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Mesa-redonda no IGHB homenageia Luiz Gama

O Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB) sediou uma mesa-redonda em homenagem ao abolicionista Luiz Gama (1830-1882), responsável pela alforria de mais de 500 pessoas escravizadas. O baiano notabilizou-se no país desde a segunda metade do século XIX por causa da sua atuação como jornalista, poeta e advogado. Na noite da última quinta-feira (20), Dia Nacional da Consciência Negra, ele foi lembrado no evento promovido pelo Instituto dos Advogados da Bahia, Associação Bahiana de Imprensa (ABI), Academia de Letras Jurídicas da Bahia, Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região, Procuradoria Regional do Trabalho da 5ª. Região, Fundação Instituto Feminino da Bahia, Superintendência Regional do Trabalho, jornal Tribuna da Bahia e o próprio IGHB.

A mesa-redonda realizada no salão nobre do IGHB foi marcada pelas surpresas da entrega da Medalha Luiz Gama, do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) ao jurista Antonio Luiz Calmon Teixeira, organizador do evento e presidente do Instituto do Advogados da Bahia (IAB) e pela performance do poeta Jansen, do Coletivo Libertai, que recitou no encerramento “Navio Negreiro”, de Castro Alves (1847-1871). “Foi uma incontrolável homenagem ao abolicionista Luiz Gama e ao Dia da Consciência Negra”, ressaltou o poeta. Antes das exposições da mesa, Jansen já havia se juntado a Márcio Luiz, também integrante do Coletivo Libertai – que há cerca de quatro anos homenageia o abolicionista Luiz Gama com evento no Largo do Tanque – para recitar o famoso “Quem sou eu?” (conhecido popularmente como “Bodarrada”), de Gama, versos com o quais o poeta rebate o preconceito e defende a igualdade.

De acordo com Antônio Luiz Calmon Teixeira, o objetivo do encontro foi homenagear um dos maiores líderes libertários do século XIX. “Queremos homenagear um homem negro, que no século XIX surgiu como um meteoro em São Paulo na defesa de pessoas escravizadas, na luta pelo abolicionismo, advogado, jornalista e poeta. Um homem público, que em um ambiente hostil ao negro, conseguiu ser admirado e respeitado por Rui Barbosa, Castro Alves e Joaquim Nabuco”.

Para o ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Horácio Pires, a mesa-redonda deve ser vista como o resgate de uma memória. Ele acentuou a contribuição de Gama à interpretação da legislação brasileira do século XIX e informou que as sentenças obtidas pelo advogado contribuíram para o aperfeiçoamento das leis brasileiras de então. “Ele foi um baiano que brilhou em São Paulo, mas a Bahia não deu o devido valor sobre a obra que ele realizou na história. Estamos aqui para homenageá-lo e, sobretudo, para resgatar essa história”, afirmou.

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Já o jurista Técio Lins e Silva, destacou a contribuição dada por Luiz Gama à advocacia de sua época e fez comparou a atuação de Gama diante dos magistrados com as dificuldades enfrentadas pelos advogados perante os tribunais dos períodos ditatoriais brasileiros do século XX. “Ele foi um mestre da advocacia sem nunca ter se formado. Defendia os escravos se utilizando dos ordenamentos do Direito formal imperial da época, usando mecanismos da lei brasileira. Trabalhou contra os castigos e açoites, atuando com generosidade e talento”.

Segundo o vice-presidente do IGHB, Eduardo Moraes de Castro, cultuar grandes nomes da história é uma contribuição dada pelo Instituto. “Estamos oferecendo este registro à comunidade e tenho certeza que daqui há 50 ou 100 anos muitos irão procurar saber sobre esse encontro. Estamos falando de um grande nome da história em um período em que falamos de liberdade e igualdade”, ressaltou.

Membro da Academia de Letras da Bahia, o escritor Joaci Góes previu que a partir de agora o abolicionista Luiz Gama será cada vez mais cultuado pelos baianos. Também prestigiaram a homenagem Newton Cleyde, Antônio Luiz Calmon Teixeira, Lamartine Lima, Adélia Marilyn e diretores da ABI, Aloísio da Franca Rocha Filho, Luis Guilherme Pontes Tavares e Valter Lessa.

Com informações da Tribuna da Bahia/Luis Guilherme Pontes Tavares

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IGHB sedia homenagem ao abolicionista baiano Luiz Gama

No Dia Nacional da Consciência Negra, 20 de novembro, o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB) vai receber uma mesa redonda em homenagem ao abolicionista Luiz Gama, responsável pela alforria de mais de 500 escravos. O baiano, que era mestiço, notabilizou-se no país desde a segunda metade do século XIX por causa da sua atuação como jornalista, poeta e advogado. Nesta quinta-feira (20), ele será lembrado no evento promovido pelo Instituto dos Advogados da Bahia, Associação Bahiana de Imprensa (ABI), Academia de Letras Jurídicas da Bahia, Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região, Procuradoria Regional do Trabalho da 5ª. Região, Fundação Instituto Feminino da Bahia, Superintendência Regional do Trabalho, jornal Tribuna da Bahia e o próprio IGHB.

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A mesa será composta pelo Ministro aposentado do Tribunal Superior do Trabalho, Horacio Pires, pelo Presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros Técio Lins e Silva e pelo Membro da Academia de Letras da Bahia, escritor e jornalista Joacy Góes.

Busto de Luiz Gama no Largo do Tanque-Salvador_reduzida
Busto de Luiz Gama, no Largo do Tanque (Liberdade), em Salvador – Foto: Reprodução

Em agosto, na passagem dos 132 anos do falecimento de Luiz Gama, o poeta foi homenageado durante aula pública promovida em Salvador pela Associação Bahiana de Imprensa (ABI), em parceria com o Coletivo Libertai. O evento reuniu artistas da música, poesia e outras expressões culturais e artísticas, no Largo do Tanque (Liberdade), local que ostenta um busto daquele que é considerado um dos mais ativos abolicionistas brasileiros. Desde 2012, a ABI dirige sua atenção ao soteropolitano nascido no bairro da Mouraria, em reverência à sua contribuição no processo de abolição no Brasil, através de sua poesia satírica que combate o racismo.

SERVIÇO

O que: Mesa Redonda em homenagem a Luiz Gama
Quando: 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, às 18 h
Onde: Auditório do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (Avenida Joana Angélica, nº 43 – Piedade).

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Combate ao racismo marca homenagem a Luiz Gama

Na passagem dos 132 anos de seu falecimento, o jornalista, advogado e poeta brasileiro Luiz Gama foi homenageado durante aula pública promovida pela Associação Bahiana de Imprensa (ABI), em parceria com o Coletivo Libertai. O evento realizado neste domingo (31) reuniu artistas da música, poesia e outras expressões culturais e artísticas, no Largo do Tanque (Liberdade), local que ostenta um busto daquele que é considerado um dos mais ativos abolicionistas brasileiros. Desde 2012, a ABI dirige sua atenção ao soteropolitano nascido no bairro da Mouraria, em reverência à sua contribuição no processo de abolição no Brasil, através de sua poesia satírica que demole o racismo.

Estudioso da obra de Luiz Gama, o professor Silvio Roberto Oliveira rememorou a trajetória do poeta e sua luta diante da sociedade colonizadora. “Importante trazê-lo para o mundo atual, em que o racismo é uma doença crônica. O Brasil é um país doente e temos vários exemplos disso. Luiz nos ensinou a combater essa prática. A luta dele não terminou, continua viva em todos nós. Seus libelos servem para que não nos esqueçamos de lutar”, ressalta o autor da tese intitulada “Gamacopéia: ficções sobre o poeta Luiz Gama”.

Tributo Luiz Gama 2014-Foto-Márcio Luis
Busto de Luiz Gama, no Largo do Tanque (Liberdade) – Foto: Márcio Luis/Coletivo Libertai

O presidente da ABI, Walter Pinheiro, ressaltou a luta da entidade em defesa das liberdades de imprensa e expressão, bem como dos direitos humanos e do meio ambiente, além da procura constante pelo enaltecimento dos grandes vultos que marcam a história baiana e brasileira. De acordo com o dirigente, a obra de Luiz Gama deve ser eternizada. “Luiz Gama conseguiu libertar cerca de 500 escravos, marcando uma posição admirável na comunidade de sua época, a ponto de ensejar um funeral com mais de 3 mil pessoas, em uma São Paulo que tinha aproximadamente 40 mil habitantes. Isso não pode ser desconsiderado.

“Luiz Gama travou uma batalha muito grande contra os atos de racismo, que foi personificado naquela época pela escravidão. Mas, dizer que o racismo acabou é balela. No Brasil, o racismo continua. De forma que esse trabalho que Márcio desenvolve é algo a ser aplaudido e incentivado, para que a gente possa lutar pela igualdade e pelo benefício de toda a comunidade, exatamente no momento em que as notícias de racismo estão espalhadas. Luiz Gama vive!”, afirmou.

Walter Pinheiro foi questionado sobre a atuação da ABI no combate à criminalização dos jovens negros pela mídia, quando um dos participantes repudiou a postura de programas populares que expõem acusados na televisão. “A ABI tem ações nessa linha. Há quatro anos, junto com o Sinjorba [Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia] mobilizamos os órgãos do Executivo e o Ministério Público da Bahia para impedir essa prática. Houve um TAC [Termo de Ajustamento de Conduta] para uma das emissoras flagradas em situações deletérias. Com o passar do tempo, a mesma emissora voltou a exibir cenas semelhantes, em que pessoas negras eram ridicularizadas e humilhadas e, novamente, nos pronunciamos. Nossa luta é permanente”, explicou o presidente.

Tributo Luiz Gama 2014- Foto: Márcio Luis/Coletivo Libertai
Foto: Márcio Luis/Coletivo Libertai

Para Márcio Luis, presidente do Coletivo Libertai, é importante o conhecimento da história, que, segundo ele, é sempre contada de forma deturpada. Ele se uniu ao poeta Jansen Nascimento, para declamar “Bodarrada”, nome popular do poema “Quem sou eu?”, escrito por Luiz Gama e editado em 1859. “Bode” é o apelido com que tentavam ridicularizar os que, tal qual Gama, eram negros. Já o poeta Edgar Velame levou Gregório de Matos e Augusto dos Anjos, em um recital cheio de emoção e protesto visceral contra as mazelas da Salvador atual.

“O fundamental é fazer a aproximação com um polo e cultura extremamente vivo. Cultura que é reclamada pela população marginalizada e excluída. Precisamos transcender as paredes da instituição. Temos que ir às ruas e olhar de perto o que está acontecendo”, afirmou o diretor de Cultura da ABI, Luis Guilherme Pontes Tavares, que agradeceu as presenças do diretor da ABI, Valter Lessa; do presidente do Instituto dos Advogados da Bahia, Antonio Luis Calmon Teixeira; e do presidente da Associação Protetora dos Desvalidos (SPD), Atharcilio Barreto.

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ABI promove aula pública sobre o abolicionista baiano Luiz Gama

Neste domingo (31), a partir das 10h, no Largo do Tanque, a Associação Bahiana de Imprensa (ABI), em parceria com o Coletivo Libertai, promove mais uma homenagem ao jornalista, poeta e advogado Luiz Gama, cujo busto foi colocado ali pela Fundação Gregório de Mattos, órgão da Prefeitura Municipal de Salvador. A ABI promoverá a aula pública a céu aberto que será ministrada pelo professor Silvio Roberto Oliveira, titular da UNEB, e autor de estudo sobre a poesia de Gama.

O evento de domingo seguirá durante a tarde, sob o comando do Coletivo Libertai, promovendo oficinas de malabares e customização de máscaras, intervenções poéticas e apresentação das bandas “Vivi Akwaaba”, “Val da Mata e a Barca”, “Fumêsoul” e “A rua se conhece”, cujos músicos residem, em sua maioria, na Liberdade e em São Caetano. Este é o quarto ano consecutivo que o Coletivo, sob o comando do animador cultural Márcio Luis, promove o Tributo a Luiz Gama.

LUIZ GAMA

Cartaz do Tributo a Luis Gama 2014O baiano Luiz Gama notabilizou-se no país desde a segunda metade do século XIX por causa da sua atuação como jornalista, poeta e advogado (rábula). Sua atuação como abolicionista rendeu a alforria a mais de 500 escravizados. Mas esse reconhecimento se deu muito mais em São Paulo, devido aos primeiros anos trágicos da vida dele. Filho da negra Luiza Mahin com português de posses, porém de identificação ignorada, Luiz, apesar de ter nascido livre, foi vendido como escravo pelo próprio pai, que se encalacrara no jogo.

Luiz Gama seguiu para Santos (SP) junto a um lote de escravos e foi adquirido por fazendeiro do interior paulista. O filho do seu proprietário, em férias na fazenda, alfabetizou Gama, cujas aspirações pela liberdade ele não escondia. Daí a fuga e a brava luta para confirmar-se como livre. Atuou no serviço público, como escrivão de delegacia, e aproximou-se, na capital paulista, daqueles que lutavam pela abolição. Foi parceiro de Ruy Barbosa no jornalismo, assim como do italiano Angelo Agostini, famoso ilustrador de publicações pelas quais Gama passou.

O culto a Luiz Gama é maior em São Paulo. Há busto dele no Largo do Arouche, no centro da cidade, e seu túmulo, no Cemitério da Consolação, é mantido até hoje, sempre limpo e com flores. Seu velório, em 1882, é apontado como o mais concorrido de São Paulo. Centenas de pessoas conduziram seu esquife desde o Brás até a Consolação, o povo o homenageando pelo destemor e respeito com que ele passou na vida.

A bibliografia a respeito de Luiz Gama é numerosa e alguns estudos foram produzidos como teses da Unicamp (Universidade Estadual da Campinas). É exemplo, o estudo “Gamatopéia”, com o qual o professor Silvio Roberto foi aprovado no doutorado de Letras daquela universidade. Gama, ademais, é patrono de uma as cadeiras da Academia de Letras de São Paulo. Na Bahia, devido à Revolta dos Malês, conduzida na Salvador de 1835 por negros islamizados, os estudos estão mais voltados para a mãe de Gama, Luiza Mahin, que teria participado do levante.

A ABI dirige sua atenção para o abolicionista desde 2012. Em 21 de junho daquele ano, dia em que ele nascera em 1830 num sobrado da Mouraria, bairro central de Salvador, o presidente da ABI, jornalista Walter Pinheiro, foi, em companhia de diretores, ao Largo do Tanque depositar flores ao pé do busto de Luiz Gama. Naquele ano e em 2013, a ABI compareceu ao evento comandado apenas como observadora. Em 2014, no entanto, resolveu fechar corrente com o Coletivo Libertai e promover a aula.

*Por Luis Guilherme Pontes Tavares – Diretor de Cultura da ABI

 

SERVIÇO 

O que: Aula Pública – Tributo a Luiz Gama

Quando: 31 de agosto de 2014, às 10h

Onde: Largo do Tanque

Quanto: Gratuito

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