ABI BAHIANA

Associação Bahiana de Imprensa repudia denúncia do MPF contra jornalista

A Associação Bahiana de Imprensa vem a público repudiar a decisão do Ministério Público Federal, ao denunciar o jornalista Glenn Greenwald sem que este tenha sido indiciado, muito menos investigado pela Polícia Federal na Operação Spoofing, que apura crimes de associação criminosa e interceptação telefônica de autoridades.

A ABI entende a medida do procurador Wellington Divino de Oliveira, da Procuradoria da República no Distrito Federal, como grave ameaça à liberdade de imprensa e tentativa inaceitável de intimidação contra jornalistas.

Além de inconstitucional, a denúncia afronta o Supremo Tribunal Federal. Em decisão recente, o STF, compreendendo a natureza do trabalho de profissionais de imprensa, determinou que Greenwald não fosse investigado pela referida operação da Polícia Federal.

Considerando as duras lições da história a nos ensinar que a democracia brasileira não pode prescindir da atividade jornalística, a Associação Bahiana de Imprensa conclama o Supremo Tribunal Federal a fazer valer o seu papel de guardião da Constituição, rejeitando a denúncia descabida.

Salvador, 21 de janeiro de 2020

Walter Pinheiro
Presidente

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Notícias

O curso de Comunicação com habilitação em Produção e Cultura da FACOM mudou!

A Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Facom/UFBA) se movimenta em torno da atualização das matrizes curriculares dos cursos de graduação desde 2017. No início de 2019, a Faculdade conseguiu aprovar, através das instâncias deliberativas, o novo Projeto Político-Pedagógico do curso de Comunicação com habilitação em Produção e Cultura. O antigo projeto estava em vigência há mais de 20 anos.

Segundo a instituição, para os estudantes que ingressaram até 2019.2, o currículo vigente não muda, mas algumas matérias poderão deixar de ser ofertadas pelo departamento. Durante a matrícula web que ocorreu entre os dias 15/01 e 19/01, o estudante veterano, ou seja, aquele que já faz parte do corpo discente de Produção da Facom, precisou “observar as equivalências entre as disciplinas previstas na sua grade curricular de origem e as disciplinas ofertadas durante a matrícula em 2020.1”,  alertou o guia de matrícula divulgado no  site da Faculdade. As aulas do semestre 2020.1 da UFBA começam no dia 02 de março.

A Habilitação em Produção em Comunicação e Cultura obteve nota máxima (conceito 5) em avaliação do Ministério da Educação (MEC) em 2019. O curso também possui posição de referência no cenário nacional, com uma importante inserção dos alunos em diversas instituições e empresas do setor.

Segundo a diretora da Facom, Suzana Barbosa, a alteração do Projeto Pedagógico do curso de Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo ainda está em tramitação. “Com as novas diretrizes do MEC, que já estão em vigência, a habilitação em Jornalismo passa ser curso. A Facom ainda está finalizando este processo para tramitar e passar a valer”. A instituição calcula que em 2020.2 ou 2021.1 a alteração entrará em vigor.

Com informações do site da Faculdade de Comunicação da UFBA

*I’sis Almeida é estagiária de jornalismo sob supervisão de Joseanne Guedes.

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ABI BAHIANA

Curso sobre documentos históricos reúne na ABI profissionais de diversos estados brasileiros

Durante a segunda semana de janeiro, a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) recebe no Auditório Samuel Celestino o curso “Identificação e análise de documentos históricos em Arquivos e Bibliotecas”, realizado pelo Memória e Arte, empresa especializada em gestão cultural, acervos especiais, conservação e restauro. A abertura das atividades aconteceu nesta segunda-feira (13), com a ministração do Prof. Fabiano Cataldo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UNIRIO).

O curso atraiu profissionais de diversos estados do Brasil, como Alagoas, Maceió, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, e São Paulo, revelando a carência de atividades nesta área. Renata Ramos, museóloga da ABI, diz que sediar as aulas do Memória e Arte “é de extrema importância para atrair visibilidade à preservação da documentação antiga e rara nacional, bem como valorizar o espaço que Associação disponibiliza para eventos culturais e educativos”.

Segundo o professor Fabiano Cataldo, essa recepção foi impressionante. “Eu achei o espaço ótimo, é muito significativo dar um curso sobre história do livro, bibliografia material numa associação de imprensa”, contou animado. “Achei muito generoso por parte da diretoria permitir que o curso acontecesse e, além disso, por ter compreendido a questão de instrução por trás disso tudo. Eu estou muito satisfeito e impactado com a recepção!”, completa Cataldo.

Para a maioria dos alunos, o foco é agregar conhecimento em suas áreas profissionais. É o caso de Nestor Alves, bibliotecário da Universidade Federal de Alagoas (UFAL Campus Arapiraca). De acordo com ele, a cidade de Maceió “ainda não tem uma compreensão com relação à riqueza de seu acervo impresso”, conta. “A gente sabe que Alagoas tem uma história incrível, mas a questão sobre restauração, tudo que foi impresso, a história da tipografia em si, ainda é desconhecida”, relata o bibliotecário.

Luciana Araújo conta que o Instituto Histórico Cultural da Aeronáutica do Rio de Janeiro, local onde ela trabalha, é muito rico em livros antigos e livros raros, portanto, decidiu fazer o curso para agregar conhecimento e levar essa experiência as atividades que desenvolve na instituição. O mesmo fez seu conterrâneo Antônio Rocha, professor e bibliotecário que trabalha na Escola Superior de Guerra (RJ). “Eu acompanho o professor Fabiano Cataldo faz tempo, ele foi da minha banca de mestrado”, lembra Antônio. “A procura pelo curso é porque eu trabalho numa instituição em que agora, depois de 70 anos, quer montar uma divisão de obras raras e o professor tem esse ‘know-how’ para poder passar pra gente”, destaca o militar.

O curso oferecido pelo Memória e Arte, e sediado pela Associação, tem um formato inédito no Brasil. Segundo Cataldo, este formato é comum em países como Estados Unidos, Espanha, Portugal e Inglaterra, mas aqui não costuma ter muito incentivo. “Não é tão comum esse tipo de curso associando a parte teórica e a parte prática da descrição do livro”, relata. As aulas seguem nesta terça-feira (14/01) com o professor Fabiano Cataldo e a professora e idealizadora do Memória e Arte, Vanilda Salignac, da Universidade Federal da Bahia (UFBA); dias 15 e 17, após o festejo popular da Lavagem do Bonfim.

Mais informações acesse: https://www.memoriaarte.com.br/

I’sis Almeida é estagiária em jornalismo da ABI, supervisionada pela jornalista Joseanne Guedes*

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Notícias

Jornalista sobrevivente de ataque à redação ensina como entrevistar vítimas de trauma

O ano novo é uma boa pedida para que as pessoas organizem suas metas, sejam pessoais ou profissionais. É tempo de reorganizar carreiras, traçar propósitos e apreender conhecimentos que permitam melhorar sua atividade profissional. Se você é jornalista, poderá aproveitar as dicas passadas pela jornalista Selene San Felice, que sobreviveu a um massacre na redação do jornalThe Capital Gazette” de Annapolis, região a 50 km de Washington. Felice escreveu um artigo para o Instituto Poynter de Estudos de Mídia, com dicas sobre como entrevistar vítimas de trauma.

Em 28 de junho de 2018, o atirador Jarrod Warren Ramos realizou o ataque que deixou cinco mortos no jornal The Gazzete. Desde que o massacre aconteceu, Felice se viu colocada diante de situações embaraçosas.  Ela conta que foi subornada, assediada e continuamente re-traumatizada por repórteres que não sabiam como lidar com sua história.

Situações de assédio

Segundo San Felice, não importa o quão sensível você seja enquanto jornalista, há algumas situações em que somente vivenciando o profissional, talvez, conseguirá entender. Para ilustrar o tópico originalmente intitulado em tradução literal para o português como “gafe”, a jornalista exemplificou o assédio sofrido logo após o massacre. Repórteres incessantemente tocavam a campainha da casa de seus pais. Para ela, aquilo soava como a continuidade dos tiros no dia do atentado.

Para evitar a situação desconfortável de “bater à porta sem ser convidado”, San indica que: “se puder, esgote todos os esforços para alcançar um indivíduo traumatizado”, utilize internet ou telefone antes de aparecer na porta deles.

Sem suborno!

Ofertar “mimos” à sua fonte é tão intimidador quanto subornar através de dinheiro. No artigo, a jornalista diz que a “gota d’água” foi quando um repórter incessantemente buscou aproximar-se dela e não conseguindo, ele comprou flores para lhe presentear. “Passar de repórter para assunto de história significava que eu sempre recebia condolências antes dos repórteres fazerem perguntas. Eu sabia que tudo era sincero em algum nível”, pondera . “Mas ficou difícil distinguir o que era genuíno de repórter para repórter, ou que atos de bondade implicavam que eu basicamente devia entrevistas às pessoas porque estava no negócio”, completa.

Evite que uma vítima experimente novamente o trauma

A jornalista nesse trecho do artigo fala brevemente sobre como evitar que a vítima passe por um processo de “re-traumatização”. “Faça sua lição de casa. Assista, leia e ouça o máximo de entrevistas que eles já fizeram. Vasculhe suas mídias sociais. Tente o máximo possível para mantê-los fora dos lugares obscuros para os quais elas não têm que retornar”, aconselha.

Psicólogos costumam definir o processo chamado de re-traumatização por Selene San Felice como um estímulo ao TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático). O estresse pós-traumático é definido como a dificuldade de se recuperar de um ou mais eventos traumáticos. Neste caso, situações invasivas, como uma entrevista mal conduzida, podem estimular vítimas de trauma a desenvolverem TEPT.

Acima de conduzir a entrevista, consiga retirar a vítima do ambiente do trauma

Uma das dicas finais da jornalista chama bastante atenção. Se, para entrevistar uma pessoa vítima de um massacre, você precisa pô-la metaforicamente no lugar onde tudo aconteceu, saiba também como retirar essa pessoa de lá. “Tenha estratégias prontas para aplicar quando uma fonte se angustia ou reage negativamente durante a recontagem dos fatos. Esteja pronto para puxar a corda do paraquedas!”, ela diz.

As dicas de Selene San Felice para o Poyinter nos fazem refletir sobre as vezes que recolocamos as vítimas sob seus traumas, mas não fazemos esforços para trazê-las de volta à realidade, onde o episódio não ocorre mais.

Uma das dicas mais valiosas que a jornalista pôde compartilhar com os profissionais do jornalismo é que devemos ter empatia, independentemente de que trauma a vítima que você entrevista tenha sofrido. “Conheça sua fonte além do que aconteceu com ela ou com uma pessoa amada. Descubra o que os faz felizes. Pergunte a eles o que os faz sentir-se fortalecidos em sua vida ou sobre a vida de seus entes queridos”, diz um dos trechos do artigo.

Veja o artigo completo. Para traduzir, acione a opção “traduzir esta página” do Google Tradutor.

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*I’sis Almeida é estagiária da ABI sob a supervisão de Joseanne Guedes.

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