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Revista sobre Ruy Barbosa é lançada na rede estadual de ensino

A rede estadual de ensino da Bahia conta com 1.075 unidades escolares, 230 apenas em Salvador, totalizando cerca de 700 mil alunos. Uma parceria entre o Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE-BA), Tribunal de Contas dos Municípios do Estado da Bahia (TCM-BA), o Instituto Rui Barbosa (IRB) e o Governo do Estado, através da Secretaria da Educação, vai levar para essa turma a história de uma mais brilhantes da história do Brasil: o jurista, jornalista e político Ruy Barbosa.

“Casa da Palavra Ruy Barbosa”, imóvel onde nasceu o jurista, é retratada na publicação

Nesta quarta-feira (24), as instituições promovem o lançamento da revista “Ruy – do Sonho à Realidade”. O evento acontece às 15h, no Teatro da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), no bairro do Cabula.

Com ilustração do cartunista Gentil e roteiro do jornalista Chico Castro, um dos editores do Grupo A Tarde, a revista em quadrinhos apresenta o patrono dos Tribunais de Contas às novas gerações, por meio de uma linguagem inovadora. A história em quadrinhos foi lançada no 1º de março de 2023, data que marca o centenário de morte do Águia de Haia.

As instituições esperam que a obra seja utilizada como material de apoio a atividades didáticas, em escolas públicas e privadas, e em ações de estímulo ao exercício da cidadania. Criador do Tribunal de Contas da União (TCU), Ruy Barbosa marcou a história do controle, atuando a serviço da sociedade.

A obra que mistura ficção e realidade narra aventuras desde a infância do aluno prodígio à fase adulta do exponencial jurista. Revela, ainda, suas campanhas em defesa da abolição da escravatura.

A programação prevê um bate-papo entre o ator Antônio Pietro, que estrelou o vídeo de apresentação da revista no Congresso Internacional de Controle e Políticas Públicas, ocorrido em março, e o roteirista Chico Castro.

Nascido em Salvador no ano de 1849, Ruy Barbosa viveu até os 16 anos na Rua Ruy Barbosa (antiga Rua dos Capitães), no imóvel que abriga o Museu Casa de Ruy Barbosa, pertencente à Associação Bahiana de Imprensa – em breve, o local, agora batizado de Casa da Palavra Ruy Barbosa, passará por reestruturação. Ele se destacou nacionalmente na então capital federal, o Rio de Janeiro, estado onde faleceu em 1º de março de 1923, na cidade de Petrópolis.

  • Confira abaixo o vídeo do lançamento da Revista sobre Ruy Barbosa no VIIII Congresso Nacional de Controle e Políticas Públicas.

Serviço

Lançamento da revista “Ruy – Do sonho à realidade” na rede estadual de ensino
Data: 24/05, às 15h
Local: Teatro da Univerdade do Estado da Bahia (UNEB) – Rua Silveira Martins, 2555, Cabula

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Artigos

Rubem Nogueira, uma vida dedicada à biografia de Ruy Barbosa

Cláudia Albagli Nogueira*

No último dia 1 de março foi feita homenagem póstuma pela Associação Baiana de Imprensa (ABI) a meu avô, Rubem Nogueira, dando o seu nome a uma medalha entregue a propósito da passagem do centenário de morte de Ruy Barbosa. De fato, a biografia de Rubem Nogueira de alguma maneira se entrelaça à vida de Ruy Barbosa, considerando o quanto se dedicou ao estudo da vida e obra da “Águia de Haia”. Escreveu e publicou inúmeros textos e livros que percorrem a história de Ruy da sua infância ao seu leito de morte, fato esse reconhecido pelos inúmeros depoimentos que vão reproduzidos nas suas publicações. 

Cresci vendo as prateleiras do gabinete de meu avô forradas pelos trabalhos de Ruy Barbosa, assim como me habituei a vê-lo de cabeça baixa anotando (sim, meu avô escrevia à mão) textos, informações, fragmentos, para aquilo que viria a ser, certamente, mais um livro ou documento sobre Ruy Barbosa. Mas o que teria movido meu avô a dedicar parte de sua vida a estudar Ruy? Quando começou esse interesse e de que forma ele reuniu tanto sobre a vida de Ruy? São perguntas que me fiz ao pensar na homenagem e que busquei resposta. 

Em sua obra autobiografia, “O homem e o Muro”, Rubem Nogueira deixa a certa altura escapar que desde o seu tempo de estudante passou a se interessar por Ruy Barbosa e a guardar tudo aquilo que achava sobre ele, desde textos até obras que reunissem participações de Ruy em sua vida parlamentar, como Ministro, ou, ainda, da sua vida como advogado ou jornalista. Considerava-o um gênio. O resultado disso é que logo o seu primeiro livro publicado sobre Ruy Barbosa – “O advogado Ruy Barbosa” – foi premiado em concurso instituído por lei quando do governo baiano de Octávio Mangabeira. No mesmo ano de 1949, a propósito do centenário de nascimento de Ruy Barbosa, outra obra de Rubem Nogueira foi premiada, o livro “História de Ruy Barbosa”, que ganhou prêmio como melhor biografia sintética de Ruy. Esta obra, inclusive, foi reeditada em 1999 pela Casa de Ruy Barbosa, em celebração aos 150 anos do seu nascimento, o que reforça a sua importância. 

Poderia meu avô ter se satisfeito com essas duas obras que alcançam boa parte da vida de Ruy Barbosa, mas não foi o que aconteceu. Ainda publicou as seguintes obras: RUY BARBOSA E A TÉCNICA DA ADVOCACIA (1956), RUY, a defesa dos bispos e a questão do foro dos crimes militares (1971), RUY BARBOSA contemporâneo do futuro (2006) e RUY BARBOSA, COMBATENTE DA LEGALIDADE (2007). 

Como se vê, não é pretensão dizer que a biografia de Rubem Nogueira se entrelaça à de Ruy Barbosa, ele se dedicou até os seus últimos anos a escrever sobre as múltiplas faces daquele que para muitos é o maior jurista brasileiro: Ruy BARBOSA. Foi incansável nesse propósito. 

Peço licença, ao final, para trazer o comparativo de meu avô com Ruy Barbosa em um aspecto, ambos dedicaram a sua vida à causa pública e assim o fizeram com absoluta ética até o final das suas vidas.

Meu avô em 25/1/2010, cercado pelo carinho de sua amada Gilka, dos seus filhos e netos, deixando como maior legado, além de seus escritos aqui já mencionados, uma existência pautada pela coerência e pela ética. Salve a bela homenagem da ABI.

Texto publicado originalmente no site Migalhas: https://www.migalhas.com.br/depeso/382596/rubem-nogueira-uma-vida-dedicada-a-biografia-de-ruy-barbosa

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*Cláudia Albagli Nogueira é professora da Faculdade de Direito da UFBA e da Faculdade Baiana de Direito.

Nossas colunas contam com diferentes autores e colaboradores. As opiniões expostas nos textos não necessariamente refletem o posicionamento da Associação Bahiana de Imprensa (ABI)

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As flores de Ruy Barbosa

*Nelson Cadena

As floriculturas do Rio de Janeiro, este segmento foi o mais ativo, entre os dias 02 de março de 1923 (sexta feira), o dia seguinte ao falecimento de Ruy Barbosa – cujo centenário transcorreu ontem – e domingo, 04 de março, quando milhares de pessoas foram às ruas acompanhar o cortejo fúnebre do ilustre baiano. As floriculturas trabalharam como nunca para atender uma demanda de coroas de flores que beirou o exagero.

Reprodução/ Revista O Malho

Foram tantas as coroas de flores encomendadas por instituições e particulares que foi preciso locar caminhões para auxiliar o translado das coroas no longo percurso entre a Biblioteca Nacional e o cemitério João Baptista, o esquife conduzido entre alas de militares, a cavalo e em fila indiana, promovendo as continências de praxe. Dois arranjos florais chamaram a atenção da multidão: as encomendadas pelo Governo do Brasil e a do Presidente da República, Arthur Bernardes.

Diligentemente confeccionadas na Floricultura Mineira de Carlos Sommer, a do governo brasileiro tinha oito metros de altura, a do presidente Arthur Bernardes, pessoa física, tinha 6, 5 metros, a primeira ostentando em faixa-fita de seda, com largura em torno de 20 cm, a legenda “Ao glorioso brasileiro que tanto serviu e honrou a nação”. O artista que confeccionou os arranjos, o Sr. Sommer, tinha sido um dos premiados na monumental Exposição do Centenário da Independência realizada no ano anterior, obteve Menção Honrosa e a Taça do Estado.

Ruy Barbosa foi conduzido até o jazigo entre flores, muitas, ele que amava as flores e cuidava com esmero dos jardins das suas residências no Rio de Janeiro e Petrópolis. Ruy Barbosa amava as rosas, apreciava dálias e orquídeas e várias espécies de palmeiras. O Conselheiro acordava cedo e cultuava o hábito de visitar o jardim; ele próprio cortava as palmas e folhas secas e certamente contava com um jardineiro para o auxiliar na tarefa, já que o jardim de sua casa na capital era grande e muitas as espécies cultivadas. A área total de sua residência, hoje sede da Fundação Ruy Barbosa, tinha 9 mil metros quadrados.

Em 1949, no ensejo das comemorações do centenário de nascimento do baiano, a Holanda homenageou o Conselheiro plantando 25 bulbos da Dahlia Variabis, nos Jardins do Palácio da Paz, em Haia, lhes deu o nome de Dália Ruy Barbosa, em referência a sua performance diplomática na Segunda Conferência Internacional da Paz, em 1907, quando reivindicou a igualdade entre as nações. O vice-presidente da ABI, Luís Guilherme Pontes Tavares, colheu a informação da flor que recebeu o nome do Conselheiro, na revista argentina “Brasil de Hoy”, do acervo da entidade. Registrou que a Dália era da “cor vermelho carmesim, aveludado profundo, com sombras escuras”.

Carlos Chiacchio, o notável intelectual baiano, na revista Jornal de Ala, edição de setembro de 1940, escreveu: “Teremos também o nosso monumento a Ruy. Mas que flores seriam as prediletas de nosso grande homem? Li, não sei onde, que rosas. Ruy amava as rosas, os canteiros de rosas, que jardinava todas as manhãs, das próprias mãos, do gosto plástico que nos encheu de rosas o jardim da língua. Que floresçam, pois, rosas, para o monumento a Ruy, rosas da Bahia, rosas do Brasil. Todas as rosas, as mais bonitas rosas do mundo”. O monumento a que o escritor se refere e que seria erguido em praça pública, nunca saiu do papel, um modo de dizer. A maquete em gesso, obra do notável escultor italiano Pasquale de Chirico, faz parte do acervo do Museu Casa de Ruy Barbosa da ABI que neste ano, após reforma do imóvel e implantação do projeto expográfico da autoria de Gringo Cardia, passara a ser denominado de Casa da Palavra Ruy Barbosa.  

[Artigo originalmente publicado pelo Jornal Correio*, nesta quinta-feira, 2]

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*Nelson Cadena é jornalista, pesquisador e publicitário. Diretor de Cultura da ABI.
Nossas colunas contam com diferentes autores e colaboradores. As opiniões expostas nos textos não necessariamente refletem o posicionamento da Associação Bahiana de Imprensa (ABI)
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Professor Edvaldo Brito recebe Medalha do Mérito Jurídico Ruy Barbosa

O professor Edvaldo Brito (PSD), jurista e vereador de Salvador, foi homenageado na noite de quarta-feira, 1ª de março, pelo Tribunal de Justiça da Bahia. A cerimônia abriu as celebrações da instituição para o centenário da morte de Ruy Barbosa. Na solenidade, no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador, Brito recebeu a Medalha do Mérito Jurídico Ruy Barbosa, pelos relevantes serviços prestados à Bahia e ao país.

A comenda criada em 1999, uma das mais importantes distinções conferidas pelo Poder Judiciário baiano, só havia sido outorgada quatro vezes, sendo a última em 2007.

O professor Edvaldo Brito destacou o seu compromisso com a Justiça e com o cidadão que busca seus direitos. “Agradeço ao Tribunal de Justiça da Bahia, em nome dos Desembargadores Nilson Castelo Branco, Lidivaldo Britto e Lourival Trindade, por me proporcionarem viver um dos momentos mais honrosos da minha carreira. Muito emocionou-me receber, ao lado da minha família, a Medalha do Mérito Jurídico Ruy Barbosa, no dia do centenário da sua morte, e no local onde fica a sua urna de restos mortais. Muito obrigado”, declarou, diante de uma plateia lotada.

Nos dias 09 e 10 de março, o Tribunal baiano realiza o Seminário “Ruy Barbosa, do Império à República, uma vida dedicada à Nação”. Serão dois dias de exposições, abordando 11 temas, no Auditório Desembargadora Olny Silva, no edifício-sede do TJBA (Centro Administrativo da Bahia).

Outras homenagens

Pela manhã, Edvaldo Brito prestigiou a homenagem feita pela ABI a Ruy, com a outorga da Medalha Rubem Nogueira, no Auditório Samuel Celestino. A honraria é destinada a personalidades e instituições que contribuíram com o Museu Casa de Ruy Barbosa, hoje batizado de Casa da Palavra Ruy Barbosa.

Na ocasião ele, que preside o colegiado de instituições responsáveis pela agenda do centenário da morte de Ruy, destacou a surpresa com o êxito do início das comemorações. “Eu nem pensei que o resultado desse 1º de março de 2023 fosse tão proveitoso. Esse momento simboliza o início de uma campanha maravilhosa pela restauração da Casa de Ruy Barbosa.”

Pela tarde, Brito proferiu a palestra de abertura do VIII Congresso Internacional de Controle e Políticas Públicas, promovido de forma conjunta pelo Instituto Rui Barbosa (IRB), Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE-BA) e Tribunal de Contas dos Municípios do Estado da Bahia (TCM-BA).

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