A Associação Bahiana de Imprensa recebeu nesta quarta (3) representantes da Fundação Instituto Feminino da Bahia, com o objetivo de discutir a viabilidade de uma cooperação técnica para preservar acervos da Casa de Ruy Barbosa, imóvel natal do jurista baiano.
A ABI vem empreendendo esforços para concretizar o projeto de reestruturação do equipamento cultural. Enquanto busca patrocínio e apoio para devolver o museu-casa a baianos e turistas, a entidade pretende estabelecer parcerias com instituições ligadas ao setor cultural e de patrimônio histórico a fim de salvaguardar móveis, livros, documentos, obras de arte e outros itens que compõem o rico acervo.
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“Para acontecer a reforma do imóvel, será necessário retirar as peças que ainda estão lá, como o mobiliário da casa de Petrópolis, doado pela Fundação Casa de Rui Barbosa, do Rio de Janeiro. Abrimos, então, um campo de diálogo com o Instituto Feminino. Torcemos para que essa parceria se confirme”, antecipou Luis Guilherme Pontes Tavares, 1º vice-presidente da ABI.
Pioneira na luta pela educação feminina, a educadora feirense Henriqueta Martins Catharino foi uma mulher além do seu tempo. Ao lado do Monsenhor Flaviano Osório Pimentel, criou a Casa São Vincente, que mais tarde se transformaria na Fundação Instituto Feminino da Bahia, onde está localizado o museu que leva seu nome, no bairro do Politeama.
A ideia seria montar uma exposição temporária no salão do Instituto com itens da Casa de Ruy. “Ruy Barbosa foi um grande baiano, assim também como dona Henriqueta foi uma grande baiana. Eu tenho certeza de que são duas figuras importantes na intelectualidade e na trajetória de nosso estado. A possibilidade desse encontro é a oportunidade também de trazer às novas gerações exemplos de pessoas que souberam colocar todos os seus talentos à disposição da sociedade baiana, à disposição do coletivo”, destacou Andréa Bulcão, diretora da Fundação Instituto Feminino da Bahia.
Segundo a dirigente, a instituição passou por reformas recentemente para se adequar às legislações brasileiras e teve uma perda importante de espaços.
Técnica responsável pelo Museu Henriqueta Martins Catarino, a museóloga Cheryl Braga Sobral pontuou a necessidade de uma avaliação minuciosa dos itens. Observei que são peças de grande porte. Se tivermos condições de receber essa coleção, será maravilhoso. Com certeza, é um acervo nobre, de grande importância histórica”, afirmou. “O Conselho da Fundação vai se reunir e tomar a melhor decisão”, assegurou. De acordo com Sobral, sempre é necessária uma avaliação peça a peça, com tranquilidade.
Quem também não se descuida nessa análise é o marceneiro da Fundação, José Raimundo Santos. “As peças que eu vi, apesar do tempo e as condições do ambiente, estão até bem conservadas”, observou o profissional, numa rápida inspeção em alguns móveis do acervo. “A beleza é grande, incomparável. Hoje em dia, não tem mais. Eram feitos à mão, sem serviço de máquinas.”