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ABI celebra cinco anos da Seccional Norte-Nordeste

Em uma manhã de debates e homenagens, a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) comemorou os cinco anos de criação da Seccional Norte/Nordeste da entidade, cuja sede regional está situada em Feira de Santana. O evento realizado nesta quinta (25), na Associação Comercial e Empresarial de Feira de Santana (ACEFS), foi coordenado pelo presidente da ABI, Antonio Walter Pinheiro, e reuniu diretores da entidade, profissionais da imprensa e representações políticas. O encontro teve como palestrante o presidente da assembleia-geral da ABI e sócio-diretor do site Bahia Notícias (BN), o jornalista Samuel Celestino, que traçou o cenário do sistema político atual no Brasil, segundo ele, amplamente atingido pela corrupção.

O presidente da Seccional Norte/Nordeste da ABI, Jair Cezarinho, abriu as comemorações exibindo um vídeo sobre o nicaraguense Tony Melendez, que nasceu sem os dois braços devido a uma deficiência causada por um remédio para enjoo chamado Talidomina, ingerido por sua mãe durante a gravidez. Nas imagens, ele não apenas toca violão com os pés, como faz tudo que uma pessoa dita normal pode fazer, o que fez de Tony um exemplo de vida, no que diz respeito à superação de limites. Com base no vídeo, Cezarinho falou sobre os desafios encontrados pela entidade e agradeceu o apoio dos diretores, que transferiram a Reunião Ordinária da ABI para Feira de Santana, com o objetivo de comemorar os cinco anos da Seccional.

Seccional Feira_Foto: Joseanne Guedes/ABIWalter Pinheiro saudou a “princesinha do Sertão” pela passagem dos 181 anos de emancipação política, comemorados no último dia 18, e agradeceu a presença do prefeito do município, José Ronaldo de Carvalho. O presidente da ABI refletiu sobre o papel da imprensa e destacou a importância do trabalho de jornalistas nas recentes denúncias de corrupção envolvendo políticos brasileiros. Ele rejeitou as declarações da presidente Dilma Rousseff, que afirmou, no último dia 19, que “não é função da imprensa investigar”, ao se referir aos novos vazamentos do depoimento à Justiça do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, delator de esquema suspeito de pagamento de propinas na estatal.

“A ABI está atenta e sempre trabalhando para que o direito à liberdade de expressão do pensamento, que é a base da democracia, seja preservado em todo o país. Não podemos aceitar censura e infração aos direitos constitucionais que protegem a liberdade de imprensa, a exemplo do que ocorreu com a Revista IstoÉ, que teve uma edição recolhida por ordem judicial, após divulgar, segundo a sentença, “fatos desabonadores” ao governador do Ceará, Cid Gomes. O Poder Judiciário não pode cercear o trabalho de órgãos de comunicação para atender a apelos de autoridades”, afirmou o dirigente.

Com criticidade, a palestra do jornalista Samuel Celestino analisou a conjuntura política brasileira, a situação econômica do país e defendeu mudanças no sistema partidário. “A configuração do jogo político está baseada no divisionismo e no pluripartidarismo, com a maioria dos nossos representantes ávida pelos acordos, como é possível observar no escândalo que envolve a Petrobras. No atual esquema, mesmo que o governo tenha maioria, ele não governa efetivamente porque tem que responder às alianças. Eu defino o Brasil como o paraíso dos corruptos. A resposta é condenar a mídia por revelar os escândalos? Precisamos de uma reforma eleitoral. Não pode ficar como está”.

Ele também rejeitou as declarações de Dilma sobre o papel da imprensa. “É exatamente investigar que a imprensa tem que fazer. E o que faz desde que se começou o jornalismo investigativo no Brasil pós-ditadura. A denúncia parte de uma investigação”, defendeu. O diretor da ABI Agostinho Muniz discordou do palestrante e ponderou que no Brasil há um histórico de corrupção. Segundo ele, o problema não é exclusividade da força política atualmente no poder.

Celestino comemorou o resultado do “Plebiscito Constituinte” realizado na semana da pátria, entre os dias 1º e 7 de setembro, em que mais de 7 milhões de brasileiros votaram a favor de uma constituinte exclusiva para uma reforma política no país. O saldo do plebiscito feito por 477 organizações em todo o país foi divulgado na última quarta-feira (24), durante uma coletiva de imprensa na cidade de São Paulo. Mais de 6 milhões foram às urnas instaladas pelas entidades e outros 1,74 milhões votaram pela internet. Como não tinha um caráter legal, o objetivo da mobilização era demonstrar o desejo popular por mudanças no sistema político e pressionar o poder público a convocar um plebiscito oficial sobre a reforma política.

Durante a reunião, a Seccional N/NE homenageou personalidades e instituições que contribuem para o fortalecimento da comunicação na Bahia, entre elas o jornal Tribuna da Bahia; o jornalista Samuel Celestino; o presidente da Associação Baiana de Jornalismo Digital (ABJD) e sócio-executivo do site Bahia Notícias, Ricardo Luzbel; o advogado João Daniel Jacobina, defensor de profissionais de comunicação na Justiça; o diretor da ABI, Agostinho Muniz; e Marcilio Tavares Costa, jornalista da TV Subaé. Já a ABI, recebeu diploma honroso do arcebispo metropolitano Dom Itamar Vian, em nome da arquidiocese de Feira Santana.

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