DEU NO G1 (da REUTERS) – O Irã realizou uma quantidade “profundamente perturbadora” de execuções no ano passado e não manteve a promessa de proteger minorias étnicas e religiosas, afirmou a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira em seu relatório anual sobre a situação dos direitos humanos no país. O documento do escritório do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ao Conselho de Direitos Humanos da organização catalogou as preocupações da ONU com as violações de direitos humanos no Irã contra mulheres, minorias religiosas, jornalistas e ativistas.
O relatório foi publicado no mesmo mês em que o Irã e grandes potências esperam selar um acordo preliminar sobre o programa nuclear iraniano, que Teerã diz que poria fim às sanções que sofre atualmente. Na segunda-feira, o ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, reclamou ao conselho sobre “dois pesos e duas medidas” e “uma compulsão quase incontrolável” para politizar temas.
Acredita-se que o Irã executou pelo menos 500 pessoas entre janeiro e novembro de 2014, e possivelmente muitas mais, afirma o relatório. A maioria das vítimas não teve um julgamento justo, e mais de 80 por cento dos executados estavam envolvidos com drogas, afirma o documento. “O secretário-geral continua profundamente preocupado com o ainda grande número de execuções, incluindo de prisioneiros políticos e de jovens”, declarou, repetindo um pedido da ONU de moratória à pena de morte e de proibição de execução de jovens. O relatório diz que o Irã não manteve a promessa de seu presidente, Hassan Rouhani, de “ampliar a proteção a todos os grupos religiosos e fazer emendas na legislação que discrimina minorias”.