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Manual de comunicação orienta jornalistas na cobertura do coronavírus

O Voces del Sur, projeto de monitoramento da liberdade de expressão e de imprensa na América Latina, lançou um guia que orienta como cobrir e elaborar reportagens sobre a pandemia do novo coronavírus. A entidade reúne organizações da sociedade civil em dez países: Argentina, Bolívia, Equador, Honduras, Peru, Uruguai, Venezuela, Nicarágua, Guatemala e Brasil, representado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).

O guia aponta que “o trabalho da mídia afeta a geração de confiança na população. Mas, também não se comunicar adequadamente produz desconfiança e medo”. Intitulado “Jornalismo em tempos de #Covid-19: guia de cobertura latino-americana”, o manual alerta sobre como a imprensa tem papel fundamental no gerenciamento de crises de saúde e alertas globais.

Além de informações sobre os cuidados necessários para cobertura de uma crise sanitária, o manual também reúne informações sobre o primeiro contágio ocorrido Brasil, no dia 26 de fevereiro. O documento publicado em língua espanhola está disponível para download (baixar) gratuito no site do Voces del Sur e traz dicas para o trabalho em home office ou nas redações.

*Informações do Portal Comunique-se

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UFBA lança o primeiro Congresso Virtual de sua história

Em função do necessário isolamento social, a Universidade Federal da Bahia (UFBA), instituição sexagenária, vai realizar o primeiro Congresso Virtual de sua história. O evento intitulado “Universidade em Movimento” agitará a comunidade acadêmica com debates, palestras, entrevistas, depoimentos, dentre outras programações, de 18 a 29 de maio. As inscrições já estão abertas (aqui).

O projeto “será um espaço de interlocução entre os mais diversos saberes produzidos na universidade, dando visibilidade à sua produção e, ao mesmo tempo, possibilitando um contexto de debate sobre cenários e desafios desse momento” aponta o site Edgar Digital. No entanto, o Congresso Virtual não substituirá a edição 2020 do Congresso presencial, prevista para novembro pelo calendário acadêmico aprovado pelo Conselho Superior de Ensino Pesquisa e Extensão (CONSEPE).

Guilherme Bertissolo, membro da comissão organizadora do Congresso Virtual, explica que os trabalhos deverão ser inscritos e avaliados em fluxo contínuo. As atividades e seus conteúdos serão disponibilizados ao público imediatamente após a aprovação. 

O site do Congresso Virtual, inaugurado na última sexta-feira (24 de abril), traz apresentação do reitor João Carlos Salles, nomes de convidados já confirmados para a edição, um acervo de atividades de edições passadas do Congresso da UFBA e também orientação sobre as sessões de atividades divididas entre “pôsteres de estudantes em vídeo”, “mesas e outras formas de discussão” e “intervenção artística”. A submissão de propostas deve ser realizada através de formulário específico disponibilizado em: http://www.congresso2020.ufba.br 

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ABI BAHIANA Artigos

O centenário de Wilson Lins e a ABI

Por Nelson Cadena*

Transcorreu neste sábado, 25 de abril, o centenário de nascimento do jornalista, escritor e político Wilson Lins, sem comemorações, em função do isolamento social provocado pela pandemia do coronavírus. A Academia de Letras da Bahia cogita realizar um evento em sua homenagem em outubro próximo, certamente que a ABI estará presente.

Wilson Lins praticamente se criou na redação do jornal O Imparcial adquirido pelo Coronel Franklin Lins de Albuquerque, seu pai, em 1935, um dos mais importantes jornais daquele tempo, com um histórico de resistência à ditadura instaurada pelos interventores da Revolução de 1930. Em 1940 tornou-se redator-chefe seu irmão Franklin Lins Junior cuidava do financeiro, era uma empresa familiar. 

Ambos enfrentaram um processo por injuria e calunia, absolvidos em novembro de 1942 após brilhante defesa do advogado Antônio Balbino, futuro Governador da Bahia. “Revendo-me absolvido, lembrei-me acusado, sem esquecer a pontinha de orgulho com que então prelibei aquele começo de notoriedade, bem recebido pela radiosa irresponsabilidade de meus 22 anos”, escreveu 40 anos depois, lembrando o episódio, em crônica publicada pelo Jornal da Bahia. 

Contou bastidores desse momento: Balbino perdeu os prazos processuais, mas com muita competência reverteu a situação “e se nada me cobrou na época, fez-me pagar-lhe caro depois, pelas ferroadas, em perseguições a meus redutos políticos durante seu governo”. A ABI consignou na época, em ata, um voto de congratulações pela absolvição dos irmãos.   

Franklin Lins Junior era diretor da ABI desde 1938, Wilson o substituiu como representante de O Imparcial, em 1945, eleito como vice-Presidente da Assembleia Geral da entidade. Permaneceu no cargo até 1948, quando transferiu residência para o Rio de Janeiro. Eram seus companheiros de diretoria, dentre outros, Ranulfo Oliveira, Odorico Tavares, Cosme de Farias, Jorge Calmon, Thales de Freitas e Edgard Curvelo (avô do atual secretário de comunicação do Estado, André Curvelo).

Wilson Lis | Foto: Reprodução

Escritor já consagrado compareceu à ABI, muitos anos depois, na condição de secretário de educação, em agosto de 1960 para inaugurar junto com o prefeito Heitor Dias o III Salão Baiano de Fotorreportagem, que contou com a participação de fotógrafos do Rio de Janeiro, São Paulo e  Ceará, um dos primeiros eventos realizados pela entidade, na sede recém inaugurada, na Rua Guedes de Brito. 

Compareceria muitas vezes, diariamente, podia ser visto no elevador reservado aos deputados, quando a Assembleia Legislativa passou a funcionar no Edifício Ranulfo Oliveira, onde permaneceu 14 anos (1960-74). Lins presidiu a Casa entre 1969 e 1971.

Como jornalista deixou um considerável acervo de crônicas, artigos, crítica literária publicados em O Imparcial, Diário da Bahia, Diário de Notícias, A Tarde, Jornal da Bahia e, no sul do país, na revista Diretrizes e no vespertino O Mundo.

Nelson Cadena é jornalista e publicitário.


 

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ABI BAHIANA

Homenagem virtual e reconhecimento real nos 80 anos de Orlando Senna

Por Joseanne Guedes e Rayssa Pio

“Orlando 80”. Esse foi o nome dado ao grupo de Whatsapp criado para demonstrar todo o carinho e o reconhecimento a Orlando Senna. O cineasta, escritor e jornalista, uma das maiores referências do audiovisual baiano e brasileiro, completa 80 anos neste sábado, dia 25 de abril. Em tempos de isolamento social e quarentena impostos pelo novo coronavírus (Covid-19), ele recebe o abraço virtual dos mais de 200 amigos e colegas de profissão que fazem a homenagem online. Os participantes podem expressar-se livremente através de mensagens que serão lidas pelo aniversariante.

O jornalista Hermes Leal e a pesquisadora Ivana Bentes expressam gratidão a Orlando | Foto: Reprodução Whatsapp

Senna estreou no cinema como assistente de Roberto Pires, no filme “Tocaia no asfalto” (1962). Foi parceiro de Glauber Rocha e amigo de Jorge Amado e Gabriel García Márquez. Ao longo de sua rica trajetória, contribuiu para a formação de diversos produtores e realizadores de audiovisual e participou de importantes movimentos culturais no Brasil. Ele já atuou na produção, roteiro e/ou direção de mais de 30 filmes, entre os quais estão obras emblemáticas como Iracema – Uma Transa Amazônica e Gitirana, co-dirigidos por Jorge Bodansky. “O Homem da Montanha”, como registrou o documentarista Hermes Leal, ao biografar o cineasta natural de Lençóis (Chapada Diamantina), é aclamado por seu trabalho.

Orlando acumula passagens pela Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura e pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), coordenando o desenvolvimento da TV Brasil, canal de televisão pública do país. Atualmente, Orlando lidera o Núcleo Criativo de Ondina, programa da Ancine – Agência Nacional do Cinema. Além de produzir obras de referência, ele é notável por lutar pela viabilização do audiovisual brasileiro, criando escolas, oficinas e cursos, e trabalhar por políticas de incentivo ao setor. Lançou em novembro passado, durante o XV Panorama Coisa de Cinema, o longa de ficção “Longe do Paraíso”.

Foto: Reprodução

O cineasta e gestor social Pola Ribeiro, criador do grupo “Orlando 80”, diz que “a ideia veio da necessidade de pensar formatos, de poder abraçar sem estar perto”, explica. Segundo ele, a iniciativa de fazer essa homenagem online surgiu a partir de conversas com Solange Lima, Paulo Alcoforado, Lula Oliveira, que são pessoas muito próximas e tiveram experiências diversas com ele, comungam das mesmas experiências.

O grupo reúne profissionais da imprensa, atores, roteiristas e diretores brasileiros e estrangeiros, como João Miguel, Doc Comparato, Harildo Deda, Cecília Amado, Jorge Alfredo Guimarães, João Brant, Ivana Bentes e Fernando Belens. No decorrer do dia, também deixaram mensagens nomes como a jornalista e documentarista Ceci Alves, a jornalista e poeta Carollini Assis e o cineasta e roteirista José Araripe, ex-diretor do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (Irdeb), e o professor Albino Rubim, ex-secretário de Cultura da Bahia.

Amigo de Orlando Senna há quase 50 anos, Pola reconhece a importância do homenageado em sua vida. “Ele foi orientador do meu mestrado e esteve presente nos lugares por onde eu passei, como Lençóis, Ceará e Cuba”, conta. “Minha história com Orlando é desde sempre. Ele é minha referência de pessoa criativa, de ética, de políticas públicas, de pensamento social, de motivação e luta política. O homem do seu tempo, mas sempre pensando lá na frente, deixando legado nas suas obras, criando um universo rico de felicidade e alegria”, registra o cineasta.

Amigos encurtaram a distância e deixaram depoimentos emocionantes no grupo que será encerrado no fim do dia| Foto: Reprodução

O sociólogo Juca Ferreira esteve à frente do Ministério da Cultura na época em que Orlando foi secretário do Audiovisual. Ele conta que a atuação de Senna foi decisiva na história do cinema no Brasil. “Orlando liderou uma equipe de primeira linha, que formulou e implantou uma política bem sucedida para o audiovisual brasileiro”, avalia. Senna também foi professor e diretor da Escola de Cinema de Cuba. O ex-ministro lembra que quando visitou o local “estava escrito na parede da escola e nos corações dos professores e alunos a importância desse querido cineasta baiano e brasileiro”, afirma. “Por tudo isso, pelo cinema que fez e por ser um construtor desse sonho que é o cinema, merece todas as homenagens. Parabéns para nosso querido Orlando. Que faça muitos filmes e continue sendo um líder”, festeja.

“Descobri que minha vocação era cinema num curso livre que Orlando lecionou na Escola de Sociologia e Política”, revela Walter Lima, cineasta e artista plástico, reforçando a influência de Orlando em sua vida profissional. “Ele é um excelente diretor de teatro também, prestigiado no Rio e São Paulo, Ceará. No cinema, ocupou cargos importantes”, lembra. Para ele, é inestimável a contribuição de Orlando para o teatro, a gestão pública e o cinema. “Ele foi um notável professor. Essa homenagem é à cultura do Brasil”, conclui.

“O Amor Dentro da Câmera”

Orlando e Conceição Senna | Foto: Arquivo pessoal
Cecília Amado fala do carinho por Conceição Senna | Foto: Reprodução/Whatsapp

No grupo “Orlando 80”, grande parte das mensagens de felicitações a Orlando homenageia também a sua esposa e companheira de uma vida, a atriz e diretora Conceição Senna. A história de amor do casal (saiba mais neste texto de Heloisa Iaconis), iniciada em 1961, durante as filmagens de “Festa”, virou filme pelas mãos das diretoras Lara Belov e Jamille Fortunato. Elas fundaram, junto com Cecilia Amado, a produtora Tenda dos Milagres e registraram no documentário “O Amor Dentro da Câmera” a brilhante trajetória e união dos seus mestres.

 

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