à frente, de empossar Madeira de Melo no comando de todas as forças militares da Bahia. Defendendo que esse comando cabia a um brasileiro, os baianos negaram-lhe a posse e os portugueses reagiram. Com a derrota dos brasileiros nesses embates, e a fuga dos seus líderes para o Recôncavo, Madeira de Melo impôs-se perante a Junta Governativa e, a ferro e fogo, foi empossado. Em seguida ocupou militarmente todos os pontos de Salvador e impôs severa repressão a brasileiros partidários da Independência.

Montezuma, principal redator de “O Constitucional” | Fonte: Wikipedia

Como tinha ordens de levar preso o jornalista Montezuma e não o encontrando, os militares espancaram o sócio dele, e também redator do jornal, Francisco Corte Real, quebrando-lhe um braço, sequela que lhe ficou pelo resto da vida. Esse atentado significou o fim de “O Constitucional”. Era, segundo Alfredo de Carvalho (Anais da Imprensa Baiana, publicado em 1911 pelo Instituto Geográfico e Histórico da Bahia/IGHB) “o único periódico que ousava lançar em rosto aos oficiais lusitanos as suas arbitrariedades, injustiças e barbaridades”. Com a cabeça a prêmio, o jornalista conseguiu fugir em um saveiro para o Recôncavo e em Cachoeira ajudou na resistência ao domínio português. A vila tinha aclamado um mês antes, em 25 de Junho, o Príncipe Dom Pedro Regente Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil. Naquele contexto, isto significava adesão ao governo dele, no Rio de Janeiro, e dizer não às Cortes de Lisboa. Por isso naquele mesmo dia a vila foi bombardeada por uma barca canhoneira portuguesa ancorada no Rio Paraguaçu, dando início, três meses antes do 7 de Setembro, à Guerra pela Independência, que somente foi concluída em 2 de Julho do ano seguinte.

Em Cachoeira, Montezuma foi eleito deputado, representando a Vila, no Conselho Interino de Governo da Província da Bahia, o governo rebelde que se instalou, em 6 de setembro, representando todas as vilas do interior. Salvador, ocupada por tropas portugueses que resistiam à independência, ficou isolada do resto da Bahia e deixou de receber víveres e mantimentos, produzidos nas vilas do Recôncavo. Isso ocasionou uma grave crise de abastecimento, que mais tarde foi fator essencial para a vitória dos brasileiros na guerra. Montezuma, por delegação do Conselho Interino, foi ao Rio de Janeiro levar a Dom Pedro, já coroado Imperador do Brasil, um relatório sobre a situação da Bahia e o pedido de ajuda para combater as tropas de Madeira de Melo.  Na mesma escuna que trouxe Montezuma, vieram tambémarmas, munições e uma tipografia, enviadas pelo Imperador.

Com essa tipografia ele e Corte Real criaram em Cachoeira, capital da Bahia livre, por reconhecimento do Imperador, o jornal “O Independente Constitucional”, certamente um dos primeiros criados no Brasil após a Independência. Começou a circular em 1° de Março de 1823 e publicava atos e notícias do governo imperial, fatos da campanha, decisões do Governo Interino e relatava os combates que estavam sendo travados no Recôncavo. Cercada por terra, pelo Exército organizado pelo General Labatut, e por mar, pela esquadra de Lord Cochrane, que isolou a Bahia de Todos os Santos, Salvador ficou meses sitiada.  Os dois militares, um francês e o outro escocês, tinham sido contratados pelo Império do Brasil para derrotar os portugueses que ao resistir à Independência tentavam manter a Bahia e o norte do Brasil ainda unidos a Portugal.Montezuma teve um papel decisivo em todas as fases do processo que na Bahia levou à Independência e a consolidou. Foi o orador inflamado, impulsionador dos baianos contra o domínio português, o jornalista combativo que não se atemorizou com as ameaças e violências, o articulador político da aclamação de Dom Pedro e da união de todas as vilas e o secretário do governo provisório que centralizou e, até certo modo, coordenou as ações na guerra que consolidou a Independência do Brasil. Ainda em 1823 foi representante da Bahia na Assembleia Constituinte convocada por Dom Pedro para redigir a primeira Constituição do Brasil. Nesse cargo ao enfrentar a tirania do Poder foi preso e exilado quando Dom Pedro, insatisfeito com algumas decisões dos parlamentares, num arroubo de absolutismo, fechou a Constituinte e outorgou uma Carta Magna.  Ao retornar do exílio de oito anos na França foi eleito deputado e nos anos seguintes Senador (sempre representando a Bahia), Ministro da Justiça e também das Relações Exteriores, além de Embaixador do Brasil na Inglaterra. Teve presença ativa por mais de 50 anos na política e no serviço público. Presidiu o Banco do Brasil e como advogado fundou o órgão que deu origem à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Recebeu o título de Visconde de Jequitinhonha.

*Jorge Ramos é jornalista e pesquisador. Integra as diretorias da Associação Bahiana de Imprensa (ABI) e do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB)
➤ Nossas colunas contam com diferentes autores e colaboradores. As opiniões expostas nos textos não necessariamente refletem o posicionamento da Associação Bahiana de Imprensa (ABI).
publicidade
publicidade
Artigos Em pauta

Norberto Odebrecht, 100 anos

Por Wilson Midlej*

O engenheiro e empresário Norberto Odebrecht estaria completando 100 anos no dia 9 de outubro.

Chegado em Salvador aos cinco anos de idade, Norberto Odebrecht edificou aquela que seria uma das maiores empresas do mundo. Tão grande que acabou engolindo até mesmo os sólidos ideais éticos do seu fundador.

Os baianos conheciam o Dr. Norberto e o conjunto dos seus mandamentos e de suas normas comportamentais. Tudo nele era grandioso. O orgulho de ser “baiano”, apesar de ter nascido na capital de Pernambuco, o universo crescente de amigos e admiradores e, sobretudo, o imenso contingente de colaboradores que integravam o famoso Grupo Odebrecht.

Na Bahia participava de quase todas iniciativas que visassem desenvolvimento do estado e crescimento do seu povo. Absolutamente todos os seus gestos eram fundados em conceitos de liberdade e democracia.

Com os famosos centros de custos implantados nas empresas, Dr. Norberto socializava a orientação de autonomia dos executivos e cuidava prioritariamente das pessoas, do bem-estar de cada um dos membros da grande família Odebrecht. Talvez esta conduta o tenha levado a agregar quase duzentos mil empregados, mas, também, aos infortunados caminhos em busca de resultados a qualquer custo.

Todavia, a sua trajetória, o seu brilho pessoal, especialmente na Bahia, não foi turvado pelos fatos por demais conhecidos. São tropeços que, infelizmente, ficaram também colados à sua biografia, entretanto outros atos grandiosos em extensão e humanidade, marcaram a sua existência.

Odebrecht estruturou uma fundação exclusivamente para o adjutório a iniciativas sociais edificantes, assim como a parceria com a Irmã Dulce, que durou toda uma vida. Com ela, firmou um pacto de silêncio quanto à sua participação financeira em todas as oportunidades. O combinado foi cumprido.

Ela se tornou santa, com muita justiça. E ele, o doutor Norberto, a quem a santa Irmã Dulce, bem como a Bahia, tanto conhece, não terá ressaltados os seus méritos?

Pois é. Hoje o doutor Norberto Odebrecht se conosco ainda estivesse, apesar da obscuridade das eventuais sombras, completaria um centenário de vitórias, de glórias e de luzes. Deus seja louvado! Embora os desvelados tropeços, que ele possa receber os eflúvios de paz e reconhecimento pelo bem esparzido, justamente na efeméride sempre importante, que é o dia do seu nascimento.

Saudades!

__

*Jornalista e diretor da ABI.

Wilson Midlej
publicidade
publicidade
Imprensa e História

“Trump e a imprensa – Tony Pacheco

Por Tony Pacheco*

O tema deste encontro é “Os seis meses do Governo Trump e a imprensa”**, por isso, peço licença aos presentes para abrir esta pequena fala com a conclusão de nossa coluna “GiraMundo” de 23 de agosto do ano passado, três meses antes da eleição de Trump. A coluna foi ao ar na CBN, a então rádio de notícias do Sistema Globo aqui em Salvador. Esta coluna talvez possa ainda ser conferida no podcast da rádio. Nós dissemos: “Donald Trump está empolgando a maioria branca que nunca vai às urnas. Se ele não mudar o discurso, terá uma vitória histórica. Gostemos ou não.”

E aí é que está a questão: a imprensa no caso de Trump, nos EUA e praticamente no mundo todo, resolveu TOMAR PARTIDO da candidata democrata, Hillary Clinton, esquecendo (entre aspas) que ela tinha uma rejeição enorme no eleitorado americano. Esquecendo, também, que metade dos americanos não vota, pois não é obrigatório. A maioria branca aproveita o dia da eleição para ir pescar, viajar, fazer churrasco com os amigos. Os brancos são maioria esmagadora, 200 milhões, e a imprensa esqueceu isso. E eles, brancos, mesmo tendo ficado extremamente mais pobres nos últimos 20 anos, foram TOTALMENTE ESQUECIDOS PELOS CANDIDATOS DEMOCRATAS E REPUBLICANOS NAS ÚLTIMAS ELEIÇÕES.

Os candidatos só se lembram dos cerca de 55 milhões de latinos e cerca de 45 milhões de negros, que são muito perseguidos MESMO, só que são minorias e como têm tudo a perder, vão em massa às urnas nos EUA.

Quando toda a mídia mundial dava como certa a eleição de Hillary Clinton, venceu aquele que por quase dois anos era chamado pela imprensa de “ignorante”, “fascista”, “retrógrado”, “racista”, “capitalista desalmado”. E alguém aí poderá dizer: “ah, agora é fácil teorizar sobre isso, a eleição já passou”.

Nós podemos teorizar sobre isso, porque fizemos a coluna “GiraMundo” da rádio CBN por quatro anos e no ano passado, três meses antes das eleições, dissemos várias vezes que Trump iria derrotar a candidata do Partido Democrata porque ele falava à maioria dos americanos que está vivendo o segundo pior empobrecimento de sua história, depois da Grande Depressão.

Leia também: Jornalistas analisam efeitos do governo Trump sobre a imprensa

E aqui queremos dizer: esqueçam a classe média americana que a imprensa, o cinema e a internet sempre mostraram. Há quase 20 anos que a classe média americana vem caindo. Se até meados dos anos 1990, esta classe média foi a campeã de bem-estar no mundo, hoje está atrás da maioria dos países da Europa Ocidental e atrás do Canadá, Japão e Coréia.

Segundo uma matéria do “The New York Times”, nestes primeiros anos do século XXI, 70% dos americanos não estavam felizes com suas vidas.

É AÍ QUE TRUMP ENTROU. ELE FALOU PARA ESTES 70% DE BRANCOS DESCONTENTES QUE NUNCA VOTAM, MAS QUE AGORA, COM O APERTO DA POBREZA ACENANDO PARA ELES, RESOLVERAM PARTICIPAR DO PROCESSO ELEITORAL. Aqui no Brasil, segundo investigamos, a imprensa ignorou o fator branco pobre: só nós na rádio CBN e Ricardo Amorim, no programa “Manhattan Connection”, da Globo News, sacaram isso. A MAIOR PARTE DA IMPRENSA BRASILEIRA E MUNDIAL FEZ COBERTURA PARTIDÁRIA ANTI-TRUMP NA ELEIÇÃO COMO CONTINUA FAZENDO AGORA.

A imprensa brasileira continuou difundindo a fantasia da “América grande” que já não existe mais. Os brancos americanos medianos estão lutando para sobreviver. Eles não têm curso universitário ou fizeram faculdade pública ou faculdade particular medíocre como as brasileiras.

Só 1% dos americanos, menos de 4 milhões de pessoas, têm renda superior a 600 mil reais por ano. Outros 15%, mais ou menos uns 50 milhões, têm renda entre 90 e 400 mil reais por ano.

A maioria, uns 200 milhões de americanos, fica patinando, correndo atrás de empregos melhores E OS EMPREGOS FUGIRAM para países como China, Indonésia, Brasil, Índia, Viet Nam, México. A maioria dos americanos nos últimos 20 anos está mergulhada em impagáveis hipotecas e outras dívidas.

VAMOS MOSTRAR AQUI APENAS TRÊS PONTOS QUE FIZERAM A VITÓRIA DE TRUMP E VÃO IMPEDIR SEU IMPEACHMENT:

1º) a casa própria virou um pesadelo nos EUA. Em Nova York 64% da população é de inquilinos. Em Miami, de cada 10 imóveis familiares, 7 pagam aluguel e apenas 3 são casas próprias. E isto se repete em todas as cidades americanas depois da explosão da bomba imobiliária de 2008. A coisa tá tão feia no setor da casa própria para a classe média branca dos EUA, que entre 2011 e 2015, brasileiros – ACREDITEM, BRASILEIROS! – compraram 2.100 imóveis em Miami e os americanos, muito pouco. Continuam na hipoteca. Isto não é um “case” de insucesso de uma classe média, é um “case” de fracasso dos governos anteriores a Trump;
2º) na área educacional, o cidadão de classe média americano gasta pelo menos 240 mil reais para se formar numa universidade pública ou numa fábrica de diplomas como as nossas. Isto leva a dívida dos jovens americanos com o sistema educacional a 1,5 trilhão de dólares, isto é, o Produto Interno Bruto do Brasil;
3º) Outro indicativo da pobreza dos brancos da classe média americana que a imprensa brasileira se recusou a pesquisar durante a campanha de Hillary contra Trump é o AUTOMÓVEL. O CARRO sempre foi um farol para a inveja do mundo inteiro sobre o estilo de vida superior dos americanos, vide os filmes que chegam até nós: vemos a mocinha chegar ao trabalho na lanchonete numa van luxuosa da Chrysler; ou o mocinho universitário indo às aulas com um Mustang zero. Nada mais falso. A idade média dos carros que rodam nos EUA, atualmente, é de 12 anos. Eu disse, 12 anos… O americano médio não pode mais trocar de carro como é mostrado no cinema. Só para comparar, o nosso pobre Brasil, de pessoas lenhadas e desempregadas, tem carros com idade média de 7 anos de uso apenas. Ou seja, o brasileiro já está posando de classe média mais rica do que a americana.

E ISSO A IMPRENSA BRASILEIRA E INTERNACIONAL NÃO VIU. NÃO VIU QUE TRUMP EXPLOROU EXATAMENTE ISSO EM SUA CAMPANHA. O lema da campanha de Trump foi “MAKE AMERICA GREAT AGAIN”.
Ou seja, “vamos fazer os EUA serem grandes como já foram um dia”. QUÊ AMERICANO BRANCO, VIVENDO A AMEAÇA DA POBREZA, IA RESISTIR A ESTE CHAMADO?

Donald Trump prometeu que ia governar e já está governando nestes primeiros seis meses, para esta maioria BRANCA que vive endividada, pagando aluguel e administrando carros velhos sem poder colocar os filhos numa faculdade decente…

Não há movimento de imprensa, intelectuais ou artistas que tire Trump do poder. SÓ SE ELE CEDER E MUDAR O DISCURSO, mas pela arrogância que ele continua mantendo firme e forte, e pela loucura desenfreada dos desesperados brancos mais pobres, ELE NÃO SERÁ DERRUBADO.

A IMPRENSA ESTÁ FAZENDO COBERTURA PARTIDÁRIA, DE NOVO, NOS EUA E NO RESTO DO MUNDO, INCLUSIVE AQUI NO BRASIL. TODOS PEDINDO O IMPEACHMENT DE TRUMP. Apontam que ele foi ajudado por Putin, o maluco oficial da Rússia, e esquecem que até um poste seria eleito contra Hillary se fizesse o discurso de Trump: FAZER OS AMERICANOS RICOS DE NOVO.

Só quem vai impedir Trump de se reeleger daqui a 3 anos é o próprio Trump, se deixar seu discurso e suas atitudes de lado e começar a rezar na cartilha dos liberais. Se continuar sendo o doido típico DOS BRANCOS da classe média baixa, não só se reelege como ainda faz o sucessor em 2024. E POSSO ESTAR TAMBÉM TOTALMENTE ENGANADO.

Foto: Luiz Hermano Abbehusen

______________________

*O jornalista Antonio Carlos Pacheco (Tony Pacheco) escreve também para o blog “Os Inimigos do Rei“, espaço inspirado no jornal baiano anarquista “O Inimigo do Rei“, criado em 1977 em meio a ditadura militar.

**Esta análise foi apresentada durante o debate “Os seis meses do Governo Trump e a imprensa”, realizado pela Associação Bahiana de Imprensa (ABI), no dia 20 de julho de 2017. Confira matéria sobre o encontro aqui.

Nossas colunas contam com diferentes autores e colaboradores. As opiniões expostas nos textos não necessariamente refletem o posicionamento da Associação Bahiana de Imprensa (ABI).
publicidade
publicidade