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“Vozes da Negritude”: ABI promove palestras antirracistas

O Dia da Consciência Negra será celebrado no próximo domingo (20). Para fortalecer o diálogo antirracista e o empoderamento negro, a Associação Bahiana de Imprensa irá promover dois dias de programação gratuita com o especial “Vozes da Negritude”.

Nos dias 22 e 23 de novembro, das 14h às 16h, a entidade reúne em sua sede jornalistas, historiadores, professores e educadores de projetos voltados para a comunidade negra. O especial será encerrado com uma apresentação do Corpo de Teatro da Polícia Militar da Bahia, sob a coordenação da capitã Joelma Vasques. A organização do evento emitirá certificado aos participantes.

A abertura, no dia 22 (terça-feira), será com a mesa “Vivências e Empoderamento Negro”, da qual participam Carlos Sacramento, professor de História, participante do curso de História da Arte Africana e Afro-Brasileira pelo Centro de Memória da Bahia; Carlos Victor Pereira, mestrando em História da Arte e professor de Artes Visuais; a publicitária e jornalista Regina Moura, gestora de Produção Executiva e Comunicação do Projeto Axé; e Amanda Soares, ativista social, uma das idealizadoras do grupo “Roda de Samba de Mulheres de Itapuã”. Os convidados abordarão os desafios da juventude negra nos âmbitos social, educacional, profissional e político no Brasil.

No segundo dia (23/11), a mesa “Por uma educação antirracista” discutirá a importância da formação docente e o papel da educação antirracista no último país a abolir a escravidão. O debate contará com Edinelia Maria Oliveira Souza, professora Dra. em História Social e professora de História da UNEB; e Kleber Amâncio, professor do Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas da UFRB – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia e docente do Mestrado Profissional em História da África da Diáspora e dos Povos Indígenas na mesma instituição.

O especial é organizado pela Associação Bahiana de Imprensa, por meio da Biblioteca de Comunicação Jorge Calmon e do Museu de Imprensa, como forma de popularizar o debate sobre diversidade e representatividade preta. A iniciativa reforça o compromisso cultural, social e político da ABI como uma ferramenta de divulgação e promoção do debate público.

SERVIÇO

Data: 22 e 23 de novembro
Hora: 14h às 16h
Local: Sede da Associação Bahiana de Impresa (Rua Guedes de Brito, 1 – 2º andar Ed. Ranulfo Oliveira – Praça da Sé, Salvador).

PROGRAMAÇÃO

DIA 22/11:

Mesa I Vivências e empoderamento negro

  • Amanda Soares, ativista social, uma das idealizadoras do grupo “Roda de Samba de Mulheres de Itapuã”.
  • Carlos Sacramento, professor de História, participante do curso de História da Arte Africana e Afro-Brasileira pelo Centro de Memória da Bahia;
  • Carlos Victor Pereira, mestrando em História da Arte e professor de Artes Visuais;
  • Regina Moura, publicitária e jornalista, gestora de Produção Executiva e Comunicação do Projeto Axé;

DIA 23/11:

Mesa IIPor uma educação antirracista


• Edinelia Maria Oliveira Souza, professora Dra. em História Social e professora de História da UNEB;
• Kleber Amâncio, professor do Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas da UFRB – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia e docente do Mestrado Profissional em História da África da Diáspora e dos Povos Indígenas na mesma instituição.

Encerramento: Apresentação do Grupo de teatro da Polícia Militar da Bahia

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ABI BAHIANA

Desafios para superação do racismo marcam debate promovido pela ABI

A voz de Lazzo Matumbi, cantor, compositor e ativista afro-brasileiro, entoa os versos que inspiraram a Associação Bahiana de Imprensa a promover o debate “14 de maio de 1888 – o dia que não acabou” de forma remota e através do YouTube. Com a participação dos convidados Samuel Vida, advogado, ativista e professor e dos jornalistas Yuri Silva e Cleidiana Ramos, a mesa debateu sobre os desafios para a superação do racismo após a promulgação da Lei Áurea no Brasil. 

A urgente e necessária reparação das desigualdades raciais cobradas na letra “14 de maio” de Lazzo Matumbi e Jorge Portugal se fizeram presentes também por meio das contribuições dos convidados. Mediada por Ernesto Marques, presidente da ABI, a atividade também relembrou os últimos acontecimentos de caráter racista que chocaram o país, como o caso da comunidade do Jacarezinho, no Rio de Janeiro. No dia 6 de maio, uma operação policial  vitimou 28 pessoas no bairro da Zona Norte. Outro caso lembrado foi o assassinato de Bruno Barros e Yan Barros, decorrente de um roubo de refratárias de carne na rede de supermercado Atakarejo de Salvador. Tio e sobrinho foram entregues a traficantes pelo segurança do estabelecimento comercial, localizado no bairro do Nordeste de Amaralina 

De acordo com Ernesto, é difícil ouvir a canção de Lazzo e não se emocionar.  “Essa reparação é que nós reclamamos para que a gente possa ter de fato uma sociedade menos injusta ou justa. Essa é a nossa utopia, e a Associação ao fazer essa live não está realizando nada menos que cumprir seu Estatuto, pois nós nascemos comprometidos com uma luta por justiça”. O presidente da ABI aproveitou o momento para apresentar o livro de 90 anos da ABI, escrito pelo diretor do departamento de cultura da casa, Nelson Cadena, e relembrar personalidades negras importantes no jornalismo baiano como Thales de Freitas, um dos fundadores da Associação Bahiana de Imprensa e Cosme de Farias, jornalista, rábula e político, conhecido como exímio defensor dos pobres.

Primeira a fazer intervenção na mesa, Cleidiana Ramos agradeceu o convite da ABI em especial pela associação defender os interesses da categoria jornalística. Doutora em antropologia, Cleidiana contou que a imprensa abolicionista teve grande relevância na história do Brasil, assim como jornalistas que conquistaram a liberdade, como é o caso de Luiz Gama. De acordo com a jornalista e professora da Universidade Estadual da Bahia (UNEB), “esses exemplos mostram que a imprensa teve seu papel”, conta. 

Cleidiana elucidou a ligação histórica entre os editoriais das redações brasileiras com a Declaração Universal adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1948. Mas ressalvou que, no entanto, nem sempre esses códigos de ética dos veículos são cumpridos na prática. “Está lá nesses editoriais que eles vão lutar pela liberdade de pensamento, contra qualquer tipo de discriminação, mas a gente sabe que na prática não é bem isso”, lamenta. 

Samuel Vida, professor de Direito da Universidade Federal da Bahia e coordenador do Programa Direito e Relações Raciais (PDRR/UFBA), frisou a necessidade de resgatar alguns elementos para uma melhor compreensão do que foi, e ainda continuar a ser o pós 14 de maio. “O mais importante deles diz respeito a uma atualização do debate sobre o que é racismo. O debate sobre o tema nos últimos 20 anos experimentou uma mudança e uma maior visibilidade que fez com que as pessoas imaginassem que temos entendimento, diagnóstico suficientes e propostas de correção postas às mesas pelas instituições, e isso me parece um equívoco”. 

De acordo com Samuel, é evidente o avanço do debate graças à luta dos movimentos negros mas, para ele, é também nítido que persistem dificuldades agudas. “A maior parte das pessoas e das instituições, inclusive, da imprensa, reproduzem uma lógica de limitação do racismo a uma idéia de patologia individual, uma perversão moral fruto da ignorância, fruto de uma má vontade, de algum defeito de caráter, como se o racismo fosse apenas essa manifestação individual e subjetiva de ódio e de perseguição”, alertou.

Para Yuri Silva, além de uma articulação que delibera poder à população branca brasileira, o racismo se constitui na política, fazendo com que os negros sejam as pessoas que estão na fila do Sistema Único de Saúde esperando para serem atendidos, os que estão também no Instituto Médico Legal (IML), nos necrotérios e ainda, integrando os dados da população mais afetada por meio das contaminações do novo coronavírus. Para ele, “não existe  estado democrático de direito, não existe combate ao fascismo, sem o combate prioritário ao racismo” e ter certeza disso “é garantir que um projeto pós-Bolsonaro, que substitua o fascismo que atualmente está comandando a política nacional, seja de fato um projeto emancipador”, defendeu Yuri. 

“A gente vive guiado ou teleguiado por uma elite que é incapaz de reconhecer o Brasil como ele é, o Brasil na sua diversidade, o Brasil negro, feminino, dos quilombos, dos terreiros”, disse Yuri. 

No debate, estiveram também presentes os diretores da Associação Bahiana de Imprensa, Raimundo Marinho e Amália Casal Rey, que fizeram intervenções ao final da mesa. Assistiram ao evento o vice-presidente, Luís Guilherme Pontes Tavares e o suplente do Conselho Fiscal da entidade, Luiz Hermano Abbehusen, além de outras personalidades importantes do jornalismo baiano e da luta anti-racista. 

Para Cleidiana, Samuel e Yuri, as comemorações do dia 13 de maio são dúbias, mas é unânime a consciência de que a institucionalização da liberdade dos povos africanos e afro-brasileiros da escravidão não ocorreu por um gesto de bondade. De acordo com Samuel Vida, esse foi um processo de cooptação de conquista por meio do Estado, já que, antes de 1888, muitos homens e mulheres negras lutaram e conseguiram emancipar legalmente pessoas em condição de escravidão no Brasil.

Perdeu a transmissão ao vivo? Assista aqui:

*I’sis Almeida é estagiária da ABI sob a supervisão das jornalistas Joseanne Guedes e Simone Ribeiro

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ABI BAHIANA

ABI promove live “14 de maio de 1888 – O dia que ainda não acabou”

Nesta sexta-feira (14), a partir das 10h, a Associação Bahiana de Imprensa promoverá a mesa redonda “14 de maio de 1888 – O dia que ainda não acabou”, transmitida pelo canal da entidade no YouTube. O evento debaterá a crise social e sanitária vivida pelo país a partir de uma reflexão histórica sobre o dia seguinte à abolição da escravatura, marcada oficialmente pelo questionado episódio da Lei Áurea, sancionada em 13 de maio de 1888. O advogado, professor e ativista Samuel Vida e os jornalistas Yuri Silva e Cleidiana Ramos debaterão o assunto com a mediação do jornalista Ernesto Marques, presidente da ABI.

Samuel Vida é advogado, professor de direito da UFBA e Ucsal, militante do Movimento Negro e Secretário Executivo do AGANJU. Atual coordenador de Direitos Humanos do Instituto para Reforma das Relações Entre Estado e Empresa (IREE), Yuri Silva também coordena o Coletivo de Entidades Negras (CEN). Cleidiana Ramos é jornalista, doutora em antropologia e professora visitante na Uneb (Campus XIV, Conceição do Coité).

Para o presidente da ABI, a pandemia revela de forma ainda mais cruel as feridas abertas no último país do mundo a abolir a escravidão. “O vírus ataca pessoas indistintamente, mas é óbvio que nem todos estão expostos da mesma maneira às consequências da pandemia, sobretudo às consequências econômicas”, argumenta Marques. Segundo o jornalista, a crise sanitária só aprofundou as desigualdades sociais e impõe a necessidade de a sociedade brasileira encarar a questão sem subterfúgios. “Nossa intenção é incorporar esta temática na agenda institucional da Associação Bahiana de Imprensa, porque sabemos do nosso papel na negação ou reafirmação de todas as mazelas que podem ser resumidas no conceito de racismo estrutural”, afirma o presidente.

SERVIÇO:

Live “14 de maio de 1888 – O dia que ainda não acabou”

Dia 14 de maio, às 10h

Transmissão pelo Youtube da ABI – https://youtu.be/HpGlLxb8ATc

Mais informações: (71) 98791-7988 | [email protected]

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Notícias

Seminário da UFSB aborda produção intelectual negra no Brasil

No dia 13 de maio, data em que se reflete sobre a chamada “abolição incompleta”, o Grupo de Pesquisa Pensamento Negro Contemporâneo, da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), inicia suas atividades públicas para 2021. No âmbito do projeto de Extensão “Jornada do Novembro Negro”, que está em seu terceiro ano, será realizado o “Seminário Pensamento Negro Insurgente”. O evento prevê duas mesas de debates e reflexões sobre a produção intelectual negra no Brasil. A abertura, às 9h, discutirá sobre o documentário “Emicida: Amarelo – É tudo pra ontem”. Na sequência, será feita às 14h uma introdução às obras dos intelectuais Milton Santos e Joel Rufino dos Santos, com um debate sobre as suas contribuições ao pensamento negro brasileiro. As inscrições podem ser feitas neste formulário.

Pela manhã, o encontro debaterá sobre o documentário da Netflix “Emicida: Amarelo – É tudo pra ontem”, com a presença do roteirista do filme, o editor, escritor e pesquisador Toni-C, e do professor e pesquisador da obra Felipe Choco. Peça audiovisual que percorre a história da cultura negra insurgente brasileira nos últimos cem anos, a mesa terá como mediador o professor e mestrando do PPGER-UFSB Thawan Dias e o professor Richard Santos – PPGER- CFAC (UFSB) como debatedor. 

Dando sequência à abertura das atividades, no período vespertino ocorrerá a mesa “Intelectualidade Negra Insurgente”, uma introdução à obra do geógrafo, cientista e jornalista Milton Santos; e do historiador e escritor carioca Joel Rufino dos Santos, proporcionando uma reflexão sobre suas contribuições enquanto intelectuais do Pensamento Negro Contemporâneo e Insurgente brasileiro. “Um encontro que também busca visibilizar suas trajetórias frente a uma academia branca”, afirma a organização do evento.

A mesa será conduzida pela professora e mestranda Daniele Almeida e terá a presença dos professores Fernando Conceição (UFBA) e Amauri Mendes Pereira (UFRRJ). O debate ficará a cargo da professora Maria do Carmo Rebouças (PPGER-UFSB). 

Serviço

Seminário do Pensamento Negro Insurgente

Dia – 13 de maio – Mesa I 9:00 às 11:00 – Mesa II – 14 às 16 horas

Local – UFSB Campus Sosígenes Costa – Modo remoto

Inscrições pelo formulário: https://forms.gle/ZDHge9PWBc1AXiPv5 

O link para a transmissão em sala fechada será divulgado por e-mail 60 minutos antes do início de cada sessão.

*Informações do Centro de Formação em Artes e Comunicação da Universidade Federal do Sul da Bahia

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